fonema para desconstrução.

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Transcrição:

Projecto I Mestrado em Design de Comunicação e Novos Media Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa 2013/2014 fonema para desconstrução. Maria Catarina Miranda Toscano de Mendonça, 7881 Marta Sofia Lopes Serras de Carvalho Rodrigues, 7887

[CONTEXTUALIZAÇÃO] Foi-nos proposta a realização de um objecto hypermedia conducente às relações estabelecidas nas fases precedentes de cruzamento e expansão (1.2 e 1.3) dentro do âmbito do programa projectual de Projecto I. O modelo a ser desenvolvido deve responder às características de ambiente digital, interactividade, participação e imersão patentes num objecto hypermedia. O presente descritivo processual reporta-se a uma fase de anteprojecto que frisa os objectivos, conceitos, desenhos, recursos e expectativas referentes à proposta elaborada pelo colectivo. [PROCESSO] No seguimento do projecto [DES]CON- STRUÇÃO, onde se relevaram conceitoschave como os de universalidade, interactividade, aleatoriedade, multiplicidade, fragmentação e o homem-máquina, quis-se dar ênfase e continuidade a uma das suas componentes, o objecto sonoro. Assim, ao se pretender uma reflexão dos conceitos antecedentes, foi concebida uma instalação decorrente num espaço mecanizado, onde o utilizador possa criar o seu próprio habitat, pelo que é requerida a interacção humana para a activação dos dispositivos. Este objecto hypermedia recupera o conceito de homem-máquina trabalhado nas fases anteriores do programa projectual da cadeira, uma vez que ao utilizador da instalação é dada a possibilidade de construir um espaço sonoro e visual. A temática do aqui e agora introduzida por Walter Benjamin pode ser espelhada neste objecto, pois o utilizador é o construtor da sua própria comunidade, de uma nova linguagem e do seu espaço ideal. (Benjamin: 210) A componente sonora, à semelhança do objecto sonoro apresentado nas fases de cruzamento e expansão, é exemplificativa do cariz universal e de múltiplas camadas de que se constroem as comunidades. A aleatoriedade e a fragmentação sonora transportam-nos até ao Cut-Up Method introduzido por William S. Burroughs e também à teoria de Marshall McLuhan em que o meio é igualado à mensagem. (McLuhan: 6) A frag-

mentação proporciona uma potenciação do meio de transmissão na medida em que favorece uma apreensão total e imediata. A par da fracção sonora, o colectivo também concebeu uma desconstrução corporal, à semelhança da instalação Body Swap de Chris O Shea. [PROTÓTIPO] Uma sala preferencialmente rectangular é o espaço onde a instalação deve decorrer. Este espaço deverá estar dividido em duas zonas: uma zona para a activação do dispositivo, na qual só poderá intervir um utilizador, e outra zona para observação por parte de outros visitantes. A zona da instalação tem como centro um perímetro delimitado no chão, dentro do qual o utilizador se deve posicionar. Ao se colocar dentro da zona delimitada, o utilizador irá encontrar-se de frente para uma tela, na qual pode ver a sua reflexão captada através de uma webcam. Para o dispositivo ser activado, cabe ao utilizador depreender que se terá que movimentar neste espaço novo e desconhecido para interagir com a instalação. Tal como qualquer pessoa quando nasce não sabe por onde se ingere a comida ou como se caminha e tem de descobrir por si mesma a realidade vivida, com este objecto hypermedia pretende-se que cada habitante desta comunidade, isto é, cada utilizador, descubra tudo por si próprio. Sem nunca ser fornecida qualquer informação prévia, o utilizador deve explorar o dispositivo individualmente até que entenda que se encontra sozinho neste habitat onde tudo é exclusivamente consequente das acções que realizar. Através da imagem captada pela webcam, os movimentos corporais que o utilizador executar terão uma tradução sonora, contribuindo para a mutação do espaço e do medium. Desta forma, se o utilizador optar por movimentar o seu corpo de uma forma mais suave e lenta haverá uma tradução do movimento em ruídos maquinais desfragmentados, sendo estes ruídos os mesmos utilizados no objecto sonoro do projecto [DES]CONSTRUÇÃO. Se em vez disso o utilizador optar por se movimentar de uma forma mais brusca e inquietante, a tradução sonora resultará nos excertos traduzidos pelo software de tradução instantânea Google Translate explorados também na fase do projecto anterior à presente. De igual forma e simultaneamente, o utilizador também poderá influenciar a concepção visual deste espaço, fazendo uso dos movimentos corporais. Se a deslocação corporal do utilizador dentro do perímetro for delicada, apenas uma projecção frontal sua será apresentada na tela. Quanto maior a agitação provocada pelo utilizador, mais webcams presentes na sala serão activadas. Estas webcams encontram-se em diferentes locais no espaço do dispositivo, permitindo a captação da imagem do utilizador através de várias perspectivas e ângulos. A tradução visual de uma elevada intensidade de movimentos corporais resulta numa combinação das várias imagens captadas pelas diferentes webcams, apresentando assim na tela uma fragmentação cubista do utilizador, tentando transportar para o vídeo o que Picasso e Braque experimentaram no campo da pintura. Com este objecto hypermedia espera-se que cada utilizador consiga criar uma linguagem visual e sonora única. A instalação foi concebida na esperança de conseguir observar uma multiplicidade de comunidades criadas por cada interveniente, uma vez que os movimentos corporais executados são a componente mais variável e subjectiva a interferir no dispositivo. Pretende-se também que as primeiras activações do dispositivo sejam documentadas em vídeo.

[LEGENDA] 1. Webcam em plano picado 2. Webcam em plano contra-picado 3. Webcam num plano frontal 4. Colunas de som 5. Projector de vídeo

[RECURSOS] Para a concretização deste objecto hypermedia serão necessárias 4 webcams, 1 projector de vídeo, 1 tela de projecção e colunas de som 2.0 (stereo). O software a ser utilizado para o desenvolvimento multimédia da instalação é Max, desenvolvido pela Cycling 74. [REFERÊNCIAS] BENJAMIN, Walter. A Obra de Arte na Época da sua Possibilidade de Reprodução Técnica, 1936. BURROUGHS, William S. The Cut-Up Method of Brion Gysin, 1978. MCLUHAN, Marshall. The Medium is the Message, 1964. O SHEA, Chris. Body Swap, 2011.