CORPORATE FINANCE. Vale S.A. Relatório de avaliação econômico-financeira dos Direitos Minerários de Bauxita. Novembro de 2010 ADVISORY



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Transcrição:

CORPORATE FINANCE Vale S.A. Relatório de avaliação econômico-financeira dos Direitos Minerários de Bauxita. Novembro de 2010 ADVISORY

ABCD KPMG Corporate Finance Ltda. Av. Almirante Barroso, 52-4º 20031-000 - Rio de Janeiro, RJ - Brasil Caixa Postal 2888 20001-970 - Rio de Janeiro, RJ - Brasil Central Tel 55 (21) 3515-9400 Fax 55 (21) 3515-9000 Internet www.kpmg.com.br À Diretoria da Vale S.A. Rio de Janeiro 10 de Novembro de 2010 Atenção: Sra. Wanda Alves Prezados Senhores: Nos termos do contrato de prestação de serviços profissionais com a Vale S.A., datado de 13 de setembro de 2010, apresentamos a seguir o relatório de avaliação econômico-financeira dos Direitos Minerários de bauxita adquiridos antes de 18 de abril de 1997 ( Direitos Minerários ) e relacionados aos Debenturistas da Vale S.A., envolvidos na transação com a Norsk Hydro ASA ocorrida em 02 de maio de 2010 ( Transação ). As informações apresentadas neste relatório foram disponibilizadas por V.Sas. até 20 de Outubro de 2010. Não temos nenhuma obrigação de atualizar nosso relatório ou rever as informações nele contidas a fim de refletir eventos e transações ocorridos posteriormente a sua data de emissão. Este relatório é direcionado à V.Sas. e não deverá ser utilizado na comunicação com terceiros que não façam parte da Administração ou do Conselho de Administração da Vale S.A., ou distribuído para qualquer outra finalidade. Para eventuais esclarecimentos contate André Castello no telefone + 55 21 3515-9468. Agradecemos a oportunidade de trabalhar com a Vale S.A.. André Castello Branco Sócio Adriane Farias Gerente Sênior KPMG Corporate Finance Ltda. é uma sociedade brasileira, simples, de responsabilidade limitada, membro da KPMG International, uma cooperativa suíça. KPMG Corporate Finance Ltda. is a Brazilian limited liability company, member firm of KPMG International, a Swiss cooperative.

Premissas e Condições da Avaliação O presente Relatório de avaliação econômico-financeira ( Relatório ) foi elaborado pela KPMG Corporate Finance Ltda. ( KPMG ), mediante solicitação da Administração da Vale S.A., ( Vale ou CLIENTE ou Empresa ), em consonância com os termos e condições do nosso contrato para prestação de serviços datado de 13 de setembro de 2010, pertinentes a uma avaliação econômico-financeira dos Direitos Minerários de bauxita da Vale adquiridos antes de 18 de abril de 1997 ( Direitos Minerários ). O trabalho não foi realizado para atender qualquer norma específica de nenhum órgão ou agente regulador. As informações contidas no Relatório foram baseadas em dados apresentados pela Administração da Vale e em informações disponíveis ao público em geral obtidas por meio de fontes públicas. Entre outras, a Vale forneceu informações referentes à dados técnicos/geológicos, projeções, premissas e estimativas relacionadas aos Direitos Minerários, projeções de receitas, custos e despesas operacionais, utilizados neste Relatório. A KPMG não realizou qualquer verificação independente das informações recebidas da Administração da Vale, ou de terceiros por ele contratados, tampouco assume responsabilidade pela precisão, exatidão ou suficiência destas informações. Quaisquer erros, alterações ou modificações nessas informações poderiam afetar significativamente as análises da KPMG. Confirmamos que o CLIENTE não direcionou, limitou, dificultou ou praticou quaisquer atos que tenham ou possam ter comprometido o acesso, a utilização ou o conhecimento de informações, bens, documentos ou metodologias de trabalho relevantes para a qualidade das respectivas conclusões. Durante o curso de nossos trabalhos, desempenhamos procedimentos de análise econômico-financeira. Ressaltamos que nosso trabalho de avaliação não constituiu uma auditoria das demonstrações. Igualmente, os serviços da KPMG não envolveram profissionais da área de geologia, ou direito ou tributária, e não endereçaram questões geológicas, fiscais, contábeis ou legais. Para a elaboração do Relatório ora apresentado a KPMG teve como pressuposto a confiança, com expressa anuência da Vale, na exatidão, conteúdo, veracidade, completude, suficiência e integralidade da totalidade dos dados que foram fornecidos ou discutidos, de modo que não assumimos nem procedemos à inspeção física de quaisquer ativos e propriedades, deixando, outrossim, de preparar ou obter avaliação independente de ativos e passivos da empresa avaliada, ou de sua solvência, responsabilizando-se a Vale, inclusive por seus prepostos, sócios e colaboradores, por tudo quanto transmitido ou discutido com a KPMG. Exceto se expressamente apresentado de outra forma, indicado por escrito em notas ou referências específicas, todos os dados, informações anteriores, informações de mercado, estimativas, projeções e premissas, incluídos, considerados, utilizados ou apresentados neste relatório são aqueles apresentados pela Administração da Vale para a KPMG. As informações aqui contidas, relacionadas aos Direitos Minerários, assim como do mercado, são aquelas disponíveis em 31 de maio de 2010. Qualquer mudança nessas posições pode afetar os resultados deste Relatório. A KPMG não assume nenhuma obrigação para com a atualização, revisão ou emenda do Relatório, como resultado da divulgação de qualquer informação subsequente a 31 de maio de 2010, ou como resultado de qualquer evento subsequente. Não há garantias de que as premissas, estimativas, projeções, resultados parciais ou totais ou conclusões utilizados ou apresentados neste Relatório serão efetivamente alcançados ou verificados, no todo ou em parte. Os resultados futuros da empresa avaliada podem diferir daqueles nas projeções, e essas diferenças podem ser significativas, podendo resultar de vários fatores, incluindo, porém não se limitando a, mudanças nas condições de mercado. A KPMG não assume nenhuma responsabilidade relacionada a essas diferenças. Nestes termos, o resultado de análises que venham a ser realizadas por terceiros poderão ser divergentes do resultado de nossas análises, sem que isso caracterize qualquer deficiência dos trabalhos realizados. 2

Premissas e Condições da Avaliação (cont.) O leitor do Relatório deve fazer suas próprias análises e, eventualmente, consultar seus próprios assessores, para definir suas próprias opiniões antes de tomar qualquer decisão, de maneira independente. O Relatório deve ser lido e interpretado à luz das restrições e qualificações anteriormente mencionadas. O leitor leva em consideração em sua análise as restrições e características das fontes de informação utilizadas. O presente Relatório deverá ser divulgado exclusivamente através do sítio eletrônico da Vale. A veiculação do Relatório, no todo ou em parte, em qualquer outro meio está condicionada ao prévio consentimento da KPMG. A apresentação deste Relatório conclui definitivamente os serviços que foram objeto de nosso contrato. 3

