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Dados Básicos. Ementa

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Transcrição:

fls. 2, da Capital Relator: Desembargador Luiz Fernando Boller APELAÇÃO. AÇÃO ORDINÁRIA. DISCUSSÃO ACERCA DO CÁLCULO DA GRATIFICAÇÃO DE NÍVEL SUPERIOR CONCEDIDA AOS SERVIDORES DO PODER JUDICIÁRIO. SENTENÇA DE IMPROCEDÊNCIA. INSURGÊNCIA DO SINDICATO. PLEITO PARA QUE NÃO OCORRA A SOMA DA VANTAGEM PESSOAL NOMINALMENTE IDENTIFICÁVEL, À BASE DE CÁLCULO DO ALUDIDO ADICIONAL. ALEGAÇÃO QUE A ADMINISTRAÇÃO AMPLIOU O CONCEITO LEGAL DE VENCIMENTO, INCORRENDO EM USURPAÇÃO DA FUNÇÃO LEGISLATIVA. TESE IMPROFÍCUA. VANTAGEM INCORPORADA PERMANENTEMENTE AOS GANHOS DOS FUNCIONÁRIOS, ELEVANDO SEUS RENDIMENTOS. INTERPRETAÇÃO DA NORMA NO SENTIDO QUE A VPNI TAMBÉM É VENCIMENTO. VEREDICTO MANTIDO. RECURSO CONHECIDO E DESPROVIDO. Vistos, relatados e discutidos estes autos de Apelação Cível n. 0016033-02.2013.8.24.0023, da comarca da Capital (3ª Vara da Fazenda Pública) em que é Apelante SINJUSC-Sindicato dos Servidores do Poder Judiciário do Estado de Santa Catarina e Apelado Estado de Santa Catarina. A Primeira Câmara de Direito Público decidiu, à unanimidade, conhecer do recurso e negar-lhe provimento. Custas legais. O julgamento, realizado em 24 de abril de 2018, foi presidido pelo Excelentíssimo Senhor Desembargador Jorge Luiz de Borba, e dele participaram os Excelentíssimos Senhores Desembargadores Pedro Manoel Abreu e Paulo Henrique Moritz Martins da Silva. Funcionou como representante do Ministério

fls. 3 Público o Procurador de Justiça Newton Henrique Trennepohl. Florianópolis, 26 de abril de 2018. Desembargador LUIZ FERNANDO BOLLER Relator Documento assinado digitalmente

fls. 4 RELATÓRIO Cuida-se de apelação interposta por SINJUSC-Sindicato dos Servidores do Poder Judiciário do Estado de Santa Catarina, contra sentença prolatada pelo magistrado Hélio do Valle Pereira - na época Juiz de Direito titular da 3ª Vara da Fazenda Pública da comarca da Capital -, que nos autos da ação Ordinária n. 0016033-02.2013.8.24.0023 ajuizada contra o Estado de Santa Catarina, julgou improcedente o pedido, considerando legal o cálculo do Tribunal de Justiça quanto à gratificação de nível superior dos servidores efetivos que fazem jus (fls. 110/114). Inconformado, o SINJUSC sustenta que a base de cálculo para o referido adicional deve ser apenas o vencimento do cargo efetivo, sem o acréscimo da VPNI, aduzindo que não poderia o "administrador interpretar e aplicar o que a lei não disciplinou nem facultou ao agente público", sob pena de "usurpação do Poder Legislativo", termos em que brada pelo conhecimento e provimento do apelo (fls. 159/193). Recebido o recurso nos efeitos suspensivo e devolutivo (fl. 196), sobrevieram as contrarrazões, onde o Estado refuta uma a uma as teses manejadas, clamando pelo desprovimento da insurgência (fls. 198/203). Ascendendo a esta Corte, foram os autos por vinculação originalmente distribuídos ao Desembargador Paulo Ricardo Bruschi (fl. 206), vindo-me conclusos em razão do superveniente assento nesta Câmara (fl. 209). Em manifestação do então Procurador de Justiça André Carvalho, o Ministério Público apontou ser desnecessária sua intervenção, deixando de lavrar Parecer (fl. 208). É, no essencial, o relatório.

