CURSO ON-LINE PROFESSOR: DJALMA



Documentos relacionados
No nosso encontro de hoje abordaremos um assunto que tem visitado bastante os editais de concursos, a Conta Única do Tesouro Nacional.

subordinar-se ao processo normal de aplicação.

QUESTÕES DE AFO SIMULADO 1 ANALISTA ADMINISTRATIVO DO TRF

Objetivos e principais documentos do Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal SIAFI

QUESTÕES DE AFO E CONTABILIDADE PÚBLICA ANALISTA JUDICIÁRIO CONTABILIDADE - STM/2011 ÚLTIMA PARTE

4. Padrão Mínimo de Qualidade dos Sistemas Integrados de Administração Financeira e Controle

Expositor: Simão Cirineu Dias

SISTEMA INTEGRADO DE PLANEJAMENTO, CONTABILIDADE E FINANÇAS DO ESTADO DA BAHIA

Marcones Libório de Sá Prefeito

Plano de Contas Aplicado ao Setor Público

Receita Orçamentária: Conceitos, codificação e classificação 1

Gestão de Finanças Públicas

Nota Técnica n. 001/2015/GECOG Vitória, 13 de janeiro de Registro de Passivos sem Suporte Orçamentário.

O importante é não desistir porque existem bons certames em vista, a exemplo do próximo concurso da Polícia Federal.

Contabilidade Pública. Aula 4. Apresentação. Plano de Contas. Sistema de Contas e Demonstrativos Contábeis de Gestão. Sistemas Contábeis

LEI Nº 213/1994 DATA: 27 DE JUNHO DE SÚMULA: INSTITUI O FUNDO MUNICIPAL DE SAÚDE E DA OUTRAS PROVIDENCIAS. CAPITULO I DOS OBJETIVOS

ESTUDO DIRIGIDO DAS NOVAS NORMAS APLICÁVEIS À CONTABILIDADE PÚBLICA. Aula 01. MCASP, parte I, Procedimentos Contábeis Orçamentários

CURSO ON-LINE PROFESSOR: DEUSVALDO CARVALHO

ESTADO DE SANTA CATARINA

CAPITULO SISTEMA INTEGRADO DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA DO GOVERNO FEDERAL - SIAFI

Contabilidade Pública. Aula 1. Apresentação. Aula 1. Conceitos e definições. Bases legais. Contabilidade Pública.

AULA 04 - TABELA DE TEMPORALIDADE

ESTUDO DIRIGIDO DAS NOVAS NORMAS APLICÁVEIS À CONTABILIDADE PÚBLICA. Aula 03. MCASP, parte I, Procedimentos Contábeis Orçamentários

Restos a Pagar: O impacto dos artigos 41 e 42 da Lei de Responsabilidade Fiscal na gestão orçamentária e financeira.

Art. 1º - Fica aprovado o Regimento Interno da Central do Sistema de Controle Interno, anexo ao presente Decreto.

Analisado por: Diretor do Departamento Contábil (DECON)

REGIMENTO DA UNIDADE DE AUDITORIA INTERNA DO IF SUDESTE DE MINAS GERAIS CAPÍTULO I

Conceito de Contabilidade

Prof. Alexandre Teshima. Prof. Alexandre Teshima. Prof. Alexandre Teshima. Prof. Alexandre Teshima

AULA Nº 01: PLANEJAMENTO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA PARTE I.

Desejo a todos que realizem uma excelente preparação para esse e outros concursos.

COMUNICADO SOBRE RESTOS A PAGAR

No que se refere ao funcionamento e às normas que regem a elaboração do orçamento público, julgue os próximos itens.

Execução Orçamentária e Financeira

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte

40 questões sobre princípios orçamentários Material compilado pelo Prof: Fernando Aprato para o concurso do TCE-RS 2011.

INSTRUÇÃO INTERNA DE PROCEDIMENTOS IIP Nº 005, de 24 de agosto de 2011 (*)

SISTEMA DE CUSTOS Ajustes Contábeis. Coordenação-Geral de Contabilidade

F I E S FINANCIAMENTO

CONHECIMENTOS GERAIS 10 QUESTÕES

LEI N. 084/91. O PREFEITO MUNICIPAL DE ALTO TAQUARI, Estado de Mato Grosso, no uso de suas atribuições legais, etc.

ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA Analista/Técnico MPU

02.10 PROVISÕES, PASSIVOS CONTINGENTES E ATIVOS CONTINGENTES INTRODUÇÃO

ESTADO DO ACRE PREFEITURA MUNICIPAL DE MÂNCIO LIMA GABINETE DO PREFEITO LEI Nº 19/091 MÂNCIO LIMA ACRE, 06 DE NOVEMBRO DE 1991.