Glossário % ALA Percentual de Alumina Aproveitável % Fe Teor de Ferro (Fe2O3) % SR Teor de Sílica Reativa Estéril Minério OPEX Camada anterior ao minério, geralmente de terra e argila, não utilizada economicamente Mineral ou uma associação de minerais (rocha) que pode ser explorado economicamente. Operational Expenditures % RM Percentual de Recuperação em Massa PIB Produto Interno Bruto BNDES CAGR Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social Compounded Annually Growth Rate Reserva Reserva Lavrável Representa os recursos minerais ainda não explorados economicamente (Cód. Brasileiro de Mineração) Representa os recursos minerais explorados economicamente (Cód. Brasileiro de Mineração) Capeamento Camada de estéril Reserva Medida Estimativa de reservas com o maior nível de detalhamento de pesquisas CAPEX Capital Expenditure Reserva Indicada Estimativa de reservas com o nível médio de detalhamento de pesquisas DIPM Diretoria de Projetos Minerais Reserva Inferida Estimativa de reservas com o menor nível de detalhamento de pesquisas DNPM Departamento Nacional de Produção Mineral Reserva Potencial Estimativa de reservas sem detalhamento de pesquisas EBITDA Espessura Earnings Before Interest, Taxes, Depreciation and Amortization Profundidade da camada de minério encontrada abaixo da camada de capeamento (estéril). Relação Estéril / Minério SEMA/PA Mede a quantidade de estéril dividido pela quantidade de minério (em toneladas). Secretaria de Meio Ambiente do Estado do Pará 4

Conteúdo Introdução A Transação Visão Geral do Mercado Detalhamento dos Projetos Minerais Metodologias de Avaliação e Taxa de Desconto Avaliação Econômico-Financeira dos Direitos Minerários Conclusão Anexo 5

Introdução Introdução A Vale é a segunda maior mineradora diversificada do mundo. Seus principais segmentos de negócio são minerais (ferrosos, não ferrosos e carvão), logística e outros investimentos (aço e energia). A Vale também produz cobre, manganês, bauxita, alumina, alumínio, carvão, cobalto, platina, paládio, entre outras matérias primas importantes para o setor industrial global. A Vale anunciou que assinou um acordo com a Norsk Hydro ASA ( Hydro ), para transferir todas as suas participações acionárias na Albras - Alumínio Brasileiro S.A. ( Albras ), Alunorte - Alumina do Norte do Brasil S.A. ( Alunorte ) e Companhia de Alumina do Pará ( CAP ), em conjunto com seus respectivos direitos de exclusividade e contratos comerciais em vigor por US$ 405 milhões em dinheiro e certa quantidade de ações ordinárias da Hydro. Após oferta de ações a ser realizada futuramente pela Hydro, essa quantidade de ações deverá representar 22% do capital da Hydro. Além disso, a Hydro assumirá uma dívida líquida de US$ 700 milhões. O acordo contempla que a Vale transferirá para a Hydro 51% das ações da Albrás, 57% das ações da Alunorte e 61% das ações da CAP. Como parte dessa transação, a Vale criará uma nova empresa Bauxite JV e transferirá a mina de bauxita de Paragominas e todos os seus demais direitos minerários de bauxita no Brasil para a Bauxite JV. Quando concluída a transação, a Vale venderá 60% das ações da Bauxite JV para a Hydro por US$ 600 milhões em dinheiro. A parcela remanescente de 40% será vendida em duas parcelas iguais de 20% em 2013 e 2015, por US$ 200 milhões em dinheiro cada. Fonte: Press Release de 02 de maio de 2010 Relação com Investidores Introdução (cont.) De acordo com o Contrato de Emissão de Debêntures ("Instrumento Particular de Escritura de Emissão de Debêntures ) da Vale, datado de 18 de abril de 1997, aos titulares de debêntures que, no momento da emissão, são preferenciais classe B, serão pagos 1% do valor dos direitos minerários no momento da alienação dos mesmos, líquidos de impostos. Dessa forma, é necessária a valoração dos Direitos Minerários a serem transferidos à Bauxite JV, sujeitos à participação dos debenturistas, a fim de determinar o valor do prêmio a ser pago. Neste contexto, a Vale solicitou à KPMG Corporate Finance uma avaliação econômico-financeira dos Direitos Minerários adquiridos antes de 18 de abril de 1997. Objetivo Nossos serviços estão relacionados à avaliação econômico-financeira dos Direitos Minerários de bauxita da Vale adquiridos antes de 18 de abril de 1997. Estes Direitos Minerários são referentes aos seguintes projetos classificados pela Vale: (i) Vera Cruz / Camoaí ( Projeto Vera Cruz ); (ii) Jabuti ( Projeto Jabuti ); (iii) Tiracambú ( Projeto Tiracambú ) e (iv) Futuro ( Projeto Futuro ), quando denominados em conjunto Projetos Minerais. Esta avaliação tem por objetivo assessorar a Vale na quantificação do valor dos Direitos Minerários de bauxita envolvidos na Transação, considerando que, conforme informado pela Administração da Vale, os pagamentos a serem feitos aos Debenturistas, já são previstos na escritura de emissão das debêntures. A decisão quanto ao valor a ser pago é de inteira responsabilidade da Vale e ocorreu anterior e independentemente dos resultados deste Relatório. Uso do relatório O presente Relatório deverá ser divulgado exclusivamente através do sítio eletrônico da Vale. A veiculação do Relatório, no todo ou em parte, em qualquer outro meio está condicionada ao prévio consentimento da KPMG. 6

