CURRÍCULO E CONTROLE DO TRABALHO DOCENTE: O SISTEMA DE MONITORAMENTO DE CONTEÚDO EM PERNAMBUCO



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Transcrição:

CURRÍCULO E CONTROLE DO TRABALHO DOCENTE: O SISTEMA DE MONITORAMENTO DE CONTEÚDO EM PERNAMBUCO Paula Rejane Lisboa da Rocha 1 Universidade Federal de Alagoas (UFAL) paula.lisboah@gmail.com Laura Cristina Vieira Pizzi 2 Universidade Federal de Alagoas (UFAL) lauracvpizzi@gmail.com RESUMO Este texto visa apresentar um projeto de pesquisa de mestrado ainda em desenvolvimento. O objetivo geral é analisar de que forma se dá o controle dos saberes docentes nas áreas de Língua Portuguesa e Matemática de uma escola estadual de Pernambuco, a partir do Sistema de Monitoramento de Conteúdo (SMC), recentemente implantado pelo governo do Estado. A Metodologia utilizada será um estudo de caso de cunho qualitativo. Na busca de perceber o controle curricular dos conteúdos trabalhados em sala de aula, partimos do principal pressuposto que a implementação do SMC, eleva o controle dos saberes docentes via currículo provocando um profundo impacto no desempenho de sua prática em sala de aula, na medida em que tende a desconsiderar o seu contexto local. Palavras-chave: Currículo.Controle.Trabalho Docente. 1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS 1 Mestranda em Educação Brasileira da UFAL membro do grupo de pesquisa Currículo, Cultura e Atividade docente. 2 Doutora em Educação, Professora do PPGE-UFAL e líder do grupo Currículo, cultura e Atividade Docente.

2 O presente estudo, ainda em andamento, visa trazer reflexões oriundas de indagações sobre a implantação do Sistema de Monitoramento de Conteúdo (SMC) na Rede Estadual de Educação de Pernambuco e como este age no controle curricular dos/as docentes. Esta pesquisa terá um cunho qualitativo, onde utilizaremos estudo de caso como abordagem, visto que possibilita ao pesquisador o uso diversificado de técnicas de coletas de dados. Na atual etapa da pesquisa, nossos esforços se voltam para análise de documentos oficiais que regem as orientações curriculares, tanto em nível nacional com os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) e as Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN), quanto no nível estadual, através da Base Curricular Comum (BCC-PE) de Língua Portuguesa e Matemática. Em relação à discussão teórica, esta fase busca estabelecer um diálogo entre currículo, governamentalidade e o controle dos conteúdos desenvolvidos pelos/as docentes, uma vez que traz à tona o contexto das mudanças educacionais brasileiras, influenciadas pelas orientações neoliberais. Em fase posterior da pesquisa, tomaremos como sujeitos de investigação, seis docentes atuantes nas áreas de Língua Portuguesa e Matemática de uma escola estadual, pertencente à Rede Estadual de Educação do Estado de Pernambuco, onde por meio de entrevista semi-estruturada e observação daremos andamento ao trabalho. Ao desenvolvermos o artigo, inicialmente aportamos com o conceito de governamentalidade do filósofo francês Michel Foucault, para em seguida dissertarmos sobre as influências neoliberais da Escola de Chicago no contexto educacional. No discorrer do texto, apontamos como a literatura educacional tem recebido as políticas públicas com elevado interesse, uma vez que em grande parte dos países do mundo vem sendo implementadas reformas, tanto no que diz respeito ao currículo como à organização, gestão e financiamento dos sistemas de ensino. Prosseguindo, trataremos sobre as influências neoliberais no trabalho docente e suas práticas de interpelação, para enfocarmos em seguida, o Sistema de Monitoramento de conteúdo (SMC) como mecanismo de controle do trabalho docente via currículo em Pernambuco. As motivações para escolhermos como objetivo geral a análise do controle dos saberes docente, a partir do Sistema de Monitoramento de Conteúdo (SMC), surge pela implementação das ações emergentes do Programa de Modernização da Gestão Pública 3 para 3 Buscando elevar o índice de desempenho do Estado, nas áreas da saúde, administração pública e educação. Na área de educação as metas a partir de 2007 estão focadas na melhoria dos indicadores educacionais do Estado,

