RELATO DE EXPERIÊNCIA: O CUIDADO AO IDOSO PORTADOR DE ESCLEROSE LATERAL AMIOTRÓFICA

Documentos relacionados
A IMPORTÂNCIA DA EQUIPE ODONTOLÓGICA NO AMBIENTE HOSPITALAR THE IMPORTANCE OF THE DENTAL TEAM IN THE HOSPITAL ENVIRONMENT

RESIDÊNCIA EM ÁREA PROFISSIONAL DA SAÚDE

RESIDÊNCIA EM ÁREA PROFISSIONAL DA SAÚDE

A importância da anamnese e do exame físico para a prática de enfermagem: relato sobre a experiência acadêmica

Rotineiramente são seguidos alguns critérios para inclusão ou exclusão no programa de assistência domiciliar:

Atuação da Fonoaudiologia na Saúde Mental

Recursos Próprios 2013

A IMPORTÂNCIA DO ESTÁGIO CURRICULAR COM DISCENTES DE UM CURSO TÉCNICO EM ENFERMAGEM EM UMA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA: relato de experiência RESUMO

PROJETO DE LEI DO SENADO Nº, DE 2012

PORTARIA Nº 3.090, DE 23 DE DEZEMBRO DE 2011(*)

O MINISTRO DE ESTADO DA SAÚDE, no uso das atribuições que lhe conferem os incisos I e II do parágrafo único do art. 87 da Constituição, e

Plano de Trabalho Docente Ensino Técnico

RESUMO DOS 120 ANOS DA EEAP A INOVAÇÃO NA FORMAÇÃO: A IMPORTANCIA DO CONHECIMENTO ACADÊMICO SOBRE SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM

VISÃO ORGANIZACIONAL VOLTADA PARA O SÉCULO XXI. Gerenciamento Baseado na Competência. Prof.º Enf.º Diógenes Trevizan

SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AO PACIENTE IDOSO: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

VIII Jornada de Estágio de Serviço Social A ATUAÇÃO DO ASSISTENTE SOCIAL NO INTERNAMENTO DO HOSPITAL REGIONAL DE PONTA GROSSA-PR

Palavras-chave:Assistência Integral à saúde; Direitos do Paciente; Direito à Saúde; Hospitalização.

UNIVERSIDADE FEDERAL DO VALE DO SÃO FRANCISCO PROGRAMA DE DISCIPLINA

PROGRAMAÇÃO Científica Neo/Ped. 12 de julho de quinta-feira

Marcos S. Lapa Médico Geriatra II SIMPÓSIO GESEN. Londrina, 15 de setembro 2012

SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM

CONSELHO FEDERAL DE FONOAUDIOLOGIA

Resgatando as virtudes da Fisioterapia: História

Plano de Trabalho Docente 2017 Ensino Técnico

A importancia da realização da Anamnese e do Exame Fisico M E S T R E E M E N F E R M A G E M ( U E R J )

O SUS E A TERCEIRA IDADE: COMO FUNCIONA O ATENDIMENTO PARA A FAIXA ETÁRIA QUE MAIS CRESCE NO PAÍS?

Procedimento Operacional Padrão (POP) SERVIÇO DE PSICOLOGIA IMPLANTE COCLEAR ETAPAS DO PROCEDIMENTO

Administração Central Unidade de Ensino Médio e Técnico - Cetec Ensino Técnico

Garantia de Qualidade e Continuidade da Assistência no Atendimento Domiciliar

ANEXO IV. REQUISITOS DO CARGO E DESCRIÇÃO SINTÉTICA DA FUNÇÃO TÉCNICO DE ENFERMAGEM Classificação Brasileira de Ocupações CBO:

CURSO DE ENFERMAGEM 1. IDENTIFICAÇÃO DO CURSO

LEI COMPLEMENTAR Nº 465, DE 28 DE MAIO DE 2012.

EXIJA QUALIDADE NA SAÚDE

GUIA PRÁTICO DE CUIDADO À SAÚDE DA PESSOA IDOSA

A Importância dos Cuidados Paliativos na Unidade de Terapia Intensiva.