Introdução (cont.) Eventos subsequentes Ressaltamos que esta avaliação tem como data-base a data da Transação. Eventuais fatos relevantes que tenham ocorrido após a data-base e não tenham sido levados a nosso conhecimento até a data de emissão deste relatório poderão alterar os resultados aqui apresentados. A KPMG não foi incumbida de atualizar este relatório após a sua data de emissão final. Escopo Nossos trabalhos basearam-se em discussões com os seguintes profissionais da equipe da Vale: Equipe Corporativo Vale: Adriano Campos Coordenador de Mineração, Depto. de Alumínio Carla Tarré C. de Oliveira - Coordenadora de Novos Negócios, Depto. de Desenvolvimento de Novos Negócios Vitor Vieira Corporate Finance Manager, Diretoria de Gestão Financeira Equipe Vale DIPM: Alexandre Ditlef Engenheiro Master, Depto. de Planejamento Estratégico de Avaliação de Projetos Alyson Rajão Economista, Depto. de Desenvolvimento de Projetos Minerais Douglas Almeida Geólogo Master, Depto. de Desenvolvimento de Projetos Minerais Eliomar Ferreira Engenheiro de Processo, Depto. de Tecnologia Mineral Ricardo da Terra Oliveira Engenheiro Master, Depto. de Planejamento Estratégico de Avaliação de Projetos. Quando denominados em conjunto, Profissionais da Vale. O nosso escopo consistiu nos seguintes procedimentos: Análise de informações públicas disponíveis relacionadas à Transação. Análise de informações relacionadas aos Direitos Minerários de bauxita disponibilizadas pela Equipe Vale DIPM e divulgadas no DNPM. Leitura do ponto de vista econômico/financeiro dos estudos geológicos realizados nas áreas dos Direitos Minerários de bauxita, elaborados pela equipe técnica interna da Vale e disponibilizados pela Equipe Vale DIPM. Análise dos orçamentos de curto e longo prazo ( Business Plan ), relacionados aos Direitos Minerários. Entrevistas com a Equipe Vale DIPM e Equipe Corporativo Vale para expandir e entender as operações e as perspectivas futuras dos Projetos Minerais. Leitura de relatórios técnicos elaborados por terceiros contendo estimativas de custos sobre plano de lavra, planta beneficiamento e mineroduto: (i) SNC Lavalin Minerconsult ( Minerconsult ): estimativas de Opex para a planta de beneficiamento; (ii) Rünge ( Rünge ): estimativas de Opex para o plano de lavra e (iii) PSI ( PSI ): auxílio nas estimativas de Opex relacionadas ao Mineroduto; Discussão com a Equipe Vale DIPM sobre as premissas a serem utilizadas no modelo de projeção de resultados dos Projetos Minerais em questão. Coleta de informações, visando melhorar a compreensão do ambiente operacional no qual os Projetos Minerais estão inseridos e identificar quais os principais fatores determinantes de sua performance. Desenvolvimento de um modelo de avaliação econômico-financeiro, quando aplicável, referente aos Projetos Minerais. Cálculo de uma taxa de desconto apropriada para a avaliação econômicofinanceira dos Direitos Minerários. Análise de sensibilidade das principais premissas econômico/financeiras consideradas na avaliação (se necessário). Pesquisa em fontes públicas sobre transações envolvendo Direitos Minerários de bauxita, para desenvolver uma avaliação por Múltiplos Comparáveis, quando aplicável. Apresentação sobre a análise dos resultados para os Profissionais da Vale e sua Administração até a entrega do relatório final. 7

Introdução (cont.) Fontes de informações Informações públicas disponíveis: Bloomberg, DNPM, Vale Relação com Investidores, London Metal Exchange (LME). Relatórios de Bancos de Investimentos. Modelo de avaliação econômico-financeira do Projeto Vera Cruz, elaborado pela Equipe Vale DIPM, contendo as principais premissas operacionais e financeiras utilizadas em nossa avaliação. Apresentações internas elaboradas pela Equipe Vale DIPM, contendo as principais informações geológicas referentes aos Projetos Minerais e conciliadas com dados disponíveis no DNPM. Informações relacionadas aos Direitos Minerários existentes antes de 18 de abril de 1997 e ao Direitos Minerários envolvidos na Transação da Hydro com a Vale. A relação de todos os arquivos disponibilizados pela Equipe Vale DIPM encontra-se no Anexo I deste relatório. 8

Conteúdo Introdução A Transação Visão Geral do Mercado Detalhamento dos Projetos Minerais Metodologias de Avaliação e Taxa de Desconto Avaliação Econômico-Financeira dos Direitos Minerários Conclusão Anexo 9

A Transação 1. Sobre as Empresas A Vale Empresa brasileira e segunda maior mineradora diversificada do mundo, a Vale atua na produção de cobre, manganês, bauxita, alumina, alumínio, carvão, cobalto, platina, paládio, entre outras matérias-primas importantes para o setor industrial global. A Hydro A Hydro é uma companhia produtora de alumínio com sede em Oslo, Noruega, e que possui participações em Smelters na Noruega e em outros países, além de participações em operações de alumina e bauxita no Brasil. A Vale e a Hydro possuem participações nas empresas Alunorte, Companhia de Alumínio do Pará ( CAP ) e Mineração Rio do Norte ( MRN ), em conjunto com outras empresas. 2. Sobre a Transação A Vale anunciou que assinou um acordo com a Norsk Hydro ASA ( Hydro ), para transferir todas as suas participações na Albras - Alumínio Brasileiro S.A. ( Albras ), Alunorte - Alumina do Norte do Brasil S.A. ( Alunorte ) e Companhia de Alumina do Pará ( CAP ), em conjunto com seus respectivos direitos de exclusividade e contratos comerciais em vigor por US$ 405 milhões em dinheiro e certa quantidade de ações ordinárias da Hydro. Após oferta de ações a ser realizada futuramente pela Hydro, essa quantidade de ações deverá representar 22% do capital da Hydro. Além disso, a Hydro assumirá uma dívida líquida de US$ 700 milhões. De acordo com os termos do acordo, a Vale transferirá para a Hydro 51% das ações da Albrás, 57% das ações da Alunorte e 61% das ações da CAP. 2. Sobre a Transação (cont.) Como parte dessa transação, a Vale criará uma nova empresa Bauxite JV e transferirá a mina de bauxita de Paragominas e todos os seus demais direitos minerários de bauxita no Brasil para a Bauxite JV. Quando concluída a transação, a Vale venderá 60% das ações da Bauxite JV para a Hydro por US$ 600 milhões em dinheiro. A parcela remanescente de 40% será vendida em duas parcelas iguais de 20% em 2013 e 2015, por US$ 200 milhões em dinheiro cada. Segundo a visão da Administração da Vale, a combinação dos seus ativos e dos ativos e expertise da Hydro, criará uma empresa produtora integrada de alumínio mais competitiva, com acesso a grandes reservas de bauxita, baixo custo de energia e know-how tecnológico. 3. Direitos Minerários No ano da privatização da Vale, 1997, o Governo Brasileiro determinou que a Empresa emitisse debêntures participativas, não conversíveis em ações ( Debêntures ), com a finalidade de garantir aos seus acionistas, inclusive à própria União, o direito de participação no faturamento das jazidas minerais existentes da Empresa e de suas Controladas. A emissão das debêntures foi aprovada conforme deliberação em Assembléia Geral Extraordinária, realizada em 18 de abril de 1997, relacionadas aos Direitos Minerários existentes a partir daquela data. De acordo com informações divulgadas pela Administração da Vale, a Empresa e suas Controladas detinham direitos, prioridades e expectativas de direitos sobre cerca de 33,3 milhões de ha de áreas de pesquisa mineral no Brasil. 10

