O TAMBOR QUE FALA: LINGUAGEM E PERFORMANCE MUSICAL NO PEGA FOGO DO TAMBOR DE CRIOULA

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Transcrição:

O TAMBOR QUE FALA: LINGUAGEM E PERFORMANCE MUSICAL NO PEGA FOGO DO TAMBOR DE CRIOULA Esta dissertação pretende desenvolver uma análise da linguagem dialógica do tambor de crioula vinculada ao conceito de performance musical, em que estão em jogo tanto elementos musicais como extramusicais. O tambor de crioula é uma manifestação popular muito diversa e contextual, predominantemente realizada por negros, com perfis de participantes, motivações, formas de organização, estruturas musicais e coreográficas, que possuem semelhanças e diferenças as quais se espera comungar na prática coletiva. Esta comunhão de sentimentos é concretizada em momentos em que a performance musical chega ao ápice e, como dizem, o tambor esquenta e pega fogo, expressões que adoto como fenômeno da euforia coletiva. Através da etnografia da performance musical, pretendo demonstrar uma interpretação da maneira como a linguagem João Paulo Guedes 139 dialógica se manifesta em marchas de tambor em diferentes performances musicais, bem como, alguns elementos que influenciam o pega fogo do tambor. Palavras-Chave: Linguagem Dialógica. Performance Musical. Euforia Coletiva. Tambor de Crioula. Número de páginas: 100 Banca examinadora: Prof. Dr. Sergio Figueiredo Ferretti (Orientador-UFMA); Prof. Dr. Álvaro Roberto Pires (Ufma); Prof. Dr. Renato Moreira Varoni de Castro (UFMA). 08/08/2016 às 09h00min, na Sala de Aula do PP- GCSoc CCH. resumos dissertações 289

A INSERÇÃO DO CAMPESINATO NA PRODUÇÃO DE LEITE NA MICRORREGIÃO DE IMPERATRIZ: EXERCÍCIO DE AUTONOMIA OU SUBORDINAÇÃO A INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS? 140 Jonatha Farias Carneiro O presente estudo tem por objetivo analisar a inserção da agricultura camponesa na cadeia de produção de leite na microrregião de Imperatriz, tendo por eixo analítico a questão da autonomia/subordinação do campesinato ao mercado. O crescimento da produção maranhense de leite é um processo recente, ocorrido a partir do início do século XXI, e concentrado na microrregião de Imperatriz, que responde à maior parcela do rebanho bovino estadual e das unidades de fabricação de leite e seus derivados. A inserção do campesinato nessa cadeia produtiva é um processo também recente e, traz consigo o debate sobre a possibilidade da perda da autonomia camponesa quando inserida em uma cadeia produtiva industrial, com a perspectiva da especialização produtiva. No caso específico do campesinato da microrregião de Imperatriz, observei que as famílias envolvidas na produção de leite utilizam diferentes estratégias para se relacionar com os atores responsáveis pelo processo de comercialização (laticínios, queijeiros, intermediários), através da manutenção de atividades econômicas auxiliares, que servem como defesa contra as oscilações do mercado e mudanças climáticas. Para abordar esse processo, desenvolvi um estudo de caso no assentamento São Jorge, localizado no município de Cidelândia/MA, onde realizei entrevistas e, através de observação direta, acompanhei o processo de produção e comercialização de leite por unidades familiares. Palavras-Chave: Campesinato. Mercado. Pecuária de Leite. Qualidade. Número de páginas: 105 Banca examinadora: Prof. Dr. Marcelo Domingos Sampaio Carneiro (Orientador-Ufma); Prof. Dr. Juarez Lopes de Carvalho Filho (UF- MA); Prof. Dr. Tadeu Gomes Teixeira (UFMA). 19/08/2016 às 15h00min, na Sala de Aula do PPGCSoc CCH. 290 Repocs, v.14, n.27, jan/jun. 2017

