PREVISÃO CLIMÁTICA TRIMESTRAL
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- Tânia Teves Felgueiras
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1 PREVISÃO CLIMÁTICA TRIMESTRAL JANEIRO/FEVEREIRO/MARÇO Cooperativa de Energia Elétrica e Desenvolvimento Rural DEZEMBRO/2017
2 La Niña A temperatura da superfície do mar (TSM) na região equatorial do Oceano Pacífico (conhecida como região dos niños) se encontra em média, de 0,5 a 1,0 ºC mais baixa do que o normal, caracterizando assim a presença do fenômeno climático global La Niña. Além disso, diversas variáveis atmosféricas também apresentam características típicas da presença do fenômeno, como, por exemplo, o aumento de nebulosidade e das chuvas na Indonésia e o fortalecimento dos ventos alísios no equador do Oceano Pacífico. De acordo com as novas previsões dos modelos climáticos, a tendência é de que a TSM no Pacífico Equatorial ainda diminua nas próximas semanas e que este La Niña tenha intensidade entre fraca e moderada. Espera-se que o fenômeno dure até o outono de 2018, tendo a sua perspectiva de duração prolongada em relação às previsões anteriores. Previsão Trimestral A estação do verão este ano terá início, oficialmente, no dia 21 de dezembro, às 14 horas e 28 minutos do horário brasileiro de verão. O trimestre janeiro, fevereiro e março, que marca a estação mais quente, é marcado também pelas chuvas convectivas, que são as chuvas típicas de verão, procedentes das trovoadas à da tarde, normalmente ocorrendo a partir das 15 horas com o aquecimento intenso da superfície. No período entre o final do verão e entrada do outono, a partir da segunda quinzena de março, a dinâmica atmosférica muda e as chuvas passam a ser causadas, principalmente, pela passagem dos sistemas frontais e cada vez menos devido à convecção. Como neste verão estaremos sob as condições de La Niña, haverá menos vapor d água disponível na atmosfera para alimentar o processo convectivo diariamente. Com isso, as chuvas neste verão serão irregulares no tempo (isto é, com pouca frequência diária) e no espaço (ocorrendo em apenas alguns municípios, de forma isolada). A convecção deverá apresentar melhor distribuição espacial das chuvas quando ocorrer junto a formação de cavados (as zonas alongadas de baixa pressão atmosférica), dos sistemas de baixa pressão e da passagem de frentes frias pelo oceano. Neste trimestre os sistemas de altitude, como os jatos, terão muito pouca ou nenhuma influência na intensificação das instabilidades. O mês de janeiro terá predomínio de chuvas convectivas que será de baixo volume e com irregularidade na distribuição. Está prevista a formação de cavados, baixas pressões e frentes
3 frias, porém, na maioria dos casos, esses sistemas não deverão ativar significativamente o processo convectivo, formador das trovoadas de verão. Além disso, as frentes frias passarão muito rápidas: deverão levar em torno de 5 a 6 horas para cruzar toda a área de atuação da COPREL, o que resulta em pouca chuva. Por outro lado, a passagem mais rápida das frentes favorece a ocorrência de ventos com rajadas fortes e, eventualmente, queda de granizo de forma isolada. Deverá passar uma frente fria por semana sobre o litoral do RS, sendo que a primeira está prevista os dias 02 e 03 de janeiro. Somente a frente fria prevista para o final do mês deverá ficar estacionária entre o oceano e litoral do RS, e, com isso, haverá condições para chuvas mais persistentes na área de atuação da COPREL. Apesar dessas chuvas do final do mês, o total médio mensal tenderá a ficar abaixo da média climatológica, que normalmente é de 140 a 160 mm na área de atuação da COPREL. Em fevereiro as chuvas convectivas, que ainda são predominantes, continuarão irregulares no tempo e no espaço. Os outros sistemas produtores de chuvas como os cavados, as baixas pressões e as frentes continuarão com pouca expressão na intensificação das instabilidades. Com isso, o total médio mensal em fevereiro tenderá a ficar abaixo da média, que normalmente é 130 a 150 mm, na área de atuação da COPREL. Em março a convecção - que se caracteriza como organizadora das chuvas na primeira quinzena deste mês - continuará enfraquecida, resultando em chuvas irregulares no tempo e no espaço. Na segunda quinzena as chuvas ocorrerão normalmente associadas às frentes frias, que passarão a ser mais continentais, aumentando a diferença de temperatura das massas de ar e favorecendo a formação das instabilidades e das chuvas na passagem do sistema. Em consequência desta dinâmica, o total médio mensal tenderá a ficar abaixo da média, que normalmente é de 120 a 140 mm, na área de atuação da COPREL. Em relação ao comportamento térmico no decorrer do verão, os dias neste trimestre apresentarão, frequentemente, grande amplitude térmica, devido a presença de ar mais seco. Com isso, as tardes terão umidade relativa do ar mínima em torno de 30% a 40% na presença de sol e tempo estável, o que resulta em manhãs com temperaturas mais amenas e tardes mais quentes. Portanto, as médias das temperaturas mínimas, que variam de 18 ºC a 19 ºC, ficarão ligeiramente mais baixas. As médias das máximas, que variam de 27 ºC a 29 ºC, ficarão acima da média climatológica, com a ocorrência de tardes de calor extremo, quando as temperaturas poderão variar em torno dos 35 ºC nos municípios da COPREL.
