2 o CONGRESSO BRASILEIRO DE P&D EM PETRÓLEO & GÁS

Documentos relacionados
SUMÁRIO TELEMAC3D... 3 SISYPHE... 4 TOMAWAC... 5 ECOS... 6 TRANSPORTE DE CONTAMINANTES... 7 CONVERSÃO DE ENERGIA DE CORRENTES... 8 ANOTAÇÕES...

2 o CONGRESSO BRASILEIRO DE P&D EM PETRÓLEO & GÁS

Biodiversidade e Funcionamento de um Ecossistema Costeiro Subtropical: Subsídios para Gestão Integrada. BIOTA/FAPESP - Araçá

Lista de Figuras. Figura 1.1 Localização geográfica do estuário do rio Curimataú... 2

Programa de Medições Hidrodinâmicas no Litoral Sul do Estado de São Paulo (Brasil)

Rua Agostinho Barbalho, nº 77, ap 503, bl 2, Madureira, Rio de Janeiro RJ. cep

PROAMB RECUPETRO. Projeto Cooperativo PROAMB. Protocolos de Avaliação e Recuperação de Ambientes Impactados por Atividades Petrolíferas

MODELAMENTO HIDRODINÂMICO E DA DISTRIBUIÇÃO SEDIMENTAR NO ESTUÁRIO DO RIO POTENGI E ÁREAS ADJACENTES: IMPLICAÇÕES NA MIGRAÇÃO DE

Universidade do Minho - Escola de Engenharia MESTRADO INTEGRADO EM ENGENHARIA CIVIL Plano de Trabalhos para Dissertação de Mestrado 2017/18

Uso de ferramentas experimentais para o projeto de canais portuários Projeto Vertical

INTERVENÇÃO DE OLEODUTOS TERRESTRES DE TRANSMISSÃO

SIMULAÇÃO NUMÉRICA DA DETECÇÃO DE VAZAMENTO EM OLEODUTO CONTENDO CONEXÃO TÊ

ESCOAMENTOS UNIFORMES EM CANAIS

RELAÇÕES ENTRE CAMPOS DE CORRENTES DE MARÉ E O TRANSPORTE SEDIMENTAR NA DESEMBOCADURA DO COMPLEXO ESTUARINO DE PARANAGUÁ (CEP)

O que é hidrografia? É o ciclo da água proveniente tanto da atmosfera como do subsolo.

RELATÓRIO DE LEVANTAMENTOS DE CAMPO RESERVA DE JACARENEMA BARRA DO JUCU VILA VELHA

Workshop sobre Atividades com Interferência em Áreas com Presença de Rodolitos. 17 e 18 de agosto de 2015 Rio de Janeiro

O Projeto Vida na Laje de Santos Subprojeto Oceanografia Física / Hidrodinâmica

INFLUÊNCIA DO RIO SÃO FRANCISCO NA PLATAFORMA CONTINENTAL DE SERGIPE

Atlas Físico do Parque Municipal Marinho do Recife de Fora

GENOVA MONITORAMENTO DE PARÂMETROS HÍDRICOS E METEOROLÓGICOS

GERENCIAMENTO DA ÁGUA SUBTERRÂNEA NO CURIMATAÚ ORIENTAL PARAIBANO: ANÁLISE DO MUNICÍPIO DE ARARUNA-PB

FUNÇÕES DESEMPENHADAS PELAS DIFERENTES TIPOLOGIAS DA REN

Lagoa facultativa primaria no nordeste do Brasil: interferência da sedimentação e do acúmulo de lodo na eficiência de remoção da matéria orgânica

Hidrografia, correntometria e modelagem numérica em apoio a obras de engenharia costeira no canal de Piaçaguera (Santos SP)

EROSÃO MARINHA E AS MODIFICAÇÕES NA PAISAGEM DA PRAIA DE CAPONGA EM CASCAVEL-CE

SIMULAÇÃO DO DERRAME DE ÓLEO DE SOJA NO MAR

AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS GERADOS POR PEDREIRAS NOS MUNICÍPIOS DE POCINHOS E SÃO VICENTE DO SERIDÓ, PARAÍBA, BRASIL.

