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Transcrição:

PREFEITURA DO RECIFE SECRETARIA DE SAÚDE DIRETORIA EXECUTIVA DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE CLIPPING Recife 07/10/2017

1 Nos últimos anos, com a integração dos países devido à globalização, houve um aumento da circulação de pessoas e mercadorias, estreitando as distâncias e compartilhando agentes de doenças, para além das fronteiras de seus países de origem e residência. Evidenciou-se, portanto, mudanças importantes no padrão de morbimortalidade na população, pela alteração do comportamento epidemiológico de doenças endêmicas já conhecidas, pelo aparecimento de doenças emergentes e reemergentes, pelo aumento na ocorrência de agravos inusitados, situações de emergências epidemiológicas de natureza infecciosa, catástrofes, surtos e epidemias causados por agentes tóxicos, infecciosos ou desconhecidos. Diante desse cenário, que passa a exigir dos serviços de saúde respostas mais ágeis aos riscos e emergências em Saúde Pública, o Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde do Recife (Cievs Recife) realiza diariamente mineração de rumores e notícias de surtos, epidemias e eventos que possam caracterizar um risco ou emergência em saúde pública, através da captação oportuna nos principais meios de comunicação. O objetivo é divulgar e atualizar os profissionais e gestores da saúde sobre a ocorrência de eventos relacionados às emergências em saúde pública no município e em outras localidades.

2 SUMÁRIO INJEÇÃO DE ANTICORPOS É PROPOSTA DE TRATAMENTO PREVENTIVO CONTRA ZIKA EM GESTANTES... 3 GOVERNO EMITE ALERTA APÓS SURTO DE SARAMPO E RUBÉOLA NA EUROPA... 5 SEIS VACINAS DO CALENDÁRIO BÁSICO TÊM QUEDA NA COBERTURA NO DF... 7 SUSPEITA DE LEPTOSPIROSE CRESCE 24% EM PERNAMBUCO... 9 AUMENTO DAS NOTIFICAÇÕES DOS CASOS DE SÍFILIS CONGÊNITA PREOCUPA MÉDICOS... 10

3 INJEÇÃO DE ANTICORPOS É PROPOSTA DE TRATAMENTO PREVENTIVO CONTRA ZIKA EM GESTANTES 04/10/2017 15h06 Um grupo de pesquisadores da Universidade de Miami, do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) e da Universidade de São Paulo (USP) obteve respostas positivas em macacos rhesus para um futuro tratamento preventivo contra zika em gestantes. Os resultados foram publicados nesta quarta-feira (4), na revista científica "Science Translational Medicine". O macaco rhesus tem reação parecida ao ser humano ao entrar em contato com o Zika: o vírus consegue infectar, se replicar e causar danos aos fetos. Por isso, os cientistas escolheram a espécie para os testes em animais. Antes de chegar à fase com os primatas, os cientistas passaram por algumas etapas. Anticorpos são moléculas liberadas pelas células para "proteger" o corpo. As primeiras referências à existência deles na ciência são datadas do final do século XIX. Se eles são conhecidos há tanto tempo, por que só agora resolveram usá-los em um tratamento contra o zika? O trabalho dos cientistas foi identificar quais são as células de imunização mais eficientes contra o zika, trabalho de engenharia genética eficiente, mas recente e não popularizado. Primeiro, eles extraíram, isolaram e purificaram 91 anticorpos monoclonais do sangue humano, a partir de um paciente que estava infectado pelo vírus -- ou seja: nesta época, a pessoa estava produzindo uma grande quantidade para combater a doença. Depois, os cientistas precisaram identificar entre esse vasto número de moléculas produzidas pelo paciente quais eram os mais eficientes contra o zika. Foram feitos testes em laboratório para ver as opções que melhor neutralizavam o vírus. Os anticorpos monoclonais chamados SMZAb1, SMZAb2 e SMZAb5 foram os mais eficazes. Chegou-se a um coquetel com esse trio. Nos Estados Unidos, um grupo de oito macacos rhesus passou por testes para verificar a eficiência de proteção com esse coquetel. Quatro receberam o trio de anticorpos e os outros quatro receberam um placebo. Um dia depois, foram infectados pelo vírus da zika isolado pela equipe do IOC/Fiocruz em 2016, extraído de um paciente do Rio de Janeiro. De acordo com o artigo publicado nesta quarta, a taxa de proteção nos animais chegou a 100%. Testes adicionais demonstraram que os anticorpos continuaram ativos e em altas quantidades seis meses após a injeção. Uma dose desta junção de anticorpos pode ser uma saída mais segura para gestantes durante a gestação. De acordo com a pesquisadora e uma das autoras do artigo, Myrna Bonaldo, do IOC/Fiocruz, as vacinas são boas soluções, mas podem apresentar ainda algum risco para as grávidas porque são feitas com o vírus atenuado ("enfraquecido"). Para as pessoas em geral, a infecção pelo vírus da z i k a não causa grandes problemas. Uma vacina resolve. Agora, durante a gravidez que ocorre o problema é maior. Não podemos correr o risco de tentar prevenir a mãe e atingir o bebê, disse.

