GAEP (GRUPO DE ACOLHIMENTO AO ESTUDANTE DE PSICOLOGIA) GAEP (GROUP TO HOST PSYCHOLOGY STUDENT)



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GAEP (GRUPO DE ACOLHIMENTO AO ESTUDANTE DE PSICOLOGIA) GAEP (GROUP TO HOST PSYCHOLOGY STUDENT) Gisele Figueiredo Santos Graduanda em Psicologia gisele1417@hotmail.com Raphael Gomes Aruth Graduanda em Psicologia rapharuth@hotmail.com Profa. Ma. Liara Rodrigues de Oliveira Mestre em Psicologia da Educação PUC-SP - liara_ro@hotmail.com RESUMO O objetivo deste projeto foi trabalhar com diferentes demandas da orientação profissional, demonstrando assim que a orientação pode ser realizada com qualquer tipo de pessoa e não apenas com estudantes do ensino médio, como é tradicionalmente mais realizada. O trabalho em questão se efetivou a partir de uma necessidade em relação ao acolhimento dos universitários do primeiro ano do curso de psicologia do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium de Lins-SP, e como forma de compreender os motivos que possam justificar os casos de evasões ocorridas na graduação. Tal projeto buscou, dentro dos parâmetros da orientação profissional, propiciar um ambiente de acolhimento e suporte, visando esclarecer, sanar dúvidas e promover a estes estudantes um espaço de reflexão quanto à profissão por eles escolhida, auxiliando desta maneira na desconstrução de possíveis fantasias e estereótipos criados quanto à atuação da psicologia. Palavras-chave: Orientação profissional. Universitários. Acolhimento. Reflexão. ABSTRACT The objective of this project was to work with different demands of vocational guidance, which demonstrate that the guidance can be performed with any type of person and not just with high school students, as is traditionally held. The work in question was effective from a need in relation to the reception of university in the first year of the Catholic Salesian University Center Auxilium Lins-SP psychology, and in order to understand the reasons that may justify the cases of evasion occurred graduation. This project sought, within the parameters of guidance, provide a welcoming and supportive environment, aiming to clarify, answer questions and promote these students up to reflection about the profession they have chosen, thus aiding in the deconstruction of possible fantasies and stereotypes created as the psychological intervention. Keywords: Vocation guidance, university, reception, reflection.

INTRODUÇÃO A orientação profissional deve ser entendida como uma forma de colaborar para uma reflexão e amadurecimento quanto às escolhas profissionais. Segundo o que consta em Lucchiari (1993) o orientador tem o papel de facilitar a escolha, auxiliando a pensar e coordenar cada uma das dificuldades que possam vir a surgir neste contexto. Pensando a partir destes pressupostos tal projeto buscou trabalhar não com a escolha que será feita, mas sim com a escolha profissional que já foi realizada, neste caso, os estudantes do primeiro ano de psicologia. De acordo com Erikson (apud LUCCHIARI, 1993) a escolha de uma profissão é tarefa típica da adolescência. Segundo ele a principal tarefa evolutiva do ser humano está em estabelecer a construção de uma identidade pessoal ou identidade do ego. Tomando por base o estudo de Calejon (2011), acerca do Serviço de Orientação Psicopedagógica SOPP, trabalho este desenvolvido nas Faculdades São Marcos em 1984. O SOPP foi resultado da demanda dos estudantes de psicologia, que apresentavam dificuldades adaptativas relacionadas aos textos lidos e escritos. O projeto inicial do SOPP, ao estruturar a Orientação Vocacional, apontava a informação precária que o aluno tinha sobre seus recursos pessoais, sobre a profissão que ele pretendia seguir em função do curso escolhido. As ações desenvolvidas nesta área envolviam, em 1984 e 1985, os professores e pretendiam, por meio destes, ampliar a informação do aluno sobre o mercado de trabalho e sobre o cotidiano profissional. (CALEJON, 2011, p. 177). Levando-se em consideração que existe significativo contingente de estudantes que abandonam os estudos no decorrer da graduação considerou-se de grande relevância um trabalho nestes moldes. Sabe-se também que é elevado o número de alunos que desistem, trocam de curso e solicitam transferências internas. Comparando o número de alunos que ingressam anualmente em cursos superiores, observa-se que 40 a 50% não chegam a concluir seus cursos. (LUCCHIARI, 1993, p. 12).

