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Transcrição:

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InfoReggae - Edição 83 Papo Reto com José Junior 12 de junho de 2015 O Grupo AfroReggae é uma organização que luta pela transformação social e, através da cultura e da arte, desperta potencialidades artísticas que elevam a autoestima de jovens das camadas populares. Tem por missão promover a inclusão e a justiça social, utilizando a arte, a cultura afro-brasileira e a educação como ferramentas para a criação de pontes que unam as diferenças e sirvam como alicerces para a sustentabilidade e o exercício da cidadania. O InfoReggae é uma publicação semanal e faz parte dos conteúdos desenvolvidos pela Editora AfroReggae. Sede Rio de Janeiro Rua da Lapa, nº 180 Centro Rio de Janeiro (RJ) +55 21 3095.7200 Coordenador Executivo José Junior Coordenador Executivo Adjunto Danilo G Costa Coordenação Editorial Marcelo Reis Garcia Diagramação Luiz Adrien Revisão Nataniel Souza Representação São Paulo Rua João Brícola, nº 24 18º andar Centro São Paulo (SP) +55 11 3249.1168 Contatos www.afroreggae.org facebook.com/afroreggaeoficial twitter.com/afroreggae inforeggae@afroreggae.org É permitida a reprodução dos conteúdos desta publicação desde que citada a fonte. Reproduções para fins comerciais são proibidas. Patrocínio Institucional Parceria Apoio

Apresentação O ano de 2015 tem sido de enormes desafios para o Brasil. Já podemos dizer que estamos vivendo uma crise social. Já é possível ver o aumento do desemprego, a queda da renda e o aumento de problemas sociais nas ruas. Durante todas as oportunidades, o AfroReggae tem chamado atenção para que, além da crise, estamos frente a uma inércia social. ONGs estão diminuindo ações, muitas fechando as portas e nenhum novo modelo de apoio e suporte está sendo debatido pela sociedade. Esta edição do InfoReggae vai abrir um papo franco, aberto e direto com José Junior, fundador e coordenador do AfroReggae, desde 1993. Junior é ativista social, ganhador de inúmeros prêmios e também apresenta um importante programa de TV - Conexões Urbanas que fala sobre o dia a dia das cidades e das contradições que temos que conviver. Gravação do Programa Conexões Urbanas Episódio: Bandito tem jeito/2014. Foto Arquivo AfroReggae. 3

Papo Reto INFOREGGAE - Junior, foi mais fácil começar em 1993 ou enfrentar a crise de 2015? JOSÉ JUNIOR: Cara, em 1993 a gente era jovem e com uma carga de esperança e sonhos do tamanho do mundo. O AfroReggae começou no meu quarto. Lá funcionava tudo e a gente era feliz para caramba. A gente tinha a certeza de que ia mudar o mundo. IR - E mudaram? JJ - Mudamos. Sabe por que mudamos? Porque cada moleque que tiramos do tráfico, cada bandido que colocou as armas no chão, cada mãe que teve apoio para colocar o filho na escola, cada adolescente ou jovem que descobriu um talento novo traz a certeza de que mudamos o mundo. Não mudamos sozinhos mas estávamos lá, como estamos aqui, para mudar o mundo pra melhor. IR - E 2015? Como tem sido 2015? JJ - Nunca vi nada igual. Os projetos sociais estão perdendo força, as ONGs estão ficando sem voz e sem ação. As ONGs, em 2015, estão tendo que lutar dia a dia para sobreviver. A Crise econômica e o ajuste fiscal estão nos ferindo fortemente. IR- A ponto de matar? JJ - Muita gente está caindo na batalha do dia a dia. Muita gente está recuando. Muita gente está exausta. Muita gente está desistindo, mas ainda tem muita gente que,mesmo ferida, segue em frente e tenta garantir atenção social às populações mais vulneráveis e marginalizadas. IR- voce se enquadra como? JJ - Pô, estou super ferido. Todo dia estou tentando levar a frente um ideal, todo dia penso comigo: "- você não pode desistir". Tem um monte de criança, adolescente e jovem que, se o AR parar, vai para o crime e tem um monte de gente que quer sair do crime. Mesmo ferido eu estou juntando força e alma e seguindo em frente. 4