3 a educação no Estado, que prevê, quanto ao monitoramento, um conjunto de ações gerenciais desenvolvidas pela equipe técnica e por um sistema informatizado, permitindo: O registro, a consolidação, a medição e a análise das informações referentes à frequência dos alunos e dos professores; das aulas previstas e efetivamente dadas; do desenvolvimento do currículo, a causa das faltas e das ausências; e a idade e a série em que os alunos estão matriculados. (PERNAMBUCO, 2008, p. 10, grifo nosso). De posse do controle docente como nosso objeto de estudo, nos confrontamos com a seguinte questão problematizadora que vem norteando nossa pesquisa: Como o Sistema de Monitoramento de Conteúdos (SMC), controla os saberes docente nas áreas de Língua Portuguesa e Matemática e quais seus impactos para a prática docente? 2. EDUCAÇÃO E GOVERNAMENTALIDADE O conceito de Governamentalidade, desenvolvido pelo filósofo francês Michel Foucault (1926-1984) é tratado pela primeira vez no seu curso no collegé da France de 1978 intitulado Segurança, Território e População, para o autor pode ser entendido por três coisas: 1 o conjunto constituído pelas instituições, procedimentos, análises e reflexões, cálculos e táticas que permitem exercer esta forma bastante específica e complexa de poder, que tem por alvo a população, por forma principal de saber a economia política e por instrumentos técnicos essenciais os dispositivos de segurança. 2 a tendência que em todo o Ocidente conduziu incessantemente, durante muito tempo, à preeminência deste tipo de poder, que se pode chamar de governo, sobre todos os outros soberania, disciplina, etc. e levou ao desenvolvimento de uma série de aparelhos específicos de governo e de um conjunto de saberes. 3 resultado do processo através do qual o Estado de justiça da Idade Média, que se tornou nos séculos XV e XVI Estado administrativo, foi pouco a pouco governamentalizado. (FOUCAULT, p. 1979, p. 292) Na pretensão de abordar o conceito de governamentalidade de forma sucinta, partimos dizendo que com o avançar dos sistemas políticos, a influência no comportamento dos sujeitos passa de um controle individual para um controle coletivo, ou seja, um controle sobre a população. No século XVIII a governamentalidade aparece como forma de governo sobre a vida humana. Essa arte de governar irá se exercer como biopoder. sobretudo no índice de Desenvolvimento da Educação Básica (SAEB) e do Sistema de Avaliação da Educação de Pernambuco (SAEPE). (PERNAMBUCO, 2007).