Contabilidade Pública. Aula 3. Apresentação. Definição de Receita Pública. Receita Pública. Classificação da Receita Pública

PROCEDIMENTO CONTÁBIL Nº 02/2015 (versão 0.0.1)

PRINCIPAIS DIFERENÇAS ENTRE A CONTABILIDADE PÚBLICA E A CONTABILIDADE GERAL

Simulado Super Receita 2013 Direito Tributário Simulado Rafael Saldanha

ESTADO DE MATO GROSSO PREFEITURA MUNICIPAL DE ALTO GARÇAS CONTROLE INTERNO

Sistema de Gestão de Custos: Cumprindo a LRF. Selene Peres Peres Nunes

Associação Matogrossense dos Municípios

Despesa Orçamentária: conceitos, classificação e etapas 1

Lei de Responsabilidade Fiscal

PREFEITURA MUNICIPAL DE MORRINHOS Estado de Goiás LEI N , DE 28 DE DEZEMBRO DE O PREFEITO MUNICIPAL DE MORRINHOS,

nas técnicas de trabalho desenvolvidas no âmbito do Controle Interno do Poder Executivo, denominadas de auditoria e fiscalização.

Contabilidade / Orçamento pag.: 4.1 Descrição dos Fluxos de Trabalho

NOTAS EXPLICATIVAS AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS DO TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DE RORAIMA

LEI Nº 358/2011. Súmula: Institui o Fundo Municipal de Saúde e dá outras providências. Capitulo I. Objetivos

APURAÇÃO DO RESULTADO (1)

CURSO DE ATUALIZAÇÃO PARA A NOVA CONTABILIDADE PÚBLICA

Regras para Ordenar Despesas

PROVA ESPECÍFICA Cargo 06

Efeitos da sucessão no Direito Tributário. Os efeitos da sucessão estão regulados no art. 133 do CTN nos seguintes termos:

Classificação por Categoria Econômica

DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS COMBINADAS

Olá, pessoal! Fraternal abraço! Alipio Filho

Resolução de Questões Administração Prof. Carlos Ramos

Custos no Serviço Público. Brasília DF 18 DE SETEMBRO DE 2014

Previsão da receita e fixação da despesa referente à aprovação do orçamento com base na Lei Orçamentária Anual, no valor de R$

O Caixa Único do Estado e a Lei de Responsabilidade Fiscal

ROTEIRO DE AUDITORIA DE CONTABILIDADE PÚBLICA

Serviço Público Municipal Prefeitura Municipal de Ubatã Estado da Bahia CNPJ: / PORTARIA Nº 301 DE 09 DE DEZEMBRO DE 2015.

Prof. Cleber Oliveira Gestão Financeira

Presidência da República Casa Civil Subchefia para Assuntos Jurídicos

CURSO ON-LINE PROFESSOR: DJALMA PEÇANHA

XI Semana de d Adminis minis ação Orç Or amen amen ária , Financeira r e d e e d Contr Con a tr t a ações Públi Púb cas SIAFI Básico ABOP Slide 1

Formação dos integrantes do Conselho de Planejamento e Orçamento Participativos (CPOP)

RESOLUÇÃO Nº 731, DE 11 DE JUNHO DE 2014

Balanço Patrimonial. Art O Balanço Patrimonial demonstrará: I o Ativo Financeiro

LEI Nº DE 4 DE MAIO DE 2011

IV Semana de AOFCP Suprimento de Fundos - Legislação. Suprimento de Fundos. Legislação ABOP BIRD

Cartilha do Orçamento Público

GESTÃO DO SISTEMA DE ILUMINAÇÃO PÚBLICA ASPECTOS LEGAIS, ADMINISTRATIVOS E CONTÁBEIS

PARECER DOS RECURSOS REFERENTES À ELABORAÇÃO DAS QUESTÕES DE PROVA OU GABARITO PRELIMINAR

O GOVERNADOR DO ESTADO DO ACRE CAPÍTULO I DA DEFINIÇÃO

GESTÃO DE PROJETOS SICONV APRENDIZADO QUE GERA RESULTADOS

ECONOMIA E GESTÃO DO SETOR PÚBLICO MÓDULO 16 A LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL

GOVERNO DO ESTADO DE RONDÔNIA GOVERNADORIA

Aula de Apuração do Resultado (ARE) Prof. Pedro A. Silva (67)