DESENVOLVIMENTO, BARBáRIE E EDUCAção AMBIENTAL: REPRODUção COMPORTAMENTALISTA OU CONSTRUção DE ENFRENTAMENTOS PARA ALéM DO CAPITAL? ELEMENTOS PARA UMA REFLEXão CRíTICA ACERCA DO PROJETO ECOA 141 Tauan de Almeida Sousa Comunitária, realizado por agentes ligados a ALCOA/ALUMAR, empreendimento desenvolvimentista implantado na Zona Rural II de São Luís desde início da década de 1980. Questiona-se se tal iniciativa atua enquanto transmissora de um quadro de valores que, mesmo tratando de problemas ambientais, se resvala reprodutor do status quo, ou se atua enquanto prática que abre espaço para a atitude crítica e para o enfrentamento da lógica que produz os problemas geradores da crise ambiental. Escolheu-se a Zona Rural II de São Luís ser palco de conflitos ambientais oriundos da implantação de grandes projetos desenvolvimentistas e de permanente alocação de novos empreendimentos, os quais produzem ameaças às comunidades e suas formas de reprodução social. A pesquisa envolveu revisão bibliográfica de cunho exploratória, analise documental e entrevistas. Tem como pano de fundo a discussão teórica sobre modernidade, desenvolvimento, conflitos ambientais, sustentabilidade e educação ambiental. Conclui que o Programa ECOA integra o grupo que a literatura sobre o tema designa como Educação Ambiental conservadora. Portanto, temos a despolitização da educação ambiental, assim como a não abertura de espaços de enfrentamento aos elementos produtores dos problemas e conflitos socioambientais. Palavras-Chave: Desenvolvimento Sustentável. Educação Ambiental Crítica. Educação Ambiental Conservadora. Reserva Extrativista de Tauá-Mirim. Número de páginas: 192 Banca examinadora: Prof. Dr. Horácio Antunes de Sant Ana Junior (Orientador-Ufma); Prof. Dr. Antônio Paulino de Sousa (UFMA); Prof. Dr. Elio de Jesus Pantoja Alves (UFMA). 26/08/2016 às 08h30min, na Sala de multimídia do PPGCSoc CCH. s 291

ACESSIBILIDADE DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA FÍSICA NO TRANSPORTE COLETIVO URBANO EM SãO LUíS MA 142 Deusamar Silva dos Santos O presente trabalho analisa a acessibilidade nos transportes coletivos urbanos (ônibus urbanos) em São Luís MA, voltada para as pessoas com deficiência física. Em termos específicos: faz-se uma historicização concernente ao termo pessoa com deficiência, e em que momento passou-se a incluir questionamentos relativos à essa temática nos levantamentos estatísticos brasileiros; analisa-se a acessibilidade nesse meio de transporte com base nas legislações, considerando que o acesso ao transporte é um direito essencial para o exercício da cidadania. Apesar dessa prerrogativa, o estudo constatou que o transporte coletivo urbano é um meio de locomoção ainda bastante excludente, pois muitas medidas estão asseguradas apenas nos textos de Leis, Decretos, etc., mas que na prática não são efetivadas, na percepção desses sujeitos; o trabalho também discorre sobre os múltiplos olhares sobre as políticas públicas de promoção da acessibilidade nesse meio de transporte, tanto na percepção dos órgãos públicos, do setor privado, como da sociedade civil organizada, a partir de entrevistas realizadas com representantes desses segmentos sociais; apresenta as percepções sobre os entraves e os aspectos a serem melhorados para a promoção de políticas de acessibilidade nos transportes coletivos urbanos na capital mara- nhense. O presente estudo constatou, ainda, que existem algumas ações promovidas pela prefeitura e pela SMTT, a exemplo da compra de novos veículos adaptados, instalações de novos pontos de abrigos (paradas), licitação para escolha das empresas que vão operar no sistema de transporte urbano na capital maranhense. Todavia, os resultados nos permitem afirmar que não existem políticas públicas específicas para a promoção de melhorias na acessibilidade nesse meio de transporte, apesar de haver cobranças, especialmente da parte dos usuários, que usam os mecanismos de alguns órgãos públicos, como a Defensoria Pública e o Ministério Público Estaduais. Palavras-Chave: Acessibilidade. Mobilidade. Transporte Coletivo. Deficiência. São Luís. Número de páginas: 185 Banca examinadora: Prof. Dr. José Odval Alcântara Junior (Orientador-Ufma); Prof. Dr. José Benevides Queiroz (UFMA); Prof. Dr. Arinaldo Martins de Sousa (UFMA). 29/08/2016 às 16h00min, na Sala de multimídia do PPGCSoc CCH. 292 Repocs, v.14, n.27, jan/jun. 2017