CONCURSO PÚBLICO DA CAERN COMISSÃO PERMANENTE DO VESTIBULAR CARGO: ANALISTA AMBIENTAL PROGRAMA

2 o CONGRESSO BRASILEIRO DE P&D EM PETRÓLEO & GÁS

LEI DO PETRÓLEO - Nº 9.478, DE 6 DE AGOSTO DE Presidência da República - Subchefia para Assuntos Jurídicos

MODELOS DE APOIO À DECISÃO DE PROJETOS DE DISPOSIÇÃO OCEÂNICA DE ESGOTOS

Sobreelevação da superfície do mar devida à variação da pressão atmosférica: esta componente é também identificada como storm surge :

1. INTRODUÇÃO 1.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS

LAMA DE PRAIA CASSINO

SUMÁRIO. PARTE I: FUNDAMENTOS - Conceitos e Processos APRESENTAÇÃO PREFÁCIO AGRADECIMENTOS. Capftulo 1 - FUNDAMENTOS DA HIDROSSEDIMENTOLOGIA

Identificação e predição de impactos de um grande projeto Porto de Sines em Portugal. Maria Grade Pedro Bettencourt José Chambel Leitão

Especificidades Técnicas na Avaliação Ambiental para Atividades Eólicas Offshore

MIEC MESTRADO INTEGRADO EM ENGENHARIA CIVIL 2014/2015 PROPOSTA DE TEMAS PARA DISSERTAÇÃO RAMO DE ESPECIALIZAÇÃO/ ÁREA CIENTÍFICA:

Rio Guaíba. Maio de 2009

Resumo. Abstract. Palavras chave: Hidrocarbonetos. Sedimentos de manguezal. Fitorremediação.

Hidráulica Marítima. Hidráulica Marítima (HM) ou Costeira ( Coastal Engineering ) :

FICHA (IN)FORMATIVA Nº 1 Biologia e Geologia Módulo 6

Estudos de Sensibilidade Ambiental a Derrame de Óleo no Litoral Sul da Bahia

PLANO DE OPERAÇÃO DE RESERVATÓRIOS PARA ATENDIMENTO AOS REQUERIMENTOS DA VAZÃO AMBIENTAL

Sedimentos Costeiros. Transporte de Sedimentos. Transporte de Sedimentos. Transporte de Sedimentos 06/06/2016

Módulo 13. Agentes externos formadores do relevo Prof. Lucas Guide 1º ano EM

Escopo do Grupo de Trabalho 1 Base Científica das Mudanças Climáticas

INF Fundamentos da Computação Gráfica Professor: Marcelo Gattass Aluno: Rogério Pinheiro de Souza

ESTUDOS DA ÁGUA PRODUZIDA ATRAVÉS DOS PARAMETROS TOG, CONDUTIVIDADE, PH, TURBIDEZ E SALINIDADE

Estudo observacional dos efeitos da captação de água pelos usuários na intrusão salina do Cana de São Francisco, RJ

MANEJO E CONSERVAÇÃO DO SOLO E DA ÁGUA APLICADOS À PRESERVAÇÃO DOS ECOSSISTEMAS

MITIGATION OF BEACH EROSION AFTER COASTAL ROAD CONSTRUCTION KIM, K. H.; YOO, H. S.; KOBAYASHI, N.

Sensoriamento Remoto no Estudo da Água

Hidráulica Fluvial e Marítima

PANTANAL E MANGUEZAIS

Projeto SPRES Boletim Informativo 1 / abril 2013

09 a 11 de dezembro de 2015 Auditório da Universidade UNIT Aracaju - SE MONITORAMENTO DA ÁGUA SUBTERRÂNEA EM MANGUEZAL, BAÍA DE SEPETIBA, ITAGUAÍ-RJ.

Material de Ações Ambientais

PRESCRIÇÕES TÉCNICAS

Análise Climática Dos Focos De Incêndios Na Estação Ecológica De Uruçuí-Una No Estado Do Piauí

DISTRIBUIÇÃO GRANULOMÉTRICA AO LONGO DO RIO CACERIBU, ITABORAÍ/RJ

Germana Cavalcante Menescal 1 ; Erika da Justa Teixeira Rocha 2 ; Marco Aurélio Holanda de Castro 3 & Ernesto da Silva Pitombeira 4

MONITORAMENTO DA QUALIDADE DA ÁGUA DO MACEIÓ PARAIBANO DE INTERMARES, QUANTO A PARÂMETROS FÍSICO- QUÍMICOS

Sistema de Vigilância de Qualidade da Água

DIAGNÓSTICO DOS POÇOS TUBULARES E A QUALIDADE DAS ÁGUAS SUBTERRÂNEAS DO MUNICIPIO DE JUAZEIRO DO NORTE, CEARÁ

ESTUDO DA INJEÇÃO DE VAPOR E SOLVENTE EM RESERVATÓRIOS COM CARACTERÍSTICAS SEMELHANTE AO DO NORDESTE BRASILEIRO

MONITORAÇÃO DA CORROSÃO INTERNA DE DUTOS PROCEDIMENTOS, TÉCNICAS E INCERTEZAS

ANÁLISE DE QUALIDADE DA ÁGUA PRODUZIDA DESCARTADA A PARTIR DE PLATAFORMAS PRODUTORAS DE PETRÓLEO

2.1. Projeto de Monitoramento Batimétrico. Revisão 00 NOV/2013. PCH Jacaré Plano de Controle Ambiental - PCA PROGRAMAS AMBIENTAIS

Análise de riscos ambientais no derramamento de petróleo

Junho Entrevistada: Lucia de Fatima Socoowski de Anello. Silvana do Nascimento (GPEA-FP)

Resumo. O objectivo deste trabalho foi caracterizar a comunidade bentónica de

AVALIAÇÃO DAS PROJEÇÕES DE PRECIPITAÇÃO DOS MODELOS CLIMÁTICOS GLOBAIS DO QUARTO RELATÓRIO DO IPCC PARA O BRASIL *

Hydraulic Performance Analysis of a Hydrokinetic Power Turbine in Marine Environments with High Sediment Content

DISPOSIÇÃO INADEQUADA DE RESÍDUOS SÓLIDOS NA MICROBACIA DO TIJUCO PRETO, MUNICÍPIO DE SÃO CARLOS/SP.

AVALIAÇÃO DOS TEORES DE ÓLEO E GRAXA DE AMOSTRAS D ÁGUA DO ESTUÁRIO DO RIO POTENGI, NATAL-RN

As rochas sedimentares

DETERMINAÇÃO DO IQA DO ARROIO CLARIMUNDO NA CIDADE DE CERRO LARGO/RS 1 DETERMINATION OF THE IQA OF CLARIMUNDO RIVER IN THE CITY OF CERRO LARGO/RS

DEFESA LITORÂNEA DA PRAIA 13 DE JULHO

menor escala, não são de menor importância, uma vez que seus efeitos são de grande envergadura (Kennish, 1997).

TÍTULO: ANÁLISE DE PARÂMETROS FÍSICOS E QUÍMICOS DA ÁGUA E SUA INFLUÊNCIA NA SOBREVIVÊNCIA DOS ORGANISMOS DA PRAIA PEREQUÊ-MIRIM UBATUBA-SP.

Joil José Celino Antônio Fernando de Souza Queiroz Jorge Alberto Trigüis Olívia Maria Cordeiro de Oliveira

CARACTERIZAÇÃO DE CORRENTES NA ÁREA DE INFLUÊNCIA DO SISTEMA DE DISPOSIÇÃO OCEÂNICA DOS ESGOTOS SANITÁRIOS DE FORTALEZA, CEARÁ, BRASIL

clorados, continuam a migrar através do nível d água e da zona saturada até que seja atingida uma barreira impermeável (Alvarez-Cohen, 1993).