IR - que tipo de feridas são estas? JJ - A queda brusca do financiamento privado e público para ações fundamentais. Cara, cada projeto ou ação que tive que parar este ano foi um soco de MMA que eu levei. Dói muito. As pessoas acham que sou durão mas eu ja chorei muito este ano. Deixar de atender uma pessoa por falta de recursos dói muito. Não é justo parar o atendimento, mas chega um momento que ou a gente para algumas ações ou a gente quebra de vez, e o que mais me chama atenção é a inércia social sobre o que está acontecendo com os projetos sociais das ONGs. Nunca tinha visto isso desde que começamos. IR- Mas vcs ja viveram crises sociais antes? JJ - Muitas. Teve a chacina da Candelária, em 1993 a chacina de Vigário Geral, teve a guerra do Complexo do Alemão. Pô, em 22 anos dá para narrar um monte de crises, mas a diferença é que para cada crise o Governo e ONGs se uniam para construir respostas e soluções. Agora não. Agora estamos vivendo uma puta solidão, nesta crise que prejudica diretamente os mais pobres. IR- Você já pensou em desistir? JJ - Nunca. Olha que está foda. Todo dia temos uma nova crise, mas eu nunca pensei em desistir e nem vou pensar. O Marcelo Garcia me disse outro dia uma frase da Angela Rorô que é a seguinte: "Eu vou arrastar este meu corpo, seja do jeito que ele estiver, vida a fora pois o que tem dentro vale a pena". A Rorô estava falando num contexto de vida pessoal, mas, trazendo para o trabalho social, eu vou com o AR vida a fora, seja do jeito que for, porque o que a gente faz vale muito a pena para a vida das pessoas que atendemos. IR- Você teve que tomar medidas que te machucaram como gestor e como homem? JJ - Tive. E doeram muito. Mandar trabalhadores embora, fechar projetos... Quer ver um exemplo? Temos um projeto para transexuais no AR. Funciona toda terça, como grupo de convivência, e durante a semana como aumento da escolaridade. 5

O grupo não parava de crescer. Tivemos que fechar novas inscrições. E eu estou falando de travestis que vivem com inúmeras dificuldades. Muitas doentes, outras sem lugar para morar, mas não tenho como atender mais ninguém. Tomar esta decisão dói fundo. Mandar funcionário embora, por falta de recursos, é algo que machuca um gestor social. É quase dor física, mas ou eu fazia isso ou a gente não fechava o ano. IR- A Crise é séria mesmo? JJ - Muito séria. Muito triste e, sobretudo, muito grave. Este Papo Reto está me levando a pensar em um monte de ideias, de projetos, de pessoas e de famílias. Este Papo Reto, que vocês propuseram, está sendo super oportuno para que, com toda transparência possível, a gente diga que a crise social no Brasil é forte e dura. E se a gente não sair da inércia, vamos todos perder. Sair da inércia é combater o medo da população, é dar voz aos pobres, é motivar a sociedade a fazer um mutirão do bem e dizer a todos os governos que, neste momento, nada é mais importante do que combater a crise social que está invadindo os lares de forma dura. A gente tem que acordar. IR- Você não vai desistir então? JJ - Nunca. Esta palavra não existe no meu dicionário, mas eu e o AR, bem como um monte de gente do bem, precisa de apoio. O Marcos Faustine escreveu um puta artigo no globo, em sua coluna semanal, falando que a gente precisa ressignificar o fazer social. É isso. Temos que fazer, deste duro momento, uma refundação das práticas sociais, mas nunca parar ou diminuir o que estamos fazendo. Eu vou em frente, pois, como já disse, o que tem dentro do AR vale muito a pena. IR- Junior, pra terminar este Papo Reto o que vem pela frente? JJ - Vem muita luta, muitas ideias, muitos projetos. Esta crise, apesar de grave e seríssima, não vai impedir que a gente se fortaleça e continue nesta batalha diária por uma vida melhor para as pessoas. E eu queria dizer que a gente conta com cada um. Com cada apoio. Com cada ajuda, pois a vida do brasileiro não pode piorar. Não temos o direito de parar o que fazemos. Da minha parte, vem muito trabalho, pois eu acredito muito no que fazemos! 6

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