ROCKHISTORY: ROUPAS QUE CONTAM UM POUCO DA HISTÓRIA DO ROCK E CARACTERIZAM ESTILOS DE VIDA 1



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Transcrição:

ROCKHISTORY: ROUPAS QUE CONTAM UM POUCO DA HISTÓRIA DO ROCK E CARACTERIZAM ESTILOS DE VIDA 1 Carla GUIMARÃES 2 Douglas BARRETO 3 Irene Gabriela SOBRAL 4 Lucas ALVES 5 Maria Eduarda CORCINO 6 Vitor BRAGA 7 Universidade Federal de Sergipe RESUMO Algo tão grande, expressivo e diversificado não poderia ter surgido senão de uma mistura. Foi assim, em meados da década de 50, num país marcado pela segregação racial, que se misturaram a música dos negros, Rythm & Blues, e a dos caipiras brancos, o country, fazendo nascer o Rock n Roll. O mundo não é o mesmo desde que o novo grito musical surgiu, influenciando as ações, falas e vestimentas de seus adeptos. Com o tempo, várias vertentes surgiram, cada uma com identidade própria, mantendo o vínculo de um só ritmo. Este ensaio, o Rockhistory, conta um pouco da história do rock com roupas que o caracterizam e representam estilos de vida dentro de uma esfera musical. PALAVRAS-CHAVE: Fotografia; Fotografia Publicitária; Moda; Música; Rock. 1. INTRODUÇÃO Um dos primeiros conceitos de moda surge da distinção de classes sociais: em meados do século XV, a classe burguesa em ascensão procurava imitar a vestimenta dos nobres. Estes, por sua vez, mudaram suas roupas para manterem-se distintos. Conforme Trinca (apud DUBY e ARIÈS; 1990), no fim da Idade Média, a diferença de vestuário entre pessoas de um mesmo estrato social era mínima e o traje funcionava como um artifício para demarcar barreiras entre estruturas e hierarquias societais. A moda (...) satisfaz, por um lado, a necessidade de apoio social, na medida em que é imitação; ela conduz o indivíduo às trilhas que todos seguem. Ela 1 Trabalho submetido ao prêmio Expocom 2013, na Categoria Publicidade e Propaganda, Modalidade fotografia publicitária. 2 Graduanda do 5º período de Publicidade e Propaganda da UFS carlaguimaraes-@hotmail.com. 3 Graduando do 5º período de Publicidade e Propaganda da UFS barretodoug@gmail.com. 4 Graduanda do 5º período de Publicidade e Propaganda da UFS irenegabriela@ymail.com. 5 Graduando do 3º período de Publicidade e Propaganda da UFS lucas.dregon@hotmail.com. 6 Graduanda do 3º período de Publicidade e Propaganda da UFS dudacorcino@hotmail.com. 7 Orientador do trabalho. Professor da UFS e doutorando em comunicação pela UFBA. vitorbragamg@gmail.com. 1

satisfaz, por outro lado, a necessidade da diferença, a tendência à diferenciação, à mudança, à distinção, e, na verdade, tanto no sentido da mudança de seu conteúdo, o qual confere um caráter peculiar à moda de hoje em contraposição à de ontem e à de amanhã, quanto no sentido de que modas são sempre modas de classe. As modas dos estratos superiores diferenciam-se daquelas dos estratos inferiores, e são prontamente abandonadas quando os últimos passam a se apropriar das mesmas. (SOUZA e ÖELZE; 1998, p. 161-170). Pode-se inferir que a moda, ao mesmo tempo em que faz alguém pertencer a um grupo, separa-o de outro. Onde falta um desses dois momentos seja a necessidade e a possibilidade da distinção, seja a necessidade e o desejo de vincular-se aos outros, aí também termina o reinado da moda (SOUZA e ÖELZE, 1998, p. 161-170). Sabendo-se que o Rock é muito mais do que um tipo de música: ele se tornou uma maneira de ser, uma ótica da realidade, uma forma de comportamento (TINTI apud CHACON, 1985, p. 18-19), o presente trabalho busca representar o rock através das roupas características de algumas de suas vertentes. 2. OBJETIVO Objetivamos mostrar, através de fotografias, a linha do tempo 1950 - Atualidade, abrangendo a representatividade visual do Rock e sua influência sobre as vestimentas e o estilo de vida de pessoas que procuram identificação e pertencimento a determinados grupos sociais. Ao mesmo tempo em que apresenta diversas tendências na moda através do estilo musical vigente, o presente trabalho pretende evidenciar o trabalho de fotografia na publicidade para a moda, mostrando como uma estética predominante de cada estilo musical, bem como uma perante o público, são percebidos; o que requer uma produção fotográfica que saliente a inserção dessa indumentária no comportamento daqueles adeptos a cada estilo. Como já discutimos anteriormente, trabalhamos aqui com o imaginário que envolve o rock e suas diversas tendências ao longo do tempo, e como a publicidade opera de modo a trazer o pertencimento a essas tendências através da promoção de características específicas nas imagens. 3. JUSTIFICATIVA Carregado de expressividade musical e com uma moda cheia de atitude, o rock e suas vertentes tornaram-se um estilo de vida não somente musical que marcou décadas e gerações e dividiu-se em várias vertentes distintas sem perder sua essência. 2