Desta maneira, e compreendendo a possibilidade de realizar-se um trabalho de orientação com este tipo de público, em uma demanda tão pouco explorada, enxergou-se a oportunidade de se realizar um trabalho que avance nas demandas tradicionalmente exploradas onde os orientandos puderam expor suas angústias, frustrações, expectativas, anseios e fantasias com relação ao curso de psicologia (curso frequentado pelos orientandos). OBJETIVOS Geral: Desenvolver um projeto de orientação profissional voltado para os estudantes do primeiro ano do curso de Psicologia do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium de Lins. Específico: Trabalharemos com este público em especial com o intuito de acolhê-los, proporcionando reflexões acerca de sua escolha, a qual já foi realizada, como forma de desmistificar possíveis fantasias criadas em relação ao curso de psicologia e explanar acerca das diversas áreas de atuação deste profissional. Para alcançarmos tal objetivo utilizaremos como nossas principais ferramentas, dinâmica em grupo, questionários, entrevista com psicólogos e debates relacionados ao mercado de trabalho e as áreas de atuação e abordagens teóricas da psicologia. METODOLOGIA Inicialmente realizou-se o convite para estes alunos, que consistiu na explicação da proposta de orientação e aplicação de um questionário com perguntas semiestruturadas, sendo possível levantar informações, conhecer dúvidas e prováveis inseguranças, fantasias e frustrações quanto ao início do curso, que não possui muitos conteúdos específicos da psicologia e que acaba ocasionando certas frustrações. Isso pôde ser atestado através das respostas obtidas nos questionários entregues aos alunos convidados. Em muitos casos as respostas eram contraditórias, ao mesmo tempo em que diziam estarem satisfeitos com o curso,

apontavam diversas críticas quanto à falta de matérias específicas da psicologia. Dentro destes mais de cinquenta alunos que responderam ao questionário, apenas sete demonstraram interesse em participar do grupo de acolhimento, entretanto quando foi dado início aos encontros, somente dois estudantes compareceram, permanecendo até o encerramento. Segundo o que afirma Lucchiari (1993) o papel do orientador é facilitar a escolha, e mesmo que esta escolha já tenha sido feita, como foi o caso do grupo em questão, isso também é de grande importância. Facilitar a escolha significa participar auxiliando a pensar, coordenando o processo para que as dificuldades de cada um possam ser formuladas e trabalhadas. Coordenar o processo porque, como profissionais, estamos habilitados para isso. (LUCCHIARI, p. 12, 1993). Levando-se em consideração a afirmativa anteriormente exposta o Grupo de Apoio ao Estudante de Psicologia (GAEP) propôs trabalhar em seus encontros questões voltadas aos assuntos pertinentes à psicologia, as abordagens existentes, relatos de profissionais atuantes, exploração de sites específicos, a grade curricular do curso de psicologia do Unisalesiano-Lins (curso frequentado pelos orientandos), bem como a estrutura existente do curso, disponível ao aluno, como biblioteca, clínica de psicologia e laboratórios de anatomia e análise experimental. Ao todo foram realizados sete encontros, com duração média de 1 hora e 30 minutos cada um. Tais encontros ocorreram na própria clínica de psicologia do Unisalesiano- Lins, como forma de dar certa materialidade ao trabalho desenvolvido e aproximar os orientandos deste ambiente, deixando-os tornar este espaço familiar e próprio de sua atuação futura no que diz respeito à formação acadêmica. Durante os encontros emergiram diversos conteúdos que puderam pouco a pouco serem trabalhados como forma de diminuir as ansiedades, angústias e fantasias criadas com relação ao curso. Contribuindo assim para o aperfeiçoamento e amadurecimento deles como futuros profissionais da psicologia. Nas sete semanas que se seguiram dos encontros foram realizadas atividades de autoconhecimento, retiradas dos livros: Pensando e Vivendo a Orientação Profissional (LUCCHIARI, 1993) e POPI - Programa de Orientação

