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Transcrição:

A Normalização dos equipamentos e sistemas de rega e o uso eficiente da água de rega Oliveira, I; Mendes, J. e Rodrigues, B. 1 1 Centro Operativo e de Tecnologia de Regadio, Quinta da Saúde, Apartado 354, 7801-904 Beja, isaurindo.oliveira@cotr.pt Resumo Com esta comunicação pretende-se essencialmente divulgar a importância da normalização nos produtos (equipamentos), sistemas e serviços na rega, as vantagens do seu uso e a necessidade dos consumidores Regantes perceberem e exigirem que os produtos e sistemas de rega usados na sua exploração agrícola estejam de acordo com as normas respectivas, e tenham consciência que o seu uso pode representar um contributo extremamente importante no que à gestão da rega diz respeito, e assim, no uso eficiente da água na agricultura de regadio. Como documento de divulgação da normalização, no que à rega e drenagem diz respeito, far-se-á ainda referência aos Organismos de Normalização, nomeadamente aos Nacionais IPQ: Instituto Português de Qualidade (1986). Normas NP. e Internacionais ISO - Organização Internacional de Normalização (1947) - Normas ISO e CEN - Comité Europeu de Normalização (1961) - Normas EN, sendo estas últimas, quando aprovadas, de adopção obrigatórias com norma própria do país membro, anulando qualquer norma nacional que exista sobre essa matéria. Pretende-se ainda dar uma panorâmica geral sobre o processo de elaboração de uma norma relacionada com a rega, nomeadamente quem faz as normas, como se elabora uma norma, onde se podem adquirir as normas. Por fim abordar-se-ão algumas das relações com a normalização que não podem ser esquecidas durante a realização do projecto, a aquisição e instalação do sistema de rega e a gestão e manutenção dos mesmos. Palavras-chave: normalização, rega, uso eficiente da água 1 - Introdução A agricultura é, mundialmente, considerada como o maior utilizador de água, normalmente referido como da ordem dos 80 %. A par desta realidade, e apesar da sua escassez, é também um utilizador, normalmente referido como grande desperdiçador, com uma eficiência da ordem dos 50 %. Tendo em consideração esta realidade, a menor disponibilidade de água para a agricultura, o seu preço crescente, e a pressão de inúmeros sectores sobre o regadio, a sustentabilidade desta actividade dependerá de medidas interdependentes, ou processos que, entre outras coisas, conduzem a um uso eficiente da água de rega e a uma maior flexibilidade na sua disponibilização, de forma a que, com uma adequada gestão, se possa aumentar a sua produtividade. Estes grandes objectivos não são miraculosamente atingidos lançando, unicamente, mão de produtos, ou sistemas, normalmente referenciados como de alta tecnologia. Eles são, de facto, condição necessária, mas, por si sós, não são condição suficiente se, a par do desenvolvimento tecnológico realizado pelos fabricantes, não for dada igual relevância à transferência da tecnologia e ao desenvolvimento científico dos diferentes actores envolvidos, que lhes permitam tirar partido das potencialidades dos equipamentos ou sistemas. A par desta constatação, acresce ainda o facto de, rotulados com equipamentos de alta tecnologia, muitas vezes, os produtos são fabricados ou importados sem qualquer controlo, e, por isso mesmo, sem garantia de qualidade mínima, e consequentemente de durabilidade. 1

