Usos do Crediário e Cheque Pré-datado

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Transcrição:

Usos do Crediário e Cheque Pré-datado MAIO 2018

Crediário supera o uso de cheque pré-datado entre os brasileiros Em março de 2018, o saldo das operações de crédito do sistema financeiro no Brasil incluindo crédito para pessoas física e jurídica atingiu o patamar de R$ 3,1 trilhões, fazendo com que a atual relação crédito/pib no Brasil seja de 46,6% 1. No cotidiano do consumidor, as ferramentas de crédito quando utilizadas com planejamento e controle financeiro se mostram uma importante ferramenta para alcançar sonhos de consumo, quando não se tem todo o dinheiro disponível para comprar à vista. Neste contexto, dados da pesquisa mostram que praticamente três em cada dez consumidores brasileiros fizeram alguma compra no crediário durante o período de um ano, seja usando cartões private label os famosos cartões de loja ou por meio dos populares carnês ou boletos emitidos por redes varejistas brasileiras. Esse tipo de crédito normalmente está atrelado à grandes marcas para consumo dentro das unidades emissoras, podendo em muitos casos também ser usado em estabelecimentos conveniados para obtenção de parcelamentos, vantagens e desconto especiais em compras. Ainda menos frequente no Brasil está o uso do cheque pré-datado, que deixou de ser tradicional e hoje está presente na vida de menos de 10% dos consumidores brasileiros. No entanto, tanto o crediário quanto o cheque pré-datado possuem um público consumidor fiel, que em grande parte dos casos utiliza essas modalidades pelo menos uma vez ao mês. Esses e outros apontamentos fazem parte do estudo Uso do Crediário e Cheques pré-datados, encomendado pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) para investigar o processo decisório na escolha desses dois tipos de pagamento, bem como mapear as formas de uso, percepção das vantagens, riscos envolvidos, inadimplência e controle dos gastos. Para isso, foram entrevistados 910 consumidores de todas as classes, que revelaram seus hábitos de consumo nos últimos 12 meses, em todas as capitais brasileiras, entre os dias 8 e 22 de março de 2018. 1 Segundo o relatório Estatísticas Monetárias e de Crédito, publicado pelo Banco Central do Brasil em 26 de abril de 2018, disponível em https://www.bcb.gov.br/htms/notecon2-p.asp 2

27% utilizaram crediário nos últimos 12 meses O estudo aponta que 26,6% dos consumidores afirmam ter utilizado o crediário como forma de pagamento de alguma de suas compras nos últimos 12 meses em maior percentual as mulheres consultadas (30,7%) e em menor percentual os entrevistados com mais de 55 anos (12,0%). Já as pessoas que não fizeram compras no crediário (70,0%) durante esse período alegam diferentes razões. Desse universo, 19,2% preferem pagar à vista e 14,3% nunca fizeram crediário e nunca sentiram falta. Outros 13,4% justificam dizendo que estão com o nome sujo principalmente consumidores pertencentes às classes C, D e E (16,9%) e em menor percentual pessoas com mais de 55 anos (4,7%) e 11,3% costumam usar outras maneiras para parcelar compras, como cartão de crédito ou cheque pré-datado. Para a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, é positivamente revelador que a maior parte dos consumidores que não fizeram crediário tenha dito que prefere pagar à vista. Quem paga à vista não compromete a renda futura e ainda pode pleitear descontos. Sem mencionar que não corre o risco de ficar inadimplente. Os juros do crédito rotativo cobrados nos cartões de loja são altíssimos, e podem chegar a 875% ao ano 2, valor que supera em muito a taxa média cobrada pelos cartões de crédito de bancos, afirma a economista. A pesquisa mostra, no entanto, que há vantagens na opinião daqueles que escolhem o crediário para efetuar suas compras. Para 26,2% das pessoas ouvidas pelo estudo, o popular carnê é uma boa opção, porque permite o parcelamento das compras. Outros 22,4% veem vantagem em poder fazer compras mesmo sem ter o dinheiro e 21,0% dizem preferir essa forma de pagamento simplesmente por terem algum prazo para pagar (entre a data da compra e a data de pagamento). 2 De acordo com levantamento do Instituto Proteste, publicado em abril de 2018, disponível em https://www.proteste.org.br/dinheiro/cartao-de-credito/noticia/vale-a-pena-ter-cartao-de-loja 3

