PROJETO PIBID: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA NA ESCOLA ESTADUAL DE ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO PROFESSOR JOSÉ SOARES DE CARVALHO



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Transcrição:

PROJETO PIBID: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA NA ESCOLA ESTADUAL DE ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO PROFESSOR JOSÉ SOARES DE CARVALHO Cristiany Albuquerque Lira, Risoleida Uchoa Pontes de Melo PIBID/Universidade Estadual da Paraíba Resumo O presente trabalho visa relatar a experiência dos bolsistas PIBID, na Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Professor José Soares de Carvalho, desde agosto de 2012 até o presente momento. O projeto revela-se de grande importância para a formação dos acadêmicos de licenciatura em Língua Inglesa em virtude da prática da docência ser imprescindível para a qualificação profissional do futuro professor. O estudante tem como desafio aplicar as teorias e desenvolver estratégias eficazes para o ensino do idioma estrangeiro. Os resultados evidenciam que o espaço do PIBID permite aos alunos o aprendizado prático, baseado na diversidade de atividades, nas reflexões sobre a importância do idioma, nas leituras e no uso das quatro habilidades a cada situação. Além disso, a escola possui um histórico de trabalho com o PIBID em outras áreas facilitando dessa forma a interdisciplinaridade, promovendo grande envolvimento dos profissionais deste estabelecimento de ensino. Os resultados obtidos são percebidos no dia-a-dia dos alunos. Palavras-chave: PIBID; Formação acadêmica; Língua Inglesa. Introdução A formação de professores tem sido pauta frequente de inúmeras discussões no âmbito acadêmico. Preocupados então com a qualidade profissional, o que em maior ou menor grau, acaba por se refletir na eficácia do ensino que se tem atualmente e, consequentemente, com a situação real da educação básica pública, surge o Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID), o qual busca promover a interação entre o ensino superior e a educação básica, nos ambientes de ensino-aprendizagem. Vivenciar a prática do professor de Língua Inglesa e como se dá a aprendizagem dos alunos, torna-se, então, uma necessidade ímpar para que se possa ao menos minimizar as dificuldades enfrentadas nos anos iniciais da docência. Dessa forma, a inserção de projetos educacionais no interior das escolas públicas, dinamizam o ambiente de ensino-aprendizagem e torna possível uma maior interação do aprendiz com a realidade da educação básica. Inicialmente é feito o acompanhamento semanal por meio de nossa coordenadora, a Professora Dra. Rosângela Neres Araújo da Silva, por nós as professorassupervisoras, Cristiany Albuquerque Lira e Risoleida Uchoa Pontes de Melo, e dos 10 (dez) bolsistas em suas primeiras experiências com o ensino, que em sua formação inicial já se encontram em sala de aula por meio deste projeto.

Os primeiros passos Nossa primeira atividade consistiu na observação criteriosa, realizada pelos bolsistas, no ambiente das escolas participantes do projeto, no que diz respeito ao próprio espaço físico da escola, número de alunos por sala, material didático disponível e o comportamento do alunado, com o objetivo de diagnosticar o ensino da disciplina em atuação. Confessamos que a princípio surgiu certa insegurança, que em pouco tempo foi sanada durante as reuniões e planejamentos desenvolvidos pela equipe, visto que o conhecimento didático do conteúdo a ser trabalhando não é um indicador suficiente da qualidade de ensino. Além disso, o conhecimento do contexto (onde se ensina), dos alunos (a quem se ensina), de si mesmo e também de como se ensina, são outros tipos de conhecimentos que merecem destaque e serem analisados constantemente. Neste sentido, Schulman acrescenta que: (...) compreendendo as variações dos métodos e modelos de ensino pode-se ajudar os alunos em sua construção do conhecimento; e estando abertos para revisar seus objetivos, planos e procedimentos na medida em que se desenvolve a interação com os alunos. Esse tipo de compreensão não é exclusivamente técnica, nem somente reflexiva. Não é apenas o conhecimento do conteúdo, nem o domínio genérico de métodos de ensino. É uma mistura de tudo isso e é, principalmente pedagógico (...) (SCHULMAN, 1992, p. 12). Seguindo nossa trajetória os futuros professores iniciaram a aplicação das atividades ora criadas por eles, ora sugeridas pela coordenação. Os estudantes bolsistas tornaram-se paulatinamente protagonistas e não apenas observadores, interagindo e dialogando conosco, as professoras-supervisor, e com o nosso público alvo, o aluno. Em pouco tempo eles assumiram um papel ativo em sala de aula, ao serem chamados de professores, sendo questionados e solicitados sempre que preciso em dúvidas frequentes. É por essa razão que o programa funciona, diferenciando-se dos estágios obrigatórios no período de conclusão de curso, que por vezes ou em sua maioria, apenas servem de observações julgadoras da metodologia empregada pelos docentes, uma única aula, muitas vezes relacionada ao contexto artificial e inexperiente do sistema educacional, intencionando a confecção de um relatório avaliativo que, muitas vezes, é constituído no sentido de apontar falhas e lacunas no método do docente. Por isso, vemos a funcionalidade de um projeto como o PIBID e sua inserção criteriosa, dinâmica e ampla, o envolvimento dos bolsistas no ambiente da escola, como amplamente positivos no sentido de se constatar e compreender o contexto real de atuação do professor.