A Transação (cont.) 3. Direitos Minerários (cont.) Os Direitos Minerários envolvidos na Transação da Vale com a Hydro referem-se apenas às operações de bauxita. Estes Direitos Minerários estão quantificados conforme o último evento de tramitação no Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), classificados e atualizados pelos números de processos constantes do Instrumento Particular de Escritura de Emissão de Debêntures da Vale S.A., em 30/06/2008, 31/12/2008, 30/06/2009 e 31/12/2009. Do total de reservas envolvidas na Transação, 1.473 milhões de toneladas referem-se aos Direitos Minerários adquiridos antes de 18 de abril de 1997, sendo que 1.251 milhões de toneladas estão informadas no DNPM e 222 milhões de toneladas são referentes a novos estudos realizados pela Equipe Vale DIPM, na mesma região. Os Projetos Minerais relacionados a estas reservas, estão classificados de acordo com a localização e estudos geológicos realizados pela Equipe Vale DIPM, em: (i) Vera Cruz; (ii) Jabuti; (iii) Tiracambú e (iv) Futuro, e estão localizados nos Estados do Pará e Maranhão, distribuídos em 178 mil ha, conforme mapa ao lado. 11

A Transação (cont.) Detalhamento dos Ativos envolvidos na Transação 3. Direitos Minerários (cont.) A tabela abaixo apresenta o total de reservas relacionadas aos Direitos Minerários adquiridos antes de 18 de abril de 1997, envolvidos na Transação da Vale com a Hydro: Alvos/ Projetos Local Status Área Mil m 2 MEDIDO(*) INDICADO(*) INFERIDO(*) Total (1) M / I / I Total (2) Potencial(*) Milhões de toneladas Total Geral (M/I/I)+P Vera Cruz PA Projeto 43 186 269 104 558-558 Futuro PA Projeto 30 - - - - 125 125 Jabuti PA Projeto 58-107 259 367 159 525 Tiracambú MA Projeto 47 - - 265 265-265 Total 178 186 376 628 1.190 283 1.473 Total de reservas relacionadas aos Direitos Minerários adquiridos antes de 18 de abril de 1997. Fonte: Equipe Vale DIPM (*) Conforme definido no Glossário 12

A Transação (cont.) Detalhamento dos Ativos envolvidos na Transação 3. Direitos Minerários (cont.) Direitos Minerários - Última divulgação DNPM RESERVAS (ton'000) Alvos/ Projetos Processo Área m 2 Fases Tipo Total MEDIDO(*) INDICADO(*) INFERIDO(*) VERA CRUZ 803.835/1974 8.678 Pedido de Lavra 2 59.630 17.037 12.778 29.815 11/09/1981 11/02/1985 803.836/1974 7.560 Pedido de Lavra 2 86.732 2.583 40.783 43.366 11/09/1981 11/02/1985 803.837/1974 6.408 Pedido de Lavra 2 45.842 5.391 17.530 22.921 11/09/1981 14/02/1985 802.283/1977 9.957 Pedido de Lavra 1 169.692 47.858 20.185 101.649 26/08/1983 10/10/2005 803.894/1974 9.947 Concessão de Lavra 2 56.877 47.300 8.087 1.490 22/08/1977 24/07/1978 Sub total 42.550 418.773 120.169 99.363 199.241 FUTURO 816.246/1971 10.000 Pedido de Lavra 2 27.598 5.519 11.807 10.272 20/08/1976 20/03/1979 816.247/1971 10.000 Pedido de Lavra 2 27.866 10.998 10.962 5.906 20/08/1976 20/03/1979 816.248/1971 10.000 Pedido de Lavra 2 69.186 26.932 26.378 15.876 20/08/1976 20/03/1979 Sub total 30.000 124.650 43.449 49.147 32.054 JABUTI 820.277/1972 4.200 Pedido de Lavra 1 30.973 30.330 643-20/08/1976 20/03/1979 2 3.605-2.654 951 3 115.298 105.249 10.049-820.278/1972 10.000 Pedido de Lavra 1 4.411 1.455 2.332 624 20/08/1976 20/03/1979 2 5.789-2.751 3.038 820.279/1972 10.000 Pedido de Lavra 1 67.612 59.647 7.965-20/08/1976 20/03/1979 820.280/1972 7.693 Concessão de Lavra 1 59.717 12.166 28.495 19.056 20/08/1976 20/03/1979 820.281/1972 7.486 Pedido de Lavra 1 42.076 35.104 5.093 1.879 20/08/1976 20/03/1979 2 10.644-2.629 8.015 3 127.156 114.960 11.135 1.061 820.282/1972 6.928 Pedido de Lavra 1 10.376 5.585 3.940 851 20/08/1976 20/03/1979 2 1.975-1.638 337 3 30.031 24.257 5.001 773 822.143/1972 10.000 Pedido de Lavra 1 4.577 587 1.657 2.333 20/08/1976 20/03/1979 822.144/1972 2.000 Pedido de Lavra 1 1.472-221 1.251 20/08/1976 20/03/1979 2 9.583 1.175 3.403 5.005 Sub total 58.307 525.295 390.515 89.606 45.174 TIRACAMBÚ 850.644/1980 10.000 Pedido de Lavra 2 64.000 34.465 29.535-19/02/1987 06/03/2001 850.645/1980 9.300 Pedido de Lavra 2 19.275 6.810 8.879 3.587 19/02/1987 06/03/2001 800.006/1981 9.000 Pedido de Lavra 2 44.801 12.456 32.345-04/10/1989 28/01/2000 800.007/1981 9.100 Pedido de Lavra 2 54.115 17.824 36.290-19/02/1987 06/03/2001 803.022/1994 (a) 9.730 ALVARÁ (*) - - - - - - Sub total 47.130 182.191 71.555 107.049 3.587 Total 1 177.987 1.250.909 625.688 345.165 280.056 CAMOAI/ 850.650/1996 4.666 RECURSO (**) - - - - VERA CRUZ 850.651/1996 3.916 RECURSO (**) - - - - 850.652/1996 3.716 RECURSO (**) - - - - 854.478/1996 (b) 3.917 ALVARÁ (*) - - - - 855.527/1996 (b) 4.672 ALVARÁ (*) - - - - 857.325/1996 (b) 4.774 ALVARÁ (*) - - - - 857.326/1996 (b) 4.824 ALVARÁ (*) - - - - 857.327/1996 (b) 4.991 ALVARÁ (*) - - - - 857.328/1996 (b) 4.797 ALVARÁ (*) - - - - 857.329/1996 (b) 4.950 ALVARÁ (*) - - - - Total 2 45.222 - - - - TOTAL GERAL (1+2) 223.209 1.250.909 625.688 345.165 280.056 PROTOC. REL.FINAL D.O.U. REL.FINAL Fonte: Equipe Vale DIPM Vale ressaltar que, conforme apresentado na tabela ao lado, embora as reservas relacionadas aos Direitos Minerários totalizem 1.473 milhões de toneladas, os últimos compromissos de divulgação junto ao DNPM, foram realizados pela Vale entre 1976 e 2001 e totalizam 1.251 milhões de toneladas. Na página seguinte, apresentamos o detalhamento destas diferenças, segundo informações da Equipe Vale DIPM. (*) Alvará concedido pelo DNPM às empresas mineradoras para início dos trabalhos de pesquisa nas regiões de minério. A empresa tem o prazo de 3 anos (prorrogáveis por mais 3) para enviar ao DNPM o relatório final com os resultados da pesquisa. Enquanto não expirar esse prazo, a empresa não é obrigada a divulgar o montante de reservas e, dessa forma, não estão sendo consideradas na avaliação. (a) (b) A Equipe Vale DIPM informou que para este Processo, não recebeu autorização do órgão ambiental para início das explorações, por haver interferência com áreas de reserva ambiental. Estes Processos tiveram seus Alvarás prorrogados em 2008 e 2010 e portanto, estão no prazo determinado pelo DNPM para início das pesquisas. (**) Pedido de prorrogação do Alvará realizado em 2008 e indeferido pelo DNPM. A vale entrou com recurso sobre o indeferimento e está aguardando julgamento. 13