Profissional Intensivo (MAHL, et al, 2005), assim como debates acerca de relatos de profissionais que atuam em algumas áreas da psicologia (demonstrando com isso o amplo leque de opções e possibilidades que a psicologia oferece). DESENVOLVIMENTO No primeiro encontro compareceram dois estudantes do segundo semestre do curso de psicologia, sendo estabelecido o contrato verbal com alguns pontos relevantes, como a duração dos encontros, número de faltas permitidas e quanto ao sigilo em relação ao conteúdo compartilho no grupo. Em seguida, foi entregue uma folha de sulfite com a palavra Psicologia ao centro, com a proposta que cada jovem colocasse ao redor da palavra o significado que atribuem à psicologia. Ao término da atividade, ambos disseram o que escreveram e assim iniciou-se um debate sobre as expectativas quanto ao curso. No segundo encontro, inicialmente realizou-se a leitura das autobiografias que os orientandos trouxeram, conforme solicitado no encontro anterior, sendo esta atividade retirada do livro Pensando e vivendo a orientação profissional (LUCCHIARI, 1993, p. 25), com o objetivo de proporcionar aos jovens um momento de reflexão acerca da psicologia, suas expectativas e fantasias. Ambos leram suas autobiografias e o grupo debateu sobre o que se mostrou mais emergente. Ao final do encontro, os orientadores solicitaram que os jovens dissessem áreas ou conteúdos da psicologia que gostariam de ter maiores informações durante os encontros. No terceiro encontro, focalizou-se a questão da subjetividade do ser humano, com o objetivo de mostrar aos orientandos que cada pessoa compreende o mundo de uma forma única. Em seguida, foi realizada a atividade do Fluxograma Profissional (MAHL, 2005), para proporcionar um momento de reflexão aos jovens em relação à psicologia, fazendo-os pensar a respeito de suas preferências e o que não pretendem fazer na profissão futura. Após o término, tal atividade foi relacionada com a questão da subjetividade, tratada anteriormente, como forma de fazê-los compreender que embora estejam cursando o mesmo curso, suas preferências se diferem e poderão mudar ao longo do tempo.

No quarto encontro, somente um orientando compareceu e iniciou-se a apresentação de relatos de profissionais da psicologia, buscando trazer informações acerca das diversas áreas de atuação, conforme solicitado pelos jovens, tomando como referência o livro Pensando e vivendo a orientação profissional (LUCCHIARI, 1993, p. 15) que aponta a importância de apresentar entrevistas com profissionais, como forma de proporcionar aos orientandos um contato com o mundo profissional. Foi entregue ao jovem o relato de um profissional que abordou o trabalho na clínica e a psicanálise, sendo solicitado que o mesmo realizasse a leitura do relato e destacasse os pontos que mais chamaram sua atenção ou alguma dúvida em relação ao conteúdo. Após o término das discussões sobre o relato, os orientadores conduziram o jovem ao laboratório de informática para que o mesmo explorasse livremente o site do CRP (Conselho Regional de Psicologia), como de conscientizálo acerca da importância de pesquisar meios confiáveis para sanar dúvidas e obter informações. No quinto encontro, os orientadores retomaram a discussão sobre o relato trazido no encontro anterior, como forma de inteirar a jovem que se ausentou. Adiante, foi entregue aos jovens uma crônica feita por outro profissional, onde o mesmo deu ênfase ao modo como a psicologia é vista pela sociedade relacionando com a abordagem fenomenológica-existencial. Após a leitura, iniciou-se um debate sobre a fenomenologia, onde os orientadores procuraram sanar dúvidas e desmistificar algumas questões que os orientandos trouxeram, pois os mesmos relataram sentir receio de tal matéria no curso devido a sua complexidade. Ao término das discussões, os jovens realizaram uma atividade denominada Linha da vida retirada do livro POPI Programa de Orientação Profissional Intensivo (MAHL, 2005), com o objetivo de fazê-los retomarem alguns fatos importantes em suas vidas e pensarem sobre o que planejam para o futuro. No penúltimo encontro, os orientadores entregaram o último conteúdo de informação profissional aos jovens, porém desta vez não trouxeram relatos, mas sim textos retirados de sites específicos de psicologia que se referiam ao psicodrama e psicologia comportamental. Foi realizada a leitura de ambos os textos e assim houve um debate sobre o que os jovens compreenderam de tais abordagens e suas dúvidas. Ao término das discussões, os orientadores disseram aos jovens a