O CONHECIMENTO GEOLOGICO COMO FERRAMENTA DO MONITORAMENTO COSTEIRO E APOIO AO USO E OCUPAQAO DO LITORAL: ESTUDO DE CAS0 NO LITORAL DE SERGIPE, BRASIL

1 Introdução. Figura Esquema offshore de produção de petróleo.

HIDRODINÂMICA E DISTRIBUIÇÃO DE SÓLIDOS EM SUSPENSÃO NO ESTUÁRIO DO RIO ITAJAÍ-AÇU. [RELATÓRIO]*

BLOCO V ÁGUA COMO RECURSO NO MOMENTO ATUAL. Temas: Escassez. Perda de qualidade do recurso (água) Impacto ambiental

O USO DA ESTATÍSTICA NA ENGENHARIA ENGENHARIA AMBIENTAL

Escola Politécnica da Universidade de São Paulo PHD2537 Água em Ambientes Urbanos

GEOLOGIA GERAL CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

Cartas de Sensibilidade a Derramamento de Óleo Costeira e Terrestre. Prof Dr Paulo Márcio Leal de Menezes ICA SBC - UFRJ

Fontes de energia - Usinas PROF.: JAQUELINE PIRES

Capítulo I Introdução 24

FONTES DE ENERGIA PROFESSOR : DANIEL DE PAULA

EVOLUÇÃO DA MORFOLOGIA COSTEIRA DO LITORAL OESTE DE ICAPUÍ - CE EVOLUÇÃO DA MORFOLOGIA COSTEIRA DO LITORAL OESTE DE ICAPUÍ - CE

XX Encontro de Iniciação à Pesquisa

Transcrição:

2 o CONGRESSO BRASILEIRO DE P&D EM PETRÓLEO & GÁS DETERMINAÇÃO DOS PARÂMETROS HIDRODINÂMICOS DO ESTUÁRIO DE SÃO FRANCISCO DO CONDE, BAHIA DE TODOS OS SANTOS, BAHIA Ronaldo Gomes Bezerra 1, George Satander Sá Freire 2 1 Laboratório de Geologia Marinha e Aplicada LGMA, Departamento de Geologia da Universidade Federal do Ceará DEGEO/UFC, Campus do Pici Bloco 912, lgma@ufc.br 2 Laboratório de Geologia Marinha e Aplicada LGMA, Departamento de Geologia da Universidade Federal do Ceará DEGEO/UFC, Campus do Pici Bloco 912, freire@ufc.br Resumo Em regiões costeiras que agregam instalações industriais ou relacionadas com a indústria petrolífera, são constantes os problemas ligados aos derrames de petróleo, comuns nos acidentes envolvendo a exploração, explotação, o transporte e a transferência de óleos crus ou de seus derivados. A caracterização dos parâmetros hidrodinâmicos do sistema estuarino é um fator importantíssimo no gerenciamento desses ambientes, principalmente nas áreas de manguezal, o qual possui maior vulnerabilidade a derrames, causando um intenso desequilíbrio químico e biológico afetando sua fauna e flora. O trabalho proposto visa contribuir para a redução das conseqüências ambientais tanto do derrame quanto dos esforços de limpeza, e levantar dados suficientes para implementação de mapas de sensibilidade e/ou de outros dados ambientais que ajudaram nas prevenções e mitigações de acidentes, já que a área possui grande relação dinâmica com áreas portuárias e de instalações de refinarias. Para o perfeito conhecimento da área enfocada, foi realizado consulta a bibliografia, levantamentos in situ para caracterizações tais como, medidas de correntes, de ondas, levantamento batimétrico, uso de traçadores, avaliação dos parâmetros físicos e químicos (condutividade, salinidade, temperatura, oxigênio dissolvido, ph, Eh e pressão), além de consultas aos moradores e pescadores que tiveram conhecimento de acidentes anteriores. Palavras-Chave: petróleo; estuário; contaminação Abstract - Keywords: Petroleum, Estuary, Contamination