4 O próximo passo será a administração do coquetel em primatas gestantes e, na fase seguinte, em seres humanos. Já prevendo uma possível ocorrência de reação adversa do sistema imunológico em caso de infecção por dengue, que é da família dos flavivírus, assim como o Zika, os especialistas realizaram pequenas modificações na estrutura genética dos anticorpos monoclonais para tornar sua administração ainda mais segura. Desta forma, o coquetel também poderia ser utilizado por pessoas com histórico de infecção por dengue, incluindo gestantes. A descoberta também contou com a colaboração de especialistas do Instituto de Pesquisa Scripts, da Universidade de Emory, dos Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos e do Instituto Ragon.

5 GOVERNO EMITE ALERTA APÓS SURTO DE SARAMPO E RUBÉOLA NA EUROPA 03/10/2017 17H16 O reaparecimento de doenças já eliminadas no mundo tem preocupado o governo brasileiro. O alerta vem após a divulgação de que países como a França, Itália, Alemanha, Bélgica, Bósnia, Geórgia, Cazaquistão, Romênia, Sérvia, Dinamarca Ucrânia estariam sob risco de surtos de sarampo e/ou rubéola. Embora eliminado no Brasil desde 2001, o sarampo é endêmico em nove países da Europa, como aponta o boletim da OMS (Organização Mundial da Saúde). Já a rubéola, eliminada no Brasil desde 2010, é considerada endêmica em 14 países europeus. Com a globalização, o risco de o vírus voltar a circular no País se torna real aumentando a necessidade de manter sempre atualizada a caderneta de vacinação. O Ministério da Saúde disponibiliza no SUS (Sistema Único de Saúde) a vacina tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola) para evitar estas doenças. Pessoas de 12 meses a 29 anos de idade devem receber a primeira dose aos 12 meses de idade da tríplice viral e aos 15 meses, uma dose da vacina tetra viral (sarampo, caxumba, rubéola e varíola), que corresponde à segunda dose da vacina tríplice viral e uma dose da vacina varicela. Caso haja atraso na vacinação, crianças até quatro anos ainda poderão receber a vacina com a componente varicela. Dos cinco aos 29 anos, deverão ser administradas duas doses com a vacina tríplice viral. Pessoas de 30 a 49 anos devem receber uma dose da vacina tríplice viral. Resistência a vacinas provoca surto de sarampo na Europa A vacina contra essas doenças é a única medida preventiva e a mais segura. É importante que o esquema vacinal esteja completo, conforme as indicações do Calendário Nacional de Vacinação. O Brasil tem uma das melhores coberturas vacinais segundo a OMS e o Ministério da Saúde trabalha na perspectiva de atingir coberturas adequadas a cada ano. Por isso é importante que a população procure sempre atualizar a caderneta de vacinação, explica a coordenadora do Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde, Carla Domingues. Em 2016, a taxa de cobertura da vacina tríplice viral, administrada em crianças de um ano, atingiu 95,4% do público-alvo. O índice é ideal, visto que a meta para esta vacina é de atingir 95% do público, porém, a segunda dose administrada aos 15 meses da vacina tetra viral teve menor adesão, com 89,2% das crianças vacinadas. ELIMINAÇÃO O Brasil recebeu o certificado de eliminação do sarampo das OPAS (Organização Panamericana de Saúde) no segundo semestre de 2016. Desde o ano 2001, não havia registro de casos autóctones da doença no Brasil. Entre 2013 e 2015, ocorreram surtos relacionados à importação, sendo que o maior número de casos foi registrado nos estados de Pernambuco e Ceará. Após a implementação de medidas de prevenção e controle, como intensificação vacinal, campanhas de