CURSO: ENFERMAGEM Missão Objetivo Geral Objetivos Específicos

COMPETÊNCIAS DESENVOLVIDAS NO SENIORATO POR ACADÊMICOS DE ENFERMAGEM EM PROJETO DE PESQUISA: RELATO DE EXPERIÊNCIA

Plano de Trabalho Docente Ensino Técnico

Curso de Pós-Graduação: Saúde Coletiva com Ênfase em Saúde da Família (Abordagem Multiprofissional)

Saúde Mental: Como cai na prova de Enfermagem. Prof.ª Natale Souza

ATIVIDADES LÚDICAS DE SAÚDE BUCAL COM CRIANÇAS E ADOLESCENTES HOSPITALIZADOS

Módulo 1 / Semestre 1 Carga horária total: 390ch Unidade Curricular. Semestral

O PROCESSO DE ENFERMAGEM E SUAS INTERFERÊNCIAS NO CUIDADO À PESSOA IDOSA

O USO DE UM JOGO DE TABULEIRO SOBRE SAÚDE MENTAL COMO ESTRATÉGIA PARA PROMOÇÃO DE SAÚDE

SÍNTESE PROJETO PEDAGÓGICO

PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO

Síntese do Projeto Pedagógico Curso: Enfermagem

EXIJA QUALIDADE NA SAÚDE

A ENFERMAGEM NA ASSISTÊNCIA AOS IDOSOS: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

Sumário. FUNDAMENTOS DA PRÁTICA DE ENFERMAGEM 32 Capítulo 1 Introdução à Enfermagem 34. Capítulo 6 Valores, Ética e Defesa de Direitos 114

SERVIÇO DE PSICOLOGIA

IX JORNADA DE ESTÁGIO DE SERVIÇO SOCIAL: FORMAÇÃO E PRÁTICA PROFISSIONAL DE SERVIÇO SOCIAL.

Plano de Trabalho Docente Ensino Técnico

SAÚDE E CIDADANIA TRANSFORMANDO A ESCOLA EM PROMOTORA DE SAÚDE DA COMUNIDADE

Relatório sobre as Especialidades em Fonoaudiologia. Conselho Federal de Fonoaudiologia

PROGRAMA DE DISCIPLINA. DISCIPLINA: Estágio Curricular em Unidades de Saúde de Média e Alta Complexidade CÓDIGO: EFMO64 COORDENADOR:

CUIDADOR DE IDOSO COM ESCLEROSE LATERAL AMIOTRÓFICA: ASPECTOS RELACIONADOS A UMA ASSISTÊNCIA SEGURA

CARTILHA ATENÇÃO À SAÚDE

ENFERMAGEM CUIDADOS DE ENFERMAGEM. Aula 3. Profª. Tatiane da Silva Campos

VISÃO HOLÍSTICA DA ENFERMAGEM NO CUIDADO AO PACIENTE

CARGO PROCESSO SELETIVO - EDITAL N.º 004/2019 ANEXO I - RELAÇÃO DE CARGOS / JORNADA/ REMUNERAÇÃO/ VAGAS JORNADA SEMANAL SEÇÃO QTD/VAGAS UNIDADE PCD***

INTERNAÇÃO PEDIÁTRICA

U.E.F.S DEPARTAMENTO DE SAÚDE PROGRAMA DE DISCIPLINA CÓDIGO DISCIPLINA REQUISITOS

ENFERMAGEM SAÚDE DO IDOSO. Aula 10. Profª. Tatiane da Silva Campos

ENFERMAGEM LEGISLAÇÃO EM SAÚDE

A EQUIPE DE ENFERMAGEM NA UTI

LIGA ACADÊMICA DE TERAPIA INTENSIVA COMO INSTRUMENTO DE MELHORIA E HUMANIZAÇÃO NA PRÁTICA DE FUTUROS PROFISSIONAIS

PERCEPÇÃO DE FISIOTERAPEUTAS RESIDENTES SOBRE IDOSOS CUIDADORES DE IDOSOS EM UM AMBULATÓRIO DE FISIOTERAPIA: RELATO DE EXPERIÊNCIA

Renovação da Licença Cédula de Identidade Profissional emitida pelo conselho de classe Alvará de localização e funcionamento

SUMÁRIO. Sobre o curso Pág. 3. Etapas do Processo Seletivo. Cronograma de Aulas. Coordenação Programa e metodologia; Investimento.

CUIDADOS CONTINUADOS INTEGRADOS

PORTARIA No , DE 15 DE DEZEMBRO DE 2015

PROJETOS DE PESQUISA E EXTENSÃO

O hospital é uma criação da cristandade da Idade Média. Hôtel-Dieu em Paris, 651

Visão: Salvar vidas por ano. O QUE É UMA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA (UTI)?

ATUAÇÃO DA ENFERMAGEM NO CUIDADO A FAMÍLIA E AO IDOSO COM ALZHEIMER: REVISÃO SISTEMÁTICA DA LITERATURA

Solicitação de Parecer Técnico ao COREN MA sobre a Atuação do Enfermeiro na realização de procedimentos estéticos.