1. Introdução Em regiões costeiras que agregam instalações industriais ou relacionadas com a indústria petrolífera, são constantes os problemas ligados aos derrames de petróleo, comuns nos acidentes envolvendo a exploração, o transporte e a transferência de óleos crus ou de seus derivados. Em todo o mundo os danos decorrentes de acidentes, ocasionados tanto pelo derrames quantos pelos procedimentos de limpeza, constituem uma ameaça para as áreas costeiras, causando um intenso desequilíbrio químico e biológico afetando sua fauna e flora. A necessidade de preservação ambiental após os grandes acidentes de derrames de óleo tem aumentado consideravelmente, através da mídia, o nível de conscientização da população e das instituições ambientais. Apesar do constante progresso da tecnologia de segurança operacional na exploração e no transporte de petróleo, o risco de acidentes, que podem ser ocasionados tanto pelo derrame quanto pelos procedimentos de limpeza, permanece e os danos decorrentes são, ainda, uma ameaça ás áreas costeiras em todo o mundo. O manguezal, entre os ambientes costeiros, é o que possui a maior vulnerabilidade a derrames de óleo. O impacto do óleo no manguezal está relacionado com o tipo e volume do poluente, o padrão de deposição do poluente, além de sua persistência e das características ambientais locais, ocasionando enormes prejuízos à vegetação que, conseqüentemente, são repassados aos outros elementos da biota, podendo até mesmo, através de modificações físicas e químicas impostas, influenciar processos biogeoquímicos que causarão importantes agressões em todo esse ecossistema. Essas ações comprometem a quantidade e qualidade dos produtos dele obtidos. O estudo da hidrodinâmica em áreas estuarinas ajudará a compreender o comportamento de um fluido, de forma a reduzir as conseqüências ambientais tanto do derrame quanto dos esforços de limpeza, e levantará dados suficientes para implementação de mapas de sensibilidade que estão sendo utilizados desde a década de 70, e representam uma importante ferramenta tecnico-gerencial para a priorização dos ambientes costeiros a serem protegidos. Os estuários e manguezais correspondem às áreas sensíveis, aquelas com maiores riscos tanto biológicos quanto socioeconômicos e são regiões onde, se as medidas de resposta forem bem sucedidas, resultam em significativa redução da contaminação. Os impactos de um derrame podem ser minimizados se os locais mais sensíveis ao contato com o óleo, como por exemplo, os manguezais, puderem ser protegidos. Este plano de trabalho esta inserido no Projeto Intercambio de Tecnologia com Fins de Mitigação de Problemas Ambientais Oriundos de Atividade Petrolíferas, em Regiões de Manguezal do Nordeste do Brasil REDE PETROMANG/NE, EDITAL CTPETRO/CNPQ-FINEP 03/2001, Já aprovado pela FINEP. 2. Objetivo O objetivo geral deste projeto é o de efetuar um diagnóstico sobre as características hidrodinâmicas, físicas, químicas, sedimentares e ambientais, de forma a obter informações básicas que possibilitem subsidiar programas de gerenciamento, de proteção, defesa e aproveitamento adequado dos recursos hidrícos superficiais, bem como desenvolver a conscientização da importância de conservação do ambiente estuarino e principalmente do mangue frente aos acidentes provocados pela indústria petrolífera. Especificamente, o projeto visa: 1) Simulação do derrame de hidrocarbonetos através de dispersantes artificiais com o intuito de caracterizar o comportamento de uma pluma contaminante analisando todos os parâmetros envolvidos, tais como, velocidade e direção de propagação, áreas mais propícias à contaminação dentre outros. 2) Levantamento conjunto dos parâmetros hidrodinâmicos como corrente, variações na massa d água (estratificações) e os prováveis causadores dessas estratificações, temperatura, condutividade, salinidade, oxigênio dissolvido, ph, Eh e pressão, além das medidas do clima de ondas e variação da maré. 3) Coleta e análise de sedimentos das áreas críticas cobertas pelo ecossistema estuarino e manguezal principalmente, com o intuito de diagnosticar o grau de contaminação dessas áreas, afim de que se possa amenizar os prejuízos repassados para as populações que deles encontram seu sustento ou o utilizam como meio de vida. 3. Metodologia Para a perfeita compreensão das condições dinâmicas do meio físico atuantes na área, contaremos com a aquisição, análise e interpretação de dados históricos e atuais, aplicados à caracterização da dinâmica regional e local. Entre os dados históricos ressalta-se as medidas de clima de onda, correntes, ventos e meteorológicos, alem da consulta à moradores e pescadores da região. Estes dados serão reavaliados e atualizados através da comparação com os novos dados adquiridos na área do projeto durante o período em estudo. 3.1. Simulação do derrame de hidrocarbonetos Devido ao estreito relacionamento do estuário em estudo com a prática da indústria petrolífera, gerado pela proximidade e pelos movimentos de massa d água que promovem as marés, optou-se pela simulação de uma provável