A melhoria desta situação passa pela formação, informação e cooperação entre todos os actores envolvidos neste processo. A normalização pode contribuir, e propõe já soluções, ou indica caminhos, para esta questão. No sentido de contribuir para este objectivo, esta comunicação foi concebida para, a partir do conceito de Norma, e da informação com ela relacionada, nomeadamente, o que são, para que servem, como se fazem, quais os organismos que interferem, etc, tentar mostrar a utilidade e importância das Normas em todo o processo de implementação de um sistema de rega fornecendo informação relacionada com as diferentes fases porque passa um projecto de rega, com o objectivo indicar o que é preciso ser conhecido, e qual a informação disponibilizada pelas diferentes Normas. 2 - Normalização 2.1 - O que é a Normalização A normalização é uma actividade sem objectivos lucrativos, que surge da necessidade da sociedade de intercâmbio de bens e serviços, assim como da cooperação nos campos científico, técnico, intelectual e económico. É uma actividade pública e voluntária, coordenada através de Organismos de Normalização reconhecidos, nos quais participam todos os implicados no sector correspondente: Fabricantes, Utilizadores, Administrações e Investigadores, e mediante a qual as partes interessadas alcançam acordos voluntários, não contraditórios, que se escrevem em documentos técnicos chamados Normas, nas quais aparecem as características acordadas a cumprir por um produto, um sistema, ou um serviço. A Organização Mundial do Comércio (OMC) recomenda a utilização destas normas nas transacções comerciais. 2.2 - Objectivos da Normalização As normas são a ferramenta fundamental para o desenvolvimento industrial e comercial de um país, já que servem como base para melhorar o projecto e fabricação dos produtos, a qualidade na gestão das empresas, a prestação de serviços, etc., e aumentam a competitividade nos mercados nacionais e internacionais. Também têm grande importância no trabalho de apoio aos consumidores e utilizadores, por servir de referência para se conhecer o nível de qualidade e segurança que se deve exigir aos produtos ou serviços que utilizam. Graças à normalização consegue-se: Unificar critérios técnicos e idiomáticos Garantir a qualidade e segurança dos produtos ou sistemas Controlar eficientemente os recursos naturais Eliminar as barreiras comerciais Reduzir o grau de incerteza nos mercados Proteger os interesses da comunidade e dos consumidores 2.3 - Organismos de Normalização Como se disse anteriormente, a actividade de normalização é levada a cabo por organismos de normalização reconhecidos. 2

Distinguem-se dois tipos de organismos de normalização: Organismos Nacionais - ON: Entidades reconhecidas oficialmente em cada país para desenvolver as tarefas de normalização. No quadro do Sistema Português da Qualidade (SPQ) - Decreto-Lei nº 140/2004, de 8 de Junho -, o Instituto Português de Qualidade - IPQ, como Organismo Nacional de Normalização (ONN), coordena a actividade normativa nacional, com a colaboração de Organismos de Normalização Sectorial (ONS) reconhecidos para o efeito. Na área da rega, o ex-idrha Instituto de Desenvolvimento Rural e Hidráulica, hoje Direcção Geral de Agricultura e Desenvolvimento Rural DGADR, é o ONS responsável. Organismos Internacionais - OI: Entidades reconhecidas pela Comunidade Internacional para o desenvolvimento das tarefas de normalização entre países (ex. ISO, CEN), formados pelos organismos nacionais de normalização mais representativos de cada país. Os principais organismos de normalização com que Portugal trabalha activamente são: ISO: Organização Internacional de Normalização (1947). Normas ISO. Na actualidade conta com a participação voluntária de 95 países. CEN: Comité Europeu de Normalização (1961). Normas EN. Participam todos os países da União Europeia, mais Islândia, Noruega, Suíça e República Checa. IPQ: Instituto Português de Qualidade (1986). Normas NP. Organismo nacional. Além disso existem outros organismos cujas normas também são de reconhecido prestígio: IEC: Comissão Electrotécnica internacional. CENELEC: Comité Europeu de Normalização Electrotécnica. ETSI: Instituto Europeu de Normas de Telecomunicação. ASABE: Associação Americana de Engenheiros Biológica e Rural. ASTM: Associação Americana de Ensaios e Materiais. Dentro da estrutura dos Organismos de Normalização, distinguem-se os órgãos de governo, encarregados da gestão das actividades, e os órgãos técnicos, encarregados do desenvolvimento dos trabalhos e da aprovação das normas (Fig.1). ISO/IEC Directivas MEMBROS SUBSCRITORES CORRESPONSÁVEIS Directivas. COMITÉS NACIONAIS DE NORMALIZAÇÃO FILIADOS MEMBROS DE ISO ORGANISMOS CEN/CENELEC/ ASSOCIADOS ETSI Figura 1 Esquema de ligação entre OI e ON 3