O PROCESSO DE SOCIALIZAÇÃO NA QUESTÃO DA HABITAÇÃO: O RESIDENCIAL RIO ANIL CAMBOA 143 Maysa Mayara Costa de Oliveira Esta dissertação tem por objeto o processo de socialização em novas moradias das pessoas que passaram a habitar no Residencial Rio Anil Camboa, construído pelo Programa de Aceleração do Crescimento PAC -, iniciativa do governo federal localizada na Camboa, bairro popular da região central da cidade de São Luís, Maranhão. Com a implantação desse programa, o PAC Rio Anil teve como objetivo remover as precárias formas de habitação que se encontravam na margem esquerda do Rio Anil, em especial as palafitas. Iniciado em 2007, o projeto abrangeu essas moradias dos bairros da Alemanha, Fé em Deus, Liberdade e Camboa, sendo construído três residências para abrigar estas famílias: Residencial Jackson Lago, Residencial Rio Anil Camboa e Residencial Monte Castelo. Primeiro Residencial inaugurado pelo PAC, entregue no ano de 2009, o Rio Anil Camboa abriga, em 288 apartamentos, divididos por 18 blocos, as famílias oriundas das várias favelas que compunham o antigo espaço das palafitas dos bairros que margeiam o Rio Anil. No entanto, a significativa mudança das precárias e insalubres habitações para o Residencial não ocorreu sem problemas ou conflitos, estes expressos nos atuais processos de socialização. Um desses conflitos, por exemplo, os moradores imputam à mistura das favelas, pois que a reunião de pessoas de diversos bairros dificultou o estabelecimento de vínculos entre elas. Além disso, algo com frequência verbalizado, os moradores sentem-se estigmatizados e vítimas do preconceito, já que o Residencial é conhecido por Carandiru, antiga penitenciária da cidade de São Paulo. Tal realidade, objeto de estudo complexo, faz com que a presente dissertação tenha como propósito compreender até que ponto os modos de convivência dos moradores são afetados por uma nova forma de habitação e a maneira de como estes constroem suas relações espaciais e sociais em um novo espaço de interação. Palavras-Chave: Camboa. Habitação. Palafitas. PAC. Residencial Rio Anil. Socialização. Número de páginas: 164 Banca examinadora: Prof. Dr. José Benevides Queiroz (Orientador-Ufma); Prof. Dr. José Odval Alcântara Junior (UFMA); Profa. Dra. Roberta Maria Batista de Figueiredo Lima (UFMA). 31/08/2016 às 16h00min, na Sala de aula do PP- GCSoc CCH. s 293