Quando se consideram os consumidores consultados pela pesquisa que utilizaram crediário nos últimos 12 meses, 56,5% disseram ter algum carnê ou cartão de loja em aberto atualmente. Entre os que souberam informar a quantidade de lojas, a média foi de 2,4 crediários por entrevistado. Em outra frente, 43,5% não possuem nenhum crediário aberto no momento. 56% dos que utilizaram crediário nos últimos 12 meses disseram ter algum carnê ou parcela em aberto atualmente Mesmo que o uso do crediário esteja restrito a minoria dos consumidores brasileiros, é possível perceber que o público que contrata um cartão de loja ou o popular carnê, ainda é muito fiel a essa modalidade de pagamento. A maioria dos consultados pela pesquisa solicitou o crediário na loja (44,4%) por iniciativa própria, enquanto 30,1% aceitaram uma oferta feita pela loja. Outro exemplo de fidelidade é a frequência de uso: 34,8% utilizaram pelo menos uma vez ao mês. No entanto, 20,5% usou cerca de três vezes ao ano e 20,9% não sabem ou não se lembram. Dois em cada cinco consumidores (38,6%) que recorreram ao crediário revelam que não tinham condições de realizar a compra pagando à vista em dinheiro. Outros 17,1% aderiram a essa forma de pagamento porque não tinham limite no cartão de crédito, 13,1% optaram pela forma de pagamento por conta da pouca burocracia para fazer e 11,4% para poder fazer mais compras. Para o educador financeiro do Meu Bolso Feliz, José Vignoli, se a pessoa não tem dinheiro para pagar à vista ou se não tem limite no cartão de crédito, é sinal de que ultrapassou o teto de seu orçamento e o ideal seria que parasse de consumir imediatamente. Muitas vezes as ferramentas de crédito dão a falsa impressão de que se leva o produto sem pagar. No entanto, o consumidor precisa ter em mente que não é porque alguém compra parcelado que um dia não terá que pagar por aquela compra. Desta forma, é importante organizar as finanças e só realizar a compra se verificar que existe a possibilidade de arcar com os compromissos financeiros assumidos, lembra. 4

Por que recorreu ao crediário nos últimos 12 meses Porque eu não tinha condições de realizar a compra pagando à vista em dinheiro 39% Não tinha limite no cartão de crédito Porque não tinha muita burocracia para fazer Para poder fazer mais compras Para poder realizar um sonho de consumo Porque algum familiar ou amigo pediu para que eu comprasse algo para ele Não sei/não Lembro 17% 13% 11% 10% 8% 16% A maioria dos consumidores que fazem compras em cartão de loja e crediário analisam as tarifas e/ ou os juros cobrados na contratação (62,4%), sendo que 29,5% analisaram as tarifas e os juros, 19,0% somente as tarifas e 13,8% somente os juros. Por outro lado, 27,8% não fizeram nenhum tipo de análise na contratação, sendo que 13,0% não pensaram nisso na hora, especialmente as mulheres (18,0%). 5

Mais da metade dos usuários de crediário já foram negativados pelo não pagamento de alguma parcela, 31% não controlam os gastos No rol de produtos mais comprados no crediário, as lojas de departamento parecem conquistar a preferência dos consumidores: a maioria (47,8%) afirma comprar roupas, calçados e acessórios. Um terço (35,1%) compra eletrônicos, 30,0% eletrodomésticos, 23,2% móveis e 20,9% itens de supermercado. Os dados permitem ter uma ideia dos segmentos que oferecem esse tipo de crédito: grandes redes varejistas, lojas de departamento e redes supermercadistas, atenta Kawauti. Produtos que normalmente compra/comprava com crediário Roupas, calçados e acessórios 48% Eletrônicos (celular/smatphones, TV, DVD, aparelho de som, computador, tablete, notebook, etc) Eletrodomésticos e eletroportáteis (geladeira, fogão, cafeteira, etc) Móveis Compras de supermercado 35% 30% 23% 21% Viagens Perfumes/cosméticos Jogos, brinquedos em geral Não sei 12% 12% 6% 7% 69,1% dos entrevistados dizem fazer controle dos gastos realizados no crediário, como anotar em um caderno, agenda ou papel 37,3%, principalmente as mulheres (44,9%) e pessoas das classes C, D e E (41,0%). Porém, outros 30,9% não fazem qualquer controle efetivo destas despesas. Quando perguntadas em quantas vezes dividiram o valor de seus gastos na última compra feita no crediário, as pessoas ouvidas pelo estudo registraram uma média de 6,3 parcelas. Entre aqueles que possuem parcelas em atraso no momento e souberam informar a quantidade de parcelas atrasadas (10,7%), a média declarada é de 3,0 prestações. Entretanto, a maioria (81,6%) afirmou não ter prestações em aberto. 6

