AO 1º JUIZADO ESPECIAL FEDERAL DA SUBSEÇÃO JUDICIÁRIA DE VOLTA REDONDA/RJ.

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Transcrição:

AO 1º JUIZADO ESPECIAL FEDERAL DA SUBSEÇÃO JUDICIÁRIA DE VOLTA REDONDA/RJ. Fls 160 Processo: nº 0030307-41.2016.4.02.5154 PAJ 2014/071-00686 NILO RAMOS VIEIRA, devidamente qualificado nos autos da AÇÃO PREVIDENCIÁRIA que move em face do INSS, processo em epígrafe, vem manifestar seu interesse em recorrer da sentença, através do presente RECURSO INOMINADO, fundamentado nas razões anexas, para apreciação pela Egrégia Turma Recursal. Nestes Termos, pede o deferimento. Volta Redonda, 29 de Julho de 2016. Claudio Luiz dos Santos Defensor Público Federal 1

Fls 161 RAZÕES DE RECURSO Processo: nº0030307-41.2016.4.02.5154 PAJ: 2014/007-00686 Recorrente: NILO RAMOS VIEIRA Recorrido: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS Egrégia Turma Recursal e Eméritos Julgadores, 1. DA SÍNTESE DOS FATOS Trata-se de ação previdenciária objetivando a concessão de auxílio-doença, ou, alternativamente, concessão de aposentadoria por invalidez, assim como o pagamento de eventuais parcelas vencidas ou vincendas, devidamente atualizadas. Encerrada a instrução processual, o Juiz sentenciante julgou improcedente o pedido, ao argumento de o recorrente não preencher os requisitos para a concessão do benefício, especificamente quanto à qualidade de segurado. 2. DAS RAZÕES PARA A REFORMA (OU ANULAÇÃO) DA SENTENÇA. DA NÃO OBSERVÂNCIA DOS PRINCÍPIOS DO CONTRADITÓRIO E DA AMPLA DEFESA. DA INCONTROVERSA INCAPACIDADE LABORAL. DA QUALIDADE DE SEGURADO E DO CUMPRIMENTO DA CARÊNCIA EXIGIDA. Como a seguir será demonstrado, não andou bem o Magistrado a quo. É incontroversa a condição de incapacidade total e temporária do 2

Recorrente, não impondo o INSS qualquer objeção ao reconhecimento de tal requisito. No entanto, o magistrado não reconheceu o preenchimento de outro requisito essencial à concessão do benefício de auxílio-doença ou aposentadoria por invalidez, qual seja, a comprovação da qualidade de segurado, sendo esse o único óbice à concessão do benefício. Assim constou na sentença: Fls 162 [...]Não há informação nos autos sobre se o autor recebeu o seguro desemprego, em relação ao último vínculo, encerrado em 06/10/2011. As informações constantes do sítio do Ministério, do Trabalho e Emprego, abaixo, indicam somente que houve um indeferimento, pelo motivo mais de 02 anos da data da demissão/suspensão. [...] [...]De todo modo, o autor não faz jus às hipóteses de prolongação do período de graça, constantes dos 1º e 2º do art. 15 da LBPS. O recebimento do seguro desemprego significa a inscrição automática no cadastro de desempregados do Ministério do Trabalho (Lei 7.998/1990, art. 8º, I). A parte autora defende que a condição de desempregado pode ser comprovada por outros meios. No entanto, o autor não ofereceu qualquer comprovação nesse sentido. [...] [...]Logo, o autor perdeu a qualidade de segurado em 16/01/2013, um dia após o vencimento da contribuição de 12/2012, a primeira exigível após o período de graça a que faz jus, de 12 meses. Assim, na data de início da incapacidade, 14/10/2013, o autor não detinha a qualidade de segurado. [...] Essa a razão que levou o Juízo a julgar improcedente os pedidos formulados, qual seja, o fato de não se ter sido comprovada a condição de desemprego, para que faça jus a prolongação do período de graça, constantes dos 1º e 2º do art. 15 da LBPS. 3