A Transação (cont.) Detalhamento dos Ativos envolvidos na Transação 3. Direitos Minerários (cont.) Tendo em vista a diferença das reservas informadas ao DNPM e aquelas determinadas em estudos exploratórios mais recentes realizados pela Vale, a Equipe Vale DIPM optou por atribuir aos debenturistas sempre o maior volume de reservas apontado entre as duas bases de informação. Dessa forma, as reservas consideradas em cada um dos projetos sujeitos à participação dos Debenturistas é a seguinte: Direitos Minerários adquiridos antes de 18 de abril de 1997 Milhões de toneladas Alvos/ Local Projetos Status Área Mil m 2 Última divulgação DNPM Trabalhos mais recentes de exploração Diferença Vera Cruz PA Projeto 43 419 558 139 Futuro PA Projeto 30 125 125 - Jabuti PA Projeto 58 525 367 (158) Tiracambú MA Projeto 47 182 265 83 Total 178 1.251 1.315 64 Direiros Minerários considerados na Avaliação Milhões de toneladas Alvos/ Projetos Reservas Totais (M/I/I/P) Vera Cruz 558 Futuro 125 Jab uti 525 Tiracambú 265 Total 1.473 Segundo informações da Equipe Vale DIPM, a diferença notada nas bases de reservas decorre, principalmente, do fato de que as informações contidas nos relatórios de pesquisa enviados ao DNPM estão baseados em estudos realizados nas décadas de 1970 e 1980, à exceção de Tiracambú, cujos relatórios foram entregues em 2001. Assim, novos estudos geológicos, envolvendo sondagens adicionais e testes de recuperação de minério, realizados mais recentemente, determinaram quantidades de reservas diferentes daquelas informadas nos últimos relatórios entregues ao DNPM. Ainda segundo informações da Equipe Vale DIPM, os próximos compromissos de entrega de relatórios ao DNPM, referentes à estes Projetos Minerais, ocorrerão em 2011 e 2012, quando então os volumes de reservas determinadas pelos estudos desenvolvidos mais recentemente devem ser informados pelo detentor dos Direitos Minerários. Fonte: Equipe Vale DIPM 14

Conteúdo Introdução A Transação Visão Geral do Mercado Detalhamento dos Projetos Minerais Metodologias de Avaliação e Taxa de Desconto Avaliação Econômico-Financeira dos Direitos Minerários Conclusão Anexo 15

Visão Geral do Mercado A bauxita e o processo produtivo A bauxita é um minério de origem laterítica, resultante da ação de fenômenos físico-químicos sobre rochas aluminosas, em clima tropical ou subtropical, provocando a extração da sílica, concentração de resíduos ricos em óxidos de alumínio e outros compostos. A maior parte dos recursos de bauxita é encontrada na região tropical, no Caribe e na região Mediterrânea. Desta forma, a maior parte das minas de bauxita estão localizadas na área do Caribe, América do Sul, Austrália e África. O principal uso da bauxita é como matéria-prima para obtenção de alumina, que por sua vez é utilizada para a produção de alumínio - cerca de duas toneladas de alumina são necessárias para produzir uma tonelada de alumínio. Nas refinarias de alumina, através do processo Bayer, a bauxita é transformada em alumina, conforme resumido abaixo: Bauxita Digestor Precipitador Crusher Filtro Resíduo Rotary Kiln (*) Nesse processo, a bauxita é lavada, moída e dissolvida em soda cáustica (hidróxido de sódio) em alta pressão e temperatura. O licor resultante contém uma solução de aluminato de sódio não dissolvida e, resíduo de bauxita contendo ferro, silício e titânio. Este resíduo, conhecido coloquialmente como lama vermelha, é depositado gradualmente ao fundo do tanque e removido. O licor rico em aluminato de sódio é bombeada para um tanque enorme chamado precipitador. Partículas finas de alumina são adicionadas para produzir a precipitação de partículas puras de alumina no momento em que o licor esfria. As partículas vão para o fundo do tanque, são removidas, e então passam por calcinador rotativo a 1100 C para expulsar a água quimicamente combinada. O resultado é um pó branco, que é a alumina pura. A soda cáustica é devolvida ao início do processo e utilizada novamente. O processo produtivo das refinarias de alumina é geralmente dimensionado para receber uma bauxita com determinadas características físico-químicas como teor de alumina aproveitável, teor de sílica reativa e teor de ferro. Alterações nos teores de sílica reativa, por exemplo, podem causar problemas no processo de digestão da bauxita e aumentar o consumo de soda cáustica. As refinarias são instaladas em regiões próximas as minas para facilitar o transporte da bauxita, que normalmente é realizado por navio, mineroduto ou caminhão (para distâncias menores) e, minimizar os custos com frete. Além disso, a localização da refinaria também deve oferecer boas condições para o transporte da Alumina, seja para a planta de redução de alumínio mais próxima ou para a exportação. A alumina é reduzida a alumínio num processo eletrolítico nas plantas de redução ( Smelters ), onde é dissolvida em um banho eletrolítico de fluoreto de alumínio e sódio, dentro de um grande recipiente de aço revestido de carbono ou grafite, conhecido como "pote". Uma corrente elétrica é transmitida através do eletrólito de baixa voltagem, mas com alta corrente, normalmente 200 mil ampères e até 350 mil ampères para os equipamentos mais modernos. Alumina (*) processo tecnológico de processamento da alumina. 16

