Exmo(a). Senhor(a) Doutor(a) Juiz de Direito do Tribunal do Comércio de Vila Nova de Gaia 1º Juízo Processo nº 154/10.8TYVNG Insolvência de Moisés Silva, Lda V/Referência: Data: Nuno Rodolfo da Nova Oliveira da Silva, Economista com escritório na Quinta do Agrelo, Rua do Agrelo, nº 236, Castelões, em Vila Nova de Famalicão, contribuinte nº 206 013 876, Administrador da Insolvência nomeado no processo à margem identificado, vem requerer a junção aos autos do relatório a que se refere o artigo 155º do C.I.R.E., bem como os respectivos anexos (lista provisória de créditos e inventário). P.E.D. O Administrador da Insolvência (Nuno Oliveira da Silva) Castelões, 26 de Junho de 2010 Página 1
Relatório (artigo 155º do C.I.R.E.) I Identificação do Devedor Moisés Silva, Lda, sociedade comercial por quotas com sede na Rua do Lameirinho, nº 117, freguesia de Canelas e concelho de Vila Nova de Gaia, com o NIPC 500 862 451, tendo por objecto social a indústria e comércio de joalharia e afins. A sociedade, constituída em 1 de Março de 199, encontra-se matriculada na Conservatória do Registo Comercial de Vila Nova de Gaia sob o nº 500862451 e tem actualmente a seguinte estrutura societária: Sócios Valor da Quota Moisés Barbosa Ferreira da Silva 12.500,00 Moisés Barbosa Ferreira da Silva 12.500,00 Total do Capital Social 25.000,00 Desde 16 de Julho de 2007 que a sociedade obriga-se através da intervenção do gerente Moisés Barbosa Ferreira da Silva. Código de acesso à certidão permanente: 8502-3653-3780 II Actividade do devedor nos últimos três anos e os seus estabelecimentos (alínea c) do nº 1 do artigo 24º do C.I.R.E.) O estabelecimento da sociedade insolvente, que corresponde à sua sede social, localiza-se na Rua do Lameirinho, nº 117, freguesia de Canelas e concelho de Vila Nova de Gaia, ocupando-o em regime de comodato. A sociedade insolvente foi vítima de um furto em 9 de Junho de 2007 que causou prejuízos estimados em mais de Euros 425.000,00. Este furto descapitalizou a sociedade insolvente, uma vez que o grosso dos bens furtados correspondiam ao stock de mercadoria e matérias-primas. Os elementos de contabilidade disponibilizados evidenciam os seguintes valores para os exercícios de 2005 a 2008: Rubricas 2005 2006 Variação 2006/2005 2007 Variação 2007/2006 2008 Variação 2008/2007 Volume de Negócios 315.326 340.571 25.244 8% 238.790-101.781-30% 119.531-119.259-50% Variação da Produção 71.272 136.652 65.380 92% -56.955-193.607-142% -2.019 54.936-96% C.M.V.M.C. 222.607 308.520 85.913 39% 56.149-252.371-82% 59.253 3.104 6% Margem Bruta 52,01% 49,54% -2,47% -4,75% 52,63% 3,10% 6,26% 48,74% -3,89% -7,40% F.S.E. 15.355 13.294-2.061-13% 11.934-1.359-10% 7.970-3.964-33% Custos com o Pessoal 134.068 119.129-14.940-11% 95.236-23.893-20% 61.321-33.915-36% Total dos Proveitos e Ganhos 386.602 477.226 90.624 23% 212.505-264.721-55% 117.512-94.993-45% Página 1 de 4
Relatório (artigo 155º do C.I.R.E.) Rubricas 2005 2006 Variação 2006/2005 2007 Variação 2007/2006 2008 Variação 2008/2007 Total dos Custos e Perdas 398.489 472.346 73.857 19% 558.405 86.059 18% 148.349-410.056-73% Resultados Operacionais 9.729 32.262 22.533 232% 16.853-15.409-48% -12.267-29.120-173% Resultado Líquido -11.887 4.880 16.767-141% -345.900-350.780-7188% -30.837 315.063-91% Activo 348.230 #DIV/0! 