Os membros têm a capacidade de participar nos Comités Técnicos que se criam para os campos de Actividade Precisos e nos quais se desenvolvem as normas (ex: sector automóvel, sector da rega). Os organismos de normalização mantém acordos de colaboração entre si para evitar a repetição de trabalhos e tentar conseguir o desenvolvimento óptimo das normas (Fig.2). ACORDO DE VIENA ISO/IEC POLÍTICA EUROPEIA ORGANISMOS NACIONAIS DE NORMALIZAÇÃO Figura 2 Esquema de cooperação entre os organismos de normalização O acordo de Viena, que regula as relações entre ISO e CEN, estabeleceu que, antes que se inicie a feitura de qualquer norma no seio da CEN, seja previamente notificada a ISO, para evitar uma possível sobreposição com normas já existentes, ou para realizar a norma de forma conjunta entre ISO e CEN. Ambos organismos estão estreitamente relacionados com os organismos nacionais de normalização: Enquanto que toda a norma Europeia elaborada passa directamente a ser norma própria de cada país membro, anulando qualquer norma nacional que exista sobre essa matéria, a adopção das normas internacionais elaboradas na ISO não é obrigatória para os países membros desta organização. 2.4 - Quem Faz as Normas? As normas são elaboradas nos Organismos de Normalização, mais concretamente, nos COMITÉS TÉCNICOS (TC - Technical Committee) que os formam. Cada um dos TC - ocupa-se da normalização de um determinado sector, e se estes têm um campo de aplicação demasiado amplo podem-se dividir em Sub-comités (SC) que actuam como comités técnicos independentes, cobrindo os diversos aspectos do sector. Os TC - são formados por um Presidente, um Secretário, encarregado de planificar o trabalho, e especialistas do sector, que se agrupam em Grupos de Trabalho (WG - Working Groups) específicos, que elaboram e revêem as normas. Nos Organismos de Normalização Internacionais, os membros dos - TC - têm que estar acreditados pelos seus correspondentes Organismos de Normalização Nacionais que, no caso português, é o IPQ. 4

Existem "liasons", que são acordos entre - TC - relacionados do mesmo, ou distintos Organismos de Normalização ou, inclusivamente, com outras instituições de interesse para o desenvolvimento das normas. O trabalho que se realiza nos - TC - tem como resultado, não só a realização de normas, (objectivo fundamental), com também as modificações necessárias nas normas publicadas, devido à existência de um erro detectado, ou pela necessidade de aclarar qualquer ponto. Além disso, realizam obrigatoriamente revisões cada 5 anos. Dentro dos TC -, podem elaborar-se Informações Técnicas, que são: Projectos de normas sobre os quais não foi possível chegar a consenso; Pormenorização dos temas que estão em progresso técnico; Documento de onde se recopiam dados como informação. Relativamente ao Sector da Rega, o organigrama dos TC - que trabalham no desenvolvimento das normas de equipamentos e sistemas de rega, tanto a nível internacional (ISO e CEN), como nacional (IPQ) é o seguinte. ISO/TC23/SC18 "Equipamentos de rega e drenagem" Na ISO, as normas do sector de rega desenvolvem-se no - TC23 "Tractores e Maquinaria Agrícola e Florestal" -, mais concretamente no SC18 "Equipamento de Rega e Drenagem"-, cuja Secretaria é coordenada pelo Instituto de Normalização de Israel. Os trabalhos activos actualmente dividem-se