AS MUDANÇAS NA LC 101/2000

PREFEITURA DE GOIÂNIA 1 GABINETE DO PREFEITO

TCE-TCE Auditoria Governamental

Prefeitura Municipal de Ibirataia Estado da Bahia

ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL PREFEITURA MUNICIPAL DE SANT ANA DO LIVRAMENTO Palácio Moysés Vianna Unidade Central de Controle Interno

Transição para Nova Contabilidade. Evandro Buiati. Superintendência de Gestão Técnica SGT

SECRETARIA MUNICIPAL DA FAZENDA - SEFAZ

INTRODUÇÃO A ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA. Prof. Eric Duarte Campos

Lançamentos Típicos de entidades do setor público

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Incentivos do Poder Público à atuação de entidades civis sem fins lucrativos, na área social. (1) renúncia fiscal

Transcrição:

"O sol nasce para todos, mas sombra e água fresca é só para alguns". (frase proferida pelo Professor Osíris em 1999, no Rio de Janeiro) 1. Introdução Neste fim de semana que passou, foram aplicadas pela Banca CESPE UnB as provas para os cargos de Agente e Escrivão da Polícia Federal, com 200 e 400 vagas, respectivamente. A etapa de exames objetivos compunha-se de uma prova de 120 questões, onde seriam avaliadas diversas matérias. Da parte que me cabe, a matéria de AFO teve os seguintes tópicos, de acordo com os editais reguladores: 2 Administração Financeira e Orçamentária. 2.1 Orçamento público. 2.2 Princípios orçamentários. 2.3 Diretrizes orçamentárias. 2.4 SIDOR, SIAFI. 2.5 Receita pública: categorias, fontes, estágios e dívida ativa. 2.6 Despesa pública: categorias, estágios. 2.7 Suprimento de fundos. 2.8 Restos a pagar. 2.9 Despesas de exercícios anteriores. 2.10 Conta única do Tesouro. Comparando-se o número de questões da prova de 2004 com as que foram aplicadas no domingo que passou, salta aos olhos o aumento de quase 300% no número de questões de AFO para Agente (!). No caso de Escrivão, o aumento do número de questões em relação ao certame anterior foi de, aproximadamente, 200% (!). Veja o quadro comparativo abaixo: Prova N de questões em 2004 N de questões em 2009 Aumento percentual Agente 3 8 266,67% Escrivão 3 5 166,67% Pode-se inferir daí que a CESPE resolveu dar mais atenção a esta matéria, penalizando seriamente aqueles candidatos que porventura a deixaram de lado em sua preparação. Não é nada, não é nada, foram 16 e 10 pontos em jogo nas duas provas! (sempre levando em conta a mecânica de correção da banca: uma questão errada anula uma questão certa) Se algum candidato, por exemplo, deixasse todas as questões de AFO em branco na prova de Agente, começaria a prova com quase 10% de desvantagem em relação a outro que dominasse a matéria. Eram, ao meu ver, muitos pontos em jogo! Quanto à prova em si, as questões colocadas exigiram um conhecimento básico dos tópicos solicitados, à exceção da questão que tratou da Conta Única do Tesouro Nacional. Só que, é claro, na hora H, a prova torna-se trabalhosa e de difícil execução. É como eu falo nas aulas que ministro: é fácil analisar uma prova no conforto do ar-condicionado e sem o relógio correndo contra você. O difícil é sentarse na cadeira durante cinco horas e ralar os miolos na frente do fiscal! Dentro dessa visão, para uma prova que se espera a resolução de uma questão em um tempo médio de três minutos, o tempo disponibilizado para AFO foi mais do que o suficiente. 1

