PALESTRA PARA O V CONGRESSO BRASILEIRO DE ALGODÃO

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Transcrição:

PALESTRA PARA O V CONGRESSO BRASILEIRO DE ALGODÃO TÍTULO: Sistema COEP de Produção de Algodão para Agricultura Familiar José Mendes de Araújo MSc Extensão Rural INTRODUÇÃO O cultivo do algodão é uma atividade agrícola de reconhecida importância socioeconômica para a Região Nordeste, tanto pela ocupação de mão de obra direto no campo e indiretamente na área urbana quanto na produção de manufaturados responsáveis pela geração de divisas para o país. A cultura é explorada por pequenos agricultores, maioria na região, onde vários municípios apresentam condições favoráveis para o cultivo do algodão, que é uma das poucas culturas que pode proporcionar boa rentabilidade ao agricultor familiar. Em função da importância dessa lavoura, o COEP articulou o Projeto Algodão Tecnologia e Cidadania em parceria com a EMBRAPA, OFICINA SOCIAL, CNPq, FINEP, CHESF, COPPE/UFRJ, objetivando a transferência de tecnologia de cultivo e a instalação de miniusinas de beneficiamento do algodão com 50 serras e prensa hidráulica, para agregar valor ao produto. O Projeto Algodão: Tecnologia e Cidadania objetiva o desenvolvimento local nas comunidades de forma associativista, direcionando todas as ações para a capacitação dos agricultores, como um processo multidimensional desenvolvendo a capacidade interativa, a adoção da tecnologia de produção e a sustentabilidade do processo produtivo mediante a agregação de valor através do beneficiamento do algodão. Entende-se que a mobilização econômica, tomando como base pequenos empreendimentos coletivos, é o caminho adequado ao resgate da cidadania.

Resultados Alcançados Instalação de 6 (Seis) unidades de beneficiamento de algodão composta de uma miniusina de 50 serras e pensa enfardadeira hidráulica. Realização de 2 (Dois) encontros de agricultores. Capacitação de 322 agricultores em técnicas de cultivo do algodão e gestão associativista. Instalação e acompanhamento de 25 unidades demonstrativas comunitárias, conduzidas em regime de sequeiro com área em torno de 1ha cada. Essas unidades foram utilizadas como instrumento metodológico para a capacitação dos agricultores servindo à realização de cursos à demonstração e discussão de tema como preparo e conservação de solos, plantio manejo cultural, controle de pragas, colheita, beneficiamento e comercialização do produto direto a indústria têxtil. Oito municípios de cinco estados do Nordeste brasileiro estão sendo beneficiados pelo projeto Algodão Tecnologia e Cidadania, cujos agricultores estão comercializando o algodão em pluma diretamente com a indústria de fiação, representando um valor agregado, além do caroço que é utilizado na alimentação animal no período de estiagem. Com isso, o rendimento do agricultor ultrapassa 60% em relação ao modelo tradicional. Tomando-se como exemplo um dos casos da comunidade Margarida Maria Alves no município de Juarez Távora PB (Tab.1), pode-se inferir a importância do beneficiamento na agregação de valor ao produto, onde em 2003, o produtor Severino Sebastião plantou 1ha de algodão, obteve uma produção de 1453 Kg. Processou toda produção vendeu a pluma e o caroço obtendo um lucro de aproximadamente de R$ 1.909,00. Caso houvesse vendido sua produção em rama seu lucro seria de aproximadamente de R$ 1139,00, ou seja, a venda do produto processado ofereceu um retorno cerca de 67% maior do que a venda em rama.

