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Transcrição:

COMARCA DE TRIUNFO VARA JUDICIAL Rua Bombeiros Voluntários, 100 Processo nº: 139/2.13.0001185-8 (CNJ:.0003885-80.2013.8.21.0139) Natureza: Contravenções Florestais - Lei 4771/65 Autor: Autor do Fato: Juiz Prolator: Justiça Pública Lucas Rocha Cardias Juíza de Direito - Dra. Solange Moraes Data: 05/05/2016 Vistos etc. O MINISTÉRIO PÚBLICO, com base no Termo Circunstanciado nº 3685448, oriundo da Delegacia de Polícia de Triunfo/RS, ofereceu denúncia contra LUCAS ROCHA CARDIAS, dando-o como incurso nas sanções do artigo 331 do Código Penal, pela prática do seguinte fato delituoso: No dia 10 de setembro de 2013, por volta das 21h30min, na Rodovia TF 10, KM 05, Triunfo/RS, o denunciado Lucas Rocha Cardias, ciente da ilicitude e reprovabilidade de sua conduta, desacatou os funcionários públicos Idinei Ribeiro da Rosa e Eduardo Machado Sangoi, que estavam no exercício de suas funções. Na ocasião, o denunciado ao passar pela guarnição, colocou meio corpo para fora da janela do ônibus e gritou: aí porcada, brigadianos pau no cu. Na fase preliminar, o acusado aceitou a proposta de transação penal (fl. 13). Entretanto, em razão do não cumprimento integral das condições, o Ministério Público ofereceu denúncia, a qual foi recebida em 15 de julho de 2015, após apresentação de defesa oral por intermédio de Defensor nomeado (fl. 33). 1

Durante a instrução foi decretada a revelia do réu (fl. 33) e inquiridas duas testemunhas (CD fl. 38). Atualizados os antecedentes criminais do acusado (fl. 40). Em memoriais escritos (fls. 41-43), o Ministério Público postulou a condenação do réu, nos termos da denúncia. A Defesa, por sua vez, requereu a absolvição do acusado, por insuficiência probatória (fls. 44-45). Vieram os autos conclusos para sentença. É o relatório. Decido. Como relatado, o acusado foi denunciado pela prática de desacato, delito previsto no artigo 331 do Código Penal, de ação penal pública incondicionada. Tratando-se de crime formal, que não deixa vestígios, não exige a Lei Penal um resultado, de forma que tanto a materialidade quanto a autoria do fato devem estar presentes na prova oral. Com efeito, o réu não foi interrogado em Juízo, porque não compareceu ao interrogatório (fl. 33), sendo ouvido na fase policial, quando assumiu a prática delitiva (fl. 08v). O policial militar Idinei Ribeiro da Rosa (CD fl. 38) relatou que estavam na TF 10 efetuando a abordagem de um veículo, quando passou um ônibus com trabalhadores do Polo Petroquímico. Referiu que dois indivíduos colocaram a cabeça para fora, tendo um gritado coisas 2

como porcada, brigadianos pé de porco. Liberaram o veículo da abordagem e seguiram o ônibus. Ao abordá-lo, entraram e identificaram o rapaz, o qual assumiu ter gritado. A identificação foi corroborada pelos demais passageiros do ônibus. O policial militar Eduardo Machado Sangoi (CD fl. 38), no mesmo sentido, afirmou que estavam na TF 10 efetuando a abordagem de um veículo, quando passou um ônibus. Disse que um indivíduo colocou meio corpo para fora e gritou algo como porco, pau no cu, não recordando exatamente as palavras. Terminaram a abordagem e saíram em acompanhamento ao ônibus. Identificaram o acusado, o qual assumiu e alegou infantilidade como motivo pela conduta. Desse modo, diante da prova coletada durante a instrução processual, resta induvidosa a existência e a autoria do fato descrito na denúncia, na medida em que o réu buscou desprestigiar o policial militar que se encontrava no exercício de sua função, procedendo à identificação pessoal, configurando-se a conduta contrária ao direito. Como se sabe, a perfectibilização do crime de desacato exige a conduta dolosa do agente em efetivamente desprezar, humilhar o agente público no exercício de sua função ou em razão dela, perante a sociedade. Pelas declarações das vítimas secundárias, que apresentaram relatos convergentes e harmônicos entre si e com o boletim de ocorrência (fl. 05-06), depreende-se que o réu efetivamente desacatou os policiais militares, que estavam no exercício de suas funções, ao ofendê-los verbalmente, demonstrando, assim, desconsideração para com os servidores públicos, faltando-lhes com o devido respeito. 3