nos distintos Grupos de Trabalho (WG) que figuram no esquema da Fig.3. TC 23 TRACTORS AND MACHINERY FOR AGRICULTURE AND FORESTRY Secretaria - ISRAEL SUBCOMITÉ 18 "Equipamento de Rega e Drenagem Secretaria - ISRAEL WG1 Irrigation Equipment: Pressurized Irrigation Equipment Definitions WG 3 Irrigation Sprinklers WG 4 Laboratory Test Equipment for Irrigation WG 5 Microirrigation Emitter Clogging Test Procedure Ad Hoc Group (AHG) Strandardization of Surface Irrigation Equipment Figura 3 Esquema de funcionamento dos WG no seio da TC 23 WG1- encarregue da elaboração de uma Informação Técnica com as definições de todos os termos directa ou indirectamente relacionados com o rega. 5

WG3 - encarregue da revisão e ampliação das normas relacionadas com a aspersão. WG4 - encarregue da elaboração de uma Informação Técnica que defina o equipamento necessário em laboratório para o ensaio de materiais e equipamentos de rega. WG5 - encarregue do desenvolvimento de uma norma sobre o método de campo para determinar o entupimento dos emissores. AHG (Ad Hoc Group - grupo de especialistas reunidos dentro de um TC - para justificar perante a Secretaria do mesmo a sua passagem a WG para a realização de uma norma); neste caso trabalha-se na necessidade da normalização da rega por superfície. CEN/TC334 "Técnicas de rega" A Secretária deste comité é ocupada pela AENOR (Espanha) desde Novembro de 2002. Neste TC desenvolvem-se as normas sobre sistemas de rega, através das quais se especificam as características e métodos de ensaio de enroladores, pivots e lateraismóveis, sistemas de aspersão, rega de zonas verdes, rega localizada, acessórios de tubagens, hidrantes, contadores de agua de rega, telecontrolo de zonas regáveis e normas sobre o cálculo e/o determinação da pluviometria dos sistemas de rega (Fig.4). TC 334 IRRIGATION TECHNIQUES Secretaria - AENOR WG1 Reel Machines WG 3 Solid-set Sprinklers Systems WG 5 Micro-irrigation WG 7 Accessories and Fittings WG 2 Centre Pivots and Moving Laterals WG 4 Atomic Turf Irrigation Systems WG 5 Water Supply. Buried and Surface Pipes WG 8 Irrigation Intensity WG 9 Remote Monitoring and Control for Irrigation Systems Figura 4 Esquema de funcionamento dos WG no seio da TC 334 6

IPQ/IDRHA.ONS/CT2 No Instituto Português da Qualidade a maioria da normativa relacionada com o sector do rega desenvolve-se, por delegação, no Organismo de Normalização Sectorial ONS - para esta área, que é o ex-idrha, actualmente Direcção Geral de Agricultura e Desenvolvimento Rural, através da Comissão Técnica número 2 - CT2 "Tractores e Máquinas Agrícolas" (Fig.5). CT2 TRACTORES E MÁQUINAS AGRÍCOLAS Secretaria - DGADR Figura 5 Esquema de funcionamento do CT2 no seio do IPQ 2.5 - O Que São as Normas? Uma norma é um documento técnico que estabelece as características de um produto, ou sistema, como resultado da experiência adquirida ao longo de diversos anos de trabalho no sector. Qualquer norma: É considerada uma referência idónea do mercado a que se destina, sendo, por isso, usada em processos: de fabrico, de legislação, de acreditação, de certificação, de metrologia, de informação técnica, e nas relações comerciais Cliente - Fornecedor. Tem que ser estabelecida por consenso entre todas as partes implicadas no mesmo e servirão para proporcionar os máximos benefícios para a comunidade. Deve estar aprovada dentro de um Organismo de Normalização reconhecido, que garanta a sua vigência no tempo e onde se façam as modificações e revisões necessárias. Por definição, as Normas são, em princípio, voluntárias, salvo se exista um diploma legal que as torne de cumprimento obrigatório. 