WORKSHOP: TOMADA DE DECISÃO SOBRE MUDANÇAS CLIMÁTICAS, RISCOS E GESTÃO VULNERABILIDADE HÍDRICA 12 e 13 de Abril Respondentes - 26

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Transcrição:

ASPECTOS GERAIS WORKSHOP: TOMADA DE DECISÃO SOBRE MUDANÇAS CLIMÁTICAS, RISCOS E GESTÃO VULNERABILIDADE HÍDRICA 12 e 13 de Abril Respondentes - 26 30 25 20 15 10 5 Otimo Bom Regular Não satisfatório 0 RESULTADOS DOS QUESTIONÁRIOS - WORKSHOP TOMADA DE DECISÃO SOBRE MUDANÇAS CLIMÁTICAS, RISCOS E GESTÃO _EVENTOS EXTREMOS E DESASTRES NATURAIS (28 e 29 de junho de 2016)Respondentes 22 25 20 15 10 5 Ótimo Bom Regular Não satisfatório 0

Aspectos positivos do encontro WORKSHOP VULNERABILIDADE HÍDRICA Entre os aspectos apontados por diversos participantes, o workshop possibilitou diálogo com atores de diversas áreas, em tema que requer multidisciplinaridade e interdisciplinaridade, e de diversos setores, bem como de pontos de vista nas discussões, possibilitando troca de ideias e interação, uma espécie de network. Concentração de pessoas com conhecimento sobre o assunto e formato (dinâmicas) permitiu a participação e compartilhamento de conhecimento e experiências. Foi salientada a extrema relevância e complexidade do tema para tomada de decisões, definições de políticas públicas e envolvimento do setor privado. Também de grande relevância o tema da vulnerabilidade hídrica. Destacou-se como positiva por diversos participantes a qualificação dos palestrantes e especialistas no assunto e o alto nível das apresentações (muito bem preparadas e atuais). Para alguns respondentes o programa foi equilibrado (parte teórica e prática), possibilitando conhecimentos novos, metodologias/técnicas (novas) para tomada de decisões. WORKSHOP EVENTOS EXTREMOS E DESASTRES Considerou-se um tema importante na atualidade, que necessita de mais material de estudo e perceber que não há receitas prontas. Levar à reflexão e conscientização da necessidade de maior participação em assuntos relacionados a temas tão relevantes. Foi destaca a importância do fornecimento de uma metodologia estruturada com base científica, acessível, com agregação dos diversos vieses necessários para a tomada de decisões frente às mudanças climáticas. Foi apontado que o workshop promoveu discussões, fomento ao diálogo, contatos, métodos e interação entre pessoas, compartilhamento e conhecimento de experiências novas. Foi destacada a importância das dinâmicas participativas propostas. Foi destacada a importância da experiência prática trazida pela Profa. Kátia. Um respondente destacou que a atividade participativa do primeiro dia foi muito boa e produtiva. Aspectos negativos do encontro WORKSHOP VULNERABILIDADE HÍDRICA Os aspectos negativos apontados referem-se à localização do evento, em local com pouca disponibilidade no entorno e difícil locomoção, ao tempo de duração e de diálogo, que poderia ser maior para abarcar assunto tão complexo das mudanças climáticas e crise hídrica. Em relação ao conteúdo trazido, alguns entendem que deveria abranger outras bacias hidrográficas, outros estudos de caso e distribuição de material de apoio e que o aprofundamento do tema poderia ser mais ousado. Em geral, respondentes questionam que pelo assunto ser bem amplo é difícil visualizar resultado na prática, ou seja, como levar os assuntos pontuados para os efetivos gestores, sair do papel. Também foi pontuada pouca participação de representantes de municípios. WORKSHOP EVENTOS EXTREMOS E DESASTRES Foram trazidas considerações sobre a organização do evento, tido por um como mal organizado, faltando uma linha de raciocínio para o workshop como um todo. Objetivo pouco claro, colocações e falas redundantes, os organizadores fazem muitas colocações e os participantes ficam com pouco tempo de fala e discussão, linha de raciocínio do encontro não é clara o que dialoga com o objetivo pouco claro. Foram destacados problemas para explicar a plataforma PROVIA, que estava confusa e poderia ter aproveitado exemplos concretos. Alguns citaram o tempo insuficiente para tema complexo e o local (sala) do encontro foi criticado por alguns. As dinâmicas de grupo as informações foram extremamente gerais e incompletas para que se pudesse trabalhar mais acuradamente. Houve um questionamento sobre falta de

atualização do mediation (2012). Alguns assuntos deixaram de ser apresentados em função do excesso de intervenções, algumas explicações ficaram prejudicadas devido ao não controle das perguntas e a volta a abordagem do tema. Por fim, foi trazido um comentário sobre necessidade de melhorar-se a metodologia na abordagem de casos específicos,, outro, sobre a superficialidade e antropocentrismo da visão apresentada e, finalmente, um respondente diz não ter conhecido novas metodologias.

RELATÓRIO WORKSHOP DESASTRES Métodos e Ferramentas para Tomada de Decisões frente às Mudanças Climáticas: Plataforma do Projeto PROVIA/MEDIATION (Comunidade Europeia) Palestrante Dra. Sonia Coutinho e Dra. Samia Sulaiman A partir da perspectiva da adaptação no cenário de mudança climática global, foi apresentado o CICLO DE APRENDIZAGEM EM ADAPTAÇÃO, proposto pelo PROVIA Global Programme on Climate Change, Vulnerability, Impacts, and Adaptação e pelo Projeto MEDIATION: Methodology for Effective Decision Making on Impacts and Adaptation. Segundo esse ciclo, é necessário o diagnóstico dos impactos esperados e observados em mudanças climáticas (com ou sem adaptação), bem como o diagnóstico das opções de adaptação frente a esses impactos, avaliando efetividade e viabilidade de modo a apoiar o planejamento e a implementação das ações, acompanhadas de monitoramento e avaliação continua, o que é ilustrado na figura abaixo: Para apoiar o processo de identificação e avaliação de opções, foram apresentadas metodologias de tomada de decisão a partir de duas perspectivas: as metodologias tradicionais (Custo/Benefício, Custo/Efetividade e Análise Multicritério) e as metodologias sob incertezas (Análise Reais Opções, Tomada de Decisões Robusta, Análise Portfólio,