PROGRAMA DE DISCIPLINA

A IMPORTÂNCIA NA INTEGRAÇÃO DE LIGAS ACADÊMICAS NA FORMAÇÃO PROFISSIONAL E SOCIAL PARA ALUNOS E INSTITUIÇÃO

GEP - GRUPO DE ESTIMULAÇÃO PRECOCE Criança de risco para atraso do desenvolvimento motor 30 vagas - 3 grupos de 10 crianças cada

CUIDADOS CONTINUADOS INTEGRADOS E ATENÇÃO AO IDOSO DEPENDENTE

PORTFÓLIO. Carinho e Saúde em seu Lar

CURSO TÉCNICO EM ENFERMAGEM

PARECER COREN-SP 020/2014 CT PRCI n /2012 Ticket n : , , , , , , , , ,

PROJETO PARA IMPLANTAÇÃO DA AGENDA DO SERVIDOR / 2016

RELATÓRIO MENSAL DAS ATIVIDADES 2011 MÊS DE MAIO APAE ASSOCIAÇÃO DE PAIS E AMIGOS DOS EXCEPCIONAIS

AOS PAIS E FAMILIARES O QUE É UMA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA PEDIÁTRICA?

UNIDADE DE EMERGÊNCIA ADULTO

Tipo de Apresentação: Pôster

Portaria SAS/MS nº 305, de 03 de Maio de 2002.

RAPS. Saúde Mental 26/08/2016. Prof.: Beto Cruz PORTARIA Nº 3.088, DE 23 DE DEZEMBRO DE 2011(*)

A DIMENSÃO QUALITATIVA E O DIMENSIONAMENTO QUANTITATIVO DA EQUIPE DE ENFERMAGEM NO AMBIENTE DO CUIDADO/CONFORTO DA UTI.

LIGA DE GERIATRIA E GERONTOLOGIA DA UFRGS

SAÚDE MENTAL NO SUS E OS CENTROS DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL

GESTÃO DA CLINICA E A INSERÇÃO DAS UPA24H NA REDE DE URGÊNCIA E EMERGÊNCIA

Graduação em Nutrição pela Universidade Federal de Campina Grande (2014);

Mestrado Profissional em Enfermagem Assistencial

O ENFERMEIRO NA VISITA MULTIPROFISSIONAL A IDOSOS: RELATO DE EXPERIÊNCIA EM UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO

POLÍTICA DE SAÚDE MENTAL. Prof. Domingos de Oliveira

Transcrição:

RELATO DE EXPERIÊNCIA: O CUIDADO AO IDOSO PORTADOR DE ESCLEROSE LATERAL AMIOTRÓFICA Gabriella Keren Silva Lima (1); Raphaella da Silva Moreira (1); Ana Beatriz de Almeida Lima (2); Isabel Comassetto (3) (1) Universidade Federal de Alagoas e-mail: gabriellaklima@hotmail.com; (1) Universidade Federal de Alagoas e- mail: rafa_uck@hotmail.com; (2) Universidade Federal de Alagoas e-mail: aninha_bia17@hotmail.com; (3) Universidade Federal de Alagoas e-mail: isabelcomassetto@gmail.com INTRODUÇÃO A pessoa idosa tem como desafio diário o uso de sua autonomia, devido ao contexto sociocultural em que está inserida. O idoso portador de Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA) terá maior dificuldade em exercê-la por apresentar uma incapacidade na realização de atividades de vida diária devido a doença ser de caráter progressivo e degenerativo, com comprometimento dos neurônios motores ( ¹ ). A Portaria nº 2.528 de 19 de outubro de 2006 tem como finalidade recuperar, manter e promover a autonomia e a independência dos indivíduos idosos, direcionando medidas coletivas e individuais de saúde para esse fim, em consonância com os princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde (2). O idoso portador de ELA torna-se dependente da moderna tecnologia de suporte à vida, tais como ventilação mecânica, os monitores cardíacos e o uso de cateteres enteral/vesical, além de uma atenção especializada da equipe de saúde. O profissional e o sujeito do cuidado irão apresentar um processo relacional resultante dos encontros periódicos que o processo patológico necessita. A dependência das intervenções de saúde prejudicam a relação do sujeito com o ambiente que está inserido, privando de sua autonomia e participação no processo saúde-doença e provocando um isolamento social (3). Por isso, há a importância de uma equipe multiprofissional qualificada para abordar o paciente idoso portador de ELA que deve ser visto como ser de personalidade própria, respeitando sua autonomia e necessidades psicossociais e espirituais, não limitando-o a sua condição patológica ou de faixa etária (4). A equipe de enfermagem tem portanto papel pivô nessa abordagem, pois são os profissionais que mais se desenvolvem no processo relacional (4). É por isso que há a importância da inserção de estudantes da graduação durante suas atividades práticas supervisionadas para motivação e práticas integrais a idosos portadores de ELA. Objetivando os mesmos a adotarem