Fotografar a moda rock vai além de um ensaio comum a fim de mostrar roupas. Representa a personalidade e identidade daquele que as veste. Este ensaio mostra que o rock determina estilos de vida e cria identidades próprias através, também, de roupas. 4. MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADAS Após estabelecer tema e objetivo, foram decididos os estilos a serem retratados, já que o rock é muito abrangente e possui várias vertentes: Rockabilly, Punk, Heavy Metal, Hard Rock, Grunge, Emocore e Happy Rock. A câmera utilizada para a execução do trabalho foi da marca Nikon modelo D90, e as fotografias foram realizadas, em sua maioria, com o auxílio do tripé, para maior controle da estabilidade. Outras foram obtidas sem tripé, para maior liberdade na captura de determinadas posições. A iluminação de estúdio foi feita através de flashs, em maioria com luz direta, usando o snoot como acessório. De acordo com a necessidade de cada foto, foram capturadas imagens coloridas e preto-e-branco. No processo de edição, foram realizados ajustes de saturação, brilho, contraste e intensidade da cor. Mais detalhes sobre cada imagem estão nas tabelas com os dados técnicos. 5. DESCRIÇÃO DO PRODUTO OU PROCESSO Como são estilos completamente diferentes, a roupa é muito importante, pois mostra a atitude do movimento. As poses também mostram como os participantes de cada estilo se portam e agem. A seguir, o detalhamento do processo acompanha uma discussão teórica da representação da moda nesses estilos musicais. 5.1. Rockabilly Em 1947, Christian Dior lança a moda do New Look, com mais feminilidade e glamour nas vestimentas. Na década de 1950, as mulheres passaram a usar vestidos mais amplos e na altura do tornozelo. Segundo Cláudia Garcia, no Almanaque da Folha Online: a cintura era bem marcada e os sapatos eram de saltos altos, além das luvas e outros acessórios luxuosos, como peles e joias. Ainda nessa década, o cinema apresentava a figura do jovem rebelde, como o personagem de James Dean no filme Juventude Transviada, em busca da sua própria moda, da sua necessidade de se justificar. Na necessidade de encontrar um caráter em si, de se 3

identificar consigo e não com o que os obrigavam a ser. Foram anos marcados pela busca de uma identidade própria que ficou escondida durante o tradicionalismo e conservadorismo da década de 1940, no período de guerras e dos Anos Dourados. O estilo caiu no gosto musical dos jovens americanos, tendo como ídolo o cantor e ator Elvis Presley, sempre vestido com jaquetas de couro e calças boca de sino acompanhadas de um imponente topete no cabelo. Conforme Trindade e Sobrinho (online), a nova música, com um contratempo acentuado e um ritmo dançante, afirmava ainda mais essa rebeldia surgida na década e trazia uma atitude mais revolucionária. Era uma música rebelde para uma juventude rebelde. Dados técnicos: Abertura f/8 Tempo de exposição 1/250 Sensibilidade ISO 200 Distância focal 35mm Iluminação Flash com Snoot 5.2. Punk Com origem em Londres em meados dos anos 70, uma reação agressiva, produto da sociedade superindustrializada e desumanizada, se instala através do movimento punk (CIDREIRA; 2008, p.38). Bandas como Ramones e Sex Pistols impulsionaram a criação de comportamentos e estética próprios: Os elementos dessas bandas, imaginativos e provocadores, usavam suásticas e outros símbolos nazi-fascistas, assim como símbolos comunistas num desafio agressivo aos valores políticos, morais e culturais. A música punk tradicional apresentava um conteúdo agressivo de crítica social [...]. (SOUSA, FONSECA; 2009, p. 210) Muggiati (apud RODRIGUES; 2011) afirma que se havia uma coisa de que os punks faziam questão de ser era contra a cultura. Sua música era de baixa qualidade e sua estética espelhava negatividade e muita revolta (CIDREIRA; 2008, p. 38). Contrastando com a moda vigente, a música e o visual punk eram muitas vezes considerados ofensivos: O termo moda não é bem aceite (sic) neste grupo já que depreende comércio, aparência, aceitação social. Há que usar o termo estilo ou visual para se referir à roupa como afirmação pessoal. O estilo punk pode ser reconhecido pela combinação de jeans rasgadas ou calças pretas justas, t-shirts de bandas musicais, cabelo colorido à moicano ou espetado em crista e acessórios como brincos, pulseiras ou colares de picos, alfinetes-de-ama e correntes metálicas (SOUSA, FONSECA; 2009, p. 211). Dados técnicos: Abertura f/8 Tempo de exposição 1/250 Sensibilidade ISO 200 Distância focal 52mm Iluminação sem flash 4