4 Pois bem, à medida que os Estados são governamentalizados, o poder biopolítico sobre a população é exercido pelos dispositivos de segurança de forma mais intensa, pois o conjunto das medidas legislativas, dos decretos, dos regulamentos, das circulares que permitem implantar os mecanismos de segurança [...] é cada vez mais gigantesco (FOUCAULT, 2008, p. 4). Essa produção da governamentalidade biopolítica [...] tem como objeto fundamental a população, como saber privilegiado a economia e como mecanismos básicos de atuação os dispositivos de segurança (Machado, 1990 apud GADELHA, 2009, p. 121). Logo, as normas, as técnicas de vigilância, as estratégicas de controle, exercem através de aparelhos de governo, produção de saberes que consistem em nas novas formas de governamento 4, agem visando alcançar os fins desejados bastante específicos. Se para Foucault o saber é intrínseco do poder, em outras palavras, o saber se torna imanente do dispositivo de poder político. Neste sentido, Valho-me de Gadelha (2009, p. 140) para reforçar esse pensamento Todos os domínios de saber, assim, têm sua gênese em mecanismos de poder [...] todos os regimes de verdade, numa sociedade disciplinar e normalizadora tem efeito de saber-poder. Todavia, ao abraçar as orientações liberais, na prática governamental o mercado passa a constituir o lugar de formação de verdade e não apenas como uma forma de jurisdição. A esse respeito, no século XX o liberalismo passa por crises, pois diante da sua trajetória, a liberdade passa a ter um alto custo econômico pelo seu exercício. As ameaças a liberdade surgem com o regime do socialismo, do nacionalsocialismo e pelo nazismo (GADELHA, 2009). O deslocamento do liberalismo para o neoliberalismo nasce na busca de superação para essas crises, três modelos neoliberais (o francês, o alemão e o norteamericano) surgem no contexto do século XX, porém, cada um com suas especificidades. Na intenção de limitarmos nosso estudo, nos focaremos na governamentalidade neoliberal norteamericana da Escola de Chicago e sua influência na educação. Para o neoliberalismo norte-americano, o fundamento da economia racional não é unicamente o estabelecimento dos preços; ele é estendido também a domínios não diretamente econômicos, tais como a família, a educação, o controle de natalidade, a saúde entre outros. Os problemas específicos da vida e da população, da delinquência e dos monopólios, fazem parte da economia racional que, por sua vez, é considerada o modelo formal do conjunto dos problemas sociais. 4 VEIGA-NETO (2005, p. 82) discute a substituição da palavra governo por governamento nos casos em que estiver sendo tratada a questão da ação ou ato de governar.

5 Fundamentado no conceito de governamentalidade de Foucault, Michel Peters (1994) chama o Estado Neoliberal de paradoxal, pois mesmo havendo uma auto-limitação do Estado em relação às políticas de privatização, ele se torna poderoso na medida em que atua na estruturação e controle da vida da população. O paradoxo consiste no fato de que embora o neoliberalismo possa ser considerado como uma doutrina que prega o Estado autolimitador, o Estado tem-se tornado mais poderoso sob as políticas neoliberais de mercado. A compreensão deste paradoxo pode ser frutiferamente obtida através da noção de governamentalidade de Foucault, na qual o poder é comprendido em seu sentido mais amplo como a estruturação do campo possível da ação de outras pessoas. Embora as políticas neoliberais de privatização dos recursos estatais e de comercialização da esfera pública possam ter levado a um estado mínimo ou, ao menos, a uma diminuição significativa, o Estado tem retido seu poder institucional através de uma nova forma de individualização, na qual os seres humanos transformam-se em sujeitos do mercado, sob o signo do Homo economicus. Esta é a base para compreender o governo dos indivíduos na educação como uma técnica ou forma de poder que é promovida através da adoção de formas de mercado. (PETERS, 1994, p. 213) O mercado competitivo passou a ser a nova referência não somente da economia, mas de todas as demais instâncias sociais, e, além delas, da própria existência individual. A atualização permanente do capital humano, a condução de si mesmo no competitivo mercado de trabalho e de capitais, estimulou uma nova forma de subjetivação sujeitada, condicionada, pela qual o indivíduo não passa de agente econômico. Ao constituir-se em referência quase exclusiva, o mercado produz individualizações vulneráveis e suscetíveis a seus apelos e estímulos incessantes. O predomínio do neoliberalismo da Escola de Chicago que se constituiu nos Estados Unidos desde a década de 1960, teve na teoria do capital humano sua forte expressão. Sobre as influências desta teoria nas searas educativas, Gadelha (2009, p. 150) diz: Em suma, uma das estreitas interfaces dessa teoria do capital humano com a educação está, portanto, na importância que a primeira atribui à segunda, no sentido desta funcionar como investimento cuja acumulação permitiria não só o aumento da produtividade do indivíduo trabalhador, mas também a maximização crescente de seus rendimentos ao longo da vida. Acrescenta posteriormente: Creio que a teoria do capital humano e a cultura do empreendedorismo não estão desvinculadas, por outro lado, da crescente atenção e valorização que se vem dando, de duas décadas para cá, e hoje mais do que nunca, à questão das competências na formação do professor, nos processos de aprendizagem dos alunos ( aprender a aprender ), na montagem dos programas curriculares, nas formas de avaliação e na educação, tomada num sentido amplo. (GADELHA, 2009, p. 150)