pluma contaminadora de hidrocarbonetos. Visto a importância da caracterização do comportamento fluido, procuramos observar o comportamento dispersivo e analisar mais profundamente junto com outros parâmetros todas as características hidrodinâmicas envolvidas na simulação. Para a simulação do derrame, usamos dez bóias enumeradas e presas a um peso de 500g, que ficou dentro de um compartimento plástico (aletas) a meio metro, com o intuito de receber influência da corrente naquela profundidade, evitando que as bóias tivessem uma influência única e predominante do vento, perdendo assim o controle real das condições reinantes no ambiente como mostra a figura 1. Figura 1. Bóia usada como dispersante na simulação. O local escolhido para a simulação foi o estuário do Rio Santo Amaro, na cidade de São Francisco do Conde/Ba, pela possível influência de contaminantes oriundos das refinarias próximas, além de está ajustado conforme informações de moradores locais testemunhas de derrames anteriores. A simulação foi realizada em duas situações. Soltamos as bóias agrupadas nos períodos de maré vazante e maré enchente. Cada simulação foi iniciada a mais ou menos uma hora e meia após a estofa das marés. Depois de soltas as bóias foram monitoradas a cada cinco minutos por meio de tomada de posição de cada uma, através de um GPS, e do tempo decorrido desde o início da simulação. 3.2. Corrente Na aquisição dos dados de corrente foi usado um correntômetro do tipo 3DACM9 Acoustic Corrent Meter da Falmouth Scientifc, INC (FSI), com coletas dispostas em seis pontos fixos numa profundidade média de 2m, como mostra a figura 2. Figura 2. Correntômetro e ondógrafo submersos executando as leituras. Os pontos foram distribuídos de forma que cinco se posicionaram alinhados perpendicularmente ao sentido da corrente na entrada do estuário do rio Santo Amaro na cidade de São Francisco do Conde e um a 50m do pier da cidade (ver fig. 3), a qual teve medidas mais detalhadas de superfície, meio e fundo para tentar observar possíveis estratificações.

Figura 3. Posicionamento dos pontos de coleta de corrente. 3.3. Sedimentos Os sedimentos foram coletados abrangendo uma área maior, distribuídos por toda a Baia de Todos os Santos em 12 pontos distintos. As coletas foram feitas quase que a totalidade em mangues, estas retiradas na superfície, e algumas do leito de estuários. Todas as amostras passaram por uma análise sedimentológica e posteriormente foram classificadas de acordo com os métodos existentes. 4. Resultados 4.1. Simulação de derrame de hiodrocarbonetos Tanto para a simulação feita em maré vazante como em maré enchente observamos um padrão dispersivo linear, onde todas os bóias, nos dois experimentos, alinharam-se no decorrer da simulação segundo o canal do estuário. No caso da simulação em maré enchente, foi observado ainda a deposição das bóias (contaminantes) no primeiro meandro do estuário, pertencente ao rio Santo Amaro, indo de encontro com o esperado e coincidindo com as informações recebidas dos moradores e pescadores da região testemunhas de acidentes anteriores (ver fig. 4). Figura 4. Comportamento dispersivo na simulação de derrame.