5.3. Heavy Metal Jeans surrados e camiseta com logotipo de banda são características típicas dos headbangers ou metaleiros, adeptos a um estilo que mistura o clássico Rock N Roll, o Blues e a Música Clássica. Na década de 1970, quando o Metal já se consolidara, os integrantes da banda Judas Priest, adotaram jaquetas de couro, braceletes, calças jeans surradas e botas de couro se tornaram ícones de moda. É possível vislumbrar os elementos de uma linguagem que começará a delimitar o espaço dos fãs de Heavy Metal, tais como calças jeans rasgadas, tatuagens, braceletes e imagens teratológicas, permitindo identificar, através de signos diferenciais, quem faz parte da tribo metálica (JANOTTI, 1994, p. 85). Outras bandas traziam toda a obscuridade que até hoje o Heavy Metal carrega. É o caso da também pioneira no estilo, Black Sabath e seu vocalista Ozzy Osborne, que ligaram o estilo ao que é mais oculto, fora do padrão, bizarro. Bandas inglesas como Black Sabbath e Deep Purple se firmaram como importantes representantes do heavy metal no início dos anos setenta. A primeira recebeu esta denominação derivada da influência satanista para os nomes das bandas de heavy metal. Outras que despontariam anos depois também se incluiriam nesta vertente, em que composições e visual sombrios são comuns. (TINTI para o site Club do Rock 8 ). Na Figura 3, o estilo é retratado por um casal: o homem usa jaqueta de couro e a mulher, roupas mais provocantes, sem perder o lado pesado e obscuro que o estilo carrega. Dados técnicos: Abertura f/8 Tempo de Exposição 1/250 Sensibilidade ISO 200 Distância Focal 32mm Iluminação sem Flash 5.4. Hard Rock O Hard Rock sempre funcionou de maneira extravagante, sombria, sexy, podre e apaixonante. Tudo ao mesmo tempo. A moda oitentista trouxe à tona a androginia, com roupas comuns ao público masculino e feminino: jaquetas de couro, camisetas rasgadas, braceletes, bandanas, calças justas, saltos, estampas de animais, coletes e maquiagem pesada e colorida. Os elementos e acessórios eram utilizados de maneira a explorar o lado sexy dos adeptos ao estilo, inclusive dos artistas que o representam. É o exemplo de Axl Rose que, 8 Disponível em: http://clubrock.com.br/news/historiadorock.htm Acesso em março de 2013. 5

mesmo com traços femininos e looks sexys e andróginos abusava de atitude forte em suas apresentações junto ao Guns N Roses, banda na qual era o vocalista. O renascimento do rock após o punk contribuiu para a propagação de visuais e comportamentos que caracterizariam a década de 80. Os cabelos estilo mullet, usados pelos cantores e músicos, e a predominância na moda das cores cítricas e das ombreiras, derivados da estética da new wave, um dos subgêneros do pop-rock oitentista, são exemplos dessas características visuais que diferenciaram os anos 80, da mesma forma que os topetes com brilhantina, as lambretas e as jaquetas de couro caracterizaram os anos 50. (ANAZ, online). O Hard trouxe um ar mais apaixonante e doce baseado nos anos 1970, mas sem todo o brilho nas roupas. Entre suas principais influências na música, estão Guns N Roses, Bon Jovi e Van Halen. Segundo Tinti, para o site Club do Rock 9 : A presença de palco de Axl Rose, vocalista do Guns n Roses, era marcante por seu estilo de cantar e se movimentar durante as apresentações ao vivo. Appetite for Destruction, de 1987, representou a mistura do hard rock com a emocionalidade do blues. Após a separação da banda, só restou Axl Rose da formação original. A apresentação do Guns no último Rock in Rio, em 2001, mostrou que ainda existem muitos fãs da antiga fase. Apesar de músicas como Sweet Child O Mine e Welcome to the Jungle agitarem a platéia, atualmente a presença do Guns n Roses é bem menor. A modelo da Figura 4, embora trajando calça justa, jaqueta de couro, maquiagem colorida e chamativa num ambiente escuro e pesado, consegue expressar traços meigos e românticos. Dados técnicos: Abertura f/8 Tempo de Exposição 1/250 Sensibilidade ISO 200 Distância Focal 30mm Iluminação Sem Flash 5.5. Grunge Na primeira metade dos anos 90, a banda Nirvana atinge enorme sucesso e é considerada a principal banda de Rock da década. A indumentária do vocalista Kurt Cobain, com roupas largadas e gastas, seguindo a ideia de que qualquer coisa serve, não importa o tamanho ou tempo de uso, inspirou muitos fãs. Segundo Cléo Ramos e Sérgio Sudsilowsky (online), a moda grunge Em oposição ao excesso de detalhes da moda punk e do exagero e luxo dos anos 1980, utilizava roupas inspiradas na classe proletária de Seattle, com roupas muito largas e gastas, muitas vezes adquiridas por doação, e camisa de flanela com estampa xadrez, como a dos lenhadores. Além da 9 Disponível em: http://clubrock.com.br/news/historiadorock.htm Acesso em março de 2013. 6