fls. 5 VOTO Conheço do recurso porque, além de tempestivo, atende aos demais pressupostos de admissibilidade. O SINJUSC-Sindicato dos Servidores do Poder Judiciário do Estado de Santa Catarina intenta compelir o Estado de Santa Catarina a alterar a base de cálculo da Gratificação de Nível Superior, concedida pelo Tribunal de Justiça aos servidores do Poder Judiciário de Santa Catarina. O cômputo da referida gratificação é realizado agregando ao vencimento do cargo efetivo, o valor da VPNI-Vantagem Pessoal Nominalmente Identificável, conferida aos servidores efetivos que exerceram ou exercem cargo em comissão ou função comissionada, incorporável a partir do 5º (quinto) ano completo na função. O âmago do inconformismo sindical está no fato de que a soma "vencimento base + VPNI" causa prejuízo à remuneração final dos servidores, pois o aumento da base de cálculo da gratificação acarreta a exclusão dos valores que excedem ao teto remuneratório previsto na lei instituidora da verba, o que não ocorreria - ou seria menos prejudicial - caso o cômputo fosse realizado apenas sobre o vencimento base dos cargos efetivos. verbis: Pois bem. A gratificação de nível superior está prevista na LCE nº 90/93, in [...] Art. 14. Ao servidor portador de diploma de curso de nível superior correlacionado com as funções dos cargos incluídos nos Anexos I e VII desta Lei Complementar, fica assegurada gratificação de 20% (vinte por cento), incidindo sobre o nível 07 (sete), referência A, da tabela de vencimentos criada por esta Lei Complementar. 1º No tocante aos demais cursos de nível superior a gratificação serão de 10% (dez por cento). 2º O vencimento, acrescido da gratificação prevista neste artigo, não poderá ser superior ao nível 10 (dez), referência A, da tabela de vencimentos criada por esta Lei Complementar. De outro vértice, a VPNI foi criada com a Lei nº 15.138/10:

fls. 6 Art. 1º O servidor que tiver exercido ou vier a exercer cargo em comissão ou função de confiança do Poder Judiciário, mesmo que em substituição, terá adicionado ao vencimento do cargo efetivo, como vantagem pessoal nominalmente identificável, o valor equivalente à diferença entre o vencimento do cargo efetivo e o do cargo comissionado, ou o valor da função de confiança. O SINJUSC apoia-se na tese de que a inserção da VPNI ao vencimento é fato não previsto em lei, e que "interpretar e aplicar o que a lei não disciplinou nem facultou ao agente público" se traduz em "verdadeira usurpação do Poder Legislativo". A diretriz básica da conduta dos agentes da Administração, é o princípio da legalidade, que importa em um poder / dever do administrador em fazer apenas o que a norma determina, facultando-lhe, em determinadas ocasiões, orientar-se ora numa, ora noutra direção, sempre objetivando o interesse público. Todavia, há situações que demandam função interpretativa do aplicador da lei, como é o caso da quaestio em liça, em que a norma não conceitua integralmente o que deve ser entendido como "vencimento". Nesse sentido, não há como desviar da intelecção professada pelo magistrado sentenciante, que abarco integralmente, consignando-a em meu voto, como razões de decidir: [...] Vejo, como viu a Administração, que surge, por assim dizer, um novo vencimento (vencimento primitivo mais diferença do vencimento do cargo em comissão ou da gratificação da função de confiança). Isso é favorável ao servidor e é rente à realidade. Na linha de tradicional jurisprudência, compreende-se que é lícita a agregação. Por ficção, para preservar a segurança, dá-se ao funcionário um novo padrão de ganhos. Titulariza um cargo, mas receberá permanentemente mais. Dá-se um nome para esse plus, mas ele não é gratificação ou adicional. Ele é realmente vencimento. Pode vir apartado no contracheque do vencimento propriamente dito, mas por definição legal passa a se incorporar a tanto. É o que, repito, está na Lei 15.138/2010: a VPNI é adicionada ao vencimento. É, enfim, vencimento também. Por isso, não se podem querer apenas os bônus: recebe-se a VPNI, mas ela é colocada à parte, de maneira a não influir em outras vantagens (fl. 113). E a VPNI não é verba transitória, pois é incorporada permanentemente aos ganhos dos servidores, elevando seus rendimentos, traduzindo-se em - como o próprio nome diz -, uma vantagem pecuniária, não