importância de que enquanto alunos do curso, procurarem conhecer todas as matérias do curso, pois assim poderão se aprofundar na abordagem e campo da psicologia que mais se identificarem. Em seguida, o grupo debateu acerca da grade curricular do curso de Psicologia do Unisalesiano, como forma de diminuir a ansiedade que ambos apresentaram desde o início dos encontros em relação ao conteúdo futuro da graduação. No último encontro, foi solicitado aos jovens que realizassem uma Carta de despedida (LUCCHIARI, p. 67-68, 1993), como forma de propiciar um momento em que os orientandos pudessem expressar suas avaliações em relação ao trabalho desenvolvido, o que consideraram relevante, os sentimentos despertados durante os encontros e o encerramento do grupo. Assim que ambos terminaram, os orientadores pediram que relatassem ser ler o que expressaram nas cartas, pois o intuito de tal atividade era que a leitura fosse realizada pelos orientadores após o encerramento do grupo. Cada um dos jovens relatou qual conteúdo lhe agradou mais dentre os apresentados no grupo, sendo que as opiniões referentes à preferência aos temas abordados se diferiram, mas ambos disseram que o grupo permitiu grandes informações quanto à psicologia, que todas as informações profissionais trazidas foram de grande relevância e expressaram sua opinião em relação ao encerramento, dizendo que gostariam que o grupo realizasse mais encontros futuros. Adiante, os orientadores debateram as diversas especializações, cursos de pós-graduações e capacitação existentes no campo da psicologia, que ambos poderão escolher ao término do curso, orientando que os mesmos se informem acerca de cada uma, destacando novamente a importância que enquanto alunos procurassem conhecer todas as áreas que o curso apresenta, para que futuramente possam escolher o que se identificaram. Para o encerramento do grupo, os orientadores agradeceram a participação dos jovens durante os encontros e se propuseram a esclarecer quaisquer dúvidas que possam surgir e ajudá-los ao longo do curso, e em seguida entregaram aos jovens um cartão com a seguinte frase: A mente humana é como um paraquedas, quanto mais aberta melhor.