6 seguimento, bloqueio vacinal, varredura e monitoramento rápido de cobertura vacinal, a transmissão foi interrompida. Grupos contrários à vacinação avançam no país e preocupam Ministério da Saúde Para manter a eliminação do sarampo, a OPAS/OMS e o CIE (Comitê Internacional de Peritos) para a Eliminação do Sarampo e da Rubéola recomendam a todos os países das Américas que fortaleçam a vigilância ativa e mantenham a imunidade de sua população por meio da vacinação. O sarampo se torna, assim, mais uma doença prevenível por vacinação a ser eliminada nas Américas, após a varíola em 1973, da poliomielite em 1994 e da rubéola e síndrome de rubéola congênita, em 2015. RUBEÓLA Em 2008, ocorreu a maior Campanha de Vacinação da Rubéola no mundo, com 65,9 milhões de pessoas na faixa etária de 19 a 39 anos de idade vacinadas, nos Estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Norte, Mato Grosso e Maranhão. Nos demais Estados, a faixa etária foi de 20 a 39 anos. Nesse ano, a cobertura vacinal foi de 94%.

7 SEIS VACINAS DO CALENDÁRIO BÁSICO TÊM QUEDA NA COBERTURA NO DF 02/10/2017 06:00 Pelo menos 14 países da Europa estão em alerta contra surtos de sarampo. A doença altamente contagiosa se espalhou por quase 7,5 mil pessoas e matou pelo menos 35. Erradicado no Brasil há 11 anos, o mal pode voltar a circular se o índice de vacinação continuar caindo. A baixa na imunização não é exclusividade do sarampo. O Ministério da Saúde amargou, em 2016, a pior taxa de cobertura vacinal em 12 anos: 84%, 11 pontos percentuais a menos do que os 95% propostos na meta da Organização Mundial de Saúde (OMS). A capital federal, apesar de ter um quadro mais otimista, segue a mesma tendência. Entre 2014 e 2015, as seis principais vacinas tiveram queda na cobertura. No ano passado, a adesão a algumas proteções voltaram a subir, mas, ainda assim, continuam fora da meta, como a imunização contra o rotavírus, a hepatite A, o sarampo, a rubéola e a caxumba. A admite a variação e pede que as cadernetas sejam mantidas atualizadas. As vacinas pentavalentes BCG, pneumocócica, meningocócica C, tríplice viral e contra a poliomielite tiveram queda. A pneumocócica, por exemplo, apontou redução de 9,5 pontos percentuais. A tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola) caiu 6,37 pontos. No ano passado, a proteção contra a hepatite A ficou 20,9 pontos abaixo da meta de 95%. Fechou o ano com 74,1% de cobertura. A definição das faixas etárias para a Campanha de Vacinação da Rubéola, em 2008, ocorreu após o estudo de coorte de nascidos vivos entre 1927 2007 para identificar a população não vacinada. Destaca-se, também, a realização de uma campanha de vacinação em massa dirigida às mulheres em idade fértil, entre os anos de 2001 e 2002. Nesse período, foi introduzida a vacina dupla e tríplice viral no Calendário Básico de Imunização do PNI, processo iniciado em 1992. O fortalecimento de grupos antivacinação e a divulgação de mitos sobre a eficácia e a segurança da imunização prejudicaram a procura. O Programa Nacional de Imunização (PNI) destaca que, desde 2013, vacinas contra caxumba e rubéolas estão cada vez menos populares. Especialistas temem que os bolsões de gente sem proteção desencadeiem surtos de várias doenças. Esse é o medo também da autônoma Sirlei Almeida Lopes, 34 anos. Sempre venho ao posto tirar dúvidas, esclarecer notícias e perguntar como devo agir, explica a moradora da Estrutural. A caderneta do filho dela, Gustavo Henrique, 6 meses, está atualizada. Faço isso por ele, por mim e pela comunidade. Não podemos nos arriscar, ressalta. Os mapas epidemiológicos, documentos que monitoram a proliferação das doenças, mostram os impactos da baixa adesão à vacinação. A caxumba registrou 2.363 casos no DF no ano passado. A meningite apresentou a mesma tendência. Após o término das campanhas, as pessoas podem e devem comparecer às salas de vacinas com seus cartões para atualizá-los, ou mesmo sanar dúvidas, ressalta a, em nota.

