Norma NAE 001/2008. Auditorias de Engenharia. Procedimentos Gerais

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Transcrição:

Norma NAE 001/2008 Auditorias de Engenharia Instituto de Auditoria de Engenharia do Ceará Procedimentos Gerais Comitê de elaboração e revisão: Diretoria Executiva do IAECE Technical Auditing in Engineering Works General Procedures Projeto 001/2008 Palavra-Chave: Auditoria 6 páginas Sumário 0. Introdução 1. Objetivo 2. Referências normativas 3. Definições 4. Símbolos, abreviaturas e notações 5. Classificação das obras e serviços 6. Procedimentos de excelência 7. Atividades básicas (metodologia aplicável) 8. Apresentação do relatório de auditoria Prefácio O IAECE Instituto de Auditoria de Engenharia do Ceará é a única entidade de classe do sistema CONFEA-CREA que visa ao desenvolvimento de métodos e técnicas de auditoria aplicáveis aos trabalhos de Engenharia. Esta norma, depois de discutida e aprovada em Assembléia Geral do IAECE, será adotada como normativa para trabalhos técnicos de auditoria em obras e serviços de engenharia, por seus associados. Será também encaminhada à ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas, a título de proposta de norma de procedimentos gerais de auditorias de obras e serviços de engenharia no Brasil. Introdução No dia 09 de junho de 2000 surge o primeiro instituto especializado no estudo e desenvolvimento de métodos e técnicas de auditoria aplicáveis aos trabalhos de Engenharia, o Instituto de Auditoria de Engenharia do Ceará (IAECE). No mesmo ano, em novembro, foi também fundado o Instituto Brasileiro de Auditoria de Obras Públicas (IBRAOP), cