Disciplina: Tratamento de Resíduos Sólidos e Efluentes Gasosos. 13 Gestão Integrada de Resíduos Urbanos Política Nacional de Resíduos Sólidos

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Transcrição:

Instituto de Ciência e Tecnologia de Sorocaba Disciplina: Tratamento de Resíduos Sólidos e Efluentes Gasosos Graduação em Engenharia Ambiental 13 Gestão Integrada de Resíduos Urbanos Política Nacional de Resíduos Sólidos Professor: Sandro Donnini Mancini Sorocaba, Maio de 2017. No lixo de um município temos: Resíduos Perigosos e Não Perigosos (Classes I e II) Resíduos Inertes e Não Inertes (Classes IIa e IIb) Resíduos Domiciliares Resíduos Comerciais Resíduos Públicos, inclusive de varrição de ruas e podas de árvores Resíduos de Serviços de Saúde Resíduos Industriais Resíduos de Portos, Aeroportos e outros Terminais Resíduos Agrícolas Resíduos da Construção Civil Resíduos Pequenos e Volumosos Resíduos de Responsabilidade do Fabricante (Pneus, Pilhas...) Resíduos Reaproveitáveis (remédios, tijolos...) Resíduos Reutilizáveis (roupas, sapatos...) Resíduos contendo materiais valorizados ou não 1

Lixo em SP ao longo do tempo Componentes 1927 1947 1969 1976 1990 1993 Metais 1,7 2,2 7,8 4,0 5,3 3,2 Vidros 0,9 1,4 2,6 1,7 4,2 1,1 Papel/Papelão 13,4 16,7 29,2 21,4 29,6 14,4 Plásticos 0,0 0,0 1,9 5,0 9,0 12,1 Matéria Orgânica 82,5 76,0 52,2 62,7 47,4 64,4 Outros 1,5 3,7 6,3 5,2 4,5 4,8 Calderoni, S. Os Bilhões Perdidos no Lixo. São Paulo, Ed. Humanitas, 1999 Caracterização Gravimétrica de Indaiatuba-SP, 2004/2005 MATERIAL Massa (%) Desvio Padrão (%) Estimativa Diária (kg) MATERIAL Massa (%) Desvio Padrão (%) Estimativa Diária (kg) Restos de comida 40,07 6,87 54.116 Calçados 1,45 2,02 1.960 Lixo de Jardim 13,62 6,26 18.383 PEBD (filme) 2,35 1,31 3.168 Fraldas 3,64 2,38 4.919 PEBD (rígido) 0,07 0,05 88 Lixo de Banheiro 3,61 2,96 4.871 PEAD (filme) 2,42 1,00 3.262 Embalagens com mais de um material 0,98 0,77 1.319 PEAD (rígido) 1,35 0,86 1.828 Longa Vida 1,12 0,46 1.517 PP (filme) 0,90 1,03 1.208 Tecidos 6,07 4,86 8.200 PP (rígido) 0,40 0,18 545 Vidro 1,85 1,50 2.498 PS Expandido 0,53 0,46 718 Papel em Bom Estado 4,61 3,48 6.229 PS (rígido) 0,93 0,80 1.249 Papel em Mau Estado 4,61 1,99 6.224 PVC 0,71 1,12 952 Latas de Aço 1,50 0,71 2.022 PET (incolor) 0,83 0,43 1.115 Alumínio 0,45 0,41 609 PET (colorido) 0,31 0,09 412 Pilhas 0,08 0,20 108 Outros 1,81 1,01 2.449 Entulho 3,73 3,70 5.031 MANCINI, S.D.; NOGUEIRA, A.R.; KAGOHARA, D.A.; SCHWARTZMAN, J.A.S.; MATTOS, T. Recycling Potential of Urban Solid Waste Destined for Sanitary Landfills: the Case of Indaiatuba, SP, Brazil. Waste Management & Research, v. 25,,p. 517-523, 2007. 2

Perdas no Brasil: Cozinhas industriais: ~ 20% Cozinhas residenciais: ~ 35% Do plantio ao prato: ~ 61% Lixo: ~40% é alimento Fome (dados de 2003): Brasileiros que ganham menos do que o calculado para alimentar-se (R$ 108,00): 27,26% Famílias que passam fome com freqüência: 13,9% Super Interessante n o 174, março de 2002 Valores das pesagens de todas as perdas dos alimentos de cozinha industrial em Sorocaba-SP. Peso Bruto Total 479,5 kg PERDAS: Preparo: 15,4 kg 3,2% Restos: 31,2 kg 6,5 % Sobras: 52,7 kg 11,0 % PERDAS: 99,3 kg 20,7% 1 trabalhador consome ~ 900 g de alimentos/dia; 1 refeição custa ~ R$ 2,30; os 99,3kg perdidos por dia alimentariam 110 trabalhadores. R$ 253 são jogados fora por dia, R$ 6.300,00/mês. 3

Hemocentro da UNICAMP 2007/2008 Caracterização Infectante Peso (kg) 1200 1000 800 600 400 200 0 1 2 3 4 5 6 7 mês Peso Total (kg) Peso Inadequado (kg) Inadequação média de 14,67% ~ 520 kg de resíduos por mês recebem desnecessariamente o tratamento destinado a resíduos infectantes. desperdício de ~ R$ 730 mensais ou R$ 8.800 anuais. No lixo de um município temos: Resíduos Perigosos e Não Perigosos (Classes I e II) Resíduos Inertes e Não Inertes (Classes IIa e IIb) Resíduos Domiciliares Resíduos Comerciais Resíduos Públicos, inclusive de varrição de ruas e podas de árvores Resíduos de Serviços de Saúde Resíduos Industriais Resíduos de Portos, Aeroportos e outros Terminais Resíduos Agrícolas Resíduos da Construção Civil Resíduos Pequenos e Volumosos Resíduos de Responsabilidade do Fabricante (Pneus, Pilhas...) Resíduos Reaproveitáveis (remédios vencidos, tijolos...) Resíduos Reutilizáveis (roupas, sapatos...) Resíduos contendo materiais valorizados ou não 4

Para cada um dos itens existem condições pré-estabelecidas de gestão que muitos setores não querem mudar. Para cada um dos itens existem potencialidades de mudanças de interesse de outros setores. Cada um deles tem um gerador diferente e, muitas vezes, um responsável diferente. Porém, cada um dos itens anteriores tem suas particularidades com relação à legislação. Então, para cada item deve ser feito o correto. Para isso, cada um dos itens exige profissionais que saibam fazer o correto. Cada um dos itens exige recursos financeiros para o correto. Muitas vezes, o possível é diferente do correto. E para organizar tudo isso? Gestão Integrada Atuação Pontual (em cada item), mas pensando no todo. Diagnóstico (entender e dimensionar o problema); Planejamento; Ação. 5

Para a Gestão Integrada são necessários: Vontade Política do Executivo, com destinação de verbas e recursos humanos qualificados para o setor; Colaboração dos Geradores e Responsáveis pelos Resíduos; Colaboração e Fiscalização do Legislativo; Fiscalização do Judiciário; Colaboração da População; Poder de Adaptação de todos frente a novas tecnologias, novas legislações e novos resíduos. Os próximos slides serão baseados na apresentação Gestão Integrada de Resíduos Urbanos: Exemplos Locais e Mundiais, do prof. José Lázaro Ferraz (UNISO), na apresentação Gestão Sustentável de Resíduos Urbanos do prof. Waldir Bizzo (UNICAMP) e na apresentação Política Estadual de Resíduos Sólidos de Karinne Leal e Lêda Ikeda. Fatores Impulsionadores do Desenvolvimento da Gestão dos Resíduos (1) Saúde Pública (2)Proteção Ambiental (3) Valor Agregado dos Resíduos (4) Ciclo Ecológico de Produtos e Materiais (closing the loop) 3Rs Hierarquia de Gestão dos Resíduos (5) Responsabilidade Pública e Privada Responsabilidade Estendida Poluidor Pagador (6) Consciência Ecológica da Sociedade Fonte: Wilson, 2007 6

EVOLUÇÃO HISTÓRICA - GESTÃO DOS RESÍDUOS URBANOS PAÍSES DESENVOLVIDOS Estágios de evolução Fonte: Livro Anual da ISWA Seminário Lixo Municipal Gerenciamento Integrado, São Paulo, 23 de maio de 2000. Integrated Waste Management: LCA and its Practical Use, MCDOUGALL, F. Objetivo da Alemanha para 2020: Minimização dos Resíduos O Ministério do Meio Ambiente da Alemanha divulgou recentemente estudos que analisaram a viabilidade da estratégia da Alemanha para 2020, Zero Resíduos, referente a gestão de resíduos municipais que estabelece como meta a reciclagem e recuperação total dos resíduos domiciliares (Strategie für die Zukunft der Siedlungsabfallentsorgung - Ziel 2020). Os estudos e análises efetuados apontam para a viabilidade técnica e financeira para obtenção deste objetivo até no máximo 2020. 7

Melhoria na Tecnologia de Controle de Emissões Poluentes em Incineradores de Resíduos Municipais na Alemanha Emissões 1990 2004 Óxido Nítrico ton 10.000 2.500 Dióxido de Enxofre ton 20.000 68 Cádmio kg 5.000 64 Mercúrio kg 350 5 Dioxinas Equivalentes g 290 0.2 Milhões de Toneladas Incineradas 6,0 11,0 Fonte: Germany, 2006, p. 11 O futuro da destinação de resíduos nas regiões metropolitanas ou densamente povoadas Esgotamento das áreas disponíveis para destinação de resíduos; Grandes aterros cada vez mais distantes; Insustentabilidade da prática de destinação em aterros; Segregação das parcelas principais dos resíduos para coleta seletiva. 8

Propostas para Gestão Sustentável de Resíduos Urbanos Programa de prevenção e redução de resíduos na fonte (qualquer que seja): educação ambiental; Reutilização e reciclagem máxima; Gestão regional e integrada de resíduos; Utilização de tecnologias de tratamento para aterro mínimo. Gestão Administrativa Resolver a equação: Sustentabilidade Econômica X Sustentabilidade Ambiental 9

Gestão Administrativa Cumprimento da Política Nacional de Resíduos Sólidos; Responsabilização do produtor em todo ciclo de vida do produto Controle social da gestão Aplicação do principio do poluidor-pagador Financiamento do sistema Custos de operação suportado pelo pagamento dos serviços: princípio do poluidor pagador, quem produz mais resíduos, paga mais pelos serviços Gestão financeira autônoma Gestão compartilhada com a Sociedade 10

O papel do cidadão Minimizar a produção de resíduos domiciliares Separar as frações recicláveis, orgânicas e perigosas para coleta domiciliar ou entrega voluntária Cobrar atitudes responsáveis na gestão ambiental e de resíduos, por parte do poder público, em todos os níveis de decisão, execução e responsabilidade legal O papel do setor privado Assumir publicamente a defesa do meio ambiente e dos recursos naturais Assumir na prática, desenvolvendo e produzindo produtos ambientalmente aceitáveis Não utilizar o meio ambiente como ferramenta de marketing : ECOFALÁCIAS!! Assumir a responsabilidade pelos resíduos de seu processo de produção e de seus produtos em todo o ciclo de vida 11

O papel do poder público Assumir a gestão ambiental das áreas rurais e urbanas: planejamento responsável e dirigido aos interesses públicos e democráticos Fiscalizar as atividades de impacto ambiental do setor privado Assumir a gestão integral dos resíduos sólidos municipais de origem difusa e do cidadão Distribuir democraticamente e com justiça o ônus e o custo dos serviços de gestão de resíduos e limpeza urbana: princípio do poluidor pagador Permitir e incentivar a participação democrática e o controle social das ações de gestão de resíduos e gestão ambiental Política Nacional de Resíduos Sólidos Lei Federal 12.305 de 2 de agosto de 2010. Títulos I Disposições Gerais II Da Política Nacional de RS III Das Diretrizes Aplicáveis aos Resíduos Sólidos IV Disposições Transitórias e Finais Capítulos I Do objeto e do Campo de Aplicação II - Definições I Disposições Gerais II Dos Princípios e Objetivos III Dos Instrumentos I Disposições Preliminares II Dos Planos de Resíduos Sólidos III Das Responsabilidades dos Geradores e do Poder Público IV Dos Resíduos Perigosos V Dos Instrumentos Econômicos VI Das Proibições Total de 57 artigos 12

RESUMO DA POLÍTICA NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS Art. 10. Incumbe ao Distrito Federal e aos Municípios a gestão integrada dos resíduos sólidos gerados nos respectivos territórios. Art. 11 - Incumbe aos Estados: I - promover a integração da organização, do planejamento e da execução das funções públicas de interesse comum relacionadas à gestão dos resíduos sólidos nas regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões. II - controlar e fiscalizar as atividades dos geradores sujeitas a licenciamento ambiental. Art. 15. A União elaborará, o Plano Nacional de Resíduos Sólidos, com vigência por prazo indeterminado e horizonte de 20 (vinte) anos, a ser atualizado a cada 4 (quatro) anos, tendo como conteúdo mínimo: I - diagnóstico da situação atual dos resíduos sólidos; II - proposição de cenários, incluindo tendências mundiais; III - metas de redução, reutilização, reciclagem, entre outras, com vistas a reduzir a quantidade de resíduos e rejeitos encaminhados para disposição final ambientalmente adequada; IV - metas para o aproveitamento energético dos gases gerados nas unidades de disposição final de resíduos sólidos; V - metas para a eliminação e recuperação de lixões, associadas à inclusão social e à emancipação econômica de catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis; VI - programas, projetos e ações para atingir as metas; X - normas e diretrizes para a disposição final de rejeitos e, quando couber, de resíduos; rejeitos: resíduos sólidos que, depois de esgotadas todas as possibilidades de tratamento e recuperação por processos tecnológicos disponíveis e economicamente viáveis, não apresentem outra possibilidade que não a disposição final ambientalmente adequada. 13

PLANOS ESTADUAIS E MUNICIPAIS Artigos 16 e 18 Estados e Municípios tem 2 anos para fazer os Planos. Serão priorizados no acesso aos recursos da União relacionados a resíduos sólidos: Os estados que facilitarem soluções consorciadas entre municípios Os municípios que optarem por soluções consorciadas intermunicipais e que implantarem a coleta seletiva com a participação de cooperativas. PLANOS ESTADUAIS Itens bastante semelhantes ao nacional e ainda inclui-se: Artigo 17, inciso XI: previsão de: a) zonas favoráveis para a localização de unidades de tratamento de resíduos sólidos ou de disposição final de rejeitos; b) áreas degradadas em razão de disposição inadequada de resíduos sólidos ou rejeitos a serem objeto de recuperação ambiental. 14

PLANOS MUNICIPAIS Art. 19. - Deve conter: I - diagnóstico da situação dos resíduos sólidos gerados; II - identificação de áreas favoráveis para disposição final; III - identificação das possibilidades de implantação de soluções consorciadas ou compartilhadas com outros Municípios; IV - identificação dos resíduos sólidos e dos geradores sujeitos a plano de gerenciamento específico (artigo 20) ou a sistema de logística reversa (artigo 33); VI - indicadores de desempenho operacional e ambiental dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo de resíduos; VII - regras para o transporte e outras etapas do gerenciamento de resíduos sólidos de que trata o artigo 20 (perigosos, de saúde, minerais, industriais e de saneamento básico); XIV - metas de redução, reutilização, coleta seletiva e reciclagem; XVI - meios a serem utilizados para o controle e a fiscalização. PLANOS DE GERENCIAMENTO Art. 20. Estão sujeitos à elaboração de plano de gerenciamento de resíduos sólidos os geradores de resíduos perigosos, de saúde, minerais, industriais e de saneamento básico, bem como as empresas de construção civil e os terminais (portos, aeroportos, alfândegas, rodoviárias etc). Deve conter: explicitação dos responsáveis por cada etapa do gerenciamento de resíduos sólidos; metas e procedimentos relacionados à minimização da geração de resíduos sólidos. O plano de gerenciamento de resíduos sólidos é parte integrante do processo de licenciamento ambiental do empreendimento. 15

LOGÍSTICA REVERSA Art. 33. São obrigados a estruturar e implementar sistemas de logística reversa, mediante retorno dos produtos após o uso pelo consumidor, de forma independente do serviço público de limpeza urbana e de manejo dos resíduos sólidos, os fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes de: I - agrotóxicos, seus resíduos e embalagens; II - pilhas e baterias; III - pneus; IV - óleos lubrificantes, seus resíduos e embalagens; V - lâmpadas fluorescentes, de vapor de sódio e mercúrio e de luz mista; VI - produtos eletroeletrônicos e seus componentes. RESPONSABILIDADES DO CIDADÃO COMUM Art. 28. O gerador de resíduos sólidos domiciliares tem cessada sua responsabilidade pelos resíduos com a disponibilização adequada para a coleta ou, nos casos abrangidos pelo art. 33 (logística reversa), com a devolução. Art. 35. Sempre que estabelecido sistema de coleta seletiva pelo plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos e na aplicação do art. 33, os consumidores são obrigados a: I - acondicionar adequadamente e de forma diferenciada os resíduos sólidos gerados; II - disponibilizar adequadamente os resíduos sólidos reutilizáveis e recicláveis para coleta ou devolução. 16

RESÍDUOS PERIGOSOS Art. 39. As pessoas jurídicas que operam com resíduos perigosos são obrigadas a elaborar plano de gerenciamento de resíduos perigosos, que pode estar incluído no Plano de Gerenciamento de Resíduos exposto no artigo 20. Art. 49. É proibida a importação de resíduos sólidos perigosos e rejeitos, bem como de resíduos sólidos cujas características causem dano ao meio ambiente, à saúde pública e animal e à sanidade vegetal, ainda que para tratamento, reforma, reúso, reutilização ou recuperação. OUTROS ITENS INTERESSANTES Art. 30. É instituída a responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos, a ser implementada de forma individualizada e encadeada, abrangendo os fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes, os consumidores e os titulares dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos. Art. 32. As embalagens devem ser fabricadas com materiais que propiciem a reutilização ou a reciclagem. 17

O SANEAMENTO AMBIENTAL É UMA ATIVIDADE DE INTERESSE PÚBLICO E COLETIVO E DEVE ESTAR SEMPRE SOB TOTAL CONTROLE DO PODER PÚBLICO E DA POPULAÇÃO 18