8 Os profissionais da Vigilância Epidemiológica e Imunização estão finalizando o balanço da campanha de vacinação encerrada na última semana. Apenas em março de 2018, teremos uma avaliação da cobertura vacinal do ano de 2017, mas já há indícios do cenário atual. Comparando o período de janeiro a julho de 2016 com o mesmo período de 2017, notamos que há muita variação entre o número de vacinados, adianta a pasta. Noção do risco Renato Kfouri, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIM), é categórico: as doenças estão controladas temporariamente, por isso, a vacina é importante para o país continuar sem os males que já são evitáveis. As pessoas, hoje, não vivenciam sarampo, difteria, não veem as sequelas da paralisia infantil. A percepção de risco, então, vai caindo. Essas conquistas são frutos da vacinação, lembra. Ele tem razão. Desde 2000, o DF registrou apenas dois casos de sarampo, por exemplo. Os últimos óbitos ocorreram em 1990, quando 19 pessoas morreram, segundo dados do Ministério da Saúde. No mesmo período, as doses da vacina tríplice viral ficaram mais populares. O essencial é manter a vacinação de rotina. O grande desafio é deixar afastadas as doenças eliminadas, numa situação em que o risco seja percebido como pequeno, destaca Renato.

9 SUSPEITA DE LEPTOSPIROSE CRESCE 24% EM PERNAMBUCO 05/10/17 às 10H06 O número de casos suspeitos de leptospirose registrados este ano no Estado é 24,4% maior que o do ano passado, quando se comparam os meses de janeiro a setembro. Até agora, Pernambuco acumula 657 casos notificados da doença, que é transmitida pela urina de ratos contaminados. Desses, 162 já foram confirmados e 226 continuam em investigação. o ano de 2016, foram 595 notificações, sendo 160 casos confirmados, 376 descartados e 59 casos em investigação. O número de óbitos também aumentou. Nos primeiros nove meses de 2017, 21 pernambucanos morreram pela enfermidade. Os dois últimos foram no Recife e em Itamaracá, no Grande Recife. No ano passado, ocorreram 19 mortes. Para o gerente de Vigilância e Controle de Zoonoses da Secretária Estadual de Saúde (SES), Francisco Duarte, o cenário atual da enfermidade ainda é reflexo das enchentes que várias cidades sofreram em julho. A leptospira, que é a bactéria que transmite a doença, fica no meio ambiente em torno de seis meses. Na lama, principalmente, ela pode ficar vivas de 90 a 180 dias. Então, mesmo com a chegada do verão ainda iremos demorar um pouco para que realmente as bactérias que estão nas águas e na lama comecem a morrer. A morte dela acontece com a exposição ao sol e a diminuição da umidade, apontou. O gerente de Vigilância Ambiental do Recife, Jurandir Almeida, também afirma que essa manutenção de crescimento da leptospirose está relacionada ao efeito ressaca das enxurradas. Ele destacou que nas últimas semanas, não há nada que chame a atenção sobre um possível aumento de colônias de ratos na cidade. Isso reforça a hipótese de que os casos ainda são um efeito colateral das chuvas. Segundo dados da Secretaria Estadual de Saúde, a Capital contabiliza 195 notificações este ano, sendo 71 confirmados e 33 em investigação. O Recife tem, até agora, quatro óbitos atestados. Devido a essa presença estendida da bactéria por meses, as pessoas devem estar atentas para evitar lamaçais e poças de água. Além disso, devem tomar medidas de desinfecção da parte do corpo que entrar em contato com material suspeito de contaminação, utilizando água e sabão. A casa e os utensílios domésticos eventualmente infectados também devem ser limpos com água sanitária. Outra recomendação de Duarte é estar alerta para os primeiros sintomas da leptospirose, principalmente as pessoas que moram em áreas consideradas de risco elevado. É o diagnóstico rápido que salva vidas. Gente que vive em área de baixo saneamento e péssimo serviço de coleta do lixo tem risco alto de leptospirose o ano inteiro. Como a doença se assemelha no início a uma gripe forte, as pessoas banalizam, e quando vão para a unidade de saúde já chegam muito doentes, comentou. Além do Recife, com quatro mortes, os municípios que já registraram óbitos este ano pela doença foram Itamaracá (2); Jaboatão dos Guararapes (6); Olinda (3); Camaragibe, Igarassu, Moreno, Paulista, Água Preta e Escada (uma morte cada).