2. Questões Vamos às questões. 2.1. Questões comuns aos dois cargos 01 A despesa orçamentária que percorre os estágios de empenho e liquidação pode ser inscrita como restos a pagar, que não podem, nesse caso, ser cancelados. São considerados restos a pagar as despesas orçamentárias empenhadas e não pagas no fim do exercício financeiro (31 de dezembro). Podem-se distinguir dois tipos de restos a pagar, os processados e os não-processados. Os restos a pagar processados são aqueles em que a despesa orçamentária percorreu os estágios de empenho e liquidação, restando pendente, apenas, o estágio do pagamento. Os restos a pagar processados não podem ser cancelados, tendo em vista que o fornecedor de bens/serviços cumpriu com a obrigação de fazer e a administração não poderá deixar de cumprir com a obrigação de pagar sob pena de estar deixando de cumprir o Princípio da Moralidade que rege a Administração Pública e está previsto no artigo 37 da Constituição Federal, abaixo transcrito. O cancelamento caracteriza, inclusive, forma de enriquecimento ilícito, conforme Parecer n.º 401/2000 da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional. Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: (grifo nosso) Assim, a questão analisada encontra-se CORRETA. 02 Nem todas as receitas são recolhidas à conta única do Tesouro, podendo ser revertidas a outras contascorrentes. A Conta Única do Tesouro Nacional, mantida no Banco Central do Brasil e operacionalizada pelo Banco do Brasil S.A., acolhe todas as disponibilidades financeiras da União, inclusive fundos, de suas autarquias e fundações. Constitui importante instrumento de controle das finanças públicas, uma vez que permite a racionalização da administração dos recursos financeiros, reduzindo a pressão sobre a caixa do Tesouro, além de agilizar os processos de transferência e descentralização financeira e os pagamentos a terceiros. Para corroborar a utilização do caixa único no âmbito federal, o art. 1º da MP n 2.170-36/2001 diz que os recursos financeiros de todas as fontes de receitas da União e de suas autarquias e fundações 2

públicas, inclusive fundos por ela administrados, serão depositados e movimentados exclusivamente por intermédio dos mecanismos da conta única do Tesouro Nacional, na forma regulamentada pelo Poder Executivo. Somente em casos extraordinários, em que características operacionais específicas não permitam a movimentação financeira pelo sistema de caixa único do Tesouro Nacional, é que os recursos poderão, excepcionalmente, a critério do Ministro de Estado da Fazenda, ser depositados no Banco do Brasil S.A. ou na Caixa Econômica Federal (parágrafo único, art. 1º, MP n.º 2.170-36/2001). Sob esse ângulo, a questão encontra-se CORRETA. 03 É função do Ministério da Justiça fazer que o governo federal contemple em seu orçamento, que terá a vigência de quatro anos, os recursos necessários ao pleno funcionamento do Departamento de Polícia Federal. A questão estaria totalmente correta, se não fosse a colocação de vigência de quatro anos para o orçamento da União. Entende a doutrina que a vigência da lei orçamentária é de um ano, conforme o princípio da anualidade, constante do art. 2º da Lei n.º 4.320/1964: Art. 2 A Lei do Orçamento conterá a discriminação da receita e despesa de forma a evidenciar a política econômica financeira e o programa de trabalho do Governo, obedecidos os princípios de unidade universalidade e anualidade. INCORRETA a questão sob jugo. 04 Com o advento do Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo federal (SIAFI), houve grande centralização da gestão de recursos, o que permitiu a padronização de métodos e rotinas de trabalho e restringiu a gestão e o controle do ordenador de despesas, com a perda da individualização dos recursos para cada unidade gestora. O SIAFI é um sistema informatizado que processa e controla, por meio de terminais instalados em todo o território nacional, a execução orçamentária, financeira, patrimonial e contábil dos órgãos da Administração Pública Direta federal, das autarquias, fundações e empresas públicas federais e das sociedades de economia mista que estiverem contempladas no Orçamento Fiscal e/ou no Orçamento da Seguridade Social da União. Seus principais objetivos são os seguintes: 3

a) prover mecanismos adequados ao controle diário da execução orçamentária, financeira e patrimonial aos órgãos da Administração Pública; b) fornecer meios para agilizar a programação financeira, otimizando a utilização dos recursos do Tesouro Nacional, através da unificação dos recursos de caixa do Governo Federal; c) permitir que a contabilidade pública seja fonte segura e tempestiva de informações gerenciais destinadas a todos os níveis da Administração Pública Federal; d) padronizar métodos e rotinas de trabalho relativas à gestão dos recursos públicos, sem implicar rigidez ou restrição a essa atividade, uma vez que ele permanece sob total controle do ordenador de despesa de cada unidade gestora; e) permitir o registro contábil dos balancetes dos estados e municípios e de suas supervisionadas; f) permitir o controle da dívida interna e externa, bem como o das transferências negociadas; g) integrar e compatibilizar as informações no âmbito do Governo Federal; h) permitir o acompanhamento e a avaliação do uso dos recursos públicos; e i) proporcionar a transparência dos gastos do Governo Federal. Ou seja, a afirmação da assertiva vai ao encontro de um dos objetivos plenamente cumpridos SIAFI. Além disso, a instituição do SIAFI não provocou a perda da individualização dos recursos de cada unidade gestora. Tais fatos revelam a questão como INCORRETA. 05 Ao elaborar o planejamento orçamentário do seu órgão, o agente público deve considerar que as obrigações de seu ente público com terceiros compõem a dívida ativa da União. A Dívida Ativa, prevista no art. 38 da Lei n.º 4.320/1964, abrange os créditos a favor da Fazenda Pública, cuja certeza e liquidez foram apuradas, por não terem sido efetivamente recebidos nas datas aprazadas. É, portanto, uma fonte potencial de fluxos de caixa, com impacto positivo pela recuperação de valores, espelhando créditos a receber, sendo contabilmente reconhecida no Ativo. Não se confunde com a Dívida Passiva, que representa as obrigações do Ente Público para com terceiros, e que é contabilmente registrada no Passivo e denominada de Dívida Pública. Questão INCORRETA. 4

