UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA



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Transcrição:

UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA PROGRAMA DE MESTRADO EM ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS Edgar José Pereira Dias COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR NO SETOR EDUCACIONAL: ADOÇÃO E ACEITAÇÃO DE NOVAS TECNOLOGIAS. Belém Pará 2012

Edgar José Pereira Dias COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR NO SETOR EDUCACIONAL: ADOÇÃO E ACEITAÇÃO DE NOVAS TECNOLOGIAS. Dissertação apresentada ao programa de Mestrado em Administração da Universidade da Amazônia como requisito para obtenção do título de Mestre em Administração. Orientador: Prof. Dr. Emílio José Montero Arruda Filho. Belém Pará 2012

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) Sílvia Helena Vale de Lima CRB - 2/819 658.8342 D541c Dias, Edgar José Pereira. Comportamento do consumidor no setor educacional adoção e aceitação de novas tecnologias / Edgar José Pereira Dias. 2012. 123f. Dissertação (Mestrado) -- Universidade da Amazônia, Programa de Pós-Graduação em Mestrado em Administração, 2012. Orientador: Prof. Dr. Emílio José Montero Arruda Filho. 10. Comportamento do consumidor. 2. Fator social. 3. Setor educacional. 4. Novas tecnologias. I. Arruda Filho, Emílio José Montero. II. Título.

Edgar José Pereira Dias COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR NO SETOR EDUCACIONAL: ADOÇÃO E ACEITAÇÃO DE NOVAS TECNOLOGIAS. Dissertação apresentada ao programa de Mestrado em Administração da Universidade da Amazônia como requisito para obtenção do título de Mestre em Administração. Orientador: Prof. Dr. Emílio José Montero Arruda Filho. Banca Examinadora: Prof. Dr. Emílio José Montero Arruda Filho (Orientador) Prof. Dr. Sérgio Castro Gomes Prof. Dr. Milton Cordeiro Farias Filho Prof. Dra. Eliane Pereira Zamith Brito Apresentado em: / / Conceito: Belém Pará 2012

Aos meus pais, Edgar Santana N. Dias e Izabel Pereira de O. Dias, na luta de minha educação. A minha esposa Sara Dias, aos meus filhos Gustavo Dias e Anabel Dias, por tudo que passamos juntos em vários momentos. Dedico

AGRADECIMENTOS Em primeiro lugar agradeço a Deus pela sua grande misericórdia de me proporcionar saúde e inteligência para conclusão deste trabalho. Aos meus pais por ter me ajudado e incentivando ao longo de toda minha vida tanto acadêmica como pessoal, onde dedico a eles minha profunda gratidão. Aos meus irmãos Georges e Alex, ao companheirismo e incentivos nas horas mais difíceis. A minha esposa pelo seu companheirismo no decorrer dessa jornada acadêmica, ao meu filho e minha filha pela alegria e compreensão que eles tiveram pelos momentos que não pude dar atenção nos momentos que queriam e a todos os meus familiares. A todos os professores e coordenadora do programa de mestrado em Administração desta universidade que por horas incansáveis acreditaram e contribuíram para o crescimento profissional e acadêmico. Ao Professor e orientador Emílio José Montero Arruda Filho, pelas observações e cobranças construtivas para uma melhor estruturação da referida dissertação. Aos amigos que compartilharam comigo esse momento tanto diretamente como indiretamente prestando-me apoio, em especial Murilo Andrade e Everaldo Marcelo Costa, os quais colaboram e muito para a conclusão do mestrado.

- Aristóteles

RESUMO Esta dissertação apresenta uma análise sobre comportamento do consumidor de tecnologia do setor educacional. Sendo apresentados três estudos. Para o primeiro estudo, desenvolveu-se de forma exploratória, com o objetivo de identificar os fatores que influenciam na aceitação e uso de produtos tecnológicos por parte dos consumidores, na qual sua aceitação baseia-se pelo valor hedônico, utilitário, facilidade de uso e fator social. A elaboração deste estudo foi utilizando o método de análise a netnográfica. Para o segundo estudo, foi trabalhado de forma explicativa, onde a pesquisa foi dividida em duas partes (predição de uso e experiência de uso), que objetivou em explicar o comportamento dos professores da rede de escolas tecnológicas do Estado do Pará, sendo está contemplada com a implementação do Quadro Interativo. Os dados coletados tiveram como finalidade de verificar o comportamento dos professores em relação à predição de uso e experiência de uso de novas tecnologias. O método trabalhado para a pesquisa explicativa é do tipo survey, diante a uma análise quantitativa utilizando-se de técnicas de regressão linear, tendo como base nos construtos advindos da pesquisa exploratória. Tendo como resultado a identificação de que os produtos tecnológicos passam a serem aceitos e usados baseado na sua utilidade percebida, na facilidade percebida, no fator hedônico e fator social status. PALAVRAS-CHAVE: Ensino/Aprendizagem. Utilidade Percebida de Uso. Facilidade de Uso Percebida. Fator Hedônico. Fator Social.

ABSTRACT This dissertation presents an analysis of consumer behavior technology in the education sector. Three studies being presented. For the first study, developed in an exploratory way, in order to identify factors that influence the acceptance and use of technology products by consumers, in which acceptance is based on the hedonic value, utility, ease of use and social factor. The preparation of this study was using the method of analysis to netnográfica. For the second study, we worked in an explanatory way, where the research was divided into two parts (the prediction of use and user experience), which aimed to explain the behavior of teachers from the technological schools of the State of Pará, is being contemplated with the implementation of the Interactive Chart. The data collected were intended to verify the behavior of teachers in relation to the prediction of use and experience of using new technologies. The method worked for explanatory research is the survey type, on a quantitative analysis using linear regression techniques, based on the constructs arising from exploratory research. Resulting in the identification of technological products that are now being accepted and used based on their perceived usefulness, perceived ease in hedonic factor and social factor status. KEYWORDS: Teaching / Learning. Use Perceived Usefulness. Perceived Ease of Use. Factor Hedonic. Social Factor.

SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO... 11 2. REFERENCIAL TEÓRICO... 17 2.1. TEORIA DE ACEITAÇÃO... 17 2.1.1. THEORY OF REASONED ACTION (TRA)... 17 2.1.2. THEORY OF PLANNED BEHAVIOR (TPB)... 19 2.2. TECHNOLOGY ACCEPTANCE MODEL (TAM)... 21 2.2.1. UTILIDADE PERCEBIDA (PERCEIVED USEFULNESS - PU)... 24 2.2.2. FACILIDADE DE USO PERCEBIDA (PERCEIVED EASE OF USE PEOU)... 25 3. TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E INOVAÇÃO... 26 3.1. NA EMPRESA... 27 3.2. NA EDUCAÇÃO... 29 3.3. INOVAÇÃO E DIFUSÃO TECNOLÓGICA... 31 3.4. PRODUTOS INOVADORES CONVERGENTES E INTEGRADOS... 34 4.1. ETNOGRAFIA... 41 4.1.1. NETNOGRAFIA... 42 4.2. QUESTIONÁRIO... 45 4.2.1. AMOSTRA... 47 4.2.1.1. Amostra de Predição de uso... 47 4.2.1.2. Amostra de Experiência de uso... 48 4.2.2. VARIÁVEIS DEPENDENTES E INDEPENDENTES... 49 4.2.3. ANÁLISE DOS DADOS... 50 5. RESULTADOS... 53 5.1. RESULTADO DA NETNOGRAFIA... 53 5.1.1. A UTILIDADE PERCEBIDA DA TECNOLOGIA DO QUADRO INTERATIVO EM SALA DE AULA... 53 5.1.1.1. Produtos Hedônicos com característica de Utilitários... 53 5.1.1.2. Produtos com facilidade de uso... 54 5.1.1.3. Consumidores de Produtos Inovadores... 55 5.1.1.4. Consumidor Inovador movido pela presença social... 56 5.1.1.5. Eles percebem a utilidade do Quadro Interativo... 57 5.1.1.6. Complexidade tecnológica (não usuários de tecnologia)... 58 5.1.1.7. Experiência anterior... 58 5.2. RESULTADOS DOS QUESTIONÁRIOS... 59

2 5.2.1. PREDIÇÃO DE USO... 60 5.2.2. EXPERIÊNCIA DE USO... 68 5.3. ANÁLISE CONJUNTA DOS DADOS... 74 6. CONCLUSÃO... 78 REFERÊNCIAS... 80 APÊNDICE A - Banco de Dados Netnografico... 89 APÊNDICE B - Categorização dos Grupos... 111 APÊNDICE C - Questionário de Predição de Uso... 116 APÊNDICE D - Questionário de Experiência de Uso... 120

11 1. INTRODUÇÃO As organizações vêm adotando novas tecnologias, as quais seguem uma trajetória crescente nos últimos anos, como alternativa na busca de satisfação aos consumidores, diante do aumento da percepção de valor de produtos e serviços. Fernandes e Alves (1992) afirmam que surge uma nova sociedade mediante aos impactos dessas novas tecnologias, exigindo-se uma nova forma de produzir bens e serviços. Contudo Castells (1999) destaca que a sociedade atual, passa por um momento de raro intervalo na história, marcado pelo novo paradigma organizado em torno da tecnologia da informação, fortemente influenciado pela convergência de tecnologias em microeletrônica, computação (software e hardware), telecomunicações/radiodifusão e optoeletrônica (estudo e aplicação de aparelhos eletrônicos). Com o advento das tecnologias da informação pelas organizações, fica mais evidente que ainda há muito a se percorrer para um melhor aproveitamento das capacidades e habilidades organizacionais no uso eficaz e eficiente dos processos tecnológicos. Logo, a identificação do comportamento do consumidor de novas tecnologias, passa a ser um fator de relevância primordial com grande importância para maximizar e elevar a competitividade de mercado. Com isso a grande mudança pelo qual vem passando o mercado atual, atrai mais experts em desenvolvimento de novos produtos, como por exemplo, os produtos chamados all-in-one (tudo em um só) (NUNES; WILSON; KAMBIL, 2000). O processo de evolução tecnológica torna mais frequente o uso de novas mídias, onde isto se apresenta como uma otimização no processo de ensino-aprendizagem, dada a possibilidade de novas formas de comunicação, além da inovação destas na transmissão do conhecimento. Isto acaba por gerar uma enorme carga motivacional que desperta uma sociedade imersa na tecnologia. A adoção dessas novas tecnologias é decorrente da aceitação do processo de difusão do novo produto, pelos usuários do segmento ao qual se pretende analisar, sendo assim, levase a destacar que esses novos produtos tecnológicos podem ser classificados como utilitários, porém possuem fatores complementares os quais sugerem novas vertentes como facilidade de uso percebida e a utilidade percebida para a inovação. Rogers (1962) explica que a difusão é o processo pelo qual uma inovação é comunicada, através de certos canais ao longo de um caminho entre os membros de um sistema social. Com isto muito vem se discutindo na inovação, sobre sua natureza, características e fontes, com o objetivo de buscar uma maior compreensão de seu papel frente ao desenvolvimento da adoção dessas novas tecnologias. O modelo do processo de difusão

12 citado por Hanneman et al. (1969) reproduz com precisão o processo de um sistema específico de uma inovação característica, podendo ser aplicado a sistemas semelhantes de realidade social, onde os dados ainda não estão disponíveis, de modo a prever a comunicação e a alteração destes sistemas. Em Bass (1969) é feito um debate acerca do tempo de adoção de novos produtos lançados no mercado, de bens duráveis o tema também foi discutido por Hanneman et al. (1969), mas com foco nas classes de adotantes, a partir da difusão da inovação. Nesse estudo, são abordadas as classes dos pioneiros adotantes (innovative) e dos últimos a adotarem o novo produto (laggards). Para tanto o modelo de aceitação desenvolvido no estudo aplicado por Davis (1989), tratou de analisar o desenvolvimento e validação de novas escalas de medição, apresentando as variáveis de utilidade percebida e facilidade de uso percebida, no qual se tratam de duas variáveis distintas na hipótese delas serem determinantes para utilização da tecnologia. Em seu estudo foram encontrados fortes fatores relevantes ao comportamento dos consumidores referente ao uso, sendo que suas variáveis passam a possuir grande importância na aceitação do usuário. Diante a esses fatores que possuem relevância na aceitação, o fator hedônico passa a ter uma forte parcela de contribuição, para que o consumidor possa aceitar e utilizar um determinado produto. Okada (2005) e Katz e Sugiyama (2006) destacam que produtos tecnológicos passam a ter sua expansão no mercado baseado na premissa que seu uso deve ser focado na diversão e na presença social. Na percepção de Arruda Filho, Cabusas e Dholakia (2008, 2010) os consumidores de produtos integrados passam a utilizar estes para seu divertimento ou para serem diferenciado (imagem social), buscando no dispositivo uma forma de status social, passando a ter uma identidade diferente como usuário e dono do produto. Okada (2005) define que diante a escolha de um produto, o consumidor determina sua escolha pela característica utilitária como sendo um fator de justificação do uso e aquisição do produto, porém podem escolher o produto hedônico, caso o mesmo possua alguma forma de justificação do ponto de vista utilitário. Sendo assim à medida que as novas tecnologias vão sendo inseridas no setor educacional, faz-se necessário estudar o comportamento dos usuários perante a adoção desses artefatos tecnológicos, levando-se a analisar quais os fatores que mais chegam a influenciar no processo de aceitação. Para tanto, é necessário uma observação mais profunda, pois, acredita-se que a situação não decorra simplesmente de um único fator, logo, busca-se

13 analisar, passo a passo todo o processo de difusão para conhecer que variáveis estão interrelacionadas com a preferência e decisão de uso. Diante de tais esclarecimentos dos problemas apresentados, motiva-se a busca de respostas para os seguintes questionamentos: Usuários de novas tecnologias buscam somente informações sobre a utilidade percebida e a facilidade de uso percebida do produto, para gerar sua intenção e aceitação de uso? Os usuários também possuem fatores extrínsecos ligados ao status de uso desta inovação e diferenciação? Logo, com isto, esta diferenciação estaria ligada entre os demais consumidores, como um posicionamento para usuários de alta tecnologia, mas providos de prazer (hedonismo) e valor social para a aceitação de uso do produto? Baseado em todos estes questionamentos, busca-se compreender melhor este comportamento relacionado entre a inovação e a aceitação / adoção de uso, quando imposto por uma empresa aos seus profissionais, dado como objeto desta pesquisa o setor educacional diante a inserção de novos instrumentos, que ajudem no processo ensino/aprendizagem. O ensino e aprendizagem atravessam grandes mudanças tecnológicas. Passaram de métodos mais tradicionais de ensino a métodos mais avançados com o uso de novas tecnologias. No método tradicional o aluno era tratado como um simples receptor de conteúdos sem poder questionar. Após a inserção de novas tecnologias no processo de ensino/aprendizagem, esse aluno começa a ser instigado a questionar. Com isso passou-se a utilizar de outras tecnologias para se desenvolver a melhor forma de construção para as atividades educacionais, tendo como primeiros passos o desenvolvimento de tecnologias educacionais audiovisuais, no qual se buscou auxílio de aparelhos de reprodução de imagem como retroprojetor entre outros e dispositivos de reprodução de sons como aparelhos de som, sendo em seguida atualizado pela televisão educativa como forma de melhorar o ensino/aprendizagem. Com a difusão da tecnologia dos computadores, o setor educacional passou a adotar uma nova forma para desenvolver o aprendizado nas escolas, o qual impulsionou um grande desenvolvimento de equipamentos e programas (hardware e software) voltados à educação. Esta transformação levou o setor educacional a ter que trabalhar com tecnologias de multimídias impulsionados com o uso da internet que veio dinamizar o ensino/aprendizagem. Diante as transformações tecnológicas que vêm ocorrendo no setor educacional, podese assim observar a preferência por produtos tecnológicos integrados, onde o objetivo estratégico da convergência tecnológica é a de incorporar diversos serviços em um único dispositivo, buscando assimilar a experiência anterior do consumidor mediante ao sentimento de uso (KIM; LEE; KOH, 2005).

14 Como nos dias de hoje evidencia-se que na construção de preferências por produtos tecnológicos, os consumidores vêm incorporando novas tecnologias em suas vidas, pois se considera que as tarefas sejam melhor realizadas e os seus objetivos sejam alcançados com mais facilidade, então os consumidores passam a se sentirem mais satisfeitos e tendem a aceitar e usar mais frequentemente essas novas tecnologias. Este trabalho tem como objetivo analisar o comportamento de uso dadas as teorias de aceitação e a adoção dessas novas tecnologias no setor educacional. Logo, os objetivos específicos para melhor compreender o objetivo geral deste trabalho consistem em identificar a influência dos fatores hedônicos e utilitários na adoção e aceitação de novas tecnologias no setor educacional; identificar quais valores sociais são demonstrados na justificação hedônica, diante o uso utilitário do equipamento e verificar a relação da experiência anterior com produtos tecnológicos e a preferência do consumidor desses produtos no mercado educacional. Com este contexto, o objeto de estudo definido foi um produto altamente tecnológico para o uso dos professores em sala de aula, recentemente adotado pelas escolas públicas da rede tecnológica do Estado do Pará, Smart Board para poder avaliar os fatores de integração tecnológica envolvidos no processo, dado sua atualização mercadológica e usabilidade pouco difundida localmente. Harris e Blair (2006) destacam que consumidores tendem associar à compra de bundle e produtos separados. Já Wilson, Allen e George (1990) e Lawless (1991) explicam que os compradores geralmente system integration s do que sistemas não integrados, subsidiando o comportamento do consumidor (ex. Focado na usabilidade), o qual apresenta valores hedônicos e utilitários ao mesmo tempo neste processo da percepção dos benefícios do produto. O sentimento de culpa em comprar um produto caro é mais facilmente justificado quando este tem características utilitárias, tornando-se a forma mais relevante de amenizar essa responsabilidade dos consumidores de alta tecnologia, sendo assim, mais fácil justificar a compra através das funções e possibilidades de utilidade do dispositivo, ao invés de um fator de satisfação pessoal (GILL, 2008). A tecnologia do quadro interativo tem como características o fato do produto ser um dispositivo integrado do tipo touchscreen, com projetor e comunicação através de software, levando assim a perceber-se na literatura que o melhor modelo para compreensão deste segmento, é o modelo de aceitação da tecnologia que desde 1986 (TAM) foi proposto por Davis, desencadeando um grande quadro de estudos sobre o assunto do ponto de vista da

15 imposição da empresa sobre o uso ou mudança de certa tecnologia. Pode-se ainda incorporar a este estudo a inclusão do fator social para aceitação, levando-se em consideração a substituição dos valores, mais sua inclusão pelos serviços adicionais empregados, que levem ao prazer, satisfação e valor social, (status, diferenciação, modismo) dos professores em usar o dispositivo. Sendo assim, para o corrente estudo se considera a inclusão do comportamento hedônico e/ou social, na decisão de aceitação e adoção para os consumidores do segmento educacional, levando-se em consideração que este é um produto atualizado, tendo como justificativa seu uso como utilitário, dado o sentimento de culpa envolvido com uso ou compra de produtos hedônicos e/ou caros (dispendiosos), pelos professores. Diante a este ambiente tecnológico apresentado, esta dissertação relata uma pesquisa dividida em duas etapas, sendo a primeira etapa um estudo exploratório, utilizado o método netnográfico, o qual teve como objetivo coletar dados em fóruns/blogs sobre argumento, onde estes conteúdos foram codificados, categorizados e interpretados com comparações pela literatura para analisar a percepção dos consumidores do Quadro Interativo. As categorias obtidas através do método netnográfico proporcionaram o desenvolvimento da segunda etapa da pesquisa, a qual foi efetuada através do método quantitativo com a realização de dois questionários de pesquisa, os quais foram constituídos de forma estruturada com perguntas fechadas, para verificar o comportamento de aceitação/uso do Quadro Interativo por parte dos professores, sendo o primeiro questionário voltado a analisar a predição de uso (não usuários do produto), e o segundo questionário voltado a analisar a experiência de uso (usuários recentes do dispositivo). As pesquisas realizadas através dos questionários foram aplicadas aos professores da Rede de Escolas Tecnológicas no Estado do Pará, pois o fator que justifica a seleção das Escolas Tecnológicas do Estado do Pará para a realização da pesquisa, é o fato destas serem Smart Board nas suas salas de aula, além do fato de serem escolas tecnológicas. Estes questionários foram desenvolvidos em formato HTML e hospedados no site www.z site especializado em survey, na qual foram enviados por internet aos professores. Os questionários foram construídos com perguntas fechadas, utilizando o Modelo de Aceitação Tecnológica (TAM). As questões de escala possuíam níveis de 1 a 7, para medir o grau de cada resposta, sendo que para cada fator a ser avaliado nas pesquisas, utilizou-se de duas a quatro questões para validação dos mesmos.

16 Neste sentido, esta dissertação está estruturada em cinco capítulos após esta introdução, seguindo a ordem de uma análise da inovação tecnológica aplicada ao usuário deste dispositivo, no qual são avaliados os conceitos e abordagens do comportamento do consumidor, contendo o início do estudo, a evolução, conceitos e fatores de aceitação e adoção de novas tecnologias. Em seguida o terceiro capítulo aborda os conceitos de tecnologia e inovação, além de traçar o processo em que esta tecnologia se encontra na empresa, na educação e o processo de difusão e inovação dessas no mercado em geral. O quarto capítulo trata da apresentação metodológica abordada para a pesquisa, o qual inicia-se com o método netnográfico. Posteriormente, os fatores categorizados da netnografia geraram uma proposta de um estudo com hipóteses, sendo testadas pela análise do comportamento, coletados dos questionários fechados, sendo o primeiro questionário apresentado para a predição do uso do produto e o segundo para a experiência de uso deste. O quinto capítulo trata da análise dos resultados obtidos pela netnografia e os resultados obtidos pelos questionários de predição e experiência do uso, além de uma análise completa, composta dos dados de ambas as pesquisas apresentadas previamente. Conclui-se essa dissertação com uma análise do estudo proposto, sendo apresentado no item final de discussão e conclusão do trabalho, o qual descreve o suporte do projeto proposto, juntamente com as sugestões para próximas pesquisas, e as limitações desta.

17 2. REFERENCIAL TEÓRICO Devido a crescente evolução tecnológica que veem acontecendo no mercado, passouse a ter uma grande importância em se estudar o comportamento do consumidor diante a aceitação do uso de novas tecnologias. Para tanto, estes esforços em pesquisas que examinem diferentes aspectos da aceitação tecnológica, passaram a utilizar uma variedade de perspectivas teóricas, buscando explicar diferentes cenários para a aceitação tecnológica, na qual vem incluindo a teoria da ação racional (TRA) (FISHBEIN; AJZEN, 1975; AJZEN; FISHBEIN, 1980), complementada mais tarde com a teoria do comportamento planejado (TPB) (AJZEN, 1985, 1991) e a aplicação do modelo de aceitação tecnológica (TAM) (DAVIS, 1986). Sendo assim, apesar do TRA e TPB serem teorias advindas da psicologia social, as mesmas passam a subsidiar as pesquisas de mercado, na tentativa de explicar e prever o comportamento dos consumidores em uma ampla variedade de domínios, além de auxiliar no que tem sido proposto pelo modelo TAM, baseado em uma adaptação do TRA em busca de explicar a aceitação do usuário, na área específica da tecnologia da informação (DAVIS, 1986). 2.1. TEORIA DE ACEITAÇÃO Diante a proposta da pesquisa em analisar o comportamento do consumidor mediante sua aceitação de novas tecnologias, é possível explicar estas preferências e desejos através de diversas teorias, onde neste estudo adotou-se como literatura principal para aprofundamento, Technology Acceptance Model Davis (1986). Este foi o modelo que melhor se enquadrou ao problema da pesquisa desta dissertação, pois o mesmo passa a ter como base no modelo descrito por Davis (1989) alguns anos após sua tese, focou em identificar porque os usuários aceitam ou rejeitam essas novas tecnologias. Seu modelo foi baseado na Theory of Reasoned Action (TRA) (Teoria da Ação Racional) e na Theory of Planned Behavior (TPB) (Teoria do Comportamento Planejado). Estas foram as duas teorias que mais se destacaram como teorias de aceitação para a tecnologia. 2.1.1. THEORY OF REASONED ACTION (TRA) A origem da Teoria da Ação Racional (Theory of Reasoned Action - TRA) foi na psicologia social, a qual trata de identificar os fatores que influenciam no comportamento

18 conscientemente intencional do ser humano (FISHBEIN; AJZEN, 1979). Para Quintella e Pellicione (2006) as relações entre o comportamento (Behavior) de uso ou rejeição de uma tecnologia, passa a ser impulsionado por uma intenção (Intention) em realizar este comportamento. A intenção passa a ter suporte quando está conjuntamente ligada às atitudes (Attitudes) do indivíduo, tendo como base as crenças (Beliefs) e as normas subjetivas (Subjective Norms) que o indivíduo considera, a qual cria relação ao comportamento esperado, conforme representado na figura 1. Figura 1. Teoria da Ação Racional Atitudes Crenças Intenção Comportamento Normas Subjetivas Fonte: Fishbein e Ajzen (1979). Segundo Fishbein e Ajzen (1979) as crenças são formadas através das atitudes, na qual se refere a informações que o indivíduo possui diante a um determinado artefato e as normas subjetivas, no que se trata da percepção de uma avaliação ao realizar um determinado comportamento de adotar ou não novas tecnologias. Diante a tais fatos apresentados pelo o autor, pode-se assim considerar que o TRA tem como objetivo explicar comportamentos voluntários, onde a intenção decide a conduta efetiva do indivíduo, na qual trata de se referir as ações observáveis. O lance explicativo do TRA exclui uma grande variedade de comportamentos como os que são espontâneos, impulsivos, habitual, o resultado de desejos, ou simplesmente roteirizado ou negligenciado (BENTLER; SPECKART, 1979; LANGER, 1989). Segundo Liska (1984) o TRA exclui do seu âmbito, os comportamentos que podem exigir habilidades especiais, oportunidades únicas ou recursos, ou mesmo a cooperação dos outros para ser executada. A Teoria de Ação Racional trata de levar em consideração, a intenção consciente do usuário em utilizar determinada tecnologia, derivando da atitude de uso, sendo possível ser positiva ou negativa seguida de normas subjetivas, onde o usuário tem como referência a percepção diante da opinião de outras pessoas. Para tanto o modelo foi usado para escolhas precisas, como uma simples escolha humana em situações tão diversas, como consumir bebidas alcoólicas ou votar nas eleições,

19 na qual se constatou que a teoria se enquadrou em prever o comportamento do indivíduo na hora de decidir (DILLON; MORRIS, 1996). Através dos conceitos abordados pela TRA, pode-se observar a sua preocupação em considerar que as pessoas tendem a comportar-se de forma racional, diante uma avaliação sobre o que têm a perder e a ganhar com a manifestação de suas atitudes. O comportamento humano foi extensamente pesquisado através da teoria da ação racional, onde mostrou sucesso na previsão e explicação do comportamento em diversas áreas (DAVIS; BAGOZZI; WARSHAW, 1989). No estudo de aceitação baseado no uso de computadores, Davis (1986) analisou o comportamento de aceitação dos indivíduos, perante a adoção e o uso de um sistema de informação, na qual se levou em consideração as perspectivas teóricas da psicologia tratada no TRA. 2.1.2. THEORY OF PLANNED BEHAVIOR (TPB) A utilização do TRA em examinar a aceitação do usuário a novas tecnologias, necessitava de uma melhor forma de compreender o comportamento das pessoas, onde passou ser necessário levar em consideração outras perspectivas teóricas para estudar o comportamento do usuário diante ao uso da tecnologia (DILLON; MORRIS, 1996). Depois de anos da aplicação da Teoria da Ação Racional (TRA), Ajzen (1991) recomenda a Teoria do Comportamento Planejado (TPB), na qual passa a complementar a TRA, agregando mais um construto diante a intenção de uso, o (Perceived Behavioral Control) (DILLON; MORRIS, 1996). A teoria do comportamento planejado estuda três formas pela qual pode influenciar na intenção de uso do indivíduo de um determinado dispositivo, sendo elas: a atitude, a norma subjetiva e o controle comportamental percebido. A atitude refere-se à forma favorável ou desfavorável que o indivíduo aceitará em usar um determinado dispositivo. Já a norma subjetiva trata de descrever a pressão percebida sobre os outros para exercer um comportamento. E o controle comportamental percebido refere-se à percepção de ser fácil ou difícil em se realizar um ato (FORWARD, 2009). Para Ajzen (1991) a intenção reflete-se no comportamento que a pessoa pode ter em decidir por vontade própria de adotar ou não, em usar um determinado dispositivo, ou seja, diante ao controle percebido que a pessoa tem sobre o que deseja realizar. Sendo assim, podese destacar que o comportamento trata de um produto com uma série de eventos cognitivos e afetivos, sucedidos muitas das vezes pela intenção consciente de agir.

20 A teoria do comportamento planejado trata-se de uma extensão da teoria da ação racional (AJZEN; FISHBEIN, 1980; FISHBEIN; AJZEN, 1975), onde se fez necessário, devido às limitações do modelo original em lidar com comportamentos sobre os quais as pessoas têm. Seguindo a mesma linha do TRA a intenção do individuo passa a ser um dos fatores centrais na teoria do comportamento planejado, para que o indivíduo possa executar um determinado comportamento de aceitar ou não o uso de um dispositivo. Para se conseguir uma melhor visualização e compreensão diante a teoria do comportamento planejado (TPB), pode-se observar a partir da figura 2 a semelhança com a teoria da ação racional (TRA), onde a intenção de uso está pautada apenas na atitude e na norma subjetiva a qual são influenciadas pelas crenças, já no modelo apresentado pelo TPB, este passa a incluir o controle comportamental percebido, que pode influenciar na intenção ou gerar diretamente um comportamento no indivíduo. Figura 2. Teoria do Comportamento Planejado Atitudes Normas Subjetivas Intenção Comportamento Controle Comportamental Percebido Fonte: Ajzen (1991, p.181) Sendo assim a importância do controle do comportamento percebido, trata diretamente sobre os fatos evidentes, o qual os recursos e oportunidades estejam disponíveis para uma pessoa e devem até certo ponto ditar a possibilidade de realização do comportamento (AJZEN, 1985). O controle comportamental percebido desempenha um papel de suma importância na teoria do comportamento planejado.

21 2.2. TECHNOLOGY ACCEPTANCE MODEL (TAM) Diante ao processo de inovação tecnológica, as empresas buscam se adaptar ao mercado de novas tecnologias em busca de melhores resultados. Para tanto a adoção dessas novas tecnologias passa a ser imposta pela empresa aos seus usuários. Baseado nessa característica de imposição tecnológica pelas empresas aos seus usuários, o modelo de aceitação tecnológica tem como objetivo, estudar e analisar o comportamento desses usuários mediante o período e a velocidade de aceitação em utilizar essas novas tecnologias. Sendo assim, a pesquisa desenvolvida por Davis (1986) teve como objetivo desenvolver e testar o modelo teórico, levando-se em consideração as características de aceitação do usuário em utilizar um determinado sistema de informação. O Modelo de Aceitação Tecnológica (TAM) foi desenvolvido com dois objetivos: ter uma melhor compreensão dos processos de aceitação do usuário e o segundo para fornecer base teórica avaliar a proposta para novos sistemas antes de serem implementados. A aplicação do teste de aceitação com o usuário poderia fornecer informações úteis sobre a probabilidade de sucesso, diante a intensão de aceitar e utilizar novos sistemas de informação (DAVIS, 1986). Para desenvolver suas pesquisas relacionadas à aceitação ou rejeição de novos sistemas de informação, Davis optou por adotar como base o modelo teórico do comportamento humano da psicologia, teorizado com uma relação estreita entre crenças e atitudes (FISHBEIN, 1967; FISHBEIN; AJZEN, 1975). Davis (1989) propôs uma atualização no Modelo de Aceitação de Tecnologia (Technology Acceptance Model - TAM), no qual teve como base uma adaptação do modelo da Teoria da Ação Racional (TRA), conforme descrito. O modelo TAM surgiu diante a necessidade de se estudar o potencial de mercado para novos produtos na década de 1980, onde este estudo foi conduzido para a empresa International Business Machines (IBM) no Canadá com o Massachusetts Institute of Tecnology (MIT). Esse estudo teve como objetivo identificar uma explicação dos determinantes para utilização de computadores da marca IBM (DAVIS; BAGOZZI; WARSHAW, 1989). O modelo apresentado por Davis (1989) teve o propósito de focar no questionamento sobre a explicação da aceitação dos usuários sobre a tecnologia da informação, tendo como foco a busca de identificar as melhores medidas para predizer e explicar o uso de novas

22 tecnologias. Com isto, o autor aponta duas principais características de aceitação para o uso de novas tecnologias, sendo definidas pela facilidade de uso percebida e a utilidade percebida. Davis (1989) conduziu um estudo de campo, no qual foi realizado para avaliar a confiabilidade, a validade convergente, a validade discriminante e a validade fatorial das escalas de 10 itens. Para sua pesquisa foi selecionado uma amostra de 120 usuários na IBM dentro de Toronto do Canadá no Laboratório de Desenvolvimento, onde os usuários receberam um questionário solicitando que fosse determinado a taxa da utilidade e facilidade de uso de dois sistemas, um PRQFS correio eletrônico e um XEDIT editor de arquivos que estavam disponíveis na empresa. O resultado obtido na pesquisa de Davis (1989) demostrou que a utilidade percebida teve maior impacto no comportamento que a facilidade de uso percebida. Visando compreender a relação das variáveis de aceitação dos usuários e o uso real do computador, o modelo TAM busca compreender o comportamento destes usuários baseado nestes dois fatores descritos. Sendo assim Davis (1989) definiu a facilidade de uso como sendo o grau em que um usuário percebe a facilidade em manusear e utilizar um determinado produto, sendo este ligado a sua atividade de trabalho. Já a utilidade percebida segundo o autor trata-se de como a pessoa acredita, que ao se utilizar um determinado produto ou aplicativo, este trará melhores resultados diante as suas atividades desenvolvidas no seu trabalho. O modelo TAM está basicamente representado por dois construtos que influenciam na a intenção de uso, pois estes podem ser influenciados por variáveis externas que podem afetar diretamente (DAVIS, 1989). Taylor e Todd (1995) destacam a utilidade percebida como sendo o fator com maior relevância para que o usuário aceite de forma mais rápida utilizar um produto tecnológico, diante a percepção da facilidade de uso e prazer proporcionado pelo produto. Com isto, para melhor compreender o modelo proposto por Davis (1989), a figura 3 retrata os construtos que influenciam na velocidade de aceitação em que o indivíduo terá em utilizar uma determinada tecnologia imposta a ele, tendo como base a Facilidade de Uso Percebida (Perceived Ease of Use) e a Utilidade Percebida (Perceived Usefulness). Diante aos pontos levantados pelo seu estudo anterior, Davis e Venkatesh (1996) destaca um terceiro ponto como sendo a satisfação ou prazer, onde estes fatores são considerados como aceitação de uso de novas tecnologias, o qual o autor conceitua como sendo à medida que o usuário percebe o uso do equipamento tecnológico como agradável, o qual tende a aceitar mais facilmente o uso do mesmo independente do seu desempenho.

23 Figura 3. Modelo de Aceitação Tecnológica TAM Utilidade Percebida Intenção Comportamento Facilidade de uso Percebida Fonte: Davis (1986, p.24). Bandura (1982) sustenta a importância da facilidade de uso percebida, através de uma extensa pesquisa em eficácia própria, estando ligada a busca de resultados. Sendo assim a eficácia própria destacada pelo autor reforça o valor das características das duas teorias apresentadas por Davis, à facilidade de uso e a utilidade percebida como sendo determinantes no comportamento do consumidor. Para Wood (2002), existem dois fatores que são fundamentais para motivar a aceitação e o uso de produtos tecnológicos pelos usuários, sendo eles: o fator intrínseco e o fator extrínseco. O fator intrínseco motiva os usuários através de seus benefícios gerados pela interação com o produto tecnológico, estando presente em produtos com características hedônicas (produtos que proporcionem diversão). Já o fator extrínseco motiva o usuário através de uma expectativa de se alcançar algum benefício externo, característico de produtos utilitários (produtos que possuam finalidade para as atividades desenvolvidas). Segundo Venkatesh (2000), houve vários modelos teóricos utilizados para se estudar a aceitação do usuário e do comportamento de uso de novas tecnologias, embora muitos modelos tenham incorporado a facilidade de uso percebida como fator determinante na aceitação, o Modelo de Aceitação Tecnológica (TAM) (DAVIS, 1989; DAVIS; BAGOZZI; WARSHAW, 1989) trata-se de ser o modelo mais amplamente aplicado diante a aceitação do usuário e a sua usabilidade. Diante de tais fatos o Modelo de Aceitação Tecnológica de Davis, tem recebido grande suporte teórico e empírico, pois as diversas validações, aplicações e replicações realizadas por pesquisadores e profissionais de diversas áreas que estudam o comportamento humano. Os artigos referentes ao Modelo de Aceitação Tecnológica vêm sendo publicado em periódicos de renome como, MIS Quarterly; Decision Sciences, entre outros. Sendo que houve uma popularidade na literatura de 1989, obtendo na sua época de validação entorno de

24 424 citações (LEE; KOZAR; LARSEN, 2003). Os este números foram baseados no Social Science Citation Index (SSCI), no qual trata-se de um índice de citações, trabalhado desde do ano de 1972, representando assim o número de vezes que um artigo foi citado em periódicos que são cobertos pelo índice. As pesquisas voltadas ao processo de aceitação de novas tecnologias passam a ser de suma importância em determinar os impactos que são causados, nas atividades do contexto organizacional. Assim sendo, deve-se melhor compreender e desenvolver características culturais específicas que possam maximizar o uso de novas tecnologias ao desempenho de seus usuários e no seu dia-a-dia (MCCOY; GALLETA, 2007; RAITOHARJU, 2007). Assim sendo, o objetivo de prever e explicar a aceitação de novas tecnologias pelos usuários quando imposta, o modelo TAM busca analisar e explicar a relação de aceitação através de dois construtos, utilidade percebida e facilidade de uso percebida. 2.2.1. UTILIDADE PERCEBIDA (PERCEIVED USEFULNESS - PU) A relação da atitude diante ao uso, pode ser definida diante a duas crenças a quais foram destacadas por Davis (1986) como: utilidade percebida e facilidade de uso percebida, na qual o autor destaca que a facilidade percebida de uso pode influenciar na utilidade percebida. Já Venkatesh (2000) coloca que a medição parcial do impacto das crenças (variáveis externas) sobre a atitude, trata-se de um elo fraco diretamente entre a utilidade percebida e a atitude, tendo uma forte ligação direta entre a utilidade percebida e a intenção. Porém Davis (1986) coloca que a utilidade percebida e a facilidade de uso percebida, podem ser influenciadas pelas características do projeto, pois estas características estão ligadas as variáveis externas. A utilidade percebida (Perceived Usefulness - PU) trata de como as pessoas tendem a utilizar uma determinada tecnologia, quando os usuários acreditem que o uso da mesma possa melhorar seu desempenho em suas atividades de trabalho. Essa atitude em perceber a utilidade da tecnologia em suas tarefas passa a ser explicado pelo melhor desempenho e pelo recebimento de recompensas que o usuário irá se beneficiar ao usá-las. (DAVIS; BAGOZZI; WARSHAW, 1989). Sendo assim Davis (1989) considera que um sistema com a sua utilidade percebida pelo usuário, tende a possuir maior credibilidade, tratando de influenciar no uso do mesmo. Contudo o autor considera que o construto utilidade percebida (PU) tem a maior participação diante a intenção das pessoas em utilizar uma determinada tecnologia.

25 2.2.2. FACILIDADE DE USO PERCEBIDA (PERCEIVED EASE OF USE PEOU) Para Davis (1986, 1989) o construto facilidade de uso percebida (Perceived Ease of Use - PEOU) é definido como sendo o grau em que uma pessoa acredita que o uso de um determinado sistema estaria livre de qualquer esforço físico e mental. Tendo como hipótese de ter um efeito direto e significante da utilidade percebida, pois um sistema fácil de usar irá resultar no desempenho de trabalho maior, ou seja, maior utilidade para o usuário (DAVIS, 1986). Assim as características podem influenciar diretamente na utilidade, tendo como afetar a facilidade de uso. Davis (1989) destaca que quando uma aplicação é percebida como mais fácil de usar em relação à outra, é mais provável que o usuário posse a aceitá-la e utilizá-la. A facilidade em utilizar ou de não necessitar de tanto esforço é um recurso que uma pessoa pode colocar a diferentes atividades para qual ele ou ela é responsável (RADNER; ROTHSCHILD, 1975). Na falta de conhecimento sobre determinada tecnologia, as pessoas tendem a tomar suas escolhas nas informações gerais, que venham a dar apoio na hora de se utilizar ou não a tecnologia (VENKATESH et al., 2003). Diante tais colocações, o treinamento pode melhorar a capacidade das pessoas, de modo que possa otimizar esforços para uma melhor compreensão e utilização da tecnologia. Para Davis (1989), treinamentos podem gerar habilidades, na qual podem causar grandes influências para as pessoas usarem determinados instrumentos.

26 3. TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E INOVAÇÃO Mediante as grandes transformações que vem ocorrendo no mercado, o processo de inovação, seja tecnológica ou não, é tido como a principal forma de gerar vantagem competitiva, se diferenciar e aumentar o valor percebido pelo cliente. Com isto, a tecnologia insumos em bens e serviços de forma a alcançar os obje COULTER, 1998). Contudo as novas tecnologias tendem a corroer, equalizar ou propulsionar vantagem competitiva, garantido assim a sobrevivência, e ainda condenando o desaparecimento da empresa (MARCOVITCH, 1990). A tecnologia da Informação é fundamental para os modelos comerciais na era da Internet, porque se tornou o meio predominante pela qual as mudanças nos modelos comerciais são realizadas. Os modelos comerciais, indo mais adiante, se tornarão cada vez mais operacionais por meio da tecnologia da informação, que junto a esse aumento tecnológico, passou a se aplicar para todos os segmentos de organizações. Com isto, Boar (2002) apresenta que a era da informação e o paradoxo estratégico, consiste em mudanças drásticas na tecnologia da informação durante a última década, tendo sido alguns dos principais impulsionadores da hiper-competição (mudança de tecnologia), Conforme se pode observar a era da informação está criando grandes mudanças no mercado gerando competições intensas e extraordinárias. Soares (1994) aponta que a inovação tecnológica e seus agentes passam a ser importantes instrumentos diante ao crescimento econômico. O contexto atual caracteriza-se pelas mudanças velozes nos mercados, nas tecnologias e nas formas organizacionais e diante a grande capacidade de gerar e difundir as inovações torna-se mais do que nunca, crucial para um ambiente competitivo. Rogers (1962) explica que a difusão é o processo pelo qual uma inovação é comunicada através de certos canais ao longo de um caminho entre os membros de um sistema social. Muito vem se discutindo sobre a inovação, sua natureza, suas características e fontes, com o objetivo de buscar uma maior compreensão de seu papel frente ao desenvolvimento da adoção dessas novas tecnologias. O modelo do processo de difusão citado por Hannerman et al. (1969) reproduz com precisão o processo em um sistema específico de uma inovação específica, podendo ser aplicado a sistemas semelhantes de realidade social, no qual os dados ainda não estão