Gestão Interativa de Riscos, Processo Hierárquico Analítico). Depois de apresentadas as características gerais de cada uma destas metodologias, houve uma discussão sobre as características das opções de tomada de decisão Custo/Benefício, Custo/Efetividade, Análise Multicritério, mais utilizadas e que complementam outras metodologias, especialmente a metodologia Gestão Iterativa de riscos, que voltada à adaptação pode ser nomeada Adaptation Turning Point (Adaptação baseada em Ponto de Inflexão), que foi utilizada para pensar opções de adaptação para o estudo de caso. Segundo a metodologia Adaptation Turning Point, a tomada de decisão considera os prognósticos da ciência do clima, especialmente o aumento da temperatura, e identifica os pontos de inflexão (turning points) em que a política se torna insustentável devido às alterações climáticas. Materializa e temporaliza a incerteza sobre impactos climáticos para se planejar as respostas adequadas. Oferece flexibilidade, permitindo implementação progressiva. Para ilustrar o uso da metodologia foi apresentado o caso No more wine, contido na plataforma do Projeto PROVIA/MEDIATION, referente ao risco sobre a continuidade da produção de vinho na Toscana (Itália), que passou de cultivo misto para a viticultura especializada, que exige rigorosa conservação e regras de produção que podem limitar a adaptação. Segundo o estudo, buscou-se ampliar a percepção dos agricultores sobre a forte relação entre o aumento da temperatura e a redução do ciclo vegetativo da videira e discutir a melhoria desse problema com a mudança na área para o cultivo da vinha, quer para altitudes mais elevadas ou para latitudes mais altas. Para 2020 e 2030, toda a área entre 200 e 500 m acima do nível do mar é projetada para ser viável para a produção de vinho de melhor qualidade (acima de 85); já a partir de 2045, videiras em área de menor altitude avançam progressivamente para fora da faixa de qualidade desejada de 85, enquanto videiras acima de 500 m mostram uma pontuação de excelente qualidade, como se ilustra na figura abaixo:

Ao final, foi colocado que a metodologia Adaptation Turning Point, ao apontar e considerar situações-limite (turning points): - é altamente orientada para as políticas; - incentiva a adoção de medidas de curto prazo, para sustentar o sistema atual, e de longo prazo com o planejamento da adaptação necessária no futuro; - permite diálogo entre as partes interessadas e cientistas sobre a mudança que é aceitável e a probabilidade e momento de ocorrer condições inaceitáveis ou mais favoráveis, para pensar em caminhos de adaptação; e - é flexível por considerar uma variedade de objetivos, mudança aceitável e valores críticos.

RELATÓRIO WORKSHOP DESASTRE TOMADA DE DECISÕES FACE ÀS MUDANÇAS CLIMÁTICAS: FOCO NA METODOLOGIA ADAPTATION TURNING POINTS Palestrantes: Dra. Sonia Coutinho Para introduzir a tomada de decisão sob incerteza, requerida pela metodologia Adaptation Turning Points, foi apresentado o plano de gestão, até 2100, do ESTUÁRIO TÂMISA, Inglaterra, que é um ponto de encontro da água doce do Rio Tamisa, seus afluentes e o Mar do Norte. Desde 1879, foram construídas sucessivas paredes de proteção, até a construção da Barreira do Tâmisa, que opera desde 1982. Ela foi fechada 174 vezes, seja para proteção contra inundações das marés, seja para aliviar a cheia do rio. Foi concebida para proteger Londres de grandes enchentes até 2030, mas o Projeto inter-regional da Agência de Meio Ambiente propõe desenvolver um plano de gestão estratégica de riscos de inundação para Londres e estuário do Tamisa até 2100, com base nos cenários de mudanças climáticas e aumento do nível do mar, no envelhecimento da infraestrutura de defesa e no desenvolvimento da várzea do estuário. O plano aponta medidas de ação que consideram a) o aumento de risco de inundações com o tempo se não houver intervenções; b) o gerenciamento desse risco para que não exceda o nível da barreira (indicado por políticas); c) a gestão adaptativa por meio de diversas intervenções no tempo para gerenciar o risco; e d) abordagem de precaução, ponto único de intervenção para gerenciar risco longo prazo. Dessa forma, foram definidas opções de acordo com a adaptação baseada em limites, pontos de inflexão, para: a) os primeiros 25 anos (de 2010 a 2034), manter e planejar conjuntamente; b) para os 15 anos seguintes ( de 2034 a 2049), renovar e remodelar a margem do rio; e c) para o fim do século (a partir de 2050), preparando-se para o século XXII. Além disso, foi utilizada a metodologia multicritério com a definição de 5 critérios de seleção e implementação das medidas adaptativas: 1- Tecnicamente viável e adaptável às mudanças; 2- Ambientalmente sustentável; 3 - Economicamente justificável; e 4- Social e politicamente aceitável. Mesmo com as intervenções a ações de planejamento, houve inundações em 2016 na Inglaterra (12/02), na Alemanha (01/06) e na França (02/06), que talvez fossem mais impactantes se não houvesse a presença e gestão da barreira do Tâmisa.

Tomada de decisões frente a desastres ambientais: Aplicação da metodologia Adaptation Turning Points a partir do contexto atual e dos cenários para a Região Metropolitana de São Paulo Palestrante: Dra. Samia Sulaiman Com base no plano de gestão de risco desenvolvido no rio Tâmisa face aos prognósticos das mudanças climáticas e aumento do nível do mar, foi retomada a metodologia de tomada de decisão Adaptation Tuning Points para pensar em medidas que apoiem a gestão do cenário de risco e vulnerabilidade a deslizamentos e inundações na RMSP. Foi indicado que a metodologia no tripé: 1- AVALIAÇÃO DA ADAPTAÇÃO (quando a política se torna insustentável devido às alterações climáticas); 2 - IMPLEMENTAÇÃO PROGRESSIVA (medidas de curto prazo para sustentar o sistema atual, e de longo prazo para planejar para o futuro; e 3 - CAMINHOS DE ADAPTAÇÃO (que sejam flexíveis por considerar uma variedade de objetivos, mudança aceitável e valores críticos). Com isso, foi proposta uma dinâmica de tomada de decisão em grupos.