Ainda com a simulação obtivemos valores de velocidade de corrente, através do cálculo do tempo decorrido pela distância, que para os dois casos nos deram uma média de 75m/s. Esse valor aproximou-se bastante das velocidades da corrente obtidas com o correntômetro na superfície que ficaram por volta de 78,92m/s. 4.2. Corrente Nas leituras coletadas na entrada do estuário do rio Santo Amaro da Cidade de São Francisco do Conde a velocidade da corrente obedeceu a distribuição de velocidade que caracteriza um estuário, onde as maiores velocidades convergem para a região da canal. No caso das medidas coletadas no píer da cidade de São Francisco do Conde, onde se realizou a tomada da corrente em superfície, meio e fundo, observou-se a presença de uma estratificação da massa de fundo do estuário. O fenômeno foi observado no período de estofa da maré baixa, onde a massa d água superior, no momento, ainda vazava e a massa d água inferior já enchia. As coletas de corrente foram complementadas com medidas de temperatura nos respectivos locais feitas em períodos de 10 (dez) a 15 (quinze) minutos para as bóias da entrada do estuário, e períodos mais longos e variados para a coleta realizada no píer. Estes dados foram posteriormente tratados de forma a se apresentarem de maneira mais representativa possível. Os valores das médias das correntes coletadas e das temperaturas nas cinco bóias e no píer estão na tabela X abaixo. Obs: Os dois valores de corrente e de temperatura para o píer estão dispostos para ilustrar a velocidade da corrente que se mostrou aproximada com o experimento da simulação do derrame, no caso o último valor. Tabela 1. Média dos valores das correntes do estuário do rio Santo Amaro da cidade de São Francisco do Conde. Pontos Velocidade da corrente (cm/s) Temperatura ( C) Boia 1 123.58 27.81 Bóia 2 185.90 27.56 Bóia 3 279.36 27.29 Bóia 4 144.52 27.06 Bóia 5 169.80 27.41 Píer 216.23 26.72 78.92 26.67

4.3. Sedimentos As amostras de sedimentos tiveram suas 11 (onze) análises realizadas e os resultados estão na figura 5, junto com suas localizações dentro da Baia de todos os Santos. Como esperado em sedimentos de mangues e de leitos submersos de rios, as análises mostraram se tratar, na sua maioria, de areia fina a muito fina lamosa. Figura 5. Localização dos pontos amostrados na Baia de Todos os Santos 5. Agradecimentos A Agência Nacional do Petróleo pela estrutura consedida durante todo o período de execução dos trabalhos do projeto e pela bolsa de estudos que tanto viabiliza como ascende a luz do incentivo às pesquisas realizadas neste contexto. Ao Laboratório de Geologia Marinha e Aplicada pela estrutura utilizada durante a realização do trabalho e durante a vida acadêmica. 6. Referências DURAN, M. A., GROSSMAN, I. E. An outer approximation algorithm for a class of mixed-integer nonlinear programs. Math. Prog., v. 36, n. 3, p. 307-327, 1986a. DURAN, M. A., GROSSMAN, I. E. A mixed-integer nonlinear programming algorithm for process systems synthesis. AIChE J., v. 32, n. 4, p. 592-606, 1986b. MAH, R. S. H. Chemical processes structures and information flows, Butterworth Publishers, 1990. MOORE, R. G., BISHNOI, P. R., DONELLY, J. K. Rigorous design of high pressure natural gas pipelines using BWR equation of state. Can. J. Chem. Eng., v. 58, n. 1, p. 103-112, 1980. MURPHY, L. J., DANDY, G. C., SIMPSON, A. R. Optimum design and operation of pumped water distribution Systems. In: Conference on Hydraulics in Civil Engineering, Brisbane, Australia : Institution of Engineers, fev., 1994.

OSIADACZ, A. J., CHACZYKOWSKI, M. Comparison of isothermal and non-isothermal pipeline gas flow models, Chem. Eng. J., v. 81, n. 1, p. 41-51, 2001. OUYANG, L., AZIZ, K. Steady-state gas flow in pipes. J. Pet. Sci. Eng., v. 14, n. 2, p. 137-158, 1996.