120.130-228.100-66% 126.090 5.960 5% Imobilizado 64.891 55.825-9.065-14% 55.825 0 0% Amortizações -60.528-51.001 9.527-16% -52.025-1.024 2% Existências 299.454 95.189-204.264-68% 93.170-2.019-2% Dívidas de Terceiros 107.789 11.110-96.679-90% 15.307 4.197 38% Disponibilidades -63.376 9.006 72.382-114% 13.770 4.764 53% Acréscimos e diferimentos 43 43 Passivo 308.774 426.574 117.800 38% 463.372 36.797 9% Capital Próprio 39.456-306.444-345.900-877% -337.281-30.837 10% Capital 50.000 50.000 0 0% 50.000 0 0% Prestações Suplementares O resulto líquido do exercício de 2007 reflecte os prejuízos provenientes do furto. Verifica-se igualmente uma redução para metade no volume de negócios da sociedade insolvente entre os anos de 2007 e 2008. Para o exercício de 2009, esta redução é ainda maior, uma vez que o volume de negócios foi de apenas Euros 53.174,30. A sociedade insolvente ainda reduziu o seu número de colaboradores, para responder à redução no volume de negócios, mas tal não teve o efeito desejado. Os valores do quadro evidenciam também uma actividade deficitária, com resultados líquidos negativos para os anos de 2007 e 2008. O exercício de 2009 também não foge à regra, tendo apresentado um resultado líquido negativo de Euros 35.146,62. A sociedade insolvente é também uma crónica incumpridora das suas obrigações contributivas e fiscais: Em sede de IVA, a sociedade insolvente é devedora dos valores apurados em todos os trimestres dos anos de 2008, 2009 e 2010 (até ao 1º trimestre); Em sede de retenções na fonte de IRS, a situação é idêntica, sendo devedora dos valores retidos desde o mês de Novembro de 2008; Em sede de contribuições para a segurança social, a situação também não se altera, estando em dívida as contribuições desde o mês de Dezembro de 2005 É evidente que o furto de que a sociedade foi vítima teve papel fundamental na sua situação de insolvência, não tendo deixada margem para a sua recuperação. Aliada a esta situação, está também a pouca capacidade da devedora em recorrer a capitais Página 2 de 4
Relatório (artigo 155º do C.I.R.E.) alheios que lhe permitam financiar a aquisição de matérias-primas necessárias a poder satisfazer as encomendas que recebe. III Estado da contabilidade do devedor (alínea b) do nº 1 do artigo 155º do C.I.R.E.) A contabilidade da sociedade insolvente está organizada até ao final do exercício de 2009, tendo cumprido com as obrigações declarativas em sede de IVA, IRC e IES, daí decorrentes Pela análise que foi feita dos elementos de contabilidade disponibilizados, tudo indica que esta reflecte, até ao final do exercício de 2009, uma imagem verdadeira e apropriada da sua situação patrimonial e financeira. IV Perspectivas futuras (alínea c) do nº 1 do artigo 155º do C.I.R.E.) Foi entregue ao devedor a administração da massa insolvente, nos termos do artigo 224º do Código da Insolvência e da Recuperação de Empresas o que implica que este deverá elaborar um plano de insolvência em que preveja a manutenção da sua actividade. Não obstante esta situação, perante os elementos recolhidos e atrás expostos, o signatário não acredita na capacidade do devedor em desenvolver uma actividade produtiva geradora de riqueza que permita não só assegurar os compromissos correntes da sua actividade, mas também honrar um plano de pagamentos aos credores. A sociedade insolvente apresenta: um passivo na ordem dos Euros 280.000,00, dos quais 57% são dívidas ao Estado e Segurança Social; um volume de negócios anual que tem vindo constantemente a decrescer e que no ano de 2009 foi de cerca de Euros 53.000,00; total ausência de liquidez: em 31 de Dezembro de 2009 as dívidas de terceiros e as disponibilidades não chegavam a Euros 3.000,00); um capital próprio negativo em mais de Euros 335.000,00. Página 3 de 4
Relatório (artigo 155º do C.I.R.E.) Nesta conformidade, é minha opinião de que a assembleia de credores deverá deliberar no sentido do encerramento da actividade do estabelecimento do devedor, nos termos do nº 2 do artigo 156º do Código da Insolvência e da Recuperação das Empresas e deverão ainda os credores pronunciar-se favoravelmente pelo encerramento do processo, nos termos do artigo 232º daquele mesmo código, dada a insuficiência da massa insolvente. O Administrador da Insolvência (Nuno Oliveira da Silva) Castelões, 26 de Junho de 2010 Página 4 de 4
Lista Provisória de Credores (Artigo 154º do C.I.R.E.)
