MEDIAÇÃO DE CONFLITOS ESCOLARES: PROJETO BLITZ DA PAZ



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110. ÁREA TEMÁTICA: ( ) COMUNICAÇÃO ( ) CULTURA ( ) DIREITOS HUMANOS E JUSTIÇA ( X ) EDUCAÇÃO ( ) MEIO AMBIENTE ( ) SAÚDE ( ) TRABALHO ( ) TECNOLOGIA MEDIAÇÃO DE CONFLITOS ESCOLARES: PROJETO BLITZ DA PAZ Apresentador: Shirley B.Camargo 1 Autor: Shirley B.Camargo 2 Autor: Giovana Vieira da Rosa 3 Resumo Este trabalho visa uma compreensão mais ampla em relação aos problemas de comportamento que os alunos trazem. Levanta as principais causas da violência e indisciplina escolar, fruto das relações familiares, de uma educação sem limites e regras. Aborda questões como relacionamento e respeito mútuo, enfatizando a afetividade e o diálogo como principais fontes para a busca de soluções diante deste mal estar social que a escola vem sofrendo nos últimos tempos, buscando esclarecer como a ética discursiva pode intervir positivamente nas escolas e reestruturar os laços sociais que se encontram abalados em nossa sociedade, principalmente entre a comunidade escolar, educadores e os educandos. Essa forma de intervenção baseia-se na ética do discurso Habermasiana, na qual o diálogo é a principal fonte para a resolução de conflitos em sala de aula, pois desperta no aluno a capacidade de ouvir e também de se posicionar, de forma respeitosa, frente a um conflito. Busca uma reflexão sobre as origens da violência na escola, bem como as formas de enfrentamento desta problemática, que muitas vezes leva o professor a abandonar seu ofício por falta de um conhecimento mais aprofundado sobre o problema, bem como as formas de intervenção, que devem ocorrer de maneira eficaz. Palavras-chave Enfrentamento, violência, diálogo. 1 Pedagoga, especialista em Gestão Escolar. E-mail:cerrydwen2008@hotmail.com. 2 Pedagoga, especialista em Gestão Escolar. E-mail:cerrydwen2008@hotmail.com. 3 Professora, PDE,especialista em Interdisciplinaridade. E-mail: giovanavr@ig.com.br.

210. Introdução Nossas escolas estão gravemente doentes. Os sintomas apresentam-se como um conjunto de atitudes agressivas e premeditadas que os alunos levam para as salas de aula: rancor, desinteresse, ousadia e desafio a figura do professor são alguns desses sintomas apresentados pelos nossos estudantes de rede pública de ensino. Como surgem e como se desenvolvem estes sentimentos de agressividade que os nossos alunos apresentam? De que formas se mostram essas ações exacerbadas e como os professores trabalham com este problema em sala de aula? Quais as principais causas da indisciplina escolar? Diante das inúmeras dificuldades enfrentadas pelos professores em sala de aula, coloca-se a questão disciplinar como uma das maiores causas de afastamento dos docentes de rede pública, bem como sendo uma das causas principais dos problemas de aprendizagem e fracasso escolar apresentado pelos alunos, uma vez que interfere na comunicação professor-aluno e certamente, no ensino-aprendizagem. Por serem mais preparados durante a formação acadêmica para dominar o conteúdo e trabalhar com ele metodologicamente, os professores ficam sem saber o que fazer com a problemática que envolve o comportamento dos alunos. Eles se deparam com situações de conflitos e atitudes anti-sociais, com as quais possuem pouca ou nenhuma habilidade para elaborar um plano de intervenção que promova uma melhora significativa em relação às atitudes negativas que os alunos apresentam em sala de aula. E então nos perguntamos: qual o papel da escola diante de tal situação? Segundo Fernández (2004, p 95). A principal função da escola nunca foi ensinar, mas educar. Para o bem ou para o mal, o objetivo da instituição escolar (...) sempre foi mais o de modelar a conduta, as atitudes, as disposições, etc (...). Sendo o papel da escola o de modelar a conduta e educar, torna-se imprescindível a pergunta: qual é o tempo de que o professor dispõe para ensinar os conteúdos, em uma aula de cinquenta minutos? É aceitável o aluno vir para a escola trazendo consigo atitudes bárbaras, agressivas, que impedem o professor de alcançar seus objetivos e ministrar uma aula de qualidade? Por vezes, o professor gerencia conflitos dentro da sala de aula ocasionando desgaste emocional e a perda de tempo que deveria ser utilizado no auxilio aos alunos para a produção do conhecimento. Silva (sd, p.660) A escola perdeu sua identidade e também não sabe qual é a sua real função, uma vez que se preocupa em resolver os problemas de origem sócio-educacionais, que é o seu fator emergencial, se tratando das atitudes bárbaras dos alunos. No entanto, se distancia de sua verdadeira função que é a de ensinar, de transmitir os saberes sistematizados e científicos, os quais são produzidos pelo homem com a sua efetiva participação ao longo da história. Os professores saem dos bancos universitários e quando chegam à escola se deparam com uma instituição defasada, desorganizada e com um ambiente rudimentar que não se adaptou as mudanças tecnológicas, sociais e educacionais pelas quais o Brasil veio passando com o passar dos tempos.