6 A íntima relação da teoria do capital humano com a educação permite uma programação do comportamento dos indivíduos, a fim de controlar sua forma de pensar, agir, situar-se diante de si mesmo, essa governamentalidade neoliberal provoca processos de subjetivação (Gadelha, 2009). Isso significa que as interferências provocadas na organização escolar, a partir da lógica de mercado, age como instância decisiva não somente de regulação social, mas principalmente de controle da vida dos indivíduos. Para nossa investigação, é imprescindível ter posse de como o trabalho docente tem sido atingido pelo controle e intensificação decorrente das mudanças de cunho neoliberal, implantadas na educação brasileira, a partir da última década do século XX. No entanto, buscaremos a seguir discutir alguns dos aspectos que julgamos decisivos para tal compreensão. 3. INFLUÊNCIAS NEOLIBERAIS E TRABALHO DOCENTE Em nosso país, assim como nos demais países da América Latina, a partir da última década do século XX, o neoliberalismo passou a exercer influência no sistema educacional, a lógica do mercado se instala e são perceptíveis as mudanças desde então. Segundo Hypólito, Vieira e Pizzi (2009, p. 106): O recente processo de globalização do mercado tem no neoliberalismo o modelo político e econômico que vem sendo implantado em todos os lugares e realidades. As mudanças no desenvolvimento tecnológico impulsionadas pelo capitalismo têm provocado modificações profundas na organização do trabalho e na sociedade. A implantação da lógica do mercado em todas as instituições e esferas da vida social e cultural tem sido o caminho trilhado pelo neoliberalismo para conquistar a hegemonia econômica e política. O neoliberalismo acompanha uma privatização de empresas estatais e serviços públicos, o Estado-de-bem-estar passa a ser alvo de freqüentes críticas, com a justificativa que [...] buscando proteger o cidadão das desgraças da sorte, o Estado aparentemente benfeitor acaba na verdade produzindo um inferno de ineficiência e clientelismo, pesadamente pago pelo mesmo cidadão que à primeira vista procura socorrer (MORAES, 2000, p.18). Com esse argumento a iniciativa privada abre batalha para as campanhas de privatização dos serviços sociais, como a educação, a saúde, a previdência entre outros. A figura do Estado é discursivamente apresentada como incapaz de gerir a educação, logo a