Insolvência de "Moisés Silva, Lda" Lista Provisória de Credores (nº 1 do artigo 154º do C.I.R.E.) # Identificação do Credor Montante dos Créditos e sua Natureza Valor do Crédito Garantidos Privilegiados Comuns Subordinados Sob Condição C/ Voto S/ Voto % Fundamento Mandatário A. Magalhães e Cardoso - Unipessoal Lda. 1 Rua D.João de França, 48 4420-110 Gondomar NIF / NIPC: 501 115 420 870,18 870,18 0,3% Fornecimentos Alberto dos Santos Ribeiro Odília Mota, Dra. Rua do Rabaçal nº 79, r/ Esq. Frt. Avenida da República, 755-3º, Sala 32 2 13.224,00 13.224,00 4,7% Retribuições 4410-252 Vila Nova de Gaia 4430-201 Vila Nova de Gaia NIF / NIPC: 189 892 447 NIF: 100 483 461 BANIF - Banco Internacional do Funchal S.A Nuno Cerejeira Namora, Dr. Avenida da República, 688 Rua Dr. Joaquim Pires de Lima, 388 3 55.850,35 55.850,35 19,9% Livrança 4430-190 Vila Nova de Gaia 4200-348 Porto NIF / NIPC: 511 202 008 Ernesto Pereira Prata 4 Rua Julio Dinis nº 50, 3º Dt 4410-000 Canelas NIF / NIPC: 204 323 207 7.465,55 7.465,55 2,7% Retribuições Fazenda Nacional Magistrado do Ministério Público Avenida da República, 541 5 12.338,57 36.163,47 48.502,04 17,3% IVA, IRS, IRC e Coimas 4430-200 Vila Nova de Gaia 6 Goldropa - Comércio de Metais Preciosos, Lda. Rua Professor Correia de Araújo Nº 593, Praceta privada loja 5 4200-205 Porto NIF / NIPC: 506 432 122 8.591,46 8.591,46 3,1% Fornecimentos Instituto da Segurança Social, I.P. Gabriela Mendes, Dra. Avenida da Boavista, 1256 Avenida da Boavista, 1256 7 10.048,67 103.517,30 757,49 113.565,97 757,49 40,6% Contribuições 4100-114 Porto 4100-114 Porto NIF / NIPC: 505 305 500 José Manuel Rodrigues Lopes Ivo Azevedo, Dr. 8 Rua de Ramos, 1017-2º Esq. Traseiras Rua Caetano de Melo, 147-3º Dto. 18.797,47 18.797,47 6,7% Retribuições 4410-247 Canelas 4430-269 Vila Nova de Gaia NIF / NIPC: 123 703 018 NIF: 216 012 988 9 Linde Sogás, Lda. Aven. Inf.D.Henrique, Lt 21/24 1800-217 Lisboa NIF / NIPC: 500 266 344 Sérgio Manuel Machado Areosa 520,30 520,30 0,2% Fornecimentos 10 Rua Lopes dacosta Nº10 2L Casa 4 4410-271 Canelas NIF / NIPC: 201 305 860 Vodafone Portugal, Comunicações Pessoais, S.A 10.530,27 10.530,27 3,8% Retribuições 11 Aven. D.João II, LT 1.04.01, E 205, Parque das Nações, 1998-017 Lisboa NIF / NIPC: 502 544 180 2.090,87 2.090,87 0,7% Serviços 12 Total 72.404,53 207.603,93 757,49 280.008,46 757,49 100,0% O Administrador da Insolvência 26 de Junho de 2010 (Nuno Oliveira da Silva) Elaborado por Nuno Oliveira da Silva Lista Provisória de Credores (nº 1 do artigo 154º do C.I.R.E.) - Folha 1 de 1
Inventário (Artigo 153ºdo C.I.R.E.)
Inventário (artigo 153º do C.I.R.E.) Relação dos bens e direitos passíveis de integrarem a massa insolvente: I - Bens e direitos cuja propriedade pertence à sociedade insolvente: 1. Um computador com leitor de DVD, diskette, rato, teclado sem dios da marca Logitech, monitor de 17 da marca Neovo, impressora multifunções da marca HP Officejet G85, um cofre de 1,60m, blindado e com fechadura digital, tudo com o valor estimado de Euros 800,00 2. Máquina de gravar alianças, uma máquina de gravar, uma máquina de laminar ouro com o nº de série 19IA22, uma máquina de puxar fio, duas máquinas de rodear, tudo com o valor estimado de Euros 1.000,00 3. Duas máquinas de furar da marca Tecmdent com os números 26753 e 25196, um balancé, um cilindro, um cilindro manual, uma máquina de ultra-sons, uma banca em alumínio, dois motores de polir e respectiva banca, dois tornos, uma lixadeira, uma máquina de branquear, um compressor da marca Rubete 200 com o nº 080713548, duas balanças de precisão EK-1200, tudo com o valor estimado de Euros 500,00 4. Diverso mobiliário de escritório, com valor estimado de Euros 200,00 5. Um forno e uma máquina de fundir, com valor estimado de Euros 1.000,00 Valor total estimado dos bens inventariados: Euros 3.500,00 Os bens descritos sob os números 1, 2 e 3 foram penhorados em 7 de Maio de 2010 no âmbito dos processos de execução fiscal nº 3964200801026380 e Apensos e 3964200901009770 do Serviço de Finanças de Vila Nova de Gaia 4 sendo fiel depositário o gerente da sociedade insolvente Moisés Barbosa Ferreira da Silva. Página 1 de 2
Inventário (artigo 153º do C.I.R.E.) Todos os bens inventariados e encontram-se na Rua do Lameirinho, nº 117, freguesia de Canelas, concelho de Vila Nova de Gaia, O valor dos bens é o constante no auto de penhora elaborado pelo Serviço de Finanças de Vila Nova de Gaia 4. Castelões, 26 de Junho de 2010 O Administrador da Insolvência (Nuno Oliveira da Silva) Página 2 de 2