camisa xadrez (cujas mangas longas, muitas vezes, escondiam as picadas provocadas pelo uso de drogas injetáveis), completavam o visual as calças jeans esfarrapadas, camisetas de bandas, gorros, longos cabelos gordurosos e barba por fazer. Muitos desses ícones foram difundidos, principalmente, pelo músico Kurt Cobain considerado a maior referência para os seguidores deste movimento. GUMES (apud Shuker, 1999) afirma que o look grunge incluía camisa de flanela, bermudões bem folgados e roupas de brechó e seus representantes traziam um estilo pessoal. O grunge era uma mistura de Punk e Metal, com músicas independentes e autênticas. Sua ideologia era absolutamente contra as instituições sociais, estando associada a um conjunto de valores musicais, destacando-se a autenticidade, algo completamente oposto ao que está em vigor (GUMES apud SHUKER, 1999, p.172). Dados Técnicos: Abertura f/8 Tempo de exposição 1/250 Sensibilidade ISO 200 Distância Focal 32mm Iluminação sem Flash 5.6. Emocore No século XXI, resultado da mistura entre punks e neo-hippies, surgem os emos. Conhecidos por suas músicas com letras melodramáticas que tratam de sentimento e dor, a banda gaúcha Fresno é uma das representantes do estilo. Segundo Ferreira et. al (apud SOUZA, 2005), uma música não pode ser emocore se não falar de sentimentos como o amor, a decepção e a dor. Suas roupas atraíam muita atenção pela mistura de várias peças diferentes em um único look. O estilo começou a se popularizar entre os jovens, que viam nas letras das músicas um refúgio para as angústias e incertezas da vida. O estilo Emo é uma fusão da rebeldia comportamental e estética dos grupos punk do final dos anos 70 e do indie-rock, bastante visível na década de 60, que estampava um vestuário comportado, considerado cafona cujas peças mais comuns eram os blazers, paletós, xadrez e skinny jeans, variando entre o socialmente bem vestido, comportado e o aspecto baderneiro dos grupos que ali nasciam. (NOGUEIRA; 2008, p. 193). A modelo da Figura 6 usa camisa xadrez e tênis All Star característica do grunge - bem como blusa e meia calça pretas presentes no punk -, além de minissaia de pregas modismo dos anos 2000. O emocore é retratado pelo mix de peças para composição do look e presença de cabelo com franja lisa tapando metade do rosto. 7