fls. 7 podendo, agora, pretender sua desvinculação com o pretexto de a Administração estar incorrendo em "usurpação" da função legislativa ao interpretar a lei como vem fazendo. decidiu que: Em situação análoga, o Tribunal de Justiça do Estado do Paraná já APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DECLARATÓRIA E CONDENATÓRIA. SERVIDORES PÚBLICOS DO QUADRO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO PARANÁ. ADICIONAL POR TEMPO DE SERVIÇO. BASE DE CÁLCULO. PARCELAS DE AJUSTE. GRATIFICAÇÃO POR TEMPO INTEGRAL E DEDICAÇÃO EXCLUSIVA (TIDE). GRATIFICAÇÃO POR SERVIÇO EXTRAORDINÁRIO (GSE). VANTAGEM PESSOAL NOMINALMENTE IDENTIFICADA (VPNI). INTEGRAÇÃO. VERBAS DE NATUREZA FIXA E CARÁTER GERAL. POSSIBILIDADE. VERBA DEVIDA. PRESCRIÇÃO QUINQUENAL. JUROS E CORREÇÃO. PERÍODO DE GRAÇA CONSTITUCIONAL. ÔNUS DA SUCUMBÊNCIA. INVERSÃO. RECURSO PROVIDO. 1. A VPNI foi criada a fim de evitar o desrespeito ao princípio da irredutibilidade de vencimentos, transformando as parcelas de ajuste, as gratificações por serviço extraordinário (GSE) e por tempo integral e dedicação exclusiva (TIDE) em uma verba variável (de acordo com os vencimentos de cada servidor), com a única finalidade de não reduzir os vencimentos dos servidores após o reenquadramento determinado pela mesma lei. 2. A VPNI, tal como definida em lei, consiste em verba de natureza fixa, posto que criada para evitar a redução dos vencimentos dos servidores do Poder Judiciário. 3. Considerando que a base de cálculo do Adicional por Tempo de Serviço (ATS) é composta pelo vencimento básico do servidor, acrescido das vantagens pecuniárias fixas, não há dúvida de que o valor percebido a título de VPNI deve integrá-la. 4. A natureza da VPNI é de vencimento, e não de vantagem transitória, tendo em vista que será aos poucos incorporada ao vencimento do servidor, em virtude de sua própria natureza quando criada. 5. Não há falar-se em violação ao art. 37, XIV da Constituição Federal, no que se refere à proibição de incidência de acréscimos pecuniários sobre a concessão de acréscimos ulteriores, pois a VPNI (vantagem pessoal nominalmente identificada) é parte integrante do vencimento do servidor. 6. Não deve incidir juros de mora contra a Fazenda Pública no período entre a homologação dos valores devidos e a expedição do precatório ou requisição de pequeno valor, nos termos da Súmula Vinculante nº 17. (TJ/PR, AC nº 1334496-8, Rel.: Hélio Henrique Lopes Fernandes Lima, j. 31/03/2015 - grifei). No tocante ao prequestionamento, apesar do disposto no Enunciado nº 211 da Súmula do Superior Tribunal de Justiça, "é desnecessário que a Corte se pronuncie explicitamente sobre os dispositivos indicados como violados [...]" (EDcl no AgRg no AREsp 188.432/GO, Rel. Ministro Gurgel de Faria, j. em 02/06/2016).

fls. 8 Ademais, com base no prequestionamento ficto (art. 1.025 NCPC) "[...] consideram-se incluídos no acórdão os elementos que o embargante suscitou, para fins de prequestionamento (IMHOF, Cristiano; REZENDE, Bertha Steckert) [...]" (TJSC, Apelação Cível n. 2013.063228-5, de Capivari de Baixo, rel. Des. Carlos Adilson Silva, j. 29/03/2016). Dessarte, conheço do recurso. Contudo, nego-lhe provimento. É como penso. É como voto.