2.6 - Como se elabora uma norma? A primeira análise, no momento de criar uma norma, é conhecer a existência de um vazio normativo no campo que se quer normalizar e, posteriormente, seleccionar o Organismo que esteja interessado em publicá-la. Para a elaboração de uma norma internacional segue-se o procedimento apresentado na Fig.6. Como se pode observar no esquema da Fig.6, as fases de elaboração de uma norma internacional são paralelas dentro de ISO e da CEN. A primeira parte do trabalho consiste, uma vez definido o tema a normalizar, na procura de toda a informação existente sobre o dito tema, e na elaboração de um documento no qual se fundamenta, perante o Comité Técnico (TC) ou Subcomité (SC) correspondente, a necessidade de começar este trabalho de normalização. Uma vez aprovado pelo - TC ou SC - o novo tema de trabalho (WI Work Item, ou NP New Proposal), cria-se um Grupo de Trabalho, ou adjudica-se a um já existente, a tarefa de começar a 7

realizar a primeira versão da futura norma (WD Working Draft, ou Draft European Standard ). Quando esta primeira versão de norma está definida, submete-se a um inquérito dentro do - TC - de forma que, com os comentários que se recebam, se obtenha uma versão definitiva (CD Committee Draft ou pren), que será submetida a votos dentro do - TC ou SC - respectivo até chegar a ser uma norma ISO ou EN. Elaboração de uma Norma Trabalho Preliminar PWI Preliminary Work Item Proposta NP New Proposal Preparação WD Working Draft Committee Draft Votação: 3 a 6 meses Período de Consulta DIS Draft International Standard Votação: 5 meses Aprovação FDIS Final Draft International Standard Votação: 3 a 6 meses Publicação IS ou ISO International Standard Elaboração de uma Norma CEN Trabalho Preliminar WI Work Item Proposta Draft European Standard Proposta NP New Proposal Consulta na CEN Votação: 6 meses pren Voto Formal Votação: 2 + 1 meses Publicação EN Norma Europeia REVISÃO Figura 6 Esquema de elaboração de uma Norma Nas votações, para passar de CD a DIS ( Draft International Standard ), de DIS a FDIS ( Final Draft International Standard ), e inquérito no seio do CEN, poder-se-ão realizar, por parte dos membros do - TC ou SC - correspondente, comentários de tipo técnico e editorial, que o WG que elabora a norma se encarregará de avaliar e aceitar ou rejeitar justificadamente. Contudo, na última votação, em que se passa de FDIS a Norma ISO, ou fase de Voto Formal no CEN, só se podem realizar comentários editoriais. Uma versão de uma norma não têm obrigatoriamente que chegar a ser norma, pode não ser alcançado um consenso entre os membros do - TC/SC - e a versão, tal como foi dito anteriormente, passa a ser uma Informação Técnica: TR ( Technical Report ). As normas são revista cada 5 anos, enviando-se um questionário-tipo onde se informa o TC -, ao qual pertence a norma, sobre a utilidade e importância da dita norma no sector e sua necessidade de actualização, ou simplesmente de reafirmar a sua validade. No caso de que seja 8

necessário modificá-la, seguir-se-á um processo idêntico ao da realização das normas desde a fase de CD ou pren. 2.7 A quem interessam as Normas? As normas interessam a todos os que, de uma forma directa ou indirecta, utilizam equipamentos ou sistemas de rega, nomeadamente: Utilizadores, instaladores e serviços que prestam assistência técnica; Laboratórios de testes sobre o desempenho dos equipamentos; Fabricantes e fornecedores; Entidades que têm a seu cargo as decisões, o financiamento e a segurança (seguros). 