práticas de assistência à saúde sem limitar o sujeito a suas condições patológicas e sua faixa etária, privando de sua autonomia. METODOLOGIA Trata-se de um relato de experiência vividas por acadêmicas de enfermagem da Universidade Federal de Alagoas, durante suas atividades práticas supervisionadas na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Universitário Professor Alberto Antunes (HUPAA), na cidade de Maceió-AL, por intermédio da disciplina de Intervenção e Gerenciamento de Enfermagem no Processo Saúde-Doença da Pessoa Adulta e Idosa II. O objetivo da disciplina é utilizar os conhecimentos adquiridos sobre a natureza do objeto de trabalho na relação com o cliente, aplicando os preceitos éticos e legais que regem o exercício da profissão; analisar o processo saúde-doença do adulto e idoso, situando-o no contexto assistencial da política de saúde vigente do país; sistematizar a assistência de enfermagem necessária ao cliente adulto e idoso em regime ambulatorial ou institucionalizado, envolvendo os seus familiares e a comunidade; utilizar a linguagem CIPE para sistematizar a assistência de enfermagem; demonstrar habilidade na execução de procedimentos técnicos necessários à intervenção de enfermagem; analisar o processo de trabalho em enfermagem relacionado à promoção, proteção, recuperação e reabilitação da saúde do adulto e idoso. As atividades foram direcionadas a um único paciente durante toda a manhã: um idoso portador de Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA) dependente exclusivamente de intervenções de saúde para manutenção integral de sua condição. As intervenções realizadas foram banho no leito, higiene oral, massagem terapêutica, aspiração da cavidade oral, nasal e de traqueostomia, administração da dieta e de fármacos prescritos; além da realização de oficina musical e espiritual. RESULTADOS E DISCUSSÃO No primeiro momento foi explicado ao grupo de estudantes a condição atual do paciente que incluía seu diagnóstico médico, as intervenções de enfermagem realizadas diariamente, os recursos existentes para comunicação com o paciente, sua condição psicossocial e espiritual e as demais intervenções realizadas por outros profissionais. O primeiro contato com o paciente foi através de estímulo verbal das estudantes, ele estava consciente, lúcido orientado quanto ao espaço, mas não quanto ao tempo devido ao longo período de internação; as respostas advindas do idoso eram por meio de piscadas de olhos. Para formação

de frases foi utilizado uma tabela de números e letras para de formação de palavras, esse método permite que o paciente se comunique apenas com os olhos (5). A princípio foi realizada a apresentação do grupo e perguntado sobre o mesmo querer aceitar receber todos os cuidados pelas estudantes, como forma de preservar sua autonomia, mesmo diante de sua condição patológica e de faixa etária. A primeira intervenção foi o banho no leito, realizado com água morna e produtos de higiene pessoal do próprio idoso, incluindo massagem terapêutica. Durante a realização do banho foi perguntado ao mesmo se ele queria que fosse colocado alguma música de sua preferência, o mesmo aceitou e todos os procedimentos foram realizados com a presença de músicas. A higiene oral foi realizada com dificuldade devido as incapacidades funcionais oriundas do processo patológico, mas o paciente foi incentivado a realizar pequenas ações como abrir e fechar a boca, preservando assim atividades que o mesmo ainda consegue desempenhar. A aspiração bucal, nasal e da traqueostomia foi explicada e realizada antes e após o banho, devido à necessidade e para minimizar o incômodo causado pelo procedimento que é indispensável para pacientes com ELA em estágio avançado. Além da administração da dieta e de fármacos que já estavam prescritos por outros profissionais, buscando sempre explicar o procedimento que iria ser realizado. Por último foi realizada uma oficina espiritual por entender que o paciente também precisa exercer sua espiritualidade e rituais que competem a sua religião, mesmo em ambiente hospitalar. Foi feita a leitura, com autorização do paciente, de trechos do principal livro de sua religião e realizadas reflexões pelas próprias estudantes que comoveram o paciente e mostraram a importância de preservar sua participação psicossocial e espiritual. CONCLUSÃO Diante disso, foi possível ver que é possível a preservação da autonomia e participação do idoso durante o seu processo patológico, mesmo diante de doenças tão incapacitantes como a ELA. Cabe então ao profissional a importância de se qualificar para prestar cuidados especializados e de cunho integral. Além da importância de realizar práticas que incentivem a assistência holística durante as práticas supervisionadas dos cursos de graduação da área de saúde, para que no futuro se tenham profissionais voltados para promover saúde através dos âmbitos fisiológicos, sociais, políticos, espirituais e emocionais.