Além disso, a palavra do policial militar, mesmo quando sujeito passivo secundário do crime (típico caso do crime de desacato), deve ser plenamente validada quando inexistentes outros elementos de prova em sentido contrário à sua credibilidade. Em verdade, trata-se de servidor público treinado e capacitado para atender ocorrências de todos os tipos, agindo sempre dentro do estrito cumprimento do dever legal. Por conseguinte, seria absolutamente contraditório o Estado munir-lhe de poder para atuar em seu nome com o objetivo de execução do policiamento ostensivo e, desse modo, prevenir e reprimir a prática delitiva, porém, após a atuação em nome do Ente público, suprimirlhe o caráter de veracidade dos atos por ele praticado, porque o agente público, ao executar o ato atinente ao seu ofício, não objetiva seja ele confirmado pelo juízo, já que o seu mister exaure-se no momento da atuação, presumindo-se a sua veracidade, salvo prova cabal em contrário. Ressalto que a alegação da defesa de insuficiência probatória não prospera, uma vez que as palavras das vítimas foram uníssonas indicando a ocorrência do fato. Ademais, não há nos autos qualquer qualquer elemento informativo no sentido de que os agentes tivessem motivos para realizar uma falsa imputação contra o acusado, ou qualquer indício, sequer alegação, de perseguição, vingança ou outro fato que pudesse retirar a credibilidade das palavras dos policiais-vítimas. Outrossim, não há nos autos qualquer prova em sentido contrário ao narrado pelos policiais militares, sendo seu relato corroborado pela confissão do réu em sede policial (fl. 08v). Acerca da credibilidade das palavras das vítimas e dos 4

policias: APELAÇÃO-CRIME. DESACATO. VALIDADE DOS DEPOIMENTOS DOS POLICIAIS. A valia do testemunho de policiais pode ser questionada somente quando desmentido por outras provas. O fato de terem sido vítimas não descredibiliza suas declarações. Inexiste qualquer óbice na consideração de depoimentos de policiais como meio hábil de prova. Basta que as declarações apresentem-se coerentes no essencial, bem como verossímeis. Sentença condenatória mantida. Apelo improvido. Unânime. (Apelação Crime Nº 70029850070, Quarta Câmara Criminal, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Aristides Pedroso de Albuquerque Neto, Julgado em 04/06/2009) Destarte, configurado o desrespeito aos policiais militares que se encontravam no exercício de sua função, resta configurada a prática da conduta típica descrita denúncia, e, como não restou demonstrada qualquer causa excludente de ilicitude ou de isenção de pena, o corolário lógico é a condenação do réu. ISSO POSTO, JULGO PROCEDENTE a denúncia para CONDENAR o réu LUCAS ROCHA CARDIAS, qualificado na vestibular acusatória, como incurso nas sanções do artigo 331 do Código Penal. Passo à fixação da pena. Pena base: Atendendo aos vetores estabelecidos no artigo 59 do Código Penal, e à luz dos dados carreados aos autos, entendo que a culpabilidade do réu, compreendida como reprovabilidade da conduta, em que pese exigível comportamento diverso, não evidencia que extrapola do agir normal em delitos da espécie. O réu não registra antecedentes, conforme certidão da fl. 40. Quanto à conduta social e à personalidade do agente, não há elementos nos autos para a sua verificação, portanto, devem ser consideradas circunstâncias neutras, até porque, quanto a esta, não 5

tenho conhecimento técnico específico para analisá-la, e nos autos não há laudo neste sentido. Os motivos não restaram suficientemente esclarecidos. As circunstâncias são inerentes ao tipo penal. As consequências não desfavorecem o réu. A vítima em nada contribuiu para a prática do delito. Desta forma, embasada nas operadoras do artigo 59 do Diploma Repressivo, acima analisadas, bem como atendendo aos critérios de necessidade e suficiência para a prevenção e reprovação do crime, aplico ao réu pena de multa, a qual fixo em 10 (dez) dias-multa, à razão unitária de 1/30 (um trigésimo) do salário mínimo vigente na época do fato (10/09/2013), atualizada desde então. espécie de pena aplicada. O réu poderá apelar em liberdade, tendo em vista a Condeno o réu ao pagamento das custas processuais, ficando suspensa a exigibilidade da cobrança, tendo em vista sua precária situação econômica, tanto que durante o processo foi defendido por Defensor Público. Após o trânsito em julgado da presente sentença, proceda-se conforme o disposto no art. 84 da Lei nº 9.099/95: Art. 84. Aplicada exclusivamente pena de multa, seu cumprimento far-se-á mediante pagamento na Secretaria do Juizado. Parágrafo único. Efetuado o pagamento, o Juiz declarará extinta a punibilidade, determinando que a condenação não fique constando dos registros criminais, exceto para fins de requisição judicial. Publique-se. Registre-se. Intimem-se. Triunfo, 05 de maio de 2016. Solange Moraes Juíza de Direito 6