TERRITÓRIO QUILOMBOLA SANTA ROSA DOS PRETOS: A PRODUção DO COMUM ÀS MARGENS DO DESENVOLVIMENTO 144 Ricardo Trujillo González Neste trabalho nos propomos analisar o conflito ontológico entre a comunidade quilombola Santa Rosa dos Pretos e a empresa de mineração VALE S.A, derivado do processo de duplicação da Estrada de Ferro Carajás iniciado em 2009. Caracterizamos o conflito desde uma perspectiva de longa duração que nos permite vincular as formas de negação ontológica que permitiram a conformação do sistema -mundo capitalista/ patriarcal occidentalocéntrico/cristianocéntrico moderno/colonial durante o processo de colonialização das Américas, com os mecanismos de reprodução deste sistema de poder global dentro de um contexto de reconfiguração neocolonial próprio da era neoliberal. Enfatizamos sobre as formas de re-existência implementados pela comunidade quilombola Santa Rosa dos Pretos, abordando -as desde uma perspectiva de longa duração que articula momentos de retraimento-refugio e momentos de pulsão capazes de produzir vetos sociais frente aos avanços do capital. Caracterizamos estas de re -existências como formas de produção do comum, analisando suas manifestações no campo econômico, politico e das subjetividades/intersubjetividades. Ainda vinculamos estes vetos sociais com a onda de revoltas produzidas na America Latina a partir da década dos 90 s, entendendo-as como expressões de um impulso criador que brota no tempo de agora num momento histórico caracterizado pelo paradoxo: intensificação dos mecanismos de acumulação por espoliação-crise terminal do capitalismo. Palavras-Chave: Conflito Ontológico. Modernidade. Capitalismo. Vetos Sociais. Produção do Comum. Número de páginas: 108 Banca examinadora: Prof. Dr. Benedito Souza Filho (Orientador-Ufma); Profa. Dra. Martina Ahlert (UFMA); Profa. Dra. Cindia Brustolin (UFMA). 20/09/2016 às 09h00min, na Sala de aula do PPGCSoc CCH. 294 Repocs, v.14, n.27, jan/jun. 2017

POLÍTICA NA IGREJA/ POLÍTICA DA IGREJA: FORMAS E DISPUTAS DE PODER ENTRE OS BISPOS DOM FRANCISCO HELIO CAMPOS E DOM ADALBERTO PAULO DA SILVA, NA DIOCESE DE VIANA-MA, DURANTE A DITADURA MILITAR 145 Eliane Ramira Sousa Lopes A pesquisa tem como objetivo analisar as relações Igreja/ Estado, considerando as práticas dos bispos Dom Francisco Hélio Campos (1969-1975) e Dom Adalberto Paulo da Silva (1975-1995) na cidade de Viana, estado do Maranhão. Especificamente, buscou-se identificar as visões dos bispos Dom Francisco Hélio Campos e Dom Adalberto Paulo da Silva sobre Igreja/ doutrina e seu papel, descrevendo a atuação e posicionamentos políticos e religiosos dos bispos na Diocese de Viana; entender as visões dos religiosos sobre a política do país, bem como a visão dos bispos sobre o próprio papel de bispo; em seguida fez-se um esforço em mapear as lutas internas, seja de cooperação ou de conflitos entre os religiosos. Como parte da metodologia realizou-se entrevistas e análise documental na Delegacia de Ordem Política e Social do Maranhão (DOPS-MA) e da Comissão Pastoral da Terra (CPT). Além disso, optou-se pela Sociologia Processual de Norbert Elias, sua concepção de poder, de configuração e campo religioso de Pierre Bourdieu. Levou-se em consideração o contexto político- socialhistórico, o qual se caminhou os agentes na construção da Diocese de Viana, dinâmica que é desdobramento de forças política- religiosas externas articuladas a dinâmica política- religiosa local. Palavras-Chave: Igreja Católica no Brasil. Igreja Católica no Maranhão. Bispados na Diocese de Viana. Política e Poder na Diocese de Viana. Número de páginas: 136 Banca examinadora: Profa. Dra. Arleth Santos Borges (Orientadora-Ufma); Profa. Dra. Martina Ahlert (UFMA); Prof. Dr. Adroaldo Jose Silva Almeida (UFMA). 31/08/2016 às 15h00min, na Sala de Reunião do PPGCSoc CCH. s 295