Dados técnicos: Abertura f/8 Tempo de Exposição 1/250 Sensibilidade ISO 200 Distância Focal 30mm Iluminação sem Flash 5.7. Happy Rock Quebrando paradigmas, surge nos anos 2000 um Rock diferente do que todos estavam habituados, sem acordes pesados e estilos macabros. As músicas agora possuem letras e sons que tratam da alegria da juventude, da celebração da idade, festas, namoros e otimismo. As bandas Hori, Restart e Cine são suas principais representantes. Mais conhecidos como coloridos, a tribo Happy Rock traz roupas com cores fortes e vivas que remetem à felicidade e diversão, com mix de estampas, sobreposição de peças e cortes de cabelo diferentes, com claras referências à moda dos anos 80. Calças skinny em tons de neon, tênis chamativos e óculos coloridos, geralmente sem lentes também são usados. Como debatem Ceretta e Oliveira-Cruz (apud ABRAMO; 1994, p. 11), estes jovens também são articulados em torno de um estilo espetacular, cuja diferenciação se dá através da música, da roupa e de adereços, da postura e do comportamento no lazer. Teixeira e colegas (2010) ressaltam que estas bandas herdaram o estilo musical Power Pop, sucesso na década de 1970, e têm algumas características em comum: os músicos são, tal qual seu público, adolescentes. Dados técnicos: Abertura f/8 Tempo de exposição 1/250 Sensibilidade ISO 200 Distância focal 35mm Iluminação sem Flash 6. CONSIDERAÇÕES FINAIS A música não desempenha apenas um papel de descontração ou lazer e sim um meio para expressar os sentimentos e buscar uma identidade individual ou grupal, criando assim um estilo de vida com valores pré-determinados pelos adeptos do grupo. O Rockhistory busca ser muito mais que a história do rock, ousando em tentar considerar-se a história da evolução da humanidade em relação à sua indumentária através do aspecto musical, em constante modificação ao redor do mundo. Para tentar aproximar-se ainda mais da realidade, em que muitas pessoas modificaram seus estilos de vestir e pensar no decorrer das décadas, os mesmos modelos estão presentes em fotografias diferentes. 8

7. FOTOGRAFIAS Figura 1 - Rockabilly Figura 3 Heavy Metal Figura 4 Hard Rock Figura 2 Punk Figura 6 Emocore Figura 5 - Grunge Figura 7 Happy Rock 9

REFERÊNCIAS ANAZ, Sílvio. Como funcionam os Anos 80. Disponível em: <http://pessoas.hsw.uol.com.br/anos- 803.htm>. Acessado em março de 2013. CERETTA, S. C. OLIVEIRA-CRUZ, M. C. B. F. Alegria em cores: identidade e consumo entre adolescentes happy rockers. Santa Maria, 2012. Disponível em <http://www.contemporanea.uerj.br/pdf/ed_20/contemporanea_n20_05_ceretta.pdf> Acessado em março de 2013. CIDREIRA, R. Moda nos anos 60/70 (comportamento, aparência e estilo). Revista do Centro de Artes, Humanidades e Letras, vol. 2, 2008. FERREIRA, A. et al. Emos o Resgate da Moda Romântica através dos Blogs. Disponível em <http://www.razonypalabra.org.mx/anteriores/n53/blogs.html> Acessado em março de 2013. GARCIA, Claudia. In: Almanaque da Folha. Diponível em <http://www.portcom.intercom.org.br/pdfs/154695334944210728619242571716276375905.pdf> Acessado em março de 2013. GUMES, N. V. C. Música: Marcas Sonoras Juvenis. Bahia. Trabalho apresentado ao NP13 Comunicação e Cultura de Minorias, do IV Encontro dos Núcleos de Pesquisa da Intercom. 2004. Disponível em <http://www.portcom.intercom.org.br/pdfs/154695334944210728619242571716276375905.pdf> Acessado em março de 2013. JANOTTI JUNIOR, Jeder. O Universo Simbólico do Heavy Metal. Revista do CHLA, (UFAL), v. 8, p. 82-86, 1994. NOGUEIRA, G. L. C. Emocore Grupo como Leitura Social. Maranhão. Trabalho apresentado à Revista Cambiassu. 2008. Disponível em <http://www.cambiassu.ufma.br/cambi_2008/gislleyne.pdf> Acessado em março de 2013. RAMOS, C. SUDSILOWSKY, S. Disponível em <http://www.cetiqt.senai.br/ead/redige/index.php/redige/article/view/175/228> Acessado em março de 2013 SOUSA, H.; FONSECA, P. As tribos urbanas as de ontem até às de hoje. Nascer e Crescer, 2009, p. 209-214. SOUZA, J. e ÖELZE, B. Simmel e a modernidade. Brasília: UnB. 1998. p. 161-170 Disponível em: < http://www.ebah.com.br/content/abaaabhjqae/psicologia-moda-estudo-sociologicogeorg-simmel> Acessado em março de 2013. TINTI, Simone Paula Marques. História do Rock. Disponível em: < http://clubrock.com.br/news/historiadorock.htm> Acessado em março de 2013. TRINCA, Tatiane Pacanaro. Moda e Reificação: a supremacia da aparência na sociedade do consumo. Disponível em: < http://migre.me/di3lq> Acessado em março de 2013. TRINDADE, D. A. e SOBRINHO, B. A Juventude dos anos dourados: o tradicionalismo pósguerra e a ruptura rebelde como prenúncio de revolução e vontade de liberdade. Disponível em: <http://lemad.fflch.usp.br/node/283> Acessado em março de 2013. 10