As dificuldades e possíveis soluções Segundo Lima (2009), em sua obra Ensino e Aprendizagem de Língua Inglesa: A carga horária nem sempre é favorável para a disciplina de língua estrangeira nas escolas públicas. É verdade que o número de horas-aula é insatisfatório, e o tempo limitado não permite uma atenção igual a todas as habilidades que a Língua Inglesa, em nosso caso específico, exige. Diante dessa complexa realidade, cabe ao professor utilizar artifícios a fim de desenvolver amplamente as habilidades, enfatizando a competência adequada a cada situação. Por exemplo, ao enfatizar a leitura, que textos seriam lidos? Seriam textos técnicos ou literários? Prosa ou poesia? Quem escolheria os textos? Como seriam as aulas de leitura? A carga horária reduzida implica ainda ao professor ser responsável por diversas turmas, tornando o trabalho descontínuo e, por vezes, incompleto, dificultando a aplicação do estudo ou ação a ser desenvolvida. Uma das saídas que encontramos foi coleta de materiais de boa qualidade que possam ser reutilizados entre as turmas. Outra dificuldade enfrentada em nossas escolas é a escassez do recurso audiovisual, a exemplo dos retroprojetores e do datashow, disponíveis em quantidades mínimas nas escolas, dificultando assim a aplicação de atividades que requerem o uso de imagens, mídias, documentários e filmes. Nesse caso, o professor deve está sempre pronto para aplicar uma atividade extra, pois pode ocorrer de o equipamento não funcionar ou não estar disponível. É partir de um problema como esse que os bolsistas aprendem a importância do planejamento, antes mesmo de qualquer atividade proposta, salvando os imprevistos e mantendo a qualidade de ensino e da sua aula. Os alunos bolsistas estão cientes das dificuldades enfrentadas, e ao mesmo tempo reconhecem a importância que a formação inicial tem para o ensino básico e que a melhoria da educação depende da adequada formação que os licenciandos possui, ainda na fase inicial de seu curso. A prática pedagógica e a interdisciplinaridade A princípio percebemos que as turmas, mostravam-se tímidas e curiosas com relação aos bolsistas PIBID e sua função na escola. As questões eram muitas: Que sigla é essa? Que projeto é esse? O que essas pessoas estão fazendo aqui na escola? A inserção dos bolsistas, mesmo tendo sido realizada com critérios, é sempre a parte mais complexa do projeto, uma vez que nem sempre os alunos ficam à vontade na presença de pessoas desconhecidas. Foi importante inserir os pesquisadores como participantes diretos da interação com os conteúdos que eles iam estudar, e como integrantes de nosso planejamento de ensino.