Quando o assunto é inadimplência, no entanto, há um histórico considerável de entrevistados nesse tipo de situação: 58,3% responderam já ter ficado com nome sujo pelo menos uma vez pela falta de pagamento de parcelas do crediário, sendo que destes, 32,9% já regularizaram sua situação e 25,5% ainda estão negativados. Por outro lado, 40,7% nunca ficaram com nome sujo por este motivo. 58% Já ficaram com o nome sujo pelo menos uma vez pela falta de pagamento de parcelas do crediário 33% 25% Já regularizaram sua situação Ainda estão negativados 7

Cheque pré-datado é pouco emitido por brasileiro; cheques sem fundo infelizmente ainda são realidade Largamente utilizados nas décadas passadas, o estudo mostra que o cheque pré-datado atualmente vem sendo utilizado por uma pequena parcela de consumidores: entre os entrevistados da pesquisa, somente 7,2% disseram ter emitido cheques pré-datados nos últimos 12 meses. A maioria (89,5%) não fez uso do cheque. Para a grande parte dos consumidores consultados, as maiores razões listadas para não usar essa modalidade de pagamento são não possuir nenhum talão de cheque (34,0%) principalmente nas classes C, D e E (38,6%), pagar as compras à vista (11,7%) e não achar prático (11,7%) sobretudo consumidores das classes A e B (20,5%). Principal motivo para usar o cheque pré-datado como forma de pagamento Não tinha dinheiro para pagar à vista 29% A possibilidade de parcelar as compras O fato de não precisar utilizar o limite do cartão de crédito O lojista só aceitava cheque como forma de comprar a prazo Porque é a única forma que eu tenho de comprar a prazo Porque estou habituado a pagar com cheque pré datado O desconto no valor da compra Ter maior controle das compras Não sei 16% 14% 13% 7% 6% 6% 4% 5% 8

Para Marcela Kawauti, o aumento na oferta de cartões de crédito bem como a praticidade de serviços oferecidos pelos bancos tanto online quanto em caixas eletrônicos fez o talão de cheque ser cada vez menos utilizado, sobretudo para compras do dia a dia. É uma tendência natural devido ao avanço das tecnologias, especialmente entre os meios de pagamento, e pela grande preferência dos consumidores pagarem as compras em dinheiro. Quando o cheque é usado, quase sempre é para suprir a necessidade de parcelar compras ou para pagamentos em valores mais altos, explica. Mesmo assim, os que utilizaram cheque pré-datado nesse período o fizeram, porque não tinham dinheiro de pagar à vista (28,7%), pela possibilidade de parcelar as compras (16,5%), por não precisar usar o limite do cartão de crédito (14,0%) ou ainda porque o lojista só aceitava cheque como forma de comprar a prazo (13,2%). Dentre esses que usaram, 24,6% emitiram o cheque pré-datado pelo menos três vezes por mês, enquanto 23,4%, aproximadamente três vezes ao ano. O estudo mostra que os itens mais comprados por aqueles que usam cheques pré-datados são carros, motos e acessórios (16,8%), móveis (14,1%), tratamentos médicos (13,2%), jogos e brinquedos em geral (11,1%) e viagens (10,9%). produtos/serviços geralmente adquiridos com cheque(s) pré-datado(s) Carro/moto e acessórios Móveis Tratamento médico (inclusive cirurgia plástica e outros procedimentos) Jogos, brinquedos em geral Viagens Ida a bares/restaurantes Imóvel (aquisição, reforma) Roupas, calçados e acessórios Eletrônicos (celular/smatphones, TV, DVD, aparelho de som, computador, tablet, notebook, etc) Salão de beleza/tratamentos estéticos Livros Eletrodomésticos e eletroportáteis (geladeira, fogão, cafeteira, etc) Tratamento odontológico Farmácia/remédios Compras de supermercado/mantimentos Perfumes/cosméticos Outro Não sei 17% 14% 13% 11% 11% 10% 10% 9% 9% 8% 7% 7% 7% 6% 4% 3% 6% 14% 9