RELATÓRIO WORKSHOP DESASTRE Diálogo sobre elementos e estratégias necessários para a tomada de decisões face a eventos extremos e riscos de desastres ambientais Palestrante: Dra. Samia Sulaiman e Dra. Gina Rizpah Besen Para iniciar o exercício de tomada de decisão frente aos eventos extremos e riscos de desastres na RMSP, foram apresentadas questões pertinentes a: - contexto de incerteza: informações baseadas em prognóstico; interesses variados e nem sempre explicitados; inexistência de arranjos técnicos universalizados; processo de priorização (curto? médio? longo prazo?); construção de confiança (soluções top-down/botom-up); - elementos da tomada de decisão: Condicionalidades; Critérios; Estratégias e Metodologias; Processos; Atores Envolvidos (setores públicos e privados); Alcance de curto, médio, longo prazo; Enfoque (mitigação, prevenção, resposta, reconstrução); - pluralidade de atores envolvidos: setor público, privado e sociedade civil. Nesse sentido, foi colocada a relevância de processos de APRENDIZAGEM SOCIAL, que possibilitem interrelações, para reflexão crítica da relação entre o ser humano e o meio ambiente; diálogo de saberes, para que estruturas institucionais reconheçam e considerem o conhecimento não formal e o formal; bem como argumentos condutores, apoiando reflexão, sistemas, orientação, integração e participação. Diante dessa introdução, foi proposta aos participantes uma dinâmica de tomada de decisão por meio da metodologia do World Café.

RELATÓRIO WORKSHOP: TOMADA DE DECISÃO SOBRE MUDANÇAS CLIMÁTICAS, RISCOS E GESTÃO_EVENTOS EXTREMOS E DESASTRES NATURAIS Instituto de Energia e Ambiente- Universidade de São Paulo, São Paulo- Brasil Formatado: Fonte: Negrito 28 e 29 de junho de 2016 WORKSHOP TOMADA DE DECISÃO SOBRE MUDANÇAS CLIMÁTICAS, RISCOS E GESTÃO Centro Regional em Mudanças Climáticas e Tomada de Decisões da UNESCO Grupo de Pesquisa Brasil/IEE-USP Coordenação: Pedro Roberto Jacobi, IEE/PROCAM/USP Membros: Alexandre do Nascimento Souza, EACH/USP; Gina Rizpah Besen, IEE/USP; Roberta Maia, FE/USP; Samia Sulaiman, IEE/USP; Silvana Audrá Cutolo, FSP/USP; Sonia M.V. Coutinho, Incline/USP; Sara Gurfinkel Marques de Godoy, IEE/USP. Divisão Científica de Gestão, Ciência e Tecnologia Ambiental IEE/USP 1

Sumário 1. Apresentação... 3 2. Metodologia... 3 3. Abertura: apresentação da proposta temática do workshop palestrante Prof. Pedro Roberto Jacobi.... 4 4. Mudanças Climáticas e Eventos Extremos: contexto atual e cenários para o Brasil - Palestrante Dra. Sara Gurfinkel M. Godoy.... 5 5. Dinâmica: Risco e Tomada de Decisão Mediadora Dra. Gina Rizpah Besen... 7 6. Métodos e Ferramentas para Tomada de Decisões frente às Mudanças Climáticas: plataforma do Projeto PROVIA/MEDIATION (Comunidade Europeia) - Palestrantes Dra. Sonia Coutinho e Dra. Samia Sulaiman... 12 7. Metodologias de Apoio para a Tomada de Decisões Face às Mudanças Climáticas: apresentação de Ferramentas Palestrante Dra. Silvana Cutolo... 19 8. Conhecimentos e medidas de gestão frente a riscos de desastres ambientais: discussão a partir do contexto atual e dos cenários para a Região Metropolitana de São Paulo - Palestrantes: Dra. Samia Sulaiman e Profa. Dra. Kátia Canil (UFABC)... 20 9. Diálogo sobre elementos e estratégias necessários para a tomada de decisões face a eventos extremos e riscos de desastres ambientais - Palestrantes: Dra. Samia Sulaiman e Dra. Gina Rizpah Besen... 28 10. Tomada de decisões face às mudanças climáticas: foco na Metodologia Adaptation Turning Points - Palestrante: Dra. Sonia Coutinho..... 32 11. Tomada de decisões frente a desastres ambientais: Aplicação da metodologia Adaptation Turning Points a partir do contexto atual e dos cenários para a Região Metropolitana de São Paulo Palestrante: Dra. Samia Sulaiman... 33 12. Resultados dos Questionários - Workshop Tomada de Decisão sobre Mudanças Climáticas, Riscos e Gestão -Eventos Extremos e Desastres Naturais... 36 2

1. Apresentação O Workshop Tomada de Decisão sobre Mudanças Climáticas, Riscos e Gestão foi promovido pelo Grupo de Pesquisa Brasil/IEE-USP do Centro Regional em Mudanças Climáticas e Tomada de Decisões da UNESCO, nos dias 28 e 29 de junho de 2016, no Centro de Inovação Tecnológica da USP, no Instituto de Energia e Ambiente- Universidade de São Paulo, São Paulo- Brasil. Formatado: À esquerda, Espaçamen entre linhas: Múltiplos 1,15 lin., Numerada + Nível: 1 + Estilo da numeração: 1, 2, 3, + Iniciar em: + Alinhamento: Esquerda + Alinhado em: 0,63 cm + Recuar em: 1,27 cm O evento teve por objetivo favorecer o diálogo e a aprendizagem social entre os gestores públicos e privado frente aos desafios riscos das mudanças climáticas e desastres, estabelecendo bases para estudos, ações e soluções ajustadas às demandas da realidade brasileira, relacionadas ao enfrentamento local, regional e nacional. Criado pela UNESCO em 2012, e apoiado pela Fundação AVINA e por uma rede de Universidades e instituições do Cone Sul, o Centro Regional em Mudanças Climáticas e Tomada de Decisões objetiva integrar a complexidade, os riscos e as oportunidades das mudanças climáticas nos processos de tomada de decisão. Para tanto, empreende ações e cria espaços que favoreçam o intercâmbio e o debate entre profissionais dos diversos setores, que são oportunizados a compartilhar experiências práticas e a estabelecerem conexões com atores do cenário científico, político e empresarial nacional e internacional. 2. Metodologia Dialogar sobre desafios e oportunidades das mudanças do clima para o Brasil, incluindo questões sobre: Como aproximar os cenários de mudanças climáticas ao processo de tomada de decisões frente aos riscos e gestão? Como se ampliar a interlocução com os gestores públicos e empresas? Formatado: Título 1, Espaçamento entre linhas: simples, Sem marcado ou numeração Discutir e aplicar metodologias do PROVIA Guidance para Cenários Brasileiros. The Global Programme of Research on Climate Change Vulnerability, Impacts and Adaptation (PROVIA) é um programa do United Nations Environment Programme (UNEP), da United Nations Educational, Scientific and Cultural Organization (UNESCO) e da World Meteorological Organization (WMO) que visa reunir, mobilizar e comunicar conhecimentos sobre vulnerabilidade, impactos e adaptação. As bases conceituais e metodologias presentes no PROVIA Guidance são fundamentadas no projeto MEDIATION (Methodology for Effective Decision-making on Impacts and Adaptation), que é um consórcio europeu que realiza levantamentos, revisões e desenvolve métodos e medidas para análises de impactos e vulnerabilidades e para avaliação de custos dos impactos e opções de adaptação, em âmbito global, entre outras atividades. 3