27 disponíveis, de modo a prever a comunicação e a alteração desses sistemas. Sendo assim, o processo de difusão de inovações tecnológicas nas empresas, ocorre de forma assimétrica entre os países, porém tratando-se de consumo de novas tecnologias, a difusão passa a ser enquanto os outros países seguem a uma distância considerável tendo como exceção relevante (CASTALDI et al., 2005). Diante ao fato da difusão de inovações tecnológicas no processo de ensino/aprendizagem, Monteiro e Rezende (1993) destacam que é inevitável a invasão de novas tecnologias na educação e na escola, tendo em vista que a mesma já atingiu toda a sociedade. 3.1. NA EMPRESA O processo de difusão de novas tecnologias nas empresas trata-se de um fenômeno que vem ocorrendo. Sendo necessário que as empresas incorporem aos seus processos o uso de novas tecnologias, visando à modernização da mesma em busca de alcançar melhores resultados (GONÇALVES, 1994). Já Carvalho (2011) destaca que para as empresas se manterem competitivas no mercado é de suma importância, que haja uma cooperação e mobilização simultânea e concentrada das instâncias governamentais, que lidam diretamente com ciência, tecnologia, inovação, produção e comercialização. O uso de novas tecnologias nas empresas passa a ser um fator de diferenciação, buscando manter as mesmas competitivas no mercado que estão inseridas. Além de estar presente nas atividades das organizações, o uso de inovação tecnológica é também uma potente força nas atividades a qual passam a incrementar o seu desenvolvimento, lhe gerando maiores estímulos nas suas atividades (GOODMAN; SPROULL, 1990; CORSINO, 2008). Para Dosi, Orsenigo e Labini (2002) os processos de seleção de novas tecnologias estão interagindo diretamente com suas mudanças econômicas, onde passam a refletir no seu desenvolvimento e na substituição de tecnologias obsoletas. Para tanto a inovação tecnológica e seus agentes são considerados por Soares (1994) como fatores de grandes influências para o desenvolvimento econômico do país, gerando melhores formas de competitividade entre as empresas. Estas inovações tecnológicas passam a ser uma evolução nas quais as instituições que acompanham esse crescimento tecnológico, acabam criando novas formas de arranjos para o comércio e para a contratação, tais como: e-

28 commerce, e-mercados e todo o conjunto de novas disposições, que são classificadas como Nova Economia (CASTALDI et al., 2005). A nova forma econômica a qual passa ser considerada pelas inovações, tem como característica a importância que a empresa leva sobre seu retorno produtivo, que gere assim melhor desempenho econômico. Dosi (2006) destaca a existência de uma forte relação dos fatores econômicos diante aos processos de inovação. Porém Freeman e Soete (2008) destacam o processo de inovação, não apenas para quem deseja aumentar sua taxa de crescimento econômico, mas para quem está em busca de melhorar a qualidade de vida. Sendo assim, a educação tecnológica passa a ser entendida, como aquela que prepara o indivíduo, para a utilização e a adaptação do uso de novas tecnologias, passando a assumir um papel de suma importância em acordo com as possibilidades da instituição de ensino, tendo função importante no aprendizado do trabalho cooperativo e para o desenvolvimento cientifico e tecnológico, aperfeiçoando cada vez mais a competitividade das empresas no país (CARVALHO, 2011). Com tudo, a utilização dessas inovações tecnológicas acaba ganhando grande importância para as organizações, sendo que o setor público observou a necessidade de apoiar pesquisas básicas inclusive em países menos desenvolvidos, tendo como principal preocupação a importação, a imitação, a assimilação e o aprimoramento das tecnologias existentes (FREEMAN, SOETE, 2008). O autor ainda destaca que diante a um argumento utilitário, a aceitação à pesquisa cientifica depende de se ter um apoio público, a qual antecede até mesmo a própria revolução industrial. Diante a tais argumentos vale ressaltar que o avanço tecnológico passa a gerar maiores oportunidades de crescimento para as organizações, tendo como grande relevância o objeto de estudo dessa pes Smart Board inovação no setor educacional. O uso dessas inovações tecnológicas de forma mais eficaz no sistema educacional, tende a inserir o estudante nesse novo mercado de trabalho da sociedade pós-moderna, na qual necessita de mudanças estruturais (DRUCKER, 1993). Para a escola, a integração das novas tecnologias faz parte de seu processo evolutivo, passando a buscar melhoras na forma de desenvolver o ensino/aprendizagem, através da utilização dessas novas ferramentas. Sendo assim Freeman e Soete (2008), argumentam que a curiosidade e o desejo fazem parte frequente da motivação de indivíduos isolados e da sociedade, na qual são mais fáceis de avançar quando estão relacionados sempre por uma visão utilitarista, as quais predominam na motivação para o uso de um equipamento. Sendo assim, muitos educadores passam a congregar a forma que a ciência deve estar integrada as

29 atividades escolares e universitárias, tornando-se parte essencial de uma herança para a sociedade (FREEMAN; SOLETE, 2008). Para que essas mudanças tecnológicas possam ocorrer de forma positiva, as instituições de ensinos precisam: entender, absorver e difundir o processo de inovação, visando estimular seu uso, pelos docentes e discentes (FREIRE, 1993). Carvalho (2011) destaca que a capacidade inovativa de uma pessoa, considerada hoje como capital, pode vir a decorrer de vários fatores, tendo como fundamental fator o conhecimento, passando a possuir uma grande importância na comercialização do ensino/aprendizagem. 3.2. NA EDUCAÇÃO O setor educacional passa de métodos mais tradicionais de ensino, a métodos mais inovativos com uso de tecnologia, que veem se proliferando como equipamentos e dispositivos de MP3, MP4, palmtops, netbooks, notebooks, celulares, ipad, Datashows entre outros mais, que vem fazendo parte no processo de ensino e aprendizagem atualmente das escolas, Korelo, Prado e Silva (2010) informam que estas novas tecnologias, passaram a ganhar mais força diante a junção das indústrias eletrônicas de informática, de entretenimento e comunicação. Isto gera a possibilidade de criar produtos tecnológicos que possam ter características utilitárias para o uso educacional, mais que passam a carregar valores de diversão e satisfação, deixando assim o uso do mesmo de forma mais agradável para ser aplicado na escola. Sendo assim, o processo de inovação tecnológica na educação, tendo a aplicação de novas tecnologias no setor, tem sido cada vez mais corrente, pois a adoção de novas tecnologias pode gerar melhores formas de ensino e geração de conhecimento. Segundo Mercado (2002), com as novas Tecnologias da Informação, abrem-se novas possibilidades à educação, exigindo uma nova postura do educador. Como a educação no Brasil vem passando por inúmeras mudanças, sendo provocadas principalmente por inovações tecnológicas da informática e da telemática, isto atinge diretamente os pilares do processo educacional e da sociedade (MASSETO, 2004). Essas novas possibilidades de ensino/aprendizagem com o apoio de novas tecnologias, trarão uma nova forma de se lidar na educação, onde será necessária uma reorganização nos conceitos teóricos e nos processos metodológicos, pois a aprendizagem não se trata apenas de experiência, mas de combinação de atividades intelectuais e de criatividade. Drucker (1993)