Em primeiro lugar, é necessário registrar que a DPU arrolou 3 (três) testemunhas visando demonstrar justamente a condição de desemprego do recorrente, conforme se vê de fl. 08. Fls 163 Em suma: levando-se em conta a situação de desemprego comprovado por sua CTPS e CNIS (bem como através das testemunhas abaixo arroladas), bem como o fato de o Autor possuir mais de 120 (cento e vinte) contribuições vertidas ao RGPS nos períodos anteriores somados, constata-se a prorrogação do período de graça suficiente a alcançar a data de até 01/12/2014, o que invalida a negativa do INSS. ( fl. 03). Como já exposto na inicial, não se faz necessário o rigor do registro no órgão do Ministério do Trabalho, não podendo este ser considerado como o único meio de prova. Esta afirmação pode ser confirmada através de jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça (STJ): PREVIDENCIÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. MANUTENÇÃO DA QUALIDADE DE SEGURADO. ART. 15 DA LEI 8.213/91. CONDIÇÃO DE DESEMPREGADO. DISPENSA DO REGISTRO PERANTE O MINISTÉRIO DO TRABALHO E DA PREVIDÊNCIA SOCIAL QUANDO FOR COMPROVADA A SITUAÇÃO DE DESEMPREGO POR OUTRAS PROVAS CONSTANTES DOS AUTOS. PRINCÍPIO DO LIVRE CONVENCIMENTO MOTIVADO DO JUIZ. RECURSO DO INSS DESPROVIDO. 1. A Terceira Seção desta Corte, no julgamento do Incidente de Uniformização de Interpretação de Lei Federal (Pet 7.115/PR, DJe 6.4.2010) pacificou o entendimento de que o registro no Ministério do Trabalho não deve ser tido como o único meio de prova da condição de desempregado do segurado, especialmente considerando que, em âmbito judicial, prevalece o livre convencimento motivado do Juiz e não o sistema de tarifação legal de provas. Assim, o registro perante o Ministério do Trabalho e da Previdência Social poderá ser suprido quando for comprovada tal situação por outras provas constantes dos autos, inclusive a testemunhal. 2. A ausência de anotação laboral na CTPS do autor não é suficiente para comprovar a sua situação de desemprego, já que não afasta a possibilidade do exercício de atividade remunerada na informalidade. 3. Tendo o Tribunal a quo considerado mantida a condição de segurado do autor em face da situação 4

de desemprego apenas com base no registro na CTPS da data de sua saída no emprego, bem como na ausência de registros posteriores, devem os autos retornar à origem para que seja oportunizada à parte a produção de prova da sua condição de desempregado. 4. Agravo Regimental do INSS desprovido. Fls 164 Assim, verifica-se que o Recorrente faz jus ao recebimento do benefício desde o mês de Junho/2014, devendo a sentença do juízo a quo ser reformada. Se assim não entender Vossas Excelências, a sentença deve ser então anulada, tendo em conta o cerceamento de defesa acima demonstrado. 3. DO ERROR IN PROCEDENDO. DA VIOLAÇÃO AO DEVIDO PROCESSO LEGAL. DO CERCEAMENTO DE DEFESA. DA NULIDADE PELA AUSÊNCIA DE APRECIAÇÃO DE PRODUÇÃO DE PORVA TESTEMUNHAL REQUISITADA NA INICIAL. O erro in procedendo, como é cediço, consiste no erro de o Juízo a quo não observar o iter procedimental. No caso, além de não permitir a produção de prova necessária e não observa os requisitos formais necessários para a prática do ato. O Magistrado de piso não apreciou o requerimento de realização de prova que possibilitaria identificar a qualidade de pessoa em situação de desemprego, para que fique comprovado que o autor faz jus a prorrogação do período de graça. Com efeito, a não apreciação do pedido de prova testemunhal, enseja nulidade absoluta. Esse entendimento é o perfilhado na jurisprudência pátria, conforme se vê das ementas colacionadas a seguir: PREVIDENCIÁRIO. PROCESSUAL CIVIL. TRABALHADOR RURAL. TEMPO DE SERVIÇO. NÃO APRECIAÇÃO DE PEDIDO DE PRODUÇÃO DE PROVA TESTEMUNHAL NECESSÁRIA. NULIDADE. 1. A falta de pronunciamento do juiz quanto às provas requeridas pelas partes é causa de nulidade da sentença. 2. Apelação provida. Sentença anulada. PREVIDENCIÁRIO. PROCESSUAL CIVIL. TRABALHADOR RURAL. TEMPO DE SERVIÇO. NÃO APRECIAÇÃO DE PEDIDO DE PRODUÇÃO DE PROVA TESTEMUNHAL NECESSÁRIA. NULIDADE. 1. A 5

falta de pronunciamento do juiz quanto às provas requeridas pelas partes é causa de nulidade da sentença. 2. Apelação provida. Sentença anulada. (AC 1997.01.00.008019-0/MG, Rel. Juíza Magnólia Silva Da Gama E Souza (conv), Primeira Turma Suplementar,DJ p.553 de 16/07/2001) (TRF-1 - AC: 8019 MG 1997.01.00.008019-0, Relator: JUÍZA MAGNÓLIA SILVA DA GAMA E SOUZA (CONV.), Data de Julgamento: 21/06/2001, PRIMEIRA TURMA SUPLEMENTAR, Data de Publicação: 16/07/2001 DJ p.553) Fls 165 Enfim, qualquer obstáculo que impeça uma das partes de se defender da forma legalmente permitida gera o cerceamento da defesa, causando a nulidade do ato e dos que se seguirem, por violar os princípios constitucionais do Devido Processo Legal, do contraditório e da ampla defesa, tendo em vista a não apreciação do pedido de prova testemunhal. De fato, somente após a devida audiência de instrução e julgamento será possível reconhecer a qualidade de segurado do autor, visto que com isso será possível provar sua condição de desemprego, com isso fica claro que a inercia de se manifestar sobre o pedido de produção de prova testemunhal, prejudicou o autor, lhe causando cerceamento de sua defesa. Destarte, não deve subsistir a d. sentença, impondo-se a sua anulação, eis que agiu o Magistrado em erro in procedendo, na medida em que não oportunizou a Recorrente demonstrar a condição de desemprego posterior ao seu último vínculo empregatício datado de 06/10/2011, evidenciando odioso cerceamento de defesa. 4. DA ANTECIPAÇÃO DOS EFEITOS DA TUTELA EM SEDE RECURSAL É sabido que, para o deferimento da antecipação dos efeitos da tutela jurisdicional pretendida pela Recorrente, é mister que os nobres julgadores se convençam da verossimilhança da alegação, com base na prova inequívoca do seu direito, além de se fazer necessária a presença do fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação, conforme reza o artigo 300 do Novo Código de Processo Civil. Nesse sentido, conforme segue, estão presentes os requisitos para a concessão da antecipação de tutela na via recursal, a fim de que seja, imediatamente, concedido o benefício almejado pela Recorrente. 6

