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Transcrição:

DECISÃO PARADIGMÁTICA NÚMERO 1.000.001 Folha 1 / 8 RELATÓRIO 1. A empresa acima identificada foi autuada em decorrência de Ordem de Fiscalização regular O. F. Nº (...), instruída mediante processo administrativo nº (...), com Termo de Início de Fiscalização de (...). Inconformada com a decisão proferida pelo Órgão Julgador de primeira instância administrativa, que manteve os autos de infração e intimação (AII) nº (...) (acompanhantes), (...), inscrita no Cadastro de Contribuintes Mobiliários, CCM nº (...) ingressou com Recurso Voluntário, cuja competência para julgamento passou a ser do CMT e o recurso em questão, denominado de Recurso Ordinário, admitido, foi a mim regularmente distribuído. 2. A Recorrente requer o cancelamento dos autos de infração nº (...) referentes ao descumprimento de obrigações acessórias, a saber: recusa à exibição de livros ou documentos fiscais e embaraço à fiscalização, alegando que: Os documentos constantes do item 12 da Notificação nº (...) deixaram de ser apresentados em razão da dificuldade de sua localização... (sic) e não houve recusa, mas impossibilidade, por ocasião do primeiro procedimento fiscal, de disponibilização da referida documentação, a qual foi apresentada e finalmente colocada à disposição e analisada pormenorizadamente pelo Senhor Inspetor Fiscal que realizou a revisão dos lançamentos (sic). Para os autos de infração nº (...), lavrados em decorrência de não emissão de documentos fiscais e não escrituração do ISS relativos aos serviços prestados, e os autos de infração nº (...) pelo recolhimento a menor do imposto, segundo o item 58 da lista de serviços a requerente aduz que: o Senhor Inspetor Fiscal teve à sua disposição todos os elementos necessários à apuração da base de cálculo do ISS. Que a regularidade dos documentos foi reconhecida no primeiro e no segundo procedimento fiscal, sendo o último solicitado pela Recorrente, que efetuou o recolhimento do ISS referente às notas fiscais arroladas (fls. 277), em (...). Lista, no Anexo 1, notas fiscais que considera não passíveis de tributação pelo ISS. Reitera que a maior parte da receita da empresa é

DECISÃO PARADIGMÁTICA NÚMERO 1.000.001 Folha 2 / 8 decorrente dos serviços de mudanças interestaduais, que não foram sequer consideradas, e que o arbitramento não atendeu ao disposto no art. 148 do CTN, acrescentando que o mesmo só é cabível se os documentos, declarações ou os esclarecimentos do contribuinte não merecerem fé, e que a mera imprecisão de dados não autoriza a Administração Pública a adotá-lo e, quando o faz, deve justificar o critério. Por fim, que a base de cálculo considerada no arbitramento refoge a realidade dos fatos e atribui à empresa uma receita irreal. 3. A manifestação da I. Representação Fiscal argumenta, com referência aos autos decorrentes de obrigações acessórias: a) a Recorrente, talvez temendo uma devassa mais profunda de suas contas, embaraçou a ação fiscal e cometeu irregularidades que geraram as multas contra as quais se insurge, b) violou o artigo 84 do Decreto 22.470 de 18/07/86 vigente à época da notificação e agasalhado posteriormente pelo Decreto 42.826 de 07/02/2003 e pelo Decreto 44540. c) apresentar os documentos requeridos posteriormente não ilide a realidade fática e nem redime a recorrente. Com referência aos AII`s relativos ao ISS não recolhido e arbitrado rebate os argumentos da Recorrente afirmando não ser verdade que a documentação da recorrente foi posteriormente dada como boas e confiáveis que os requisitos do art.148 estão presentes e o arbitramento encontra-se plenamente justificado. A Recorrente emitiu Notas Fiscais frias, adulteradas, espelhadas, além de praticamente não existirem, em se tratando de uma das maiores prestadoras de serviços do mercado, notas fiscais para pessoas físicas, questiona qual a força probante que espera em face das alegações e documentos que junta no recurso. Este é o relatório. VOTO

DECISÃO PARADIGMÁTICA NÚMERO 1.000.001 Folha 3 / 8 Farei uma breve cronologia sobre o que informam as folhas do Processo Administrativo (...): Conforme entendimento firmado pelo d. Inspetor Fiscal, a Recorrente deixou de cumprir obrigações acessórias e não recolheu regularmente os tributos devidos à municipalidade, resultando na lavratura dos respectivos autos de infração e intimação. A Operação Fiscal foi, a seguir, submetida à Comissão Permanente de Revisão (CPR) por determinação da Sra. Diretora de RM, acatando solicitação do Contribuinte. - A ação fiscal iniciou-se através da entrega da carta de notificação (...), em (...), para entrega de documentos em (...). - Como o contribuinte não entregou os relatórios solicitados e também não franqueou à fiscalização o acesso aos Livros Razão ou documentos que pudessem levar à correta interpretação do movimento econômico, o Sr. I.F. entregou a segunda carta de intimação (...) em (...), sete meses após, para solicitar documentos da primeira intimação. - Em (...), o Sr. I.F. entrega nova carta de intimação (...) reiterando a solicitação dos documentos. - Após longa omissão do contribuinte, o Sr. I.F. lavrou, em (...), os AII por embaraço à operação de fiscalização, pela ausência de entrega dos documentos e livros. Farei ainda uma remissão aos aspectos legais atinentes à matéria: Os livros fiscais não podem ser retirados do estabelecimento, salvo para serem levados à repartição fiscal ou ao escritório do profissional contabilista da Art. 84 do Decreto n.º 22.470, de 18/07/86. empresa, na forma e condições fixadas pela Secretaria das Finanças.

DECISÃO PARADIGMÁTICA NÚMERO 1.000.001 Folha 4 / 8 Parágrafo único. Presume-se retirado do estabelecimento o livro que, estando em poder do profissional contabilista, não for colocado à disposição da fiscalização, na empresa ou na repartição, dentro de 5 (cinco) dias a contar de notificação expressa, procedida por agente fiscal. Os documentos fiscais, os livros fiscais e comerciais, bem como os comprovantes dos lançamentos neles efetuados são de exibição obrigatória à Administração Tributária, devendo ser conservados até que ocorra a prescrição dos créditos tributários decorrentes das operações a que se refiram. Parágrafo único. Para os efeitos deste artigo, não têm aplicação quaisquer disposições legais excludentes ou limitativas dos direitos da Administração Tributária de examinar livros, arquivos, documentos, papéis e efeitos comerciais ou fiscais do sujeito passivo, de acordo com o disposto no artigo 195 da Lei Federal nº 5.172, de 25 de outubro de 1966. Art. 70 da Lei n.º 6.989, de 29/12/66, com a redação da Lei nº 13.701, de 24/12/03 e conforme art. 157 do Decreto n.º 45.983, de 17/06/05. As regras supra são claras: o contribuinte deve fornecer a documentação apta à apuração do ISS, sob pena de aplicação de multa pecuniária. O lapso temporal entre a primeira notificação e a lavratura dos autos, demonstra, por si só, a não apresentação na ocasião própria, como bem reconhece o contribuinte à folha (...) item (...), o que só foi efetuado após a autuação, daí que a argumentação de não localização e não acesso aos livros é mero exercício de retórica, o que, decerto, foge aos objetivos do processo administrativo tributário. Com relação aos autos de infração nº (...) por descumprimento de obrigações acessórias de não emissão de documentos fiscais e não escrituração referentes a serviços cujo ISS foi recolhido a menor, entendo que a argumentação da Recorrente não encontra suporte na situação fática descrita no libelo e fartamente documentada, como veremos a seguir. Por ocasião da revisão foi procedida circularização das notas fiscais do contribuinte, junto a seus tomadores de serviço, que confrontada com a documentação fiscal e contábil, apresentada nesta ocasião, resultou nas seguintes conclusões, conforme se verifica na folha (...) e seguintes : Feita a análise dessa documentação, mais as informações que forneceu em forma de planilhas com valores de receita, identificamos diversas

DECISÃO PARADIGMÁTICA NÚMERO 1.000.001 Folha 5 / 8 irregularidades, as principais detalhadas no item 1.2, concluímos que os documentos e registros fiscais não representam adequadamente as operações da empresa (sic). Prossegue no item 1.2 da folha (...) elencando as irregularidades e indícios de crime contra a ordem tributária: foram encontradas divergências entre as respostas recebidas e o que consta das vias fixas emitidas, caracterizando a pratica conhecida por espelhamento de notas fiscais (sic). No item 1.2.2 Notas frias encontramos o seguinte: No caso, foram utilizados documentos deixados em branco em períodos anteriores e posteriores à data de emissão, inclusive dados como cancelados no livro fiscal, cujo aproveitamento pode indicar a emissão de notas sem a correspondente prestação de serviços ou com valores adulterados ( notas frias ) (sic). Item G: Há evidências de possível emissão de notas frias e, também, a suspeita de espelhamento de notas, que foi confirmada pelas respostas obtidas na circularização efetuada (sic). Praticamente inexistem notas fiscais emitidas para pessoa física. (sic). Conclui: Em resumo, os documentos fiscais apresentados pelo contribuinte não são confiáveis, não representam adequadamente suas operações e os valores das receitas fornecidas em planilhas não guardam relação com eles. Por essas razões, consideramos necessária e adequada a realização de um arbitramento (sic). Verificamos que estão presentes os requisitos para o arbitramento, conforme disposto no artigo 148, do Código Tributário Nacional, transcrito a seguir:

DECISÃO PARADIGMÁTICA NÚMERO 1.000.001 Folha 6 / 8 Quando o cálculo do tributo tenha por base, ou tem em consideração, o valor ou o preço de bens, direitos, serviços ou atos jurídicos, a autoridade lançadora, mediante processo regular, arbitrará aquele valor ou preço, sempre que sejam omissos ou não mereçam fé as declarações ou os esclarecimentos prestados, ou os documentos expedidos pelo sujeito passivo ou pelo terceiro legalmente obrigado, ressalvada, em caso de contestação, avaliação contraditória, administrativa ou judicial. Art. 148 da Lei n. º 5.172, de 25/10/66, Código Tributário Nacional. Um livro fiscal deficiente em termos de informação não pode servir para comprovar o movimento econômico de qualquer contribuinte. A Fiscalização indicou com precisão notas fiscais em demonstrativo circunstanciado, o qual não foi contestado pelo contribuinte, que ao contrário admite sem reservas o crédito, mediante pagamento, depois de concluída a fiscalização, dos valores correspondentes às notas fiscais arroladas e eivadas dos vícios acima descritos, corroborando assim as conclusões apuradas durante o procedimento fiscal. Nota-se que a recorrente não trouxe nenhum elemento de convicção com o objetivo de tentar mostrar correta a sua conduta. Nada consta nos autos que permita ao menos vislumbrar a prática de operações legítimas; nada milita a favor de terem sido realizadas as operações nos exatos termos determinados pela lei. Decorre desta análise que o arbitramento foi o instrumento possível para apurar o ISS devido, o qual reflete a realidade econômica da litigante. Neste sentido o critério de arbitramento foi adequadamente justificado, conforme relatado à folha (...), item (...), sendo as receitas deste município proporcionadas com base no número de funcionários vinculados à matriz, em relação ao número total de funcionários, e deste valor 40% foram consideradas receitas passíveis de subsunção ao ISS do município. Este critério também foi convalidado por ocasião da revisão e conforme relatado à folha (...), pode - se dizer que foi feito em condições favoráveis para o contribuinte; não vislumbro em que o r. procedimento tenha ofendido a lei ou os autos sido lavrados com atentado à prova.

DECISÃO PARADIGMÁTICA NÚMERO 1.000.001 Folha 7 / 8 Posto os fatos e o direito em questão, conheço do recurso ordinário, para no mérito NEGAR-LHE PROVIMENTO mantendo incólume o trabalho fiscal e a decisão recorrida que julgou procedentes os AIIs. EMENTA ISS - EXERCÍCIOS DE 1998 A 2001 ADIMPLEMENTO PARCIAL DA OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA - POSSIBILIDADE DE ARBITRAMENTO. ART. 148 DO CTN. NEGADO PROVIMENTO AO RECURSO DECISÃO NÃO UNÂNIME. 1. A obrigação acessória decorre da legislação tributária e tem por objeto as prestações, positivas ou negativas, nela previstas no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos (artigo 113, 2º, do CTN). A norma

DECISÃO PARADIGMÁTICA NÚMERO 1.000.001 Folha 8 / 8 geral e abstrata, inserta no ordenamento jurídico, está apta a produzir efeitos concretos no momento apropriado. 2. Sempre que sejam omissos ou não mereçam fé as declarações ou os esclarecimentos prestados, ou os documentos expedidos pelo sujeito passivo ou pelo terceiro legalmente obrigado, poderá a autoridade lançadora, mediante processo regular, arbitrar o valor ou o preço dos bens nos casos em que estes constituam a base de cálculo do tributo art. 148 do CTN. 3. Não prospera a insurgência quanto ao arbitramento uma vez que lastreado em elementos fáticos carreados aos autos e a ausência de comprovação, pela recorrente, da regularidade da documentação fiscal. 4. Recurso ordinário da empresa conhecido e não provido. ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Conselheiros da 2 ª Câmara Julgadora do Conselho Municipal de Tributos: A Câmara, por maioria de votos, negou provimento ao recurso, nos termos do voto do Relator. Participaram do julgamento os Sr(a)s Conselheiros Cassio Vieira Pereira dos Santos ( Presidente), Moisés Mario Chehter (Vice Presidente), Guilherme Bueno de Camargo, Adelmo da Silva Emerenciano, João Rojas, Rogério Aleixo Pereira.