Tabela 1 Rendimentos obtidos pela venda de Algodão no Assentamento Margarida Maria Alves em 2003 Renda por item Renda Bruta Custos Prod Renda Retorno do Rama Pluma Caroço (R$) (R$) líquida (R$) invest. Área Coletiva 436,18 138,60 574,78 450,00 124,78 28% Manoel Pedro 467,06 148,40 615,46 585,00 30,46 5% Severino S. 2018,78 640,50 2.659,28 750,00 1.909,28 255% Aluizio R. 1914,56 607,60 2.522,16 750,00 1.772,16 236% Luiz R. 1254,5 398,30 1.652,80 650,00 1.002,80 154% João A. 1748,58 555,10 2.303,68 750,00 1.553,68 207% Rizeldo 1127,12 358,40 1.485,52 650,00 835,52 129% Caetano 899,38 285,60 1.184,98 650,00 534,98 82% Maria P. 744,98 236,60 981,58 620,00 361,58 58% Totais/médias 13.980,24 5.855,00 8.125,24 Na comunidade do Engenho Velho, no ano de 2003 nem todos os produtores beneficiaram seu algodão, preferindo vendê-lo em rama. Mesmo os que processaram o algodão não o fizeram com a totalidade do produto. Esse fato decorre da fase de experimentação pela qual passa o produtor. Considerando como um exemplo o caso do agricultor Antônio Filgueira, que vendeu sua produção em rama. De sua área de 1,05 ha colheu 1.300 Kg de algodão, vendendo-o a R$ 1,10/ Kg obteve uma renda de R$ 850,00. Considerando os valores de pluma na região nessa época e um valor médio de R$ 0,70 entre o valor do caroço em venda como semente ou para alimentação animal, se houvesse vendido a produção após processá-la seu lucro seria de aproximadamente R$ 1.411,00, ou seja, cerca de 66% maior. As tabelas 2 e 3 demonstram os números acima citados: Tabela 2 - Produção de algodão na comunidade de Engenho Velho em 2003 Área Produção Produtividade Produção vendida(kg) Preço de venda (R$) (ha) Total(kg) ( Kg/ha) Rama Pluma Caroço Rama Pluma Caroço José E. 0,75 750 1.000 312 167 268 1,05 3,26 1 Francisco S. 0,9 940 1.044 700 89 151 1,02 3,26 1 Francisco M. 0,5 600 1.200 200 138 260 1,05 3,26 1 Antônio F. 1,05 1300 1.238 1300 1,1 Pulga 0,9 1127 1.252 1127 1,15 José P. 0,3 420 1.400 420 1,15 José C. 0,2 130 650 130 1,15 José M. 0,9 1280 1.422 1280 0,95 Totais/médias 5,5 6547 1.190 5469 394 679 * Possíveis diferenças entre dados da coluna "Produção total" a soma das Produções de Rama, Pluma e Caroço se devem à eliminação de impurezas no processamento

Tabela 3 Rendimentos obtidos pela venda de Algodão na comunidade de Engenho Velho em 2003 Renda por item Renda Bruta Custos Prod Renda Retorno do Rama Pluma Caroço (R$) (R$) líquida (R$) invest. José E. 327,6 544,42 268 1.140 482 658 137% Francisco S. 714 290,14 151 1.155 463 692 150% Francisco M. 210 449,88 260 920 269 651 242% Antônio F. 1430 1.430 580 850 147% Pulga 1296,05 1.296 469 828 177% José P. 483 483 211 272 129% José C. 149,5 150 114 36 31% José M. 1216 1.216 523 693 133% Totais/médias 7.790 3.110 4.679 Tabela 2a: Dados de venda de algodão bruto e simulação de venda processado (Barro - CE Produtor Sr. Antônio Filgueira). Comercialização Valores unitários Renda por item (R$/Kg) (R$) Rama Pluma Caroço Rama Pluma Caroço Custos produção* Renda (R$) Líquida 1300 Kg em Rama 1,10 1430,00 580,00 850,00 1300Kg processados 3,26 0,70 1483,30 573,3 645,00 1411,60 *Custo de beneficiamento considerado: R$ 50,00/ton. Em São José de Piranhas considera-se como referência do trabalho a comunidade de Lagoa de Dentro que se integrou ao projeto nesse momento. A vivência da comunidade quanto ao cultivo e processamento do algodão permitiu uma maior confiança do agricultor e a área em 2004 subiu para cerca de 43 ha. Tabela 4 - Produção de algodão na comunidade de Lagoa de Dentro em 2003 Área(ha) Produção Produtivida Total(kg) de ( Kg/ha) Produção vendida(kg) Preço de venda (R$) Rama Pluma Caroço Rama Pluma Caroço Coletiva-L. Dentro 1,3 1700 1.308 300 518 877 1,10 3,26 1,00 Coletiva-P.Vicentes 0,35 675 1.929 252 414 3,26 1,00 Damião G. 0,3 422 1.407 155 265 3,26 1,00 Aurisberto 0,75 858 1.144 344 180 332 1,15 3,26 0,50 Avelino 1,8 1250 694 1250 1,15 Totais/médias 4,5 4905 1.090