7 iniciativa privada deve ser naturalmente acionada para desenvolver ações que elevem a qualidade do ensino. Nessas novas mudanças, encontramos indícios que a lógica do capitalismo neoliberal e suas estratégias de organização, penetraram na educação em todos os níveis de ensino, de forma que disseminaram orientações sobre a organização das escolas, dos sistemas de ensino, do trabalho docente e dos currículos (VIEIRA, 2004). À medida que a educação no discurso neoliberal é apresentada como forma de superação para as mazelas sociais, é preciso mudar a organização escolar com o objetivo de atender a formação para o mercado. No entanto, ao nos referirmos ao trabalho docente, este se encontra diretamente afetado na viabilização dessas políticas, o controle do trabalho dos professores passa a ser considerado como central para o êxito das reformas educacionais. Neste sentido, é indispensável entender a subordinação das reformas educacionais ao mercado, segundo Hypólito, Vieira e Pizzi (2009, p. 102) [...] o princípio da competência do sistema escolar, por intermédio da promoção de mecanismos de controle de qualidade externos e internos à escola, visam uma subordinação do sistema educativo ao mercado, ao mesmo tempo em que propõem modelos gerencialistas de avaliação do sistema (HYPÓLITO;VIEIRA; PIZZI 2009, p. 102). Registra-se com essas modificações, discursos dirigidos a subjetividade dos docentes, o controle que experimentamos hoje, vem com mecanismos que parecem cada vez mais democráticos, distribuídos no corpo e cérebro dos cidadãos de forma que cada vez fica interiorizado (HARDT;NEGRI, 2004). Cria-se assim o governo da conduta, Foucault chamou de governamentalidade, onde busca confrontar, orientar ou afetar o comportamento das pessoas. Esse controle governa as ações individuas e coletivas nas instituições, é a forma de conseguir padronizar as ações, para obter os resultados desejados. Os docentes são interpelados pelas práticas de controle e auto-controle, com isso, interiorizam uma responsabilidade estimulada por meio dos discursos e que se legitimam pelos documentos oficiais. Sobre as atuais diretrizes curriculares, Pino, Vieira e Hypólito (2009, p. 117) dizem ter [...] criado fortes obstáculos às fugas e aberturas criativas. Sua meta preferencial (não a única) é dirigida à subjetividade dos professores, por meio de práticas educativas e pedagógicas de responsabilidade individual sobre a eficiência, a qualidade e a produtividade do processo de trabalho educacional. Neste sentido, a emergência do controle do trabalho docente, acontece pela padronização dos currículos, pela

8 Pedagogia oficial das competências, pela instituição de exames nacionais, favorecendo a emergência de novas estratégias de controle. 4. SOBRE O SISTEMA DE MONITORAMENTO DE CONTEÚDO EM PERNAMBUCO Procurando explorar as reformulações educacionais no Estado de Pernambuco, é possível observar o recorrente controle exercido nas orientações dirigidas aos docentes. As evidências estão postas sobre o controle curricular praticado pelos docentes. Entre as quais podemos citar a Base Curricular Comum para as Redes Públicas do Estado de Pernambuco, (BCC-PE), pelo Sistema de Avaliação do Desempenho dos Estudantes (SAEPE), pela mensuração da qualidade da educação pública estadual, através do Índice de Desenvolvimento da Educação de Pernambuco (IDEPE), pelo Bônus de Desempenho Educacional (BDE) e, mais recentemente, pelo Sistema de Monitoramento de conteúdo (SMC). Essas ações fazem parte das metas para educação preconizadas pelo Programa de Modernização da Gestão Pública, tendo como foco a elevação dos indicadores do desempenho da educação básica no Estado, sobretudo, no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) e do Índice de Desenvolvimento da Educação de Pernambuco (IDEPE). Para assegurar o cumprimento das metas da política educacional, o currículo no Estado, passa a ser regulamentado pela proposta da Base Curricular Comum para as Redes Públicas do Estado de Pernambuco (BCC- PE). Consideramos que esta surge como referência curricular para as avaliações externas (SAEB, Prova Brasil, Provinha Brasil), como também para a avaliação interna (SAEPE), assim, tem o potencial de agir como mecanismo de controle dos saberes docentes. Em relação a sua elaboração, vale ressaltar que tem raízes nos documentos oficiais amplamente divulgados pelo Ministério da Educação (MEC) a partir da década de 90: No espírito do regime de colaboração preceituado pela Lei de Diretrizes e Base da Educação Nacional (LDBEN), o documento da BCCPE responde, em primeiro plano, à aspiração dos sistemas públicos de ensino localizados no Estado de Pernambuco de disponibilizar uma base curricular que sirva de referência à formação educacional do conjunto de crianças, jovens e adultos neles inserido com vistas a contribuir para responder aos desafios da educação do Estado. (PERNAMBUCO, 2008, p. 9-10) Em relação às bases legais de estruturação do documento:

9 [...] encontram-se, principalmente, como a seguir explicitado, na Constituição Federal (CF), de 1988, na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN), de 1996, na Constituição do Estado de Pernambuco (CEPE), de 1989, no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), de 1990, nas Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental (DCNEF), nas Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio (DCNEM), ambas de 1998, bem como no Plano Nacional de Educação (PNE), aprovado em 09 de janeiro de 2001, para um período de dez anos, na lei 11.114, de maio de 2005 que tornou obrigatória a matrícula de crianças a partir de seis anos de idade no ensino fundamental e na resolução Nº 7/2006- CEE/PE. (PERNAMBUCO, 2008, p.24) Sob esse prisma, o currículo recebe especial atenção para a validação das políticas públicas inseridas no contexto educacional brasileiro e pernambucano. E ao mencionar o trabalho docente, fica exposto na BCC-PE (2008, p.11) que O contingente de professores que exerce o magistério nas redes municipais e estadual de Pernambuco é o interlocutor principal do presente documento. Desta forma, o trabalho docente vai sendo condicionado a se desenvolver focando o desempenho nos resultados previamente e externamente definidos, e passa a estabelecer uma percepção de que os aspectos não observados e não mensuráveis não tem significado para a avaliação do seu trabalho. Na cultura do desempenho, então privilegiada, os professores, as instituições de ensino e o trabalho docente ficam expostos negativamente, pois os aspectos ressaltados nas avaliações, verdadeiros rankings nacionais e internacionais, acabam por ressaltar as falhas do processo e evidenciar objetivos que não foram atingidos, sem, contudo, considerar os aspectos de caráter positivo do trabalho do professor e sem problematizar a analisar as circunstâncias e os possíveis motivos pelos quais os objetivos e os desempenhos esperados não tenham sido alcançados. (FIDALGO; FIDALDO, 2009, p. 93) Em face desta realidade, a BCC-PE, com propósito de dirigir e regular os conteúdos que são avaliados anualmente e que mede o desempenho da educação básica no Estado, restringe sua atuação as áreas de Língua Portuguesa e Matemática. Contudo, ações vêm sendo desenvolvidas para incorporar as demais áreas do currículo a uma base curricular comum, numa clara tendência a exercer o controle sobre todos os campos de saberes dos currículos, como mostra o próprio documento. Uma clara e imprescindível ampliação deverá incluir as demais áreas do conhecimento que fazem parte do sistema escolar. Ao se restringir à Língua Portuguesa e à Matemática, esse processo inicial responde a demandas específicas, que têm reivindicado uma maior participação da escola na formação para o uso social da linguagem e dos saberes matemáticos. No entanto, impõe-se o prosseguimento de ações que permitam incorporar à BCC-PE, as demais áreas do currículo da Educação Básica. (PERNAMBUCO, 2008, p. 11-12)

10 Aliado as orientações da BCC-PE de Língua Portuguesa e Matemática e no intuito de monitorar os conteúdos desenvolvidos em sala de aula, o Sistema de Monitoramento de Conteúdo (SMC), inicia sua atuação em 2009 como parte das ações que garantem o cumprimento das metas estabelecidas pelo Programa de Modernização da Gestão Pública. A proposta é composta por um sistema que permite o controle informatizado, individualizado e periódico do currículo, os/as docentes passam conviver com a inserção cotidiana desse mecanismo de monitoramento curricular, que é sem dúvida, uma forte arma governamental que pode agir no controle dos seus saberes. 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS A organização da educação brasileira influenciada pelas orientações neoliberais da última década do século XX, tem fortes implicações no controle individualizado do trabalho docente. Ao investigar como os docentes são interpelados pelas práticas de controle, destacamos com as modificações neoliberais da educação, discursos dirigidos a subjetividade dos docentes. Esses discursos buscam culminar práticas pedagógicas de responsabilidade individual, práticas de controle e de autocontrole sobre os docentes, impondo um controle cada vez mais sistemático e burocratizado sobre seu trabalho. Na atual fase da pesquisa, apontamos pressupostos a cerca do controle do trabalho docente via sistema de monitoramento de conteúdo, destacando seu papel na implementação do Sistema de Monitoramento de Conteúdos (SMC) na Rede Estadual de Educação de Pernambuco, com vistas a elevar o controle dos saberes docentes via currículo. Os discursos são direcionados a subjetividade dos docentes provocando a auto-responsabilização pelo êxito do desempenho da escola nas avaliações externas. Nesse aspecto, merecem destaque, no plano nacional, o SAEB e a Prova Brasil. E internamente o SAEPE. Sendo os docentes cadastrados individualmente em sistema online, a vigilância por parte da Gerência Regional de Educação (GRE) e da gestão da escola se torna constante e individualizada. Mas entendemos que, em todas as práticas de controle há espaços também para processos de resistência. Nossa intenção será analisar como isso pode ocorrer em meio ao cadastro no Sistema de Monitoramento de Conteúdo (SMC), pois aprendemos com Foucault que, onde há poder, há resistência.