Visão Geral do Mercado (cont.) A energia é uma matéria-prima fundamental na redução de alumínio. Desta forma, os Smelters são localizados em áreas que possuem acesso a recursos energéticos abundantes (carvão, hidrelétricas, gás natural ou nuclear). Muitos locais são remotos e a eletricidade é gerada especificamente para a planta de alumínio. Em média é necessário 15,7 kwh de eletricidade para produzir 1 quilograma de alumínio. O processo de redução de alumínio é contínuo, ou seja, não pode ser facilmente parado e reiniciado. Se a produção é interrompida por uma falha de fornecimento de energia de mais de quatro horas, o metal se solidifica nos potes, muitas vezes exigindo um processo caro de reconstrução dos mesmos. Desafios na exploração da bauxita: As características geológicas da bauxita, como teor de alumina aproveitável, teor de sílica reativa, teor de ferro e recuperação em massa, são fatores importantes para a viabilidade econômica da exploração de uma mina. Caso esses fatores não atendam aos padrões comercialmente aceitos, o preço de venda da bauxita é penalizado, e geralmente não consegue justificar os investimentos necessários para o projeto. O preço da bauxita também é influenciado pelo preço do alumínio, principal produto da cadeia produtiva, que é cotado na LME (London Metal Exchange). Algumas características físicas da mina também influenciam na viabilidade do projeto, como o nível de capeamento e espessura do minério disponível no depósito. Quanto maior o nível do capeamento, mais custos para remoção do mesmo ou investimentos em construção de barragens serão necessários. A espessura do minério pode dificultar a operacionalização da retirada do mesmo. O transporte do minério para a refinaria, portos ou terminais ferroviários também é uma premissa importante para o projeto. Caso a mina esteja distante de um terminal logístico ou tenha difícil acesso, serão necessários investimentos em minerodutos ou ferrovias, que podem impactar negativamente o retorno do projeto. Geralmente, a mina fornece bauxita para uma refinaria específica, que está localizada numa distância aceitável para o projeto. Outro desafio é o fato da cadeia produtiva do alumínio ser uma consumidora intensiva de energia. Conforme mencionado anteriormente, a planta de alumínio geralmente é instalada em áreas que possuem acesso a recursos energéticos abundantes. Atualmente, devido ao custo de energia, o Brasil vem perdendo competitividade em manter e atrair projetos de plantas de redução de alumínio. O meio ambiente também é um fator que deve ser levado em consideração no momento da exploração do minério. Para obedecer às leis e regulamentos e se antecipar às suas exigências, é necessário um alto investimento para o processo de remoção da terra e vegetação existentes sobre as jazidas de minério, e posterior trabalho de recomposição do terreno. 17

Conteúdo Introdução A Transação Visão Geral do Mercado Detalhamento dos Projetos Minerais Metodologias de Avaliação e Taxa de Desconto Avaliação Econômico-Financeira dos Direitos Minerários Conclusão Anexo 18

Detalhamento dos Projetos Minerais Introdução Conforme mencionado anteriormente, os Direitos Minerários adquiridos antes de 18 de abril de 1997 e relacionados à participação dos debenturistas foram classificados em 4 (quatro) Projetos Minerais distintos, de acordo com a região de localização e estudos geológicos realizados em bauxita: (i) Vera Cruz / Camoaí; (ii) Jabuti; (iii) Tiracambú e (iv) Futuro. A realização de estudos geológicos representam a primeira etapa de estudo de viabilidade de um projeto, onde são definidas as principais características do minério a ser explorado, como a qualidade e o seu potencial de exploração econômica. As etapas seguintes são realizadas com o objetivo de se definir a viabilidade econômica de um projeto e dependem dos resultados da etapa de estudos geológicos. Conforme apresentado abaixo, a equipe técnica da Vale realizou todas as etapas de estudos somente para o Projeto Vera Cruz, pois os resultados dos estudos geológicos realizados para os demais Projetos Minerais apresentaram-se desfavoráveis (ver detalhamento na página 20). O Projeto Vera Cruz, apesar da alta relação estéril / minério, apresentava teor de alumina aproveitável e sílica reativa dentro dos padrões de operações de bauxita da Vale, permitindo que os estudos de viabilidade fossem conduzidos, segundo informado pela Equipe Vale DIPM. Processo de estudo geológico da região: O processo de estudo geológico para determinação das características e qualidade do minério de uma determinada região segue as seguintes etapas: 1. Sondagem: representa a primeira etapa de um estudo geológico onde são realizadas as primeiras estimativas das características do minério através de furos e sondas verticais no terreno e determinação da espessura do minério existente, estéril etc. 2. Trincheiras e Poços: são escavações feitas no terreno de onde são colhidos material para teste de qualidade e teores do minério, tais como densidade, umidade, bem como amostras para caracterização mineralógica e testes tecnológicos de bancada para beneficiamento e processo Bayer. 3. Petrografia: representa a análise das características estruturais, mineralógicas e químicas das amostras colhidas nos processos anteriores. Primeira Etapa: Estudos Geológicos Levantamento das características físicoquímicas do minério. Segunda Etapa: Estudo de Engenharia Estimativas do Opex do Projeto Terceira Etapa: Estudo de Engenharia Estimativas do Capex do Projeto Resultado da Avaliação Econômica Vera Cruz Jabuti Tiracambú Futuro Vera Cruz Vera Cruz Vera Cruz 19

Detalhamento dos Projetos Minerais (cont.) Principais características físico-químicas do minério: Após as etapas de estudo geológico, são definidas as seguintes características da região e dos depósitos, de acordo com informações disponibilizadas pela equipe da área técnica da Vale: 1. Espessura do Capeamento ( Capeamento ): representa a espessura total da camada de estéril. Antes de iniciar a lavra da bauxita, é necessário remover o solo sobre as jazidas de minério, juntamente com a vegetação, e reservá-la para o futuro trabalho de recomposição do terreno. Quanto maior a espessura de estéril, mais investimentos e custos operacionais serão necessários, em função dos tipos de equipamentos que devem ser utilizados e da construção das barragens de contenção, tendo impacto direto na viabilidade da mina. 2. Espessura do Minério: representa a espessura da camada de minério, encontrada abaixo da camada de capeamento. Existem casos em que, através dos trabalhos de sondagem, são encontradas duas camadas de estéril e duas camadas de minério, como no Projeto Tiracambú. 3. Teor de Alumina Aproveitável ( % ALA ): mede o teor do metal que pode ser extraído da bauxita e utilizado na produção de Alumínio. As reservas economicamente aproveitáveis, segundo informações da Equipe Vale DIPM, devem possuir um teor de alumina próximo a 50%, no mínimo. 4. Teor de Sílica Reativa ( % SR ): é a sílica (SiO2) encontrada nos minerais não suscetíveis ao aproveitamento no processo Bayer, que só aproveita a Gibsita. Para ser economicamente viável, a reserva deve apresentar um %SR de até 5%. O alto teor de sílica reativa na bauxita, pode causar problemas na etapa do processo de digestão na refinaria, aumentando o consumo de soda cáustica e por este motivo, quanto maior o %SR, maiores as penalidades no cálculo do preço final da bauxita. 5. Recuperação em massa ( % RM ): representa o percentual de bauxita que pode efetivamente ser recuperado após todo o processo de lavagem e secagem do minério. A bauxita economicamente aproveitável normalmente apresenta um % RM de 70%. 6. Performance no processo Bayer: define os principais parâmetros do processo de produção da refinaria de alumina, tais como: extração de alumina, velocidade de sedimentação da lama vermelha e qualidade do licor. Resumo das características geológicas dos Projetos Minerais relacionados aos debenturistas: Conforme detalhado no fluxograma da página anterior, com base nos resultados dos estudos geológicos realizados pela equipe técnica da Vale, somente o Projeto Vera Cruz prosseguiu com estudos até a avaliação econômica, pois o minério apresentava características favoráveis para a respectiva exploração econômica. Para os demais Projetos Minerais, a equipe técnica da Vale identificou que os estudos geológicos não foram favoráveis, quando comparados com os padrões mínimos considerados pela Vale para operações de bauxita economicamente viável. Portanto, não foram feitos estudos de engenharia para estes Projetos Minerais. A tabela a seguir apresenta os principais indicadores geológicos de cada um dos Projetos Minerais, em relação ao padrão de operação de bauxita considerado pela Vale: 20