2.8 - Actividades Relacionadas com a Normalização Relacionado com a normalização existem dois conceitos que vale a pena reter: CERTIFICAÇÃO: Emissão de justificativo pelo cumprimento de uma normativa, que pode ser de produto, processo ou serviço, emitido por uma empresa acreditada. ACREDITAÇÃO: reconhecimento da competência técnica dos agentes de avaliação da conformidade (entidades que efectuam calibrações, ensaios, inspecções e certificações) de acordo com referenciais internacionais. O Instituto Português de Acreditação, I.P. (IPAC) é a entidade portuguesa com funções de organismo nacional de acreditação. A acreditação diferencia-se da certificação por não só exigir um sistema da qualidade, mas ainda requerer a necessária competência técnica para garantir confiança nos resultados e produtos das actividades acreditadas. HOMOLOGAÇÃO: Processo obrigatório, realizado por uma autoridade oficial, não de normalização, para provar que um produto, processo ou serviço, cumpre com as regulamentações técnicas vigentes, e verifica que é válido para a função a realizar e, portanto, pode ser comercializável. 2.9 Aplicabilidade das Normas Apesar da utilidade reconhecida, existe um conjunto de circunstâncias que faz com que as normas disponíveis (ver anexo no fim do documento) não sejam conhecidas, ou sendo-o, não sejam directamente utilizadas, ou não sejam tidas em conta por um número significativo de agentes ligados ao sector da rega (Baudequin, D. e B. Molle 1 ) Na maioria dos casos, pode considerar-se que os principais motivos para a falta de utilização das normas estão relacionados com: Falta de informação sobre as mesmas, seus objectivos, e qual a importância que elas podem ter no dia a dia de um sistema de rega, desde a sua concepção, até à sua exploração, manutenção e conservação; 1 D. Baudequin, B. Molle Is Standadization a Solution to Improve the Sustainability of Irrigated Agriculture?. With the support of ISO/TC 23/SC 183, CEN/TC 3344. 9

Sentimentos ou convicções de que apenas servem para colocar entraves aos utilizadores sem qualquer benefício; Especificações e classificações, possivelmente não perfeitamente ajustadas às situações reais; Diferenciações desnecessárias e confusas, que, por vezes, parecem artificiais, entre produtos que podem ser estabelecidas com base em sub-conceitos, ou em limites arbitrariamente incluídos nas definições, como por exemplo, entre emissores usados na microrrega (que cobre a microaspersão, jets, e microsprayers ), sprayers e aspersores; Objectivo das normas por vezes muito comprido e complicado; Este tipo de causas tem, normalmente, como contrapartida, uma reacção negativa por parte dos diversos agentes que, na maioria dos casos, e no que a esta área diz respeito, consideram a sua existência, ou a sua aplicabilidade, como um entrave ao normal desenvolvimento do processo. A percepção deste fenómeno deverá ser tido em conta no desenvolvimento do regadio, pelo que deverá ser feito um esforço, de modo a que se permita mostrar a sua utilidade de todos os actores, e transformá-las numa ferramenta de aumento do nível de qualidade do serviço realizado e, assim, possa, progressivamente, ser adaptada em termos da política de qualidade, tal como se verifica em outros inúmeros sectores da sociedade. No sentido de contribuir para este objectivo, e na sequência de um dos objectivos do Sub-comité da ISO - ISO/TC23/SC18 "Equipamentos de rega e drenagem" -, O COTR está a elaborar um documento que, a partir do conceito de Norma, e da informação com ela relacionada, tentar, por um lado, mostrar a utilidade e importância das Normas em todo o processo de implementação de um sistema de rega, e por outro, tendo presente o conjunto de Normas existentes, relacionadas com produtos ou sistemas de rega, fornecer informação relacionada com as diferentes fases porque passa um projecto de rega, com o objectivo de indicar o que é preciso ser conhecido, como forma de projectar, ajudar a escolher, a controlar, a gerir e a testar os diversos equipamentos e, ou sistemas de rega. Através desse documento, para cada produto e/ou sistema, será disponibilizada a informação organizada de acordo com as diferentes fases porque passa um projecto, ou seja: Ao nível do projecto: Quais as Normas relacionadas com o produto e/ou sistema Objectivo da Norma considerada de referência O que a norma define, o que deve saber sobre o produto e/ou sistema quando faz o projecto Ao nível da aquisição, instalação do equipamento: O que a norma define como a informação que deve acompanhar o produto e/ou sistema (catálogos) Ao nível da exploração do sistema de rega: Gestão da Rega Manutenção e conservação do sistema de rega Avaliação do Desempenho de sistema de rega Quais as Normas relacionadas com a avaliação do tipo de sistema Objectivo da Norma considerada de referência 10