Assim, os alunos bolsistas desenvolvem atividades diversificadas tais como: estudos da fonética, fonologia, gramática, oralidade, leitura e produção textual (oral ou escr ita); discussão sobre temas transversais, tais como: cultura, diversidade e cidadania; aplicação e manuseio das mídias e tecnologias, a exemplo de: meios de comunicação de massa, publicidade, propaganda, gêneros digitais. Após as primeiras aulas já se ouvia os elogios aos bolsistas e os alunos perguntarem: E os meninos do PIBID, vão vir hoje?. As estratégias mostraram-se amplamente eficientes. A cada aula uma surpresa, motivação, aprendizado, entusiasmo, conquista, confiança e superação. Concordamos com Lima (2009) quando menciona que: [...] abra sua sala para estagiários que possam ajudá-lo. Lembre-se de que as faculdades de letras estão em busca de espaço para alunos estagiarem. Sua escola pode desenvolver projetos com a(s) faculdade(s), envolvendo os estagiários em ações pedagógicas dentro e fora de aula que promovam a autonomia dos alunos no ensino básico. (LIMA 2009, p.37) E reafirmamos e defendemos essa opinião, pois sabemos que muitos professores ainda relutam a abrir as portas das salas de aulas aos iniciantes, do contrário, quem reflete e rever conceitos, toma essa atitude e se diz renovado. Às vezes nos perguntamos: Eles trouxeram materiais e ensinaram de forma inusitada este conteúdo. Como não pensamos nisso antes? (Profa Cristiany Albuquerque Supervisora PIBID) Desse modo, foi importante ressaltar para as turmas contempladas com o projeto, o privilégio de interagir com alunos que estão cursando a universidade, provocando reflexões de como a instituição os preparam, em um verdadeiro intercâmbio de conhecimentos. Outra afirmação de Lima vem corroborar o que foi mencionado até aqui: Se você quer que seu aluno seja autônomo, além de incentivá-lo a usar a língua fora da sala de aula, dê a ele opções. (LIMA 2009, p.37). Os resultados paulatinamente foram acontecendo. Os alunos, por sua vez, sentiram-se mais à vontade para pronunciar, ler, questionar, traduzir, desenvolver projetos na escola, a exemplo do Projeto Juventude Sem Fronteiras, realizado em 2012, um projeto de caráter interdisciplinar entre a Língua Inglesa, a Língua Portuguesa e a Espanhola. As turmas apresentaram, em forma de seminário, estudos sobre os países Brasil, Estados Unidos, Inglaterra e Espanha. A ação foi complementada com a formação do coral de mesma denominação do projeto, cantando a canção We Are The World nos três idiomas e traduzida ainda para libras, por uma aluna da própria escola. O sucesso dessa iniciativa é atribuído primeiramente aos próprios alunos, por serem

protagonistas das atividades, aos alunos-bolsistas do PIBID, que sempre os auxiliam e os estimulam sempre que é preciso, e as orientações de nossa coordenadora. Atualmente, nossos alunos bolsistas integram outro projeto voltado, mais uma vez, para a interdisciplinaridade, os gêneros textuais em Língua Inglesa. Os materiais englobam os noticiários, receitas, história em quadrinhos, poemas, carta, bilhete, música, tudo em forma de dramatização tornando o aluno autônomo ao se envolver com a língua não apenas na sala de aula. Vejamos alguns depoimentos de nossos alunos, alunos-bolsistas e de nossa coordenadora de área, após todos esses meses de atividades em sala de aula: Ao ingressar e fazer parte do projeto me vi diante do papel de uma professora aprendiz a sua carreira acadêmica e aprimorando-a mas, também, o projeto me fez refletir em relação ao meu papel de aluna nas de séries do fundamental e médio. Levando em consideração estas perspectivas, os primeiros passos vieram para aperfeiçoar ainda mais meu papel de professora reflexiva, na qual me fez repensar sobre o processo de ensino/aprendizagem da Língua Inglesa, como também inserir nas aulas as minhas práticas pedagógicas. A experiência no PIBID, busca incentivar e estimular os futuros professores que optam pela licenciatura, para que a partir das teorias apresentadas ao longo do curso de licenciatura, haja uma melhor aproximação com a realidade vivida em sala de aula. Além disso, o projeto busca não somente a melhor formação desse professor, mas também uma contribuição aos alunos das escolas contempladas com este projeto. O PIBID, para mim, tem oferecido a oportunidade de nos inserirmos ainda na condição de alunos (futuros docentes) em uma real situação de ensino de Línguas Estrangeiras, e o que nos tem propiciado é a verificação das principais dificuldades enfrentadas por um professor do referido idioma. Estou amando fazer parte deste projeto, pois para mim ele só veio a acrescentar ainda mais sobre o ensino/aprendizagem de Língua Inglesa. (Tarciana Karla, alunabolsista) Sendo o projeto PIBID um dos projetos mais conceituados dentro das universidades, minha participação no mesmo, desde o início até agora, está cada vez se desenvolvendo mais, pois, é através dele que temos a oportunidade de ser um elo entre a teoria e prática, e percebendo sermos, de certa forma, um espelho para o aluno da escola pública. Nós temos a oportunidade de vivenciar as práticas do processo de ensino-aprendizagem nas aulas de Língua Inglesa, e conhecer as dificuldades enfrentadas pelos professores. Dessa forma, podemos aplicar nossas pesquisas e teorias vistas na universidade. É notório o meu desenvolvimento como educadora e aluna. (Samara Costa, aluna-bolsista) Acho de grande importância a atuação do pessoal do PIBID em sala de aula, é um grande projeto, pois tanto incentiva os alunos a buscarem novos conhecimentos, como também é uma nova experiência para eles, fazendo com que os mesmos já conheçam a realidade da escola. (Rafael Gomes Firmino, aluno do 2º ano B) No PIBID, o licenciando tem o dever de juntamente com o professor da escola pública implantar novas metodologias a fim de minimizar os pontos negativos presentes nas salas de aula. ( Ana Paula Pereira, aluna do 2º ano B) Esse projeto oferece a oportunidade ao aluno em formação de conhecer a sala de aula, é o seu primeiro contato com esse ambiente. Apesar da ansiedade e nervosismo, tem sido muito boa essa interação com a escola, tenho aprendido muito com isso, e me descoberto em relação a profissão que pretendo seguir. Há barreiras, falta de estímulo na educação, dentre outros fatores nesse caminho, que por vezes pensamos em desistir. No entanto, tem sido muito gratificante essa experiência, trabalhar com pessoas dedicadas, competentes e que nos estimulam a seguir em frente. Nosso grupo é assim! (Robson Ribeiro, aluno-bolsista)