Detalhamento dos Projetos Minerais (cont.) Resumo das características geológicas dos Projetos Minerais relacionados aos debenturistas (cont.): Projetos Área (ha) Reservas mil ton. Capeamento Espessura do Minério % ALA % SR % RM % Fe Comentários Trombetas (MRN) Paragominas n.a 826,0 Até 5 m 3 m a 4 m 49,70% 3,20% 70,00% 10,10% n.a 673,8 Até 5 m 1 m a 1,5 m 49,20% 3,20% 70,00% 11,80% Plantas em operação Plantas em operação Vera Cruz 42.550 558,3 15 m 0,8 m 47,30% 4,20% 71,00% 10,70% O Projeto foi estruturado incialmente para atender à Refinaria CAP. Entretanto, apesar de possuir um teor de sílica reativa e percentual de Alumina Recuperável dentro dos padrões observados nas demais operações de Bauxita da Vale, o alto nível de capeamento, pouca espessura do minério e a dispersão da área de exploração foram fatores que inviabilizaram o projeto, além do relevante custo de logística, associado. Jabuti 58.307 525,3 < 5 m 1,5 m a 3 m 37,40% 5,90% 30,00% 21,00% Avaliado como um recurso marginal devido ao baixo teor de alumina aproveitável, o produto foi considerado para uma possível blendagem para manter o teor de ferro da Bauxita da MRN, pois é preciso que exista um certo teor de Fe para que o processo de extração da alumina seja eficiente. Porém, esse subproduto seria comercializado por um preço inferior devido ao %ALA, o que impacta negativamente a viabilidade do projeto. Além disso, a baixa recuperação em massa, torna o produto inviável para o beneficiamento, e os canais verticais de argila na camada de capeamento tornam a operacionalização de extração do minério difícil, podendo contaminá-lo. BC 1 2 m 52,60% 4,90% 50,00% 4,50% O Projeto apresenta duas camadas de bauxita (BC 1 e BC 2), com espessura estreita, sendo 2 m para a BC 1 e 1,5 m para a BC 2, e baixa recuperação em massa para os padrões de mina da Vale. As camadas de minério estão localizadas entre uma camada de capeamento e uma camada de laterita ferruginosa, ambas apresentando grande espessura. Assim, a espessura e a localização do minério torna difícil a operacionalização de extração do produto. Tiracambú 47.130 265,0 13 m BC 2 1,5 m 48,30% 3,48% 50,00% 14,40% Além disso, o Projeto foi avaliado também com uma camada de Laterita Ferruginosa bastante espessa, o que demandaria investimentos elevados com equipamentos que, permitissem a destruição desta camada e posterior exploração do minério. Outro ponto a ser considerado no Projeto de Tiracambú são os problemas relacionados à interferência do projeto em áreas de reserva biológica (REBIO), fatores que impediram que as pesquisas fossem levadas adiante. Futuro 30.000 124,7 9,3 m 2,1 m 53,82% N.A. 50,88% 10,60% O Projeto Futuro é o menor projeto em termos de potencial de reservas, quando comparado aos quatro projetos considerados na avaliação. O último estudo realizado na região foi em 1975. Um fator importante na decisão de viabilidade do Projeto, assim como em Tiracambú, foi o percentual de recuperação em massa observado, que é baixo em relação aos padrões estabelecidos para exploração do minério. Fonte: Equipe Vale DIPM 21

Detalhamento dos Projetos Minerais (cont.) Vera Cruz 1. Descrição do projeto Segundo a Equipe Vale DIPM, o Projeto Vera Cruz foi estruturado com o objetivo inicial de suprir a necessidade de bauxita da Refinaria CAP, localizada no Pará. Fomos informados pela Equipe Vale DIPM que devido à questões de viabilidade associada à Refinaria, a construção da mesma encontra-se paralisada. Os estudos geológicos realizados apresentaram algumas características em linha com as demais operações de bauxita da Vale, tais como percentual de recuperação em massa e percentual de alumina recuperável. Dessa forma a Equipe Vale DIPM optou pelo estudo de viabilidade econômica do Projeto Vera Cruz. 3. Características do projeto O Projeto Vera Cruz é composto pelos platôs V1, V2, V3, V4, V5, V6 e Gurupi Norte. Estes são cobertos por dez alvarás de pesquisa, quatro pedidos de lavra e uma concessão de lavra. Estes 15 processos abrangem uma área de 87,7 mil m 2. O Projeto Vera Cruz possui potencial de exploração de 558 milhões de toneladas de bauxita com percentual de alumina aproveitável de 47,3%, teor de sílica reativa 4,2%, índice de recuperação em massa de 71% e Fe2O3 de 10,7%. O grande nível de capeamento, que apresenta a profundidade média de cerca de 15 m e que está fora dos padrões das demais operações de bauxita da Vale, e a pequena espessura do minério, que encontra-se disperso num raio de exploração muito grande (cerca de 20 km entre os platôs), implicam relevantes investimentos em equipamentos e dificultam a operacionalização de extração do minério em função da distância. 2. Procedimentos geológicos realizados Sondagem: foram realizados 62,8 mil metros de sondagem com 3.883 furos de sonda de 4 nas malhas de 800x800, 400x400 e 200x200. Trincheiras: foram abertas 20 trincheiras nos alvos V1, V2, V3 e V5. Para fornecer material para teste de processo na planta-piloto, caracterização mineralógica, testes tecnológicos de bancada. Poços: foram feitos ao todo 27 poços distribuídos em todos os platôs para cálculo de densidade, empolamento, umidade, bem como fornecer amostras para caracterização mineralógica e testes tecnológicos de bancada. Fonte: Equipe Vale DIPM 22