O que a norma define, como aplicar a metodologia defina pela norma para avaliar o sistema Teste laboratorial do produto e/ou sistema Laboratórios de Testes de Equipamentos de Rega Qual a Norma que especifica as competências para os Laboratórios de testes e calibração Objectivos da Norma Qual a Norma que configura o Laboratório Objectivo da Norma Quais as Normas que especificam as metodologias a usar para testar o /ou sistema Objectivos da Norma Referência às metodologias e ao tipo de testes que deverão ser realizados 2.10 Agradecimentos e Mais Informação Os autores agradecem Imelda Pinilla Herrero e Patricia Piñuela Martín técnicas respectivamente do Centro Nacional de Riegos (Madrid) CENTER e Associação Española de Fabricantes de Rega AFRE a informação publicada num documento escrito por ambas com o título La normalización en el sector del Riego, Necesaria o innecesaria?, que serviu de base para esta comunicação Poder-se-á obter mais informação sobre estas matérias nos seguintes endereços electrónicos: www.ipq.pt www.cenorm.be www.iso.ch 3 - Conclusões Porque as Normas: SÃO documentos úteis e reais, nos quais se especificam as características que devem ter os produtos, sistemas ou serviços; PROTEGEM os interesses da comunidade e dos consumidores; MELHORAM a sustentabilidade da agricultura, contribuindo para o aumento da produtividade da água através do adequamento do sistema ao objectivo em vista e do aumento da durabilidade do sistema; CONTROLAM eficientemente os recursos naturais; GARANTEM a qualidade e SEGURANÇA dos produtos ou sistemas; AUMENTAM a eficiência dos incentivos estatais ao desenvolvimento; ELIMINAM as barreiras comerciais; UNIFICAM critérios técnicos e idiomáticos; FACILITAM a transferência de tecnologia e as comunicações entre os diferentes actores no processo da rega; REDUZEM o grau de incerteza dos mercados. considera-se imprescindível que, dentro do sector do rega, se lhe confira a importância necessária a esta actividade, e se consiga um compromisso duradoiro na sua elaboração e correcção. 11

ANEXO NORMAS ISO E CEN EXISTENTES SORE REGA ISO 7714:2000 Agricultural irrigation equipment - Volumetric valves - General requirements and test methods ISO 7749-1:1995 Agricultural irrigation equipment - Rotating sprinklers - Part 1: Design and operational requirements ISO 7749-2:1995 Agricultural irrigation equipment - Rotating sprinklers - Part 1: Test for sprinklers ISO 8026:1995 Agricultural irrigation equipment - Sprayers - General requirements and test methods ISO 8026:1995/Amd 1:2000 ISO/TR 8059:1986 Irrigation equipment - Automatic irrigation systems - Hydraulic control ISO 8224-1:2003 Traveller irrigation machines - Part 1: Operational characteristics and laboratory and field test methods ISO 8224-2:1991 Traveller irrigation machines - Part 2: Softwall hose and couplings - Test methods ISO 8779:1992 PE pipes specifications ISO 8796:1989 PE pipes cracks induced by fittings ISO 9261:2004 Agricultural irrigation equipment - Emitters and emitting pipe - Specification and test methods ISO 9625:1993 Fittings for PE pipes ISO 9635:1990 Irrigation equipment - Hydraulically operated irrigation valves ISO 9644:1993 Agricultural irrigation equipment - Pressure losses in irrigation valves - Test method ISO 9644:1993/Amd 1:1998 ISO 9911:1993 Agricultural irrigation equipment -- Manually operated small plastics valves ISO 