4 Comportamento climático COMPORTAMENTO MENSAL DA PRECIPITAÇÃO EM 2017 CRUZ ALTA Valores em milímetro ANOMALIA Média 10 CLIMATOLOGIA (DESVIO) MESES anos* 2017 ( ) ( ) JANEIRO 119,7 144,6 229,8 +110,1 +85,2 FEVEREIRO 136,3 139,7 159,6 +23,3 +19,9 MARÇO 126,5 116,0 155,4 +28,9 +34,4 ABRIL 119,5 142,8 282,1 +162,6 +139,3 MAIO 108,1 124,5 411,2 +303,1 +286,7 JUNHO 116,3 143,9 136,2 +19,9-7,7 JULHO 139,7 160,4 12,2-127,5-148,2 AGOSTO ,1 118,2-52,8-7,9 SETEMBRO 169,6 181,8 102,6-66,7-79,2 OUTUBRO 144,5 220,6 246,3 +101,8 +25,7 NOVEMBRO 124,6 152,5 196,0 +71,4 +43,5 DEZEMBRO 154,8 195,0 58,6* -96,4-136,6 TOTAIS ANUAIS 1630,6 1847,9 2108,0 +477,4 +260,1 *Chuva diária acumulada até o dia 20 de dezembro.
5 COMPORTAMENTO MENSAL DA PRECIPITAÇÃO EM 2017 PASSO FUNDO Valores em milímetro ANOMALIA CLIMATOLOGIA Média 10 anos (DESVIO) MESES 2017 ( ) ( ) JANEIRO 149,7 153,4 213,2 +63,5 +59,8 FEVEREIRO 165,8 137,6 188,2 +22,4 +50,6 MARÇO 134,9 138,4 180,8 +25,9 +42,4 ABRIL 99,7 121,3 296,5 +196,8 +175,2 MAIO 114,3 134,1 388,5 +264,2 +254,4 JUNHO 133,6 145,8 145,9 +12,3 +0,1 JULHO 161,8 197,2 19,5-142,3-177,7 AGOSTO 187,8 143,1 168,0-19,8 +24,9 SETEMBRO 197,7 171,2 66,0-131,7-105,2 OUTUBRO 152,9 212,2 275,8 +122,9 +63,6 NOVEMBRO 131,7 144,9 181,4 +49,7 +36,5 DEZEMBRO 173,2 172,1 26,6* -146,6-145,5 TOTAIS ANUAIS 1803,1 1871,2 2150,4 +347,3 +279,2 *Chuva diária acumulada até o dia 20 de dezembro.
6 MESES COMPORTAMENTO MENSAL DA TEMPERATURA EM 2017 CRUZ ALTA CLIMATOLOGIA ( ) Valores em grau célsius Média 10 anos* ( ) 2017 ANOMALIA (DESVIO) JANEIRO 23,3 23,2 24,3 +1,0 +1,1 FEVEREIRO 23 22,9 22,4-0,6-0,5 MARÇO 21, ,4 0,0 0,4 ABRIL 18,5 19,4 18,1-0,4-1,3 MAIO 16 15,5 16,4 +0,4 +0,9 JUNHO 13,5 12,9 14,3 +0,8 +1,4 JULHO 13,6 13,1 14,8 +1,2 +1,7 AGOSTO 14,7 14,9 15,4 +0,7 +0,5 SETEMBRO 16,3 15,7 19,3 +3,0 +3,6 OUTUBRO 18,4 18,6 18,9 +0,5 +0,3 NOVEMBRO 20,8 21,6 20,0-0,8-1,6 DEZEMBRO 22,6 23,
7 COMPORTAMENTO MENSAL DA TEMPERATURA EM 2017 PASSO FUNDO Valores em grau célsius Média 10 ANOMALIA CLIMATOLOGIA anos* (DESVIO) MESES 2017 ( ) ( ) JANEIRO 22,1 22,0 23,0 +0,9 +1,0 FEVEREIRO 22,0 22,0 23,0 +1,0 +1,0 MARÇO 20,5 20,4 20,6 0,1 0,2 ABRIL 17,6 18,6 18,2 +0,6-0,4 MAIO 15,2 14,5 16,5 +1,3 +2,0 JUNHO 12,9 12,5 15,7 +2,8 +3,2 JULHO 13,3 12,5 14,8 +1,5 +2,3 AGOSTO 13,9 14,5 19,3 +1,2 +0,6 SETEMBRO 15,7 15,6 19,8 +4,1 +4,2 OUTUBRO 17,6 18,0 17,5-0,1-0,5 NOVEMBRO 19,6 20,2 19,2-0,4-1,0 DEZEMBRO 21,4 21,
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