Detalhamento dos Projetos Minerais (cont.) Vera Cruz (cont.) 4. Pontos críticos do projeto Elevada espessura de capeamento, que exigirá grande esforço na remoção de estéril e, consequentemente, grandes investimentos em equipamentos de lavra. Área de exploração do Projeto Vera Cruz muito dispersa, com raio de extensão de cerca de 20 km entre os platôs, o que dificulta a exploração do minério e a instalação de uma planta de beneficiamento para abranger toda a extensão. Desta forma, a Equipe Vale DIPM elaborou dois cenários, considerando (i) o desenvolvimento de uma planta de beneficiamento centralizada e (ii) plantas de beneficiamento descentralizadas. Distância entre a áreas de exploração ao beneficiamento do minério, e do beneficiamento à refinaria, que exigem grandes investimentos para o transporte do minério. A extensão do mineroduto entre a mina de beneficiamento e a refinaria é de aproximadamente 300 Km, com um investimento unitário de US$ 1,8 milhão / km para a construção do mesmo. Jabuti 1. Descrição do projeto Segundo estudos realizados pela equipe técnica da Vale, a bauxita encontrada nesta região é considerada um recurso marginal, devido ao baixo teor de alumina aproveitável e recuperação em massa. Entretanto, devido ao elevado teor de ferro (21%), o Projeto foi considerado como uma possível utilização para blendagem do minério explorado pela Mineração Rio do Norte (MRN). Segundo informações da equipe técnica da Vale, o percentual médio de teor de ferro padrão considerado nas suas operações já existentes de bauxita varia entre 10% a 12%. Além disso, os estudos geológicos realizados mostraram que o mineral ocorre separado por canais verticais de argila (estéril), dificultando sua remoção e seu beneficiamento. Essas características tornaram o depósito de Jabuti inviável para a exploração econômica em larga escala, sendo considerada apenas a opção de utilização do minério para blendagem. 2. Procedimentos geológicos realizados Sondagem: foram realizados 403 metros de sondagem com 51 furos de sonda de 4 no platô Jabuti Sul. Trincheiras: foi aberta 1 trincheira no platô Jabuti Sul, com o objetivo de expor os horizontes de bauxita para coleta de amostras de canal e volumétricas, e, também, subsidiar um melhor entendimento da geologia do depósito. Poços: 101 poços, totalizando 848m. 23

Detalhamento dos Projetos Minerais (cont.) Jabuti (cont.) 3. Características do projeto O Projeto Jabuti é composto pelos platôs Jabuti Sul, Jabuti Centro, Jabuti Norte, Ana e Quebra-Espinhaço ( Pólo Jabuti ). Estes são cobertos por sete pedidos de lavra e uma concessão de lavra. Estes oito processos abrangem uma área de 58,3 mil m 2. O Projeto Jabuti possui potencial de exploração de 525,3 milhões de toneladas de bauxita com percentual de alumina aproveitável de 37,4%, teor sílica reativa 5,9%, índice de recuperação em massa de 30% e Fe2O3 de 21%. Conforme apresentado na figura abaixo, a gibsita ocorre entre canais de argila dispostos verticalmente, ao longo da planta, dificultando a operacionalização de extração do minério. 4. Pontos críticos do projeto Avaliado como um recurso marginal devido ao baixo teor de alumina aproveitável, baixa recuperabilidade da massa e canais verticais de argila, dificultando o beneficiamento. Devido ao formato e a disposição dos canais de argila, muitas partículas do minério ricas em alumina se misturariam à sílica reativa disponível, contaminando o minério, que já possui baixa concentração de alumina. Porém, devido ao alto teor de ferro, o minério de Jabuti foi considerado como um subproduto para uma possível blendagem da bauxita da MRN e Paragominas na forma in natura. Essa blendagem deve-se ao fato de que o teor de Fe nos minérios da MRN e Paragominas apresentam tendência de redução ao longo dos anos para teores abaixo de 10%, o que, potencialmente, pode levar a problemas de contaminação do produto final com Fe, paradoxalmente. Porém, esse subproduto seria comercializado por um preço inferior ao da bauxita, o que já impacta negativamente a viabilidade do Projeto. Outro ponto que deve ser considerado é o processo de obtenção de licenciamento ambiental, que ainda está aguardando pronunciamento do órgão ambiental. A última requisição foi protocolada em janeiro de 2009 na SEMA/PA, segundo informações da Equipe Vale DIPM. Fonte: Equipe Vale DIPM 24

Detalhamento dos Projetos Minerais (cont.) Tiracambú 1. Descrição do projeto Os estudos geológicos realizados pela equipe técnica da Vale, mostram que a bauxita encontrada neste depósito, possui percentuais de recuperação em massa muito baixo, além de teores de sílica reativa altos, afetando a qualidade do minério. Além disso, o depósito apresenta duas camadas de bauxita (BC1 e BC2) localizadas entre uma camada de capeamento e outra de laterita ferruginosa bastante espessas. Como a espessura média da BC2, localizada logo abaixo da camada de laterita ferruginosa, é de apenas 1,5m, a exploração do minério torna-se difícil devido ao alto esforço que deve ser empregado na destruição e na remoção da camada de laterita, podendo contaminar o minério. 2. Procedimentos geológicos realizados Sondagem: foram realizados 2,9 mil metros de sondagem com 130 furos de sonda nos platôs TN7, TN10 e TN1. Trincheiras: n.a. Poços: foram feitos ao todo 413 poços, totalizando 8.563m distribuídos em todos os platôs para cálculo de densidade, empolamento, umidade, bem como fornecer amostras para caracterização mineralógica e para testes tecnológicos de bancada. 3. Características do projeto O Projeto Tiracambú é composto pelos platôs TN6, TN7, TN10, TN11 e Bandeirantes. Estes são cobertos por um alvará de pesquisa e quatro pedidos de lavra. Estes cinco processos abrangem uma área de 47 mil m 2. O Projeto Tiracambú possui potencial de exploração de 265 milhões de toneladas de bauxita com percentual de alumina aproveitável de 48,8%, teor de sílica reativa de 4,3%, índice de recuperação em massa de 50% e Fe2O3 de 12%. O capeamento tem muita variação, sendo a profundidade média do furo completo de 13 m. A espessura do minério tem média de 1,5 m a 2,0 m. 13,0 m 2,0 1,5 Fonte: Equipe Vale DIPM 4. Pontos críticos do projeto Segundo a equipe técnica da Vale, é difícil a operacionalização das duas camadas de bauxita, em função da espessura das camadas de capeamento e laterita ferruginosa existentes. Além dos grandes investimentos em equipamentos e na construção de barragens de contenção, destruição e remoção da camada de laterita pode contaminar o minério, em função da pequena espessura observada na BC2. Os baixos valores de recuperação em massa, observados nos minérios encontrados nas camadas de BC1 e BC2, tornam a exploração do minério inviável economicamente. A região está localizada a 50km da estrada de ferro de Carajás e o minério seria direcionado para São Luis, Maranhão. Entretanto, os planos da Vale para a construção de uma nova refinaria na região, através da parceria com a Alcan, não foram concretizados em razão da compra da Alcan pela Rio Tinto. 25