310. Objetivos Gerais " Desenvolver hábitos e solidificar valores que fortaleçam os vínculos familiares, laços de solidariedade humana e de tolerância recíproca; " Estabelecer medidas de prevenção em relação à violência; " Levar os alunos a reflexão, percebendo que a melhor forma de resolver conflitos é através do diálogo e respeito ao outro. Específicos: " Incitar a aceitação em relação as outras pessoas; " Desenvolver a auto-aceitação e cuidado consigo mesmo; " Levar os alunos a estudar as virtudes e valores; " Desenvolver a paciência no educando; " Ajudar a reconhecer as qualidades das outras pessoas. Metodologia O caminho percorrido para a efetivação deste projeto será realizado de forma variada. Este trabalho será realizado de maneira interativa e atraente, com uso frequente de dinâmicas e que envolvam os alunos e os façam participar ativa e espontaneamente, pois os assuntos serão tratados de maneira contextualizada e atrativa. Serão realizadas diversas brincadeiras, grupos de leitura e estudos, uso de filme e slide, músicas relacionadas ao tema, manuseio de jornais, revistas e livros. A transposição dos conteúdos ocorrerá de maneira sistematizada, com variações de recursos audiovisuais (data show, confecção de cartazes, textos e retroprojetor), de forma a não se tornar cansativo e monótono, pois o educando não consegue reter muito tempo sua atenção em algo que não lhe agrade, algo que não lhe surpreenda. Resultados Através do trabalho realizado, os alunos apresentaram mudança gradativa de atitude, passando a praticar o diálogo qualitativo, percebendo as necessidades e limitações de seus pares. Houve serenidade na resolução de conflitos, tendo como base a empatia e compreensão mútua. O trabalho envolveu toda a comunidade, que parou por alguns minutos para desenvolver auto análise em relação a violência, bem como alternativas pacíficas para a resolução de conflitos. Conclusões

410. O emprego da educação democrática pode nos apresentar ações efetivas para trabalhar com o problema da indisciplina e violência no ambiente escolar. Não podemos esquecer que estamos trabalhando com pessoas dotadas de sentimentos, vontades e opiniões e a escola não pode ser um ambiente autoritário, sem discussão. Ela precisa possibilitar momentos de trocas de ideias, informações e sugestões, ou seja, criar um espaço participativo, simulando situações problemas do mundo real. A gestão democrática cria um sentimento de pertencimento do aluno com a escola e diminui a revolta e consequentemente as situações de indisciplina e violência.

510. Referências AQUINO, J.G. Indisciplina: o contraposto das escolas democráticas São Paulo: Moderna, 2003. CASTRO, A. Carisma para educar e conquistar: espiritualidade, alegria e prazer na educação salesiana. São Paulo: Ed. Salesiana, 2202. FERNÁNDEZ, I. Prevenção da violência e solução de conflitos: O clima escolar como fator de qualidade. São Paulo: Madras, 2005. FERREIRA, B.W. O cotidiano do adolescente. Petrópolis, RJ: Vozes, 1995. FORTUNA, T.R. Indisciplina escolar: da compreensão a intervenção. IN: XAVIER, M.L.M (Org.). Disciplina na escola: enfrentamentos e reflexões. Porto Alegre: Mediação, 2002.