Considero extremamente positiva a experiência do PIBID Letras/Inglês até aqui, pois já conseguimos uma integração muito significativa com as escolas públicas do município de Guarabira e um trabalho efetivo, dinâmico e extremamente produtivo. A interação com as escolas, desde a direção e coordenação, até as nossas dedicadíssimas Supervisoras, que não medem esforços em nos auxiliar, em direcionar os bolsistas para as atividades e em pensar conosco a prática de ensino-aprendizagem da Língua Inglesa como um processo de construção significativa do conhecimento. (Rosângela Neres, coordenadora do PIBID na área de Língua Inglesa) Considerações Finais Concordamos que os futuros professores constroem sua profissão a partir da prática de ensino. É de fundamental importância que os mesmos tenham contato com os alunos em seu espaço escolar para poder diagnosticar e minimizar possíveis problemas no ensino, desde a sua formação e, portanto, a inserção na graduação de projetos que viabilizem esse tipo de experiência. A proposta do PIBID em envolver os conhecimentos e a experiência e prática dos professores da rede pública e licenciandos em Letras é bastante significativa na formação docente, porque permite ao estudante neste fase unir a teoria do curso de graduação à prática docente no ambiente em que ela acontece, progredir, desenvolver o senso crítico, fazer uso de novas abordagens e métodos no ensino de Língua Inglesa. Concomitantemente, contribui em nossa formação continuada, revelando-nos posicionamentos diferenciados, melhorando e transformando a prática docente. Tudo isso soma forças para ações conjuntas importantes a curto, médio e longo prazo, no compromisso de todos para o desenvolvimento da competência lingüístico-comunicativa da Língua Inglesa. Assim, é tamanha sua importância e real necessidade e esperamos que em um futuro breve esse projeto possa abrir espaços para todos os licenciandos e que assuma o papel de pré-requisito na formação do futuro professor. Enfim, gostaríamos de prestar nossos agradecemos aos bolsistas pelos depoimentos e contribuição semanal em nossas escolas e à nossa professora-coordenadora, que contribui no desenvolvimento do trabalho, mostrando-nos a importância de fazermos parte desse projeto, bem como agradecer a UEPB pela iniciativa do projeto e a Capes pelo apoio financeiro.

Referências CAPES, Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior. Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência PIBID. Disponível em: http://www.capes.gov.br/educacaobasica/capespibid. Acesso em: 28 de setembro de 2013. LIMA, Diógenes Cândido. Ensino e Aprendizagem de Língua Inglesa: conversas com especialistas. São Paulo: Parábola Editorial, 2009. OXFORD ESCOLAR. Dicionário para estudantes brasileiros de Inglês. Eleventh impression. New York: Oxford University Press, 1999. SCHULMAN, L. Renewing the Pedagogy of Teacher Education: The Impacto of Subject Specific Conceptions of Teaching. Paper apresentado no Simpósio sobre Didáticas Específicas en la Formación de Professores, Santiago de Compostela, 1992. VITÓRIA, Taynara de Oliveira; MASCARENHAS, Maria C. Braga. A prática docente do professor de língua inglesa: do que se diz ao que se faz. Disponível em: http://www2.uefs.br/semic/upload/2011/2011xv-029tay306-100.pdf. Acesso em: 28 de setembro de 2013.