10 AUMENTO DAS NOTIFICAÇÕES DOS CASOS DE SÍFILIS CONGÊNITA PREOCUPA MÉDICOS c3 de outubro de 2017 médicos A Uma doença tão antiga quanto à própria humanidade e para qual a sociedade parece fechar os olhos e os ouvidos. A sífilis, uma das doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) mais conhecidas do mundo, está em curva ascendente no Brasil desde 2015. O problema, especialmente em mulheres gestantes, é complexo. Os dados oficiais mais recentes, do Boletim Epidemiológico de 2016 do Ministério da Saúde, indicam que, entre 2014 e 2015, a sífilis em gestantes teve um aumento de 20,9% e de 19% nos casos congênitos (bebês que já nascem infectados). O Espírito Santo é um dos estados que têm mais notificações de casos de sífilis congênita, junto com Rio Grande do Sul, São Paulo, Sergipe, Santa Catarina, Mato Grosso do Sul e Paraná. A contaminação pode ocorrer em qualquer fase da gravidez. E as consequências de não fazer o diagnóstico e deixar de tratar a gestante em tempo oportuno são o aumento dos riscos de retardo do desenvolvimento do neuropsicomotor do bebê, surdez, cegueira, malformações ósseas, entre outras, com mortalidade em torno de 40% nas crianças infectadas. Ainda pode acontecer de o bebê nascer aparentemente saudável, desenvolvendo sinais clínicos graves algum tempo depois. O médico ginecologista e obstetra da Maternidade Unimed Vitória, Fernando Guedes Cunha, disse que acredita que a má assistência prestada e o diagnóstico mal feito contribuem para o aumento desses dados. Apesar da gravidade, a doença é tratável e curável. Estamos falamos de uma doença para a qual a medicina já encontrou a solução. Ignorá-la e não fazer os exames de prénatal pode trazer comprometer gravemente a saúde do bebê, informa o médico, lembrando que a produção de penicilina benzatina, medicação mais eficaz contra a doença, chegou a ser suspensa devido à escassez mundial no suprimento de matéria-prima para sua confecção. Atualmente, a medicação está restrita na rede pública para o tratamento de poucas doenças e sífilis e uma delas. Tratamento O tratamento da sífilis é simples, barato e efetivo. Tanto a testagem quanto o tratamento são garantidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e estão disponíveis em unidades de saúde. A penicilina benzatina continua sendo a opção mais segura e eficaz para a gestante com a doença, visando à prevenção da sífilis congênita. O parceiro da mulher infectada também deve ser tratado, para evitar a reinfecção. Não se pode admitir que a sífilis, em pleno século XXI, esteja tão presente e seus casos aumentando. Ainda mais quando se pensa no suporte e no tratamento eficaz que se consegue na luta contra essa doença, avalia Cunha.

11 O que você precisa saber sobre a doença 1 A prevenção da sífilis entre a população, de maneira geral, se dá por meio do uso regular de preservativos, diagnóstico precoce em mulheres em idade reprodutiva e seus parceiros, realização do teste VDRL em mulheres com intenção de engravidar e tratamento imediato dos casos diagnosticados em mulheres e seus parceiros. 2 Apesar da ampliação do diagnóstico para sífilis, a maioria dos casos continua sendo detectada tardiamente, com danos para a saúde do bebê. Em 2013, segundo dados do Ministério da Saúde, 36,3% das gestantes foram diagnosticadas apenas no terceiro trimestre. 3 O teste para o diagnóstico da doença faz parte do pré-natal e deve ser realizado no primeiro trimestre da gestação e no início do terceiro. 4 A mãe e o pai da criança devem se submeter ao exame.