3. Abertura: apresentação da proposta temática do workshop palestrante Prof. Pedro Roberto Jacobi. Durante a abertura do workshop, o Prof. Pedro Jacobi apresentou as discussões propostas para os dois dias do evento. Contextualizou o debate das mudanças climáticas e suas consequências tanto no cenário mundial, quanto brasileiro. Sobre o cenário mundial falou sobre o IPCC (Intergovernamental Panel Climate Change), instituição formada por especialistas altamente capacitados que promovem a revisão de estudos previamente selecionados, que ao longo dos diversos relatórios publicados tem produzido informações cada vez mais confiáveis. O trabalho do IPCC tem servido de referência para os acordos climáticos que são construídos consensualmente e tem execução voluntária. De acordo com as projeções espera-se recordes de temperaturas e outras anomalias climáticas para o ano de 2016. Cenário semelhante é esperado para o Brasil. Formatado: Título 1, Espaço Depois de: 0 pt, Espaçamento entre linhas: simples, Sem marcadores ou numeração Eventos por si só não são desastres. Há regiões do planeta constantemente ameaçadas sudoeste asiático, por exemplo. No Brasil, o fenômeno meteorológico das micro-explosões. Fenômenos climáticos que não fazem parte do repertório climático que vivemos. Algumas sociedades, como Cuba, estão bem melhor preparadas para estes eventos. Os eventos ocorridos na primeira quinzena de junho em Campinas/ Sorocaba deixou um impacto muito grande derrubaram 100 torres de linha de transmissão. Desligaram 10 linhas de transmissão no Estado de São Paulo, sem nenhuma alternativa energética. Em 48 anos nunca ocorreu algo parecido no setor elétrico. Há necessidade de maior adaptação ou foi um fato atípico isolado? Será que os dados estatísticos do passado são capazes de diminuir as incertezas? Ainda que sim, quando falamos em eventos extremos, dados do passado servirão para o futuro? Os cenários do IPCC, muitas vezes são questionados pelo catastrofismo. Estamos rompendo com lógica de certezas. Eventos extremos têm grande capacidade de se transformar em desastre. Maior parte dos eventos estão sempre na média, os extremos ocorrem nos extremos. A redução dos níveis de desastres, ou seja, a redução da exposição aos efeitos dos desastres requer políticas públicas. Quando se fala em população é somente a humana? Quanto a articulação de políticas públicas podem reduzir os efeitos dos desastres? 4

4. Mudanças Climáticas e Eventos Extremos: contexto atual e cenários para o Brasil - Palestrante Dra. Sara Gurfinkel M. Godoy. A apresentação tratou de dar umaabordou a caracterização geral da Mudança Climática (MC); da Mudança Climática no Brasil e das consequências mundiais das Mudanças Climáticas. Formatado: Título 1, À direita: 0 cm Espaçamento entre linhas: simples, Sem marcadores ou numeração Primeiramente a mudança no estado do clima pode ser identificada: por meio de testes estatísticos; por mudanças na variação no clima num longo período de tempo e as provocada pelo homem (antrópicas) ou efeitos naturais. A MC ocorre por meio de processos internos naturais e forças externas - modulações dos ciclos solares, erupções vulcânicas. Ocorrem também por mudanças antropogênicas persistentes na composição da atmosfera ou no uso da terra. Como organização importante referentes às MC destaca-se o Intergovernmental Panel of Climate Changes IPCC, estabelecido em 1988 pela United Nations Environment Programme e World Metereological Organization. O principal objetivo foi o de prover informações para os governos elaborarem políticas relacionadas às mudanças climáticas, e até hoje existem 5 relatórios desde 1990. Como consequência das MC, verifica-se que durante o Século XX, a temperatura global aumentou em torno de 0,6ºC e a previsão que a temperatura global aumente em média 3ºC até o final do século XXI. Destacase que a partir da Revolução Industrial, o nível de CO2 aumentou 31%. Desastres são impacto físico ou tendência a este que pode causar danos às vidas ou às propriedades, ecossistemas e recursos ambientais. Eventos por si só não são desastres. Desastres são fenômenos naturais comuns e podem resultar em desastres naturais: ciclones, dilúvios, deslizamentos de terra (causando endemias, epidemias, pandemias), erosão, erupção vulcânica, ciclone tropical (furacão, tufão), incêndio florestal, inundação, queda de meteoro, tempestades (gelo, granizo, raios), tornado, tsunami, terremoto. Quanto mais vulnerável, mais sujeito a desastres. Eventos extremos são aanomalia ou desvio de comportamento de um padrão médio ou habitual. Eventos de origem climática/meteorológica respondem por mais de 85% dos eventos extremos no planeta. Podem variar desde dias até milênios. 5

A ocorrência de um evento extremo em áreas vulneráveis ou de risco, pode se transformar em um desastre natural. A precipitação é a causa mais importante dos eventos extremos no Brasil. Destacam-se as inundações e com deslizamentos de encosta. 56% dos desastres naturais brasileiros estão associados a chuvas, enchentes e desmoronamentos, resultados de um crescimento urbano não planejado. E existe a necessidade de incluir nos planos diretores municipais ações que minimizem os impactos causados pelos desastres climáticos. Os principais eventos extremos no Brasil são: Seca, Estiagem; Inundações; Deslizamento; Ventos fortes; e Ondas de frio e calor. Formatado: Português (Brasil) Formatado: Português (Brasil) Com a MC, os padrões de chuva e temperatura mudam e eventos climáticos extremos como secas, tempestades, que podem gerar inundações, ondas de frio e de calor se tornam mais frequentes, com impactos importantes em todas as regiões do planeta. Por exemplo, o Brasil vivenciou o primeiro furacão já observado no Atlântico Sul, o furacão Catarina, ocorrido em março de 2004. Já no Sul-Sudeste do Brasil as chuvas intensas têm sido mais frequentes nos últimos 50 anos. Em linhas gerais, a MC causa: Enchentes e secas; Tempestades; Aumento do Nível dos Oceanos; Secas mais intensas e mais longas já são observadas; Proliferação de áreas desérticas como o Saara; Impactos sobre a produção de alimentos; Aumento das terras sujeitas àa estiagem; e Desarranjo ecossistêmico sobre as zonas de gelo e neve. 6