RESULTADOS O Grupo de Apoio ao Estudante de Psicologia (GAEP) surgiu da necessidade percebida pelos orientadores de se trabalhar com um público diferenciado daquele tradicionalmente atingido por projetos de orientação profissional, público este composto por estudantes do 1 ano do curso de Psicologia do Unisalesiano. Segundo dados da UFRGS e da UFSC, uma parcela dos estudantes universitários (25 à 30%) já iniciaram em algum momento um curso superior. Estes dados estão expostos no livro: Pensando e Vivendo a Orientação Profissional (LUCCHIARI, p. 12, 1993). Tomando tal fato para pautar este trabalho, buscou-se lidar com possíveis escolhas imaturas feitas pelos estudantes de graduação, como forma de proporcionar um ambiente de reflexões e acolhimento quanto à escolha profissional feita por estes iniciantes da psicologia. Levou-se em consideração que os jovens quando realizam sua escolha profissional ás vezes à fazem de forma impulsiva e pouco amadurecida. 16 a 19% dos jovens afirmam ter escolhido o curso que desejavam no momento de preencher a ficha de inscrição do vestibular. (LUCCHIARI, 1993, p. 92). Através das atividades realizadas com os orientandos, muitos conteúdos acabaram emergindo, principalmente durante os debates ocorridos após as atividades propostas. Os jovens demonstraram grandes expectativas quanto às matérias mais específicas do curso de psicologia, os estágios e com isso uma preocupação quanto à produção dos relatórios. Os relatos de profissionais das diversas áreas da psicologia possibilitaram uma ampliação de conceitos destes orientandos, pois estes já demonstravam logo nos primeiros encontros certo direcionamento para algumas áreas específicas, dentre elas a fenomenologia e a psicologia hospitalar, isso contudo sem terem conhecimentos prévios destas e outras abordagens trabalhadas dentro da psicologia. Para exemplificar o que foi dito anteriormente é possível reportar-se ao primeiro encontro realizado, onde o grupo pôde atribuir os significados da psicologia

segundo seu olhar particular. Algumas das atribuições que se destacaram nesta atividade foram: ajudar ao próximo ; indicar caminhos ; autoconhecimento ; comportamento ; inconsciente ; entre outras. Observou-se logo neste primeiro momento do grupo suas fantasias e estereótipos criados quanto à profissão. No decorrer das semanas seguintes, trabalhou-se a desconstrução destes conceitos primários, sem aprofundamento dos conteúdos específicos, pois estes estudos ocorrerão ao longo da graduação, mas mostrando os caminhos possíveis a serem trilhados, deixando a ideia que é importante permitir-se, ou seja, absorver e aproveitar quanto alunos, tudo que lhes for oferecido no que diz respeito aos conhecimentos advindos das disciplinas. CONSIDERAÇÕES FINAIS Concluiu-se a partir dos encontros realizados com os estudantes de graduação do curso de psicologia, que dentro do possível o objetivo inicial foi alcançado, ou seja, proporcionar a estes jovens um ambiente de acolhimento, onde suas angústias e dúvidas pudessem ser trabalhadas e um contato maior com a psicologia pudesse ocorrer. Apesar do número de orientandos resumir-se em apenas dois jovens o trabalho é de grande relevância, pois conseguiu lidar com uma angústia real quanto à escolha feita. Os jovens estudantes do primeiro ano de psicologia do Unisalesiano-Lins acompanhados puderam apropriar-se de questões referentes à psicologia, desmistificaram fantasias criadas a respeito da atuação profissional e os relatos escritos trazidos aos encontros proporcionaram uma visão e uma maneira diferenciadas de encarar a psicologia. Deixando claro com isto que o leque de possibilidades é muito extenso dentro da carreira que eles optaram. As cartas de despedida produzidas pelos orientados no último encontro demonstraram que o objetivo primordial, de proporcionar um local propício para reflexões, ocorreu e foi compreendido como de grande valia pelos estudantes. Vários conteúdos emergiram no decorrer dos encontros e dessa maneira eles puderam conscientizar-se daquilo que é próprio deles e de sua história no que diz

respeito à escolha profissional e o que se caracterizava como fantasias e especulações. REFERÊNCIAS CALEJON, L.M.C., et al. A escolha professional em questão, 3ª ed., São Paulo: Casa do Psicólogo, 2011. LUCHIARI, D. H. P. S. Pensando e vivendo a orientação profissional, 6ª ed., São Paulo: Summus editorial, 1993. MAHL, A. C.; SOARES, D. H. P.; NETO, E. O. POPI - Programa de Orientação Profissional Intensivo, 1ª ed., São Paulo: Vetor, 2005.