11 REFERÊNCIAS BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais : terceiro e quarto ciclos do ensino fundamental: Língua Portuguesa. Brasília : MEC/SEF, 1998. 106 p.. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais : Matemática. Brasília : MEC/SEF, 1998. 148 p. FOUCAULT, Michel. Segurança, Território e População. São Paulo: Martins Fontes, 2008.. A Governamentalidade. In:. Microfísica do poder. Rio de Janeiro: Graal, 1979. p.277-293. FIDALGO, Fernando; FIDALGO, Nara Luciene R. Trabalho docente e a Lógica produtivista: conformação e subjetividade. IN: FIDALGO, Fernando; OLIVEIRA, Maria Auxiliadora M.; FIDALGO, Nara Luciene R. (orgs.). A intensificação do trabalho docente: Tecnologias e produtividade. Campinas: Papirus, 2009. FRIGOTTO, Gaudêncio; CIAVATTA, Maria. Educação básica no Brasil na década de 1990: subordinação ativa e consentida à lógica do mercado. Educ. Soc. vol.24 n.82, Campinas abr. 2003.Disponível em : <http://www.scielo.br/scielo.php?pid=s01013302003000100005&script=sci_arttext&tlng=es > Acesso em 11 de jun de 2010. GARCIA, Maria Manuela Alves; ANADON, Simone Barreto. Reforma educacional, intensificação e autointensificação do trabalho docente. Educ. Soc., Campinas, vol. 30, n. 106, p. 63-85, jan./abr. 2009. Disponível em:<http://www.scielo.br/scielo.php?pid=s01013302009000100004&script=sci_arttext> acesso em 10 de junho de 2010. HARDT, Michael; NEGRI, Antonio. Império. 8ª Ed. Rio de Janeiro: Record, 2006. HYPÓLITO Álvaro, VIEIRA, Jarbas S.; PIZZI, Laura C. V. Reestruturação Curricular e auto-intensificação do trabalho docente. Currículo sem Fronteiras, v.9, n.2, Jul/Dez 2009, p.100-112. Disponível em: <http://www.curriculosemfronteiras.org/vol9iss2articles/hypolitovieira-pizzi.pdf>acesso em: 10 de jun de 2010. HYPÓLITO, Álvaro; PINO, Mauro B; VIEIRA, Jarbas S. Trabalho docente, controle e intensificação: Câmeras, novo gerencialismo e práticas de governo. IN: FIDALGO, Fernando; OLIVEIRA, Maria Auxiliadora M.; FIDALGO, Nara Luciene R. (orgs.). A intensificação do trabalho docente: Tecnologias e produtividade. Campinas: Papirus, 2009. KRAWCZYK, Nora. A Construção Social das Políticas Educacionais no Brasil e na América Latina. IN: KRAWCZYK, Nora, CAMPOS; Malta Maria; HADDAD Sérgio. O Cenário

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