Embora a emissão de cheques pré-datados realmente tenha ficado muito baixa no período de um ano, a grande parte das pessoas consultadas e que usou essa ferramenta de crédito nos últimos doze meses admitiu ter parcelas a pagar (52,3%). Entre aqueles que souberam informar a quantidade (42,0%), o número médio de parcelas de compras realizadas no cheque e ainda não vencidas é de 3,8 prestações. No entanto, 47,6% não possuem prestações de compras no cheque pré-datado a pagar atualmente. Uma dado preocupante é que 47,8% dos consumidores consultados pela pesquisa possuem algum cheque pré-datado apresentado sem fundo no momento. Entre aqueles que souberam informar a quantidade (34,7%), a média é de 1,5 cheques sem fundo. Igualmente alarmante é o fato de que quase a metade dos entrevistados que utilizaram a modalidade no último ano (44,9%) já ficaram com nome sujo pela emissão de cheque pré-datado sem fundo, sendo que 25,8% já regularizaram sua situação e 19,0% ainda estão negativados. Por outro lado, 84,6% disseram fazer controle dos cheques pré-datados emitidos, especialmente anotando no canhoto (31,8%) e em planilha de computador (31,4%). Mas, 15,4% não fazem controle algum dos compromissos de pagamento nessa modalidade. 45% já ficaram com nome sujo pela emissão de cheque pré-datado sem fundo, sendo que 19% ainda estão negativados O SPC Brasil e a CNDL reafirmam a importância das ferramentas de crédito como forma de concretizar grandes sonhos, contanto que utilizadas de forma responsável. Porém, no sentido inverso, a pesquisa revela que boa parte dos consumidores utiliza o crediário e o talão de cheques porque não têm dinheiro disponível ou porque já extrapolaram o limite do cartão de crédito. Nestes casos, os especialistas em Educação Financeira do SPC Brasil recomendam que, sempre que possível, o consumidor dê preferência de pagamento aos atuais compromissos adquiridos e faça um planejamento para economizar e pagar pelo bem desejado à vista. Se optar por parcelar, sempre controle as prestações a fim de que sejam pagas em dia. É muito fácil perder o controle, quando se está no limite do próprio orçamento. Qualquer imprevisto financeiro pode fazer com o que o consumidor atrase uma ou mais parcelas, o que implica na cobrança de juros e até mesmo em situação de inadimplência, finaliza Kawauti. 10

CONCLUSÕES Perfil do usuário de crediário 26,6% dos consumidores usaram crediário (carnê, boleto a prazo ou cartão de loja) nos últimos 12 meses; 19,2% dos que não usaram crediário preferiram pagar à vista, outros 14,3% nunca fizeram crediário e não sentem falta, e 13,4% estão com nome sujo; 26,2% dos usuários de crediário gostam de parcelar suas compras, 22,4% apreciam fazer compras mesmo sem ter o dinheiro e 21,0% acham vantajoso ter prazo para pagar; 47,8% fazem crediário para comprar roupas, calçados e acessórios, 35,1% para eletrônicos e 30,0% eletrodomésticos; 56,5% dos usuários têm algum crediário em aberto no momento (média de 2,4 crediários); 44,4% procuraram a loja para fazer crediário, outros 30,1% aceitaram proposta da loja; 38,6% optou pelo crediário pois não consegue pagar à vista; 17,1% pois não tem limite no cartão de crédito, e 13,1% pois não tem burocracia; 62,4% analisaram as tarifas e/ou os juros envolvidos no crediário; 69,1% fazem controle dos gastos no crediário, anotando principalmente em caderno, agenda ou papel (37,3%); 6,3 foi a média de parcelas na última compra realizada por crediário; Entre os que possuem parcelas no crediário em atraso e souberam informar a quantidade de prestações (10,7%), a média declarada é de 3,0 parcelas; 58,3% já tiveram seu nome sujo por não pagar as compras feitas no crediário (32,9% já regularizaram sua situação e 25,5% ainda estão negativados). 11

Perfil do usuário de cheque pré-datado 7,2% emitiram cheques pré-datados nos últimos 12 meses; 34,0% dos que não usaram cheque é porque não tinham talão de cheque, 11,7% porque preferem pagar à vista e 11,7% por falta de praticidade; 28,7% dos que usaram cheque é porque não podiam pagar à vista, 16,5% pois queriam parcelar as compras, e 14,0% para não utilizar o limite do cartão de crédito; 16,8% usaram cheque pré-datado para comprar carro, motos e acessórios, 14,1% para móveis, e 13,2% tratamento médico; 52,3% têm parcelas a pagar no cheque pré-datado, média de prestações feitas no momento da compra é de 3,8; 47,8% dos que têm parcelas em aberto possuem algum cheque pré-datado sem fundo no momento, a média é de 1,5 cheques sem fundo; 84,6% fazem controle dos gastos com cheque, seja anotando no canhoto (31,8%) ou em planilha de computador (31,4%); 44,9% já sujaram o nome pela emissão de cheque sem fundo (25,8% já regularizaram sua situação e 19% ainda estão com o nome sujo). 12

METODOLOGIA PÚBLICO-ALVO MÉTODO DE COLETA TAMANHO AMOSTRAL DA PESQUISA DATA DE COLETA DOS DADOS Consumidores de todas Pesquisa realizada 910 casos, gerando uma 08 a 22 de março as capitais brasileiras, pela web. Os margem de erro no geral de de 2018. homens e mulheres, dados foram 3,2 p.p. para um intervalo de com idade igual ou pós-ponderados confiança a 95%. maior a 18 anos, para ficarem de todas as classes representativos do econômicas. universo estudado. 13