A importância de preservar a autonomia do idoso no seu processo saúde-doença deve ser olhada além de um aspecto jurídico, mas como uma atitude que garante o bem estar psicossocial pregado pelo Sistema Único de Saúde. O uso de estudos que comprovem a eficácia de uma assistência psicossocial e espiritual junto a assistência de procedimentos levará a assistência de saúde a idosos a um patamar científico, integral e de qualidade. REFERÊNCIAS 1. Schlindwein-zanini, R; Queiroz, LP; Claudino, LS; Claudino, R. Aspectos neuropsicológicos da esclerose lateral amiotrófica: Relato de caso. Arq Catarin Med. 2015 jan-mar; 44(1): 62-70. Disponível em: http://pesquisa.bvsalud.org/portal/resource/pt/lil-793697 2. Ministério da Saúde. Portaria GM/MS nº 2.528, de 19 de outubro de 2006. Aprova a Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa. Diário Oficial da União 2006. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2006/prt2528_19_10_2006.html 3. Bittencourt, JFV; Cordeiro, ALPC. Esclerose lateral amiotrófica: o processo de cuidar em enfermagem e as tecnologias em saúde. CuidArte enfermagem. 2015 jul-dez; 9(2): 172-77. Disponível em: http://fundacaopadrealbino.org.br/facfipa/ner/pdf/revista%20cuidart%20- %20Jul%20-Dez%202015.pdf 4. Leite, MT; Schons, VF, Silva, LAA; Muller, LA; Pinno, C; Hildebrant, LM. A hospitalização em Unidade de Terapia Intensiva na voz de idosos e familiares. Rev. Estud. Interdiscipl. Envelhec. 2015; 20(2): 535-49. Disponível em: http://seer.ufrgs.br/index.php/revenvelhecer/article/view/46060/35456 5. Silva, TSA; Barroco, SMS; Bolsanello, MA. Comunicação alternativa em caso de esclerose lateral amiotrófica (ELA): uma experiência educacional de mediação para a humanização. Acta Scientiarum. Education. 2012 jan-jul; 34(1): 99-110. Disponível em: http://periodicos.uem.br/ojs/index.php/actascieduc/article/viewfile/14505/9178

RELATO DE EXPERIÊNCIA: O CUIDADO AO IDOSO PORTADOR DE ESCLEROSE LATERAL AMIOTRÓFICA GABRIELLA KEREN SILVA LIMA, RAPHAELLA DA SILVA MOREIRA, ANA BEATRIZ DE ALMEIDA LIMA, ISABEL COMASSETTO. A pessoa idosa tem como desafio diário o uso de sua autonomia, devido ao contexto sociocultural em que está inserida. O idoso portador de Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA) terá maior dificuldade em exercê-la por apresentar uma incapacidade na realização de atividades de vida diária devido a doença ser de caráter progressivo e degenerativo, com comprometimento dos neurônios motores. Por isso há importância na inserção de estudantes da graduação durante suas atividades práticas supervisionadas para motivação de práticas integrais a idosos portadores de ELA. Objetivando os mesmos a adotarem práticas de assistência à saúde sem limitar o sujeito a suas condições patológicas e de faixa etária, privando de sua autonomia. Esse trabalho tem como objetivo relatar as experiências vividas por acadêmicas de enfermagem em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Universitário Professor Alberto Antunes (HUPAA), na cidade de Maceió-AL, por intermédio da disciplina de Intervenção e Gerenciamento de Enfermagem no Processo Saúde-Doença da Pessoa Adulta e Idosa II. As atividades foram direcionadas a um único paciente durante toda a manhã: um idoso portador de Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA) dependente exclusivamente de intervenções de saúde para manutenção integral de sua condição. As intervenções realizadas foram banho no leito, higiene oral, massagem terapêutica, aspiração da cavidade oral, nasal e de traqueostomia, administração da dieta e de fármacos prescritos; além da realização de oficina musical e espiritual. Diante disso, foi possível ver que é possível a preservação da autonomia e participação do idoso durante o seu processo patológico, mesmo diante de doenças tão incapacitantes como a ELA. Cabe então ao profissional a importância de se qualificar para prestar cuidados especializados e de cunho integral. Além da importância de realizar práticas que incentivem a assistência holística durante as práticas supervisionadas dos cursos de graduação da área de saúde, para que no futuro se tenham profissionais voltados para promover saúde através dos âmbitos fisiológicos, sociais, políticos, espirituais e emocionais.