Verifica-se que o primeiro requisito (verossimilhança das alegações) está preenchido, uma vez que a Recorrente instruiu a petição inicial com documentação que aponta para um só sentido, qual seja, o preenchimento de todos os pressupostos para o deferimento do benefício pleiteado, sendo, portanto, a prova inequívoca ou unívoca, como exige a lei, tendo sido demonstrada a incapacidade laboral e a qualidade de segurado. Faz-se imperioso o imediato exame do pedido de antecipação da tutela, sob pena de configurar-se dano irreparável ao direito da Recorrente e seus familiares, a reclamar inadiável decisão sobre tal objeto da demanda. Todos os documentos apresentados, são bastantes para discriminar a patologias que acometem a Recorrente, dando conta da necessidade premente do estabelecimento do auxílio-doença ou da concessão de aposentadoria por invalidez, sob pena de dano irreparável a sua saúde. Dessa forma, tudo revela que a moléstia que acomete a Recorrente só tende a se agravar com o passar do tempo e com o avanço da idade, possuindo, infelizmente, natureza irreversível. O perigo na demora está evidenciado na própria natureza das verbas oriundas do benefício pleiteado, qual seja, NATUREZA ALIMENTAR. Ad argumentandum tantum, não há de se invocar, uma suposta irreversibilidade do provimento jurisdicional, haja vista que em um juízo de proporcionalidade, deve-se prestigiar o direito à saúde, à vida e a dignidade da pessoa humana em detrimento de danos patrimoniais ínfimos ao erário público. Nesse particular, o egrégio Superior Tribunal de Justiça, no RESP 144656, 2ª Turma, já decidiu o que abaixo se transcreve: a exigência de irreversibilidade inserta no par.2º do art.273 do CPC não pode ser levada ao extremo, sob pena de o instituto da tutela antecipatória não cumprir a relevante missão a que se destina.. Se o legislador brasileiro colocou à disposição do sistema uma alternativa para mitigar os efeitos da espera pela decisão definitiva, através da utilização do instituto da tutela antecipada, há que se lançar mão do mesmo para a efetivação do direito, por ser medida de justiça. Fls 166 7

Destarte, frente à realidade da Recorrente, tendo em vista o CARÁTER ALIMENTAR DO BENEFÍCIO, bem como diante da sua manifesta HIPOSSUFICIÊNCIA, resta atendido de forma integral o requisito do art.300 do NCPC (art. 273, I, do CPC/1973), razão pela qual deve ser determinado ao INSS a imediata concessão da aposentadoria por invalidez ou o estabelecimento do auxílio-doença à Recorrente. Fls 167 5. DO PREQUESTIONAMENTO O não provimento do presente recurso implicará em afronta ao que preconizam os artigos 1, inciso III; 5, caput e incisos XXXV, LIV, LV e LVI; 93, inciso IX; 193; 194; e 201, inciso I, todos da CRFB/88, dispositivos desde já prequestionados com a finalidade de possibilitar a interposição de eventual Recurso Extraordinário perante o Supremo Tribunal Federal. Pugna a Recorrente pela manifestação dos eminentes membros desta E. Turma acerca dos direitos invocados por estes referidos dispositivos. 6. DOS REQUERIMENTOS para: Em face do exposto, requer que seja conhecido e provido o presente recurso 1) seja concedida a ANTECIPAÇÃO DOS EFEITOS DA TUTELA em sede recursal, para que a Recorrida conceda, imediatamente, auxílio-doença, ou aposentadoria por invalidez à Recorrente, conforme se entenda o grau da sua incapacidade, tendo em vista a natureza alimentar do benefício previdenciário e a iminência de dano irreparável ou de difícil reparação que possa a mesma sofrer; 2) REFORMAR a sentença, confirmando a decisão que antecipou os efeitos da tutela, para condenar o INSS a proceder: a) a imediata implantação de auxílio-doença ou a 8

conversão em aposentadoria por invalidez à recorrente; b) o pagamento das parcelas vencidas, devidamente corrigidas e com a incidência de juros moratórios a contar da data de Junho de 2014. Ou, ainda, ANULAR a sentença em razão do cerceamento de defesa. Fls 168 Nesses termos, pede deferimento. Volta Redonda, 29 de Julho de 2016. Claudio Luiz dos Santos Defensor Público Federal 9