Tabela 5 Rendimentos obtidos pela venda de Algodão na comunidade de Lagoa de Dentro em 2003 Renda por item Renda Bruta (R$) Custos Prod (R$) Renda líquida (R$) Retorno do invest. Rama Pluma Caroço Coletiva-L. Dentro 330,00 1.688,68 877,00 2.895,68 1.397,50 1.498,18 107% Coletiva-P.Vicentes 821,52 414,00 1.235,52 451,00 784,52 174% Damião G. 505,30 265,00 770,30 296,50 473,80 160% Aurisberto 395,60 586,80 166,00 1.148,40 813,85 334,55 41% Avelino 1.437,50 1.437,50 680,50 757,00 111% Totais/médias 7.487,40 3.639,35 3.848,05 Na comunidade José Rodrigues Sobrinho, integrada no ano de 2003, somente dois produtores efetuaram o beneficiamento reafirmando (tabelas 6 e 7) cada vez mais a importância do processo de experimentação por parte do agricultor frente a uma inovação tecnológica. Tabela 6 - Produção de algodão no assentamento José Rodrigues Sobrinho em 2003 Área(ha) Produção Produtividade Produção Preço de Total(kg) ( Kg/ha) vendida(kg) venda (R$) Rama Pluma Caroço Rama Pluma Caroço Área coletiva 1 810 810 291 510 3,86 0,4 Pedro R. 0,7 620 886 226 384 3,86 0,4 Francisco L. 1,5 1910 1.273 1910 1,25 Carlos A. 1 850 850 850 1,25 Francisco 1 600 600 600 1,25 Luiz C. 1,5 1700 1.133 1700 1,15 Francisco A. 0,3 310 1.033 310 1,25 Manoel P. 1 290 290 290 1,2 Manoel I. 0,6 630 1.050 630 1,5 João A. 1,5 825 550 825 1,35 Antônio S. 0,6 450 750 450 1,25 Totais/médias 10,7 8995 841 * Possíveis diferenças entre dados da coluna "Produção total" a soma das Produções de Rama, Pluma e Caroço se devem à eliminaçào de impurezas no processamento

Tabela 7 Rendimentos obtidos pela venda de Algodão no assentamento José Rodrigues Sobrinho em 2003 Renda por item Renda Custos Prod Renda Retorno do Rama Pluma Caroço Bruta (R$) (R$) líquida (R$) invest. Área coletiva 1123,26 204,00 1.327,26 549,00 778,26 142% Pedro R. 872,36 153,60 1.025,96 297,00 728,96 245% Francisco L. 2.387,50 2.387,50 725,00 1.662,50 229% Carlos A. 1.062,50 1.062,50 650,00 412,50 63% Francisco 750,00 750,00 560,00 190,00 34% Luiz C. 1.955,00 1.955,00 649,00 1.306,00 201% Francisco A. 387,50 387,50 100,00 287,50 288% Manoel P. 348,00 348,00 550,00-202,00-37% Manoel I. 945,00 945,00 360,00 585,00 163% João A. 1.113,75 1.113,75 735,00 378,75 52% Antônio S. 562,50 562,50 370,00 192,50 52% Totais/médias 11.864,97 5.545,00 6.319,97 * Possíveis diferenças entre dados da coluna "Produção total" a soma das Produções de Rama, Pluma e Caroço se devem à eliminaçào de impurezas no processamento CONCLUSÃO Diante dos resultados obtidos pode-se concluir que a adoção do beneficiamento do algodão nas comunidades, de maneira associativa, como forma de agregar valor ao produto proporciona aos pequenos agricultores a oportunidade de tornarem o cultivo do algodão uma atividade agrícola compensadora. É freqüente ainda, o número de agricultores que sentem receio em cultivar algodão devido a sua história com as secas periódicas, com o estabelecimento do bicudo do algodoeiro como praga de alto poder de destruição. Assim, é necessário um tempo relativamente longo até que, pela absorção da tecnologia de produção e, sobretudo pela vivência de experiências positivas com a cultura, o agricultor passe a acreditar no processo e gozar dos benefícios que a produção e o beneficiamento do algodão pode lhe oferecer.