2.2. Questões apenas do cargo de Agente 06 É vedado ao servidor público receber três suprimentos de fundos simultaneamente, mesmo que desenvolva missões distintas. Considera-se suprimento de fundos o regime de adiantamento de numerário a servidor, sempre precedido do empenho na dotação própria às despesas a realizar que não possam subordinar-se ao processo normal de aplicação (caput do art. 45, Decreto n.º 93.872/1986). O suprimento de fundos deverá ser contabilizado e incluído nas contas do ordenador como despesa realizada. As possíveis restituições (parciais ou totais) que possam ocorrer por falta de aplicação ou a possível aplicação indevida dos suprimentos de fundos constituirão anulação de despesa, ou receita orçamentária, respectivamente, se recolhidas após o encerramento do exercício. Proíbe-se a entrega de suprimento de fundos ( 3º do art. 45 do Decreto n.º 93.872/1986): a) a responsável por dois suprimentos; b) a servidor que tenha a seu cargo e guarda ou a utilização do material a adquirir, salvo quando não houver na repartição outro servidor; e c) a responsável por suprimento de fundos que, esgotado o prazo, não tenha prestado contas de sua aplicação (servidor declarado em alcance). A legislação pertinente não faz nenhum tipo de ressalva no tocante à possibilidade de servidor que exerça missões distintas receba três suprimentos de fundos, simultaneamente. Por conta dessa análise, concluímos que a questão está CORRETA. 07 O recurso financeiro proveniente de outra pessoa de direito público pode ser classificado como receita de capital. Segundo o art. 11, 2º da Lei n.º 4.320/1964, são consideradas receitas de capital: a) as provenientes da realização de recursos financeiros oriundos de constituição de dívidas; b) as provenientes da conversão, em espécie, de bens e direitos; c) os recursos recebidos de outras pessoas de direito público ou privado, destinados a atender despesas classificáveis em Despesas de Capital; e d) o superávit do Orçamento Corrente. 5

Ou seja, nesse sentido, a receita oriunda de outra pessoa de direito público pode, sim, ser considerada receita de capital, desde que seja destinada ao atendimento de despesa de capital. Desta forma, a questão em epígrafe encontra-se CORRETA em sua acepção. 08 O estágio de execução da receita classificado como arrecadação ocorre com a transferência dos valores devidos pelos contribuintes ou devedores à conta específica do Tesouro. Reza o Manual de Receita Nacional, instituído pela Portaria Conjunta SOF/STN n.º 03 de 2008, que a receita pública percorre duas etapas: planejamento e execução. No caso da etapa de execução, esta subdivide- se nos seguintes estágios: a) lançamento, entendido como o procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo o caso, propor a aplicação da penalidade cabível, nos termos do art. 142 do Código Tributário Nacional (CTN); b) arrecadação, que consiste na entrega, realizada pelos contribuintes ou devedores, aos agentes arrecadadores ou bancos autorizados pelo ente, dos recursos devidos ao Tesouro; e c) recolhimento, que é a transferência dos valores arrecadados à conta específica do Tesouro, responsável pela administração e controle da arrecadação e programação financeira, observando-se o Princípio da Unidade de Caixa, representado pelo controle centralizado dos recursos arrecadados em cada ente. A assertiva analisada troca os conceitos de arrecadação e recolhimento, o que a torna INCORRETA. 6

3. Conclusão Conforme coloquei anteriormente, essa prova não foi um bicho de sete cabeças para quem se preparou. Ao meu ver, as questões não exigiram conhecimentos profundos da matéria, à exceção da questão sobre Conta Única do Tesouro Nacional. Espero que todos tenham feito uma boa prova e obtido bastante pontos em AFO. Fiquem com Deus! Djalma Peçanha 7