9912-1:2004 Agricultural irrigation equipment -- Filters for micro-irrigation -- Part 1: Terms, definitions and classification ISO 9912-2:1992 Agricultural irrigation equipment -- Filters -- Part 2: Strainer-type filters ISO 9912-3:1992 Agricultural irrigation equipment -- Filters -- Part 3: Automatic self-cleaning strainertype filters ISO 9952:1993 Agricultural irrigation equipment-- Check valves ISO 10522:1993 Agricultural irrigation equipment -- Direct-acting pressure-regulating valves ISO 11419:1997 Agricultural irrigation equipment -- Float type air release valves ISO 11545:2001 Agricultural irrigation equipment -- Centre-pivot and moving lateral irrigation machines with sprayer or sprinkler nozzles -- Determination of uniformity of water distribution ISO 11678:1996 Agricultural irrigation equipment -- Aluminium irrigation tubes ISO 11738:2000 Agricultural irrigation equipment -- Control heads ISO 12374:1995 Agricultural irrigation -- Wiring and equipment for electrically driven or controlled irrigation machines ISO 13457:2000 Agricultural irrigation equipment -- Water-driven chemical injector pumps ISO 13458:2000 injector tank units ISO 13460:1998 Agricultural irrigation equipment -- Plastics saddles for polyethylene pressure pipes ISO 15081:2005 Agricultural irrigation equipment -- Graphical symbols for pressurized irrigation systems ISO/TR 15155:2005 Test facilities for agricultural irrigation equipment ISO 15873:2002 Irrigation equipment -- Differential pressure Venturi-type liquid additive injectors ISO 15886-1:2004 Agricultural irrigation equipment -- Sprinklers -- Part 1: Definition of terms and classification ISO 15886-2:2004 Agricultural irrigation equipment -- Sprinklers -- Part 2: Design and Operational Requirements ISO 15886-3:2004 Agricultural irrigation equipment -- Sprinklers Part 3 : Characterization of distribution and test methods ISO 15886-4:2004 Agricultural irrigation equipment -- Sprinklers Part 4 : Durability and operation with loaded water 12

ISO 16149:2006 Agricultural irrigation equipment PVC above-ground low-pressure surface irrigation pipe Specifications and test method CEN/TC 334 Irrigation techniques Issued CEN/TC 334 Reel machines EN12324-1:1993 Reel machine systems - Part 1: Size series EN 12324-2:1998 Specifications of polyethylene tubes for reel machines EN 12324-3:1999 Presentation of characteristics EN 12324-4:1999 Check list of user requirements EN 908:1996 Agricultural and forestry machinery Hose reel type irrigation machines -Safety CEN/TC 334/WG 2 Centre pivot and moving laterals EN 12325-1:1999 Presentation of the technical characteristics EN 12325-2:1999 Minimum performances and technical characteristics EN 12325-3:1999 Terminology and classification EN 909:1996 Centre pivot and moving lateral type irrigation machines -Safety CEN/TC 334/WG 3 Solid set sprinkler systems EN 12742-1:2001 Selection, design, planning and installation EN 12742-2:2001 Test methods CEN/TC 334/WG 4 Automatic turf irrigation systems EN 12484-1:1999 Definition of the programme of equipment by the owner EN 12484-2:2000 Design and definition of typical templates EN 12484-3:2000 Automatic control and system management EN 12484-4:2001 Installation, acceptance and safety EN 12484-5:2001 Testing methods of systems CEN/TC 334/WG 5 Micro-irrigation - Terminology and data to be supplied by the manufacturer CEN/TC 334/WG 6 Water supply. Buried and surface pipes EN 13997:1999 Technical characteristics and testing EN XXXX:2002 Hydraulic connection and control accessories for use in irrigation systems - Characteristics and testing CEN/TC 334/WG 7 Accessories and fittings EN 14267:2002 Irrigation hydrants EN 14268:2002 Meters for irrigation water CEN/TC 334/WG 8 Irrigation intensity EN 14049:2003 Water application intensity - Calculation principles and measurement methods 13