Em relação às MC no Brasil, as próximas décadas deverão ser mais quentes, com aumento gradativo e variável da temperatura média em todas as regiões do país entre 1 ºC e 6 ºC até 2.100, em comparação à registrada no fim do século XX20. Outro acontecimento esperado, é que deverá diminuir significativamente a ocorrência de chuvas em grande parte das regiões Ccentro-Oesteal, Norte e Nordeste do país. Já nas regiões Sul e Sudeste, por outro lado, haverá um aumento da ocorrência e volume o número de precipitações. Como projeções até 2.100, as regiões mais vulneráveis à mudança do clima no Brasil seriam a Amazônia (aquecimento pode chegar a 7-8 C) e o Nordeste. Prenuncia-se uma alteração radical da floresta amazônica a chamada savanização - com redução de 40% da cobertura florestal. E o déficit hídrico reduziria em 25% a capacidade de pastoreio de bovinos de corte. Outra consequência é que existem tendências de ocorrência de mais tempestades nos grandes centros urbanos, enquanto que nas regiões nordeste e amazônica ficarão ainda mais secas. Espera-se também crescimento dos riscos relacionados aos perigos já existentes, como as inundações, deslizamentos de terra, ondas de calor e limitações no suprimento de água doce, com necessidade de adaptação à escassez ou ao excesso hídrico que podem ser potencializados em alguns municípios da Região Sudeste. No mais, a dinâmica climática deverá causar uma migração das culturas adaptadas ao clima tropical para as áreas mais ao sul do País ou para zonas de altitudes maiores, para compensar a diferença climática. E poderá haver diminuição nas áreas de cultivo de plantas de clima temperado do País. E se houver aumento próximo a 3 C o que causará uma possível expansão das culturas de café e da cana-de-açúcar para áreas de maiores latitudes. 5. Dinâmica: Risco e Tomada de Decisão Mediadora Dra. Gina Rizpah Besen Durante esta dinâmica os participantes do workshop foram chamados a responder a duas questões inicialmente: Formatado: Título 1, Espaçamento entre linhas: simples, Sem marcado ou numeração 1. Qual a relação do seu trabalho/atividade com as mudanças climáticas? 2. A questão dos eventos extremos e desastres ambientais está presente na sua atividade? 7

Para a pergunta qual a relação do seu trabalho/atividade com as mudanças climáticas?, os participantes apresentaram as seguintes sínteses: 1. Indiretamente as mudanças climáticas estão presentes no dia-a-dia de cada um. Diretamente, como jornalista, trabalho para que o tema chegue ao público leigo. 2. Há dificuldade de comunicação sobre as mudanças climáticas, um bom exemplo de boa comunicação foi a encíclica do Papa. 3. Na área de seguros, risco está sempre muito presente alagamento, furacão, etc. 4. Administra uma rede de 59 estações meteorológicas faz pesquisa de campo baseada no histórico da região. Este ano a estação foi levada por uma enchente. 5. Em Ffukujima o tsunami passou por cima das barreiras construídas para aguentar ondas altíssimas, a partir do que ocorria. 6. As cidades que não incorporarem a questão das MC poderão sucumbir. 7. Preocupação sobre o que vai significar para o empresário - o que é MC? O jornalista busca as fontes sobre os assuntos que quer relatar. O IPCC pesquisa extensivamente o tema. E dizem que é inequívoco que está ocorrendo e por ação humana. O IPCC funciona com dinheiro de pagamento de impostos do mundo inteiro. É fonte de alta credibilidade. Existe um grande corpo do setor privado dentro do IPCC, existe grande mobilização neste setor para isso. 8. Trabalha com tomadores de decisões em Santos para o Plano de adaptação --- o diálogo é difícil na transmissão do conhecimento científico. 9. O IPCC está fazendo um relatório para o cidadão. Confecção de manuais que traduzam a linguagem científica. HáA dificuldade da ciência se comunicar com a sociedade. Há nnecessidade de tradutores. O gestor público não lida com isso de forma clara, tendo apenas 04 anos. Formatado: Com marcadores + Nív 1 + Alinhado em: 0,63 cm + Recuar em: 1,27 cm 8

Para a pergunta a questão dos eventos extremos e desastres ambientais está presente na sua atividade?, os participantes apresentaram as seguintes sínteses: Indiretamente, trabalha no ICLEIIclei que tem uma série de agendas, uma delas de clima. Para as cidades que trabalham com o tema, a MC já está muito clara. Desenvolvem metodologias e ferramentas para que as cidades possam se preparar para as mudanças. Pesquisa adaptação baseada em ecossistemas (arquiteto urbanista) para MC. O doutorado se foca em enchentes, como as cidades estão se adaptando Parque várzea do Rio Tietê. oo que mais contribui para o desastre. Em um segundo momento, os participantes foram chamados a responder a outra questão, atribuindo-lhe diferentes níveis de importância: Formatado: Parágrafo da Lista, Com marcadores + Nível: 1 + Alinhado em 0,63 cm + Recuar em: 1,27 cm Formatado: Recuo: À esquerda: 0, cm 3. Quais os três impactos das mudanças climáticas que você consideravam mais relevantes para o Brasil? Escrever um impacto em cada folha:.(1. (Verde, 2, amarelo, 3 azul) Verde mais importante:. 1. Aumento de enchentes e inundações (6) 2. Seca (5) 3. Aumento temperatura (1) 4. Perda de biodiversidade (3) 5. Desequilíbrios ecológicos, ambientais e sociais (3) 6. Produtividade agrícola (2) 7. Aumento de doenças emergentes e reemergentes (2) Formatado: Fonte: Negrito Formatado: Parágrafo da Lista, Numerada + Nível: 1 + Estilo da numeração: 1, 2, 3, + Iniciar em: + Alinhamento: Esquerda + Alinhado em: 0,63 cm + Recuar em: 1,27 cm Formatado: Fonte: Negrito Formatado: Fonte: Negrito 9

8. Desigualdade social (2) 9. Deslocamento de populações (1) 10. Aumento da vulnerabilidade (1) 11. Deslizamento de terra (1) Amarelo médio importante; 1. Aumento da pobreza e vulnerabilidade (2) 2. Destruição de biomas e ecossistemas, fauna e flora (3) 3. Aumento de conflitos ambientais 4. Seca e savanização (3) 5. Produção de alimentos 6. Redução de biodiversidade (2) 7. Eenergia 8. Aumento de doenças 9. Vendavais/ciclones 10. Cheias 11. Produção agrícola e insegurança alimentar (2) 12. Ondas de calor 13. Recursos naturais: distribuição e perda (4) 14. Poluição de solo e água 15. Acidificação dos oceanos 16. Inundações e geração de energia Azul menos importante 1. Variação de temperatura 2. Deslizamento de terra 3. Saúde e epidemias (7) 4. Elevação do nível do mar e populações costeiras 5. Produção de alimentos 6. Aumento de refugiados do clima, conflitos sociais, econômico, social e ambiental (3) 10

7. Variação brusca de temperatura 8. Períodos prolongados de seca (3) 9. Alteração do clima 10. Economia 11. Perda da biodiversidade 12. Contaminação do solo 13. Qualidade do ar 14. Redução da disponibilidade de alimentos Após a exposição das respostas para o grupo, foram feitas discussões. Os pontos principais estão elencados a seguir: - Destaque no aspecto subjetivo. Entra em um tema que é a questão do risco, deve-se aumentar a percepção do risco de ser ampliada e a questão da adaptação. Como os diferentes agentes econômicos e sociais devem tomar medidas de adaptação. Como o tema pode ser um processo de mudança de paradigma do planejamento das cidades, haverá um ponto de inflexão. - O ponto de vista daslido com populações vulneráveis e/ou vitimadas por um desastre,vítimas ocorrência no sul (comunidades resiliência) pode ser abordado por um estudo etnográfico. para as vítimas, Ppara a sociedade é um espetáculo. Algumas pessoas agradecem o evento que dá oportunidade de para ter uma substituição de seu patrimônio material. Há um ffiltro cognitivo como, pontuou um participante:, em Lima, acompanhei uma simulação na qual a sirene tocou e todos deveriam ir para um local aberto. Há uma questão de cultural de construção da confiabilidade. - A realidade implica uma mudança cultural e de padrões educacionais que deve ter um impacto nas políticas públicas. Cuba é uma ilha, portanto inundações são constantes, 8 a 10 ciclones tropicais. As construções em Cuba têm características especiais para ciclones e sismo. O Brasil é gigante, a consideração e a perspectiva de trabalho deve considerar isso, mudança de educação das crianças para a resiliência, isso terá um impacto nas políticas públicas. - Como áreas de seguro, cada evento tem um grau de complexidade dependente da região. Temos um trabalho individual. Deve ter nas escolas a educação ambiental. O evento de Jarinú afetou a população, comércio, etc. 11

Outro evento vai gerar um outro tipo de impacto. A extensão dele é cauda longa. - Deve haver transposição didática, as pesquisas devem sair da academia e irlevar para a sociedade civil. PARTE DA TARDE 28/06/2016 1.6. Métodos e Ferramentas para Tomada de Decisões frente às Mudanças Climáticas: plataforma do Projeto PROVIA/MEDIATION (Comunidade Europeia) - Palestrantes Dra. Sonia Coutinho e Dra. Samia Sulaiman A partir da perspectiva da adaptação no cenário de mudança climática global, foi apresentado o CICLO DE APRENDIZAGEM EM ADAPTAÇÃO, proposto pelo PROVIA Global Programme on Climate Change, Vulnerability, Impacts, and Adaptação e pelo Projeto MEDIATION: Methodology for Effective Decision Making on Impacts and Adaptation. Segundo esse ciclo, é necessário o diagnóstico dos impactos esperados e observados em mudanças climáticas (com ou sem adaptação), bem como o diagnóstico das opções de adaptação frente a esses impactos, avaliando efetividade e viabilidade de modo a apoiar o planejamento e a implementação das ações, acompanhadas de monitoramento e avaliação continua, o que é ilustrado na figura abaixo: 12

Para apoiar o processo de identificação e avaliação de opções, foram apresentadas metodologias de tomada de decisão a partir de duas perspectivas: as metodologias tradicionais (Custo/Benefício, Custo/Efetividade e Análise Multicritério) e as metodologias sob incertezas (Análise Reais Opções, Tomada de Decisões Robusta, Análise Portfólio, Gestão Interativa de Riscos, Processo Hierárquico Analítico). Depois de apresentadas as características gerais de cada uma destas metodologias, houve uma discussão sobre as características das opções de tomada de decisão Custo/Benefício, Custo/Efetividade, Análise Multicritério, mais utilizadas e que complementam outras metodologias, especialmente a metodologia Gestão Iterativa de riscos, que voltada à adaptação pode ser nomeada Adaptation Turning Point (Adaptação baseada em Ponto de Inflexão), que foi utilizada para pensar opções de adaptação para o estudo de caso. Segundo a metodologia Adaptation Turning Point, a tomada de decisão considera os prognósticos da ciência do clima, especialmente o aumento da temperatura, e identifica os pontos de inflexão (turning points) em que a política se torna insustentável devido às alterações climáticas. Materializa e temporaliza a incerteza sobre impactos climáticos para se planejar as 13

respostas adequadas. Oferece flexibilidade, permitindo implementação progressiva. Para ilustrar o uso da metodologia foi apresentado o caso No more wine, contido na plataforma do Projeto PROVIA/MEDIATION, referente ao risco sobre a continuidade da produção de vinho na Toscana (Itália), que passou de cultivo misto para a viticultura especializada, que exige rigorosa conservação e regras de produção que podem limitar a adaptação. Segundo o estudo, buscou-se ampliar a percepção dos agricultores sobre a forte relação entre o aumento da temperatura e a redução do ciclo vegetativo da videira e discutir a melhoria desse problema com a mudança na área para o cultivo da vinha, quer para altitudes mais elevadas ou para latitudes mais altas. Para 2020 e 2030, toda a área entre 200 e 500 m acima do nível do mar é projetada para ser viável para a produção de vinho de melhor qualidade (acima de 85); já a partir de 2045, videiras em área de menor altitude avançam progressivamente para fora da faixa de qualidade desejada de 85, enquanto videiras acima de 500 m mostram uma pontuação de excelente qualidade, como se ilustra na figura abaixo: 14

Ao final, foi colocado que a metodologia Adaptation Turning Point, ao apontar e considerar situações-limite (turning points): - é altamente orientada para as políticas; - incentiva a adoção de medidas de curto prazo, para sustentar o sistema atual, e de longo prazo com o planejamento da adaptação necessária no futuro; - permite diálogo entre as partes interessadas e cientistas sobre a mudança que é aceitável e a probabilidade e momento de ocorrer condições inaceitáveis ou mais favoráveis, para pensar em caminhos de adaptação; e - é flexível por considerar uma variedade de objetivos, mudança aceitável e valores críticos. Após a apresentação das palestrantes, os participantes foram estimulados a comentar as metodologias apresentadas. O relato da discussão segue abaixo. Mediation, metodologia para medir impactos e adaptação 1. Desenvolveu ciclo de aprendizagem e adaptação que analisa e identifica as opções de adaptação; 2. Para identificar as necessidades de adaptação, deve analisar os impactos esperados; 3. Pode fazer uma análise de impacto que é avaliar a vulnerabilidade, focando nos impactos e verificar se existem ou não estudos a respeito; 4. Mediation oferece 2 metodologias, 1- impacto residual (considera que naquele local já existe medidas de adaptação) 2- possíveis impactos na ausência de adaptação; 5. Identifica opções de adaptação: tarefas para 2 setores, atores privados agem no interesse próprio; 6. Apresenta estudo de caso para a Holanda. Pode fazer esse levantamento por grupo focal; 7. Avaliar opções de adaptação; 8. Diversas maneiras: abordagem mais formal, abordagem deliberativa/participativa; 15

9. As ferramentas: custo-beneficio, custo-efetividade, análise multi-criterio (mais utilizadas em termos globais); 10. Análise reais de opções, tomada de decisões robusta, analise portfolio, gestão iterativa de riscos, processo hierárquico analítico; 11. Gestão interativa de riscos; 12. Não se tem muitas ferramentas disponíveis para trabalhar a questão do risco; 13. Custo beneficio, avalia os custos comparativamente com os benefícios que vai gerar; 14. O crescimento com mudanças do clima pode levar a mudanças econômicas, com benefícios econômicos vindos das adaptações; 15. Pode advir beneficio social e econômico; 16. Pontos positivos: opção fácil de ser usada, anáalise direta dos benefícios econômicos, dados próximos àa realidade; 17. Fragilidades: dificuldade de valoração monetária para setores fora do coméercio e de opções não técnicas; 18. Incerteza geralmente limitada a riscos. Custo- efetividade: 1. Observa qual beneficio q se quer alcançar. A metodologia não avalia se a medida final se justifica; 2. Objetivo não é oferecer somente beneficio econômico, mas a efetividade da ação; 3. Avalia opções de adaptação onde os benefícios de adaptação são difíceis de serem medidos monetariamente; 4. Exemplo nas ilhas do pacifico, avaliando as opções de adaptação para recursos de água doce em ilhas do pacifico. Foi discutido com a população quais as melhores medidas de adaptação. Pontos positivos: não só objeto monetário, simples, resultados de fácil compreensão, reconhecido por decisores políticos. 16

Pontos negativos: difícil identificar, e quantificar. Pouco aplicável, efetividade pode ser temporária e não a longo prazo. Análise Multi critério: 1. Permite criar um quadro estruturado p comparação de um conjunto de opções de adaptação; 2. Quando tem um ou mais opções para decidir qual critério vai utilizar; 3. Opções devem ser social, economicamente, tecnicamente, e politicamente viáveis; 4. Para problemas complexos separa em pedaços menores para dar soluções quantitativas e qualitativas; 5. As pessoas têm que estar engajadas, desde a seleção até a pontuação dos critérios; 6. Exemplo de comunidade da área costeira: pode considerar a construção de um paredão de defesa, contra aumento de tempestades em detrimento de melhorar rotas de socorro que são mais eficazes; 7. A participante Camila do grupo Mapfre achou complicada. Podem ser feitas de várias formas mais focada no quantitativo. Levantando os conhecimentos particulares de cada um, aumentando os elementos para pontuar as opções mediante os critérios existentes; 8. Processo de multi critério demanda muito tempo, gerenciamento de risco entra em foco; 9. Apesar das incertezas toma-se atitude por meio do principio da precaução; 10. O principio da precaução envolve cunho mais politico, pois são eventos que tem impactos nos serem humanos; 11. As metodologias mais tradicionais inserem incertezas? 12. Análises de riscos têem matrizes de cenários, nesta medida há muitas duvidas, pois é aberto; 13. É um planejamento para que se elabore um plano de adaptação. 17

Metodologia baseada em ponto de inflexão: 1. Baseada nos prognósticos, quais políticas adotar, baseadas nos diagnósticos do IPCC. A Metodologia materializa e temporaliza a incerteza; 2. Oferece flexibilidade permitindo implementação progressiva; 3. Método que facilita para aplicar a metodologia ligadaos a cenários, dados técnicos, muitos prognósticos já tem se concretizados; 4. A palavra adaptação é determinante na tomada de decisão; 5. Existem anáalises que já tenham sido usadas?o, até o momento não. É uma construção muito recente; 6. Plano Nacional de Mudança Climática foi aprovado agora, então demora o processo de construção; 7. Estudo de caso de vinho da Toscana que está ameaçado. Desqualificação do ambiente afetando a uva e a qualidade do vinho; 8. O estudo mostra relação entre o aumento da temperatura e o ciclo da videira; 9. Por isso que muitas culturas poderão migrar para outras regiões com altitudes mais elevadas; 10. Dados baseados em modelagens; 11. Percepções dos agricultores que viram que a qualidade da uva variou em função da temperatura; 12. Mostrou um gráfico que aponta que se o produtor quer manter a qualidade do vinho, ele tem que mudar a produção em altitude diferente; 13. Os modelos apresentados podem ser usados como instrumentos de análises; 14. Variáveis consideradas: qualidade da vinha, temperatura e tempo; 15. Ciência pós- normal, que transcende o espaço dos muros acadêmicos, promovendo novas articulações, e como consegue chegar na sociedade como um todo, numa linguagem de não especialistas somente; 16. Traduz incertezas em espaço de tempo, incentiva adoção de medidas de Curto Prazo, e de Longo Prazo, com planejamento de adaptação; 18

17. Ciclo de aprendizagem, e depois monitora e avalia, se há necessidade de se modificar. 6.7. Metodologias de Apoio para a Tomada de Decisões Face às Mudanças Climáticas: apresentação de Ferramentas Palestrante Dra. Silvana Cutolo A palestrante fez a apresentação do projeto Mediation criado pela Comissão Européia em 2005 em decorrência das vulnerabilidades e alterações dos sistemas naturais, das necessidades de avaliações científicas nas diferentes regiões europeias, do desenvolvimento de planos de proteção, as comunidades locais, regionais, Estado, além das negociações Internacionais sobre Mudança Climática. Neste sentido, o projeto Mediation tem como objetivo dar suporte às adaptações em decorrência das mudanças climáticas na Europa. Por meio da criação da Plataforma de Adaptação com objetivo de fornecer informações para a tomada de decisão frente à Mudança Climática, por meio de interação de metodologias para avaliar a vulnerabilidade, impacto e adaptação em Mudança Climática. Com isso, foi apresentada a Plataforma de Adaptação com Caixa de Ferramentas, Métodos e estudos de caso. Em seguida, os participantes foram chamados a pensar a utilização da ferramenta apresentada, tendo como estudo de caso a produção agrícola brasileira, no contexto da mudança climática. Observações da atividades Formatado: Título 1, Espaço Depois de: 0 pt, Espaçamento entre linhas: simples, Sem marcadores ou numeração Aabaixo: 1. O modelo dentro de uma plataforma na busca de resolução de problemas, para avaliar as vulnerabilidades e impactos, das MC; 2. Cada região tem sua particularidade; 3. Procura dar ênfase na adaptação; 4. Como pode ajudar no processo de adaptação? Métodos disponíveis e ferramentas que podem ser significativamente aplicados para apoiar medidas de adaptação; 5. Alguns setores foram identificados como medidas de adaptação: agricultura e florestas, biodiversidade, ambientes costeiros e marinhos, 19

saúde, gestão de agua, redução de riscos e desastres, recursos financeiros, infraestrutura; 6. A Plataforma traz questões e ciclo de aprendizagem, traz também conjunto de árvore decisória: concepção das questões, com escolha de métodos e informações sobre o processo de adaptação; 7. Ajudar a escolher o melhor método para aquela localidade. Deve-se avaliar na ótica privada, pública, coletivo, individual; 8. Tanto no formal, quanto no informal a subjetividade está sempre presente. Terão que ser tomadas decisões que considerem o que não é de curto prazo. Diferentes níveis de atores devem participar destas questões; 9. Durante a dinâmica foi trazido que o toolbox não foi entendido por grande parte das pessoas presentes. Talvez fosse bom trabalhar em um estudo de caso e acompanhar as etapas utilizadas. PARTE MANHÃ - Dia 29/06/2016 2.8. Conhecimentos e medidas de gestão frente a riscos de desastres ambientais: discussão a partir do contexto atual e dos cenários para a Região Metropolitana de São Paulo - Palestrantes: Dra. Samia Sulaiman e Profa. Dra. Kátia Canil (UFABC) A apresentação iniciou-se colocando as questões chaves para entender e analisar a Região Metropolitana de São Paulo (RMSP): vulnerabilidade; complexidade; eventos extremos e desastres ambientais; configuração das cidades (RMSP); tomada de decisão; aprendizagem social e reflexão coletiva. A primeira questão esteve relacionada à diversidade conceitual do conceito de VULNERABILDADE, em relação às diferentes orientações epistemológicas (Ecologia política, Ecologia Humana, Ciências Físicas, Análise espacial, etc.); ás diversas práticas metodológicas de operacionalização do conceito; à 20

multiplicidade de perigos envolvidos (fome, inundações, seca, terremotos, contaminação nuclear); bem como à variedade de regiões sob análise (países desenvolvidos e em desenvolvimento). Segundo a CEPAL Comissão Econômica para América Latina e o Caribe, vulnerabilidade envolve: risco de ocorrência, incapacidade de resposta e inabilidade de adaptação pós-evento. Foram citados como exemplo: falta de conhecimento das pessoas sobre como agir em caso de desastre ou mesmo conhecer os riscos a que estão expostas. Há necessidade do mapeamento de áreas de risco. O caso do terremoto no Haiti: não tem capacidade de resposta estrutural, nem individual. Na Bacia do Rio Pirajuçara, no município de São Paulo (também conhecida como a Bacia de Concreto), uma liderança ligava uma sirene ao perceber que subiria a água. La RED La Red de Estudios Sociales en Prevención de Desastres en América Latina trabalha com a ideia de progressão da vulnerabilidade. Entender a vulnerabilidade não somente a partir das condições inseguras, mas entender as pressões dinâmicas e as causas mais profundas. Segundo a terminologia da UNISDR Estratégia Internacional das Nações Unidas para Redução de Desastres, ameaça, desastre e risco são conceitos distintos. A ameaça (perigo) é o evento em si que pode ocasionar perdas, mortes etc. A materialização disso seria o desastre. O risco seria a noção de que uma ameaça, materializada, gere impacto. A contaminação do Rio Doce após o rompimento da barragem de rejeitos da mineradora Samarco, em Minas Gerais, em 2015, foi um desastre tecnológico, que provocou um desastre ambiental: o risco tecnológico impactou o natural. Já o acidente nuclear de Fukushima, em 2011, foi ao contrário, o terremoto seguido de tsunami atingiu a usina: o natural impactou o tecnológico. 21

A esse contexto, soma-se a COMPLEXIDADE inerente ao tema de riscos de desastres ambientais, que pode ser vislumbrada na: a) VARIABILIDADE CLIMÁTICA, que se baseia em probabilidade, incerteza e risco; b) INTERDEPENDÊNCIA DE VARIÁVEIS físicas, sociais, econômicas, políticas, históricas e contemporâneas que define os riscos de desastres; c) GESTÃO que envolve múltiplos atores, com seus conhecimentos e interesses (explícitos ou não), tanto na esfera pública, quanto na esfera privada; d) CIDADE que materializa todas essas questões e dá dinâmica própria a elas; e e) TOMADA DE DECISÃO que tem orientações, focos, alcances, recursos diversificados (curto, médio, longo prazo; classe baixa, média, alta; etc.). Ilustrou-se o aumento do número de desastres na última década (2000-2010) segundo o Atlas Brasileiro de Desastres Naturais 1991-2012; e o impacto dos últimos eventos de extremos pluviométricos em Santa Catarina (2008), Pernambuco e Alagoas (2010) e Rio de Janeiro (2011), que causaram inundações e deslizamentos com elevado número de vítimas, afetados e custos econômicos. Há publicações do Banco Mundial analisando os cimpactos e custos desses 04 desastres. Cabe aqui a reflexão sobre como são percebidos os desastres de acordo com a temporalidade, o momento da ocorrência e do impacto, já que isso reflete na quantidade de recursos destinados: a diferença fica clara na comparação entre deslizamentos e seca, por exemplo. Esses eventos foram emblemáticos. Em Santa Catarina, no Vale do Itajaí, criou-se o CEPED Centro de Estudos e Pesquisa em Desastres. Como o evento atingiu vários municípios pequenos, houve muita demora nos resgates. Parte da população que fez esta tarefa. Em âmbito nacional, houve para o avanço na legislação nacional, com a redação da Lei nº 12.608/2012, que dispõe sobre a Política Nacional de Proteção e Defesa Civil. A Profa. Dra Katia Canil fez uma detalhada apresentação sobre o contexto histórico de gestão do risco no Brasil. 22