ACÓRDÃO N 2117/2010 TCU Plenário

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Transcrição:

'MU TRIBUNAL De CORTAS DA UNIÃO ACÓRDÃO N 2117/2010 TCU Plenário I. Processo TC-017.241/2009-3 (com 2 volumes e 1 anexo. sendo o Anexo I com 6 anexos) 2. Grupo 1- Classe VII - Representação 3. Interessado: Ministério Público Militar, Procuradoria de Justiça Militar em Minas Gerais 4. Órgão: Centro de Instrução e Adaptação da Aeronáutica 5. Relatar: Ministro Valmir Campeio 6. Representante do Ministério Público: não atuou 7. Unidade Técnica: 3' Secretaria de Controle Externo (3a Secex) 8. Advogado constituído nos autos: não há 9. Acórdão: VISTOS, relatados e discutidos estes autos relativos à representação formulada pela Procuradoria da Justiça Militar da União em Minas Gerais acerca da ocorrência de irregularidades no âmbito da licitação Convite n I 17/CIAAR/2004 e da prática de atos de improbidade administrativa ocorridos no Centro de Instrução e Adaptação da Aeronáutica. em Belo Horizonte. MG. ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União. reunidos em Sessão do Plenário. diante das razões expostas pelo Relatar, em: 9.1. conhecer da presente representação, visto que preenche os requisitos de admissibilidade previstos no art. 237, inciso 1, do Regimento Interno e no inciso 1 do art. 132 da Resolução TCU n 191/2006 para. no mérito, julgá-la parcialmente procedente; 9.2. determinar ao Centro de Instrução e Adaptação da Aeronáutica que: 9.2.1. proceda a inventários periódicas dos bens patrimoniais, atentando para os ditames dos arts. 94 a 96 da Lei n 4.320/64; 9.2.2. ao promover licitações na modalidade convite. dirija as cartas-convites somente a interessados do ramo pertinente ao do objeto pretendido. submetendo-se ao mandamento do 3 do art. 22 da Lei n 8.666/93; 9.2.3. exima-se de receber material diferente daquele constante dos instrumentos convocatórios, sujeitando-se ao princípio da vinculação ao instrumento convocatório, prev isto no art. 3 da Lei n 8.666/93; 9.2.4. atente para a regularidade da liquidação e do pagamento das despesas, observando, estritamente, o disposto no art. 63 da Lei n 4.320/64 e no art. 62 da Lei n 4.320/64 c/c o art. 38 do Decreto n 93.872/86; e 9.2.5. formalize adequadamente os processos licitatórios, em obediência ao art. 38 da Lei n 8.666/93 c/c o art. 24 da Lei n 9.784/99; 9.3. dar ciência deste acórdão, bem como do relatório e voto que o fundamentam, à Procuradoria Militar da União em Minas Gerais e ao Centro de Instrução e Adaptação da Aeronáutica; e 9.4. arquivar o presente processo nos termos do art. 169, inciso IV, do RI/TCU. 10.Ata n 31/2010 Plenário. 11.Data da Sessão: 25/8/2010 Ordinária. 12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet; AC-2117-31/10-P. 13.Especificação do quorum: 13.1. Ministros presentes: Ubiratan Aguiar (Presidente), Valmir Campeio (Relator), Walton Alencar Rodrigues, Benjamin Zymler, Augusto Nardes, Aroldo Cedraz, Raimundo Carreiro, José Jorge e José Múcio Monteiro. 1 Para verificar as assinaturas, toasse www.tcu.gov.br/autenticidade, infamando o código 44941491.

rcu TRIBUNAL De CONTAS DA UNIÃO (3.2. Auditores presentes: Augusto Shennan Cavalcanti, Marcos Bemquerer Costa. André Luís de Carvalho e Weder de Oliveira. (Assinado Eletronicamente) UBIRATAN AGUIAR Presidente (Assinado Eletronicamente) VALMIR CAMPELO Relator Fui presente: (Assinado Eletronicamente) LUCAS ROCHA FURTADO Procurador-Geral Para verificar as assinaturas, acesso omw.teu.gov.briautenticidade. informando o código 44941491.

RIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO GRUPO I - CLASSE VII - Plenário TC-017,241/2009-3 (com 2 volumes e I anexo, sendo o Anexo 1 com 6 anexos) Natureza: Representação Órgão: Centro de Instrução e Adaptação da Aeronáutica Interessado: Ministério Público Militar, Procuradoria de Justiça Militar em Minas Gerais Advogado constituído nos autos: não há Sumário: REPRESENTAÇÃO. INDÍCIOS DE PRÁTICA DE ATOS DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA OCORRIDOS NO CENTRO DE INSTRUÇÃO E ADAPTAÇÃO DA AERONÁUTICA, EM BELO HORIZONTE- '/MG (CONVITE N I 17/CIAAR/2004). CONHECIMENTO. DETERMINAÇÕES. CIÊNCIA À PROCURADORIA MILITAR DA UNIÃO EM MINAS GERAIS E AO CENTRO DE INSTRUÇÃO E ADAPTAÇÃO DA AERONÁUTICA. ARQUIVAMENTO. RELATÓRIO Cuidam os autos de representação formulada pela Procuradoria da Justiça Militar da União em Minas Gerais acerca da ocorrência de irregularidades no âmbito da licitação Convite n I I 7/CIAAR/2004 e da prática de atos de improbidade administrativa ocorridos no Centro de Instrução e Adaptação da Aeronáutica em Belo Horizonte/MG. 2. A 3' Secretaria de Controle Externo (3' Secex) instruiu o feito nos seguintes termos: "2. ADMISSIBILIDADE 2.1.O órgão representante, Ministério Público Militar (MPM), integrante do Ministério Público da União, é legitimado para o ato, conforme inciso I do artigo 237 do Regimento Interno do Tribunal de Contas da União. Quanto às matérias objeto desta representação, estas foram inseridas na competência do Tribunal de Contas da União por meio dos artigos 14 e 15 da Lei n 8.429/92 e do parágrafo I do artigo 113 da Lei n 8.666/93. Os supostos agentes, de acordo com o previsto pelo inciso 1 do artigo 5 da Lei n 8.443/92, se encontram sob a jurisdição desta Corte de Contas; sendo satisfeitos. ainda, os demais requisitos de admissibilidade listados no caput do artigo 235 do Regimento Interno do Tribunal de Contas da União. 3. HISTÓRICO 3.1. A presente representação decorre dos fatos apurados no âmbito do Inquérito Policial-Militar n 43/2007 que, por sua vez, teve origem na Sindicância Militar n 1-C/SW2007, instaurada para apurar a falta de uma série de livros na Relação de Material de Uso Duradouro da biblioteca do Centro de Instrução e Adaptação da Aeronáutica (fls. 5/1 I, Anexol). 3.2. Ao apurar as circunstâncias que culminaram no desaparecimento do referido material, o Sr. Encarregado da Sindicância encontrou indícios de pagamentos antecipados de despesas, de ocorrência de sobrepreço em processos licitatórios e também presumiu a realização de urna licitação forjada, na modalidade convite. Concluiu, desta forma, haver indícios da ocorrência de estelionato, peculato e falsidade ideológica, crimes tipificados, respectivamente, nos artigos 251, 303 e 312 do Decreto-Lei n 1.001/69 (fis. 82/87, Anexo I). 3.3. Instaurado o Inquérito Policial-Militar, juntaram -se aos autos os documentos relacionados às fases de execução de diversas despesas, contendo as assinaturas dos diversos responsáveis arrolados no processo. Os documentos tratam de licitações e dos respectivos pagamentos, sendo chamados, nos autos, de Processos Administrativos de Gestão (PAG), tendo-se analisado, especificamente, os de número.bilautenticidade, informando o código 44941460. Para verificar as assinaturas, acosse vavw.tcu.gov

Tal TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 948/02, 659/03, 829/04, 830/04, 831/04, 833/04 e 834/04. que envolvem aquisições de livros nos exercícios financeiros de 2002 a 2004 (Anexo 1, 7 volumes). 3.4. O Sr. Encarregado do Inquérito Policial-Militar (fls. 183/203, Principal) chegou às seguintes conclusões: 3.4.1. Houve dano ao erário estimado em R$ 28.162.26; 3.4.2. Houve descontrole em iodos os PAG, mormente em sua fase de liquidação; 3.4.3. Embora não haja provas contundentes, há indícios de que tenha havido favorecimento e prática de sobrepreço no âmbito do Convite n 117/CIAA R/2004; 3.4.4. A empresa Comercial PJ Ltda. teria sido favorecida no âmbito do Convite n 1 17/CIAAR/2004 e, embora tenha sido a adjudicatária do certame e recebido o pagamento, não efetuou a entrega dos livros. 3.5. Os responsáveis, ao saberem da solução do Inquérito Policial-Militar, recolheram aos cofres públicos, voluntariamente, os valores nominais dos débitos a eles imputados (fls. 206/207 e 259/267, Principal, V.I). 3.5. O Ministério Público Militar, de modo diverso, entendeu não ter corrido a tipificação de crimes de improbidade administrativa, porém avaliou que os fatos narrados nos autos mais se adequariam aos tipos previstos no artigo 96 da Lei n 8.666/93 (fls. 563/566, Principal, V.2). Argumentou, ainda, o Parquet que. pelo fato de o Convite n 117/C1A AR/2004 ter ocorrido em 7/12/2004 e a instauração do Inquérito Policial-Militar ter ocorrido apenas em 23/5/2007. a punibilidade já estaria extinta por força da prescrição (art. 324 c/c 125, VII, ambos do CPM). 3.6. Em consulta ao sitio eletrônico do Superior Tribunal Militar, verificou-se que o processo foi arquivado em 24/7/2009 com fundamento no artigo 397 do Decreto-Lei tf 1.002/69, isto é. a denúncia não foi acatada por insuficiência de elementos (fl. 569. Principal. V.2). 4. ANÁLISE 4.1. Observando-se os documentos trazidos aos autos, é possível constatar que: 4.1.1. entre 2002 e 2006 não foram realizados inventários do acervo da biblioteca do Centro de Instrução e Adaptação da Aeronáutica (fl. 29, Principal); 4.1.2. há indícios de que ocorreu a substituição de livros, material licitado, por cartas de crédito ou outro material. (fls. 36. 54. 65, 72. 74. 76, 84 e 98, Principal); e 4.1.3. havia falhas no processo de execução da despesa no âmbito do CIAAR, visto que se acreditava ser impossível efetuar o cancelamento parcial de empenhos (f1.65. Principal). 4.2. De fato. a não realização de inventários periódicos dos bens de órgãos da Administração Pública caracteriza desobediência aos mandamentos dos artigos 94 a 96 da Lei n 4.320/64 e a substituição, na entrega, de material diferente daquele caracterizado como o objeto pretendido nas cartasconvites, representa ofensa ao princípio da vinculação ao instrumento convocatório, previsto no artigo 3 da Lei n 8.666/93. 4.3. Da análise dos autos, é possível inferir que. ao menos nos processos de pagamento analisados no âmbito desta representação, ocorriam liquidação e pagamento irregulares das despesas. A liquidação era realizada em desconformidade com a previsão do artigo 63 da Lei n 4.320/64 e o pagamento, em afronta ao artigo 62 da Lei n 4.320/64 c/c o artigo 38 do Decreto n 93.872/86. As situações apresentadas, na realidade, deveriam ter sido classificadas como restos a pagar, hipótese prevista nos incisos 1 e II do artigo 35 do Decreto n 93.872/86. 4.4. Quanto às falhas de formalização dos processos licitatórios, contrariam as disposições do artigo 38 da Lei n 8.666/93 e do artigo 24 da Lei n 9.784/99, o que já havia sido enfatizado por este Tribunal no Acórdão n 200/2001-TCU-Plenário, anterior aos fatos tidos como objeto desta representação. 4.5. Não há, nos autos, elementos que levem, necessariamente, à conclusão de que teria ocorrido favorecimento ou manipulação, não cabendo falar-se em fraude a licitações, até mesmo porque, no âmbito penal, não foi acatada a denúncia, conforme mencionado no item 3.6 desta instrução. De fato, as empresas concorrentes no Convite n 117/CIAAR/2004 não pertencem ao ramo de fornecimento de livros e cotaram exatamente os mesmos itens, o que, entretanto, não prova as alegações de fraude (fls. 674/717 e 760/763, Anexo I, V.3). 4.6. Acerca da possível prática de improbidade administrativa, é cabível lembrar que o próprio Ministério Público Militar entendeu que os fatos constatados no curso dos procedimentos investigativos não se subsumem aos tipos previstos na Lei n 8.429/92, adequando-se mormente às hipóteses previstas Para verificar as assinaturas. acesse vnvw.tcu,gov.br/autenticidade, informando o código 44941460. 2

lreb TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO no artigo 96 da Lei n 8.666/93. Não obstante, embora constem nos autos elementos indiciais de falhas cometidas no âmbito de processos licitatórios, no âmbito penal militar, a punibilidade pelo crime de inobservância de lei já se encontrava extinta, antes mesmo da instauração do Inquérito Policial-Militar, por força de prescrição. Diante de tais constatações, o MPM requereu o arquivamento dos autos (fl 563/566, Principal. V.2). 4.7. Por tratar-se o caso de instâncias, a priori, independentes, é que se aventa a possibilidade de aferir a conduta dos responsáveis em face da Lei de Licitações, uma vez que a denúncia criminal não foi acatada por insuficiência de elementos. O que se verifica da leitura dos autos é que havia, naquela unidade militar, uma razoável desordem administrativa, existindo evidências do cometimento de impropriedades em processos licitatórios e em processos de pagamento. O que se observa, entretanto, é que os responsáveis evidenciaram boa-fé ao promoverem, voluntariamente, o ressarcimento do dano calculado ainda no curso das investigações (fls. 208/215 e 260/267, Principal, V.1 ). 4.8. Uma vez evidenciada a boa-fé dos responsáveis, recomposto o erário e levando-se em consideração que as impropriedades relatadas nos autos são tratadas por este Tribunal como falhas de caráter formal, cabe abordá-las sob a óptica ordinariamente empregada por esta Corte de Contas nos processos de sua competência exclusiva. 4.9. Considerando, ainda, que o valor atualizado envolvido no Convite n 117/CIAAR/2004 montava R$ 17.550,21 em 28/10/2009, conforme a previsão do artigo 5 da IN n 56/2007, ainda que subsistisse o débito, sequer caberia falar-se em Tomada de Contas Especial. Ademais, consultando-se os processos de contas dos exercícios financeiros de 2002 a 2005, observa-se que foram julgados regulares. não existindo, sequer. determinações à unidade jurisdicionada. Resta, assim, com base em decisões anteriores deste Tribunal. fazer determinações ao Centro de Instrução e Adaptação da Aeronáutica para que se evite nova ocorrência das falhas listadas nos itens 4.1 a 4.5 desta instrução." 3. Com base nas análises e conclusões acima, a 3' Secex apresentou proposta de encaminhamento no sentido de: -5.1.1. conhecer da presente representação para. no mérito, julgá-la parcialmente procedente; 5.1.2. determinar ao Centro de Instrução e Adaptação da Aeronáutica que: a) proceda a inventários periódicos dos bens patrimoniais, atentando para os ditames dos artigos 94 a 96 da Lei n 4.320/64. entendimento jurisprudencial evidenciado pelos Acórdãos n 29/1999-TCU- Plenário. 253/2000-TCU-Plenário e 3249/2007-TCU-2' Câmara; b) ao promover licitações na modalidade convite, dirija as cartas-convites somente a interessados do ramo pertinente ao do objeto pretendido, submetendo-se ao mandamento do parágrafo 3 do artigo 22 da Lei n 8.666/93, o que já foi ordenado a unidades jurisdicionadas, do que são exemplos os Acórdãos 1355/2004, 301/2005 e 819/2005, todos do Plenário; c) exima-se de receber material diferente daquele constante dos instrumentos convocatórios, sujeitando-se ao princípio da vincttlação ao instrumento convocatório, previsto no artigo 3 da Lei n 8.666/93 e ressaltado, por exemplo, nos Acórdãos 1536/2008, 1801/2008 e 2437/2008, emanados do Pleno deste Tribunal; d) atente para a regular liquidação e para o regular pagamento das despesas, observando as previsões do artigo 63 da Lei n 4.320/64 e do artigo 62 da Lei n 4.320/64 c/c o artigo 38 do Decreto n 93.872/86, conduta prescrita pelos Acórdãos 948/2007 e 4239/2008, do Plenário; 2171/2007-TCU-l a Cântara e 985/2007-TCU-2 Câmara; e e) formalize adequadamente os processos licitatórios, em obediência ao artigo 38 da Lei n 8.666/93 c/c o artigo 24 da Lei n 9.784/99, o que constitui jurisprudência deste Tribunal, exemplificada no Acórdão nos 200/2001, 792/2002, 216/2007 e 1224/2008, todos do Pleno; 5.1.3. comunicar a Procuradoria Militar da União em Minas Gerais e o Centro de Instrução e Adaptação da Aeronáutica da decisão que vier a ser adotada; e 5.1.4. nos termos do art. 169, inciso IV, do RI/TCU, arquivar o presente processo." É o relatório..briautenticidade, informando o código 44941460. Para verificar as assinaturas, acesse wwwieu.gov

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO TC 017.24112009-3 VOTO Examina-se representação formulada pela Procuradoria da Justiça Militar em Minas Gerais acerca da ocorrência de irregularidades no âmbito da licitação Convite n 117/C1AAR/2004 e da prática de atos de improbidade administrativa ocorridos no Centro de Instrução e Adaptação da Aeronáutica, em Belo Horizonte, MG. 2. Os citados fatos foram averiguados no âmbito do Inquérito Policial-Militar n 43/2007 que, por sua vez, teve origem na Sindicância Militar n 1-C/S1J/2007, instaurada para apurar a falta de uma série de livros na Relação de Material de Uso Duradouro da biblioteca do Centro de Instrução e Adaptação da Aeronáutica. 3. Preliminarmente, sou de opinião que a presente representação deve ser conhecida por esta Corte, visto que preenche os requisitos de admissibilidade previstos no art. 237, inciso 1, do Regimento Interno e no inciso Ido art. 132 da Resolução TCU n 191/2006. 4. Quanto ao mérito, destaco do acima relatado como razões de decidir o que segue. 5 O exame dos autos mostra a ausência de elementos que levem, necessariamente, à conclusão da ocorrência de favorecimento ou de manipulação. Portanto, não resta caracterizada no caso concreto fraude a licitações. visto que, no âmbito penal. a denúncia não foi acatada. Como bem consignou a unidade técnica, o sítio eletrônico do Superior Tribunal Militar mostra que o processo foi arquivado em 24 de julho de 2009 com fundamento no art. 397 do Decreto-Lei n 1.002/69, isto é, a denúncia não foi acatada por insuficiência de elementos. 6. Sobre a possível prática de improbidade administrativa, observo que o próprio Ministério Público Militar entendeu que os fatos constatados no curso dos procedimentos investigativos não se subsumem aos tipos previstos na Lei n 8.429/92, adequando-se mormente às hipóteses previstas no art. 96 da Lei n 8.666/93. 7. No que se refere à possibilidade de aferir a conduta dos responsáveis em face da Lei de Licitações, ante a independência das instâncias, constato da leitura dos autos que existiu naquela unidade militar razoável desordem administrativa, com evidências do cometimento de impropriedades em processos licitatórios e era processos de pagamento. Todavia, acolho o posicionamento da 3n Secex no sentido de que os responsáveis evidenciaram boa-fé ao promoverem, voluntariamente, o ressarcimento do dano calculado ainda no curso das investigações. 8. Assim, evidenciada a boa-fé dos responsáveis, recomposto o erário e levando-se em consideração que as impropriedades relatadas nos autos são caracterizadas como de caráter formal, entendo oportunas e adequadas as determinações alvitradas pela 3' Secex ao Centro de Instrução e Adaptação da Aeronáutica. Com base nessa considerações, acolho a proposta de encaminhamento oferecida pela unidade técnica e VOTO no sentido de que o Tribunal adote a deliberação que ora submeto ao Colegiado. TCU, Sala das Sessões Ministro Luciano Brandão Alves de Souza, em 25 de agosto de 2010. VALMIR CAMPELO Ministro-Relator Para verificar es assinaturas, acosse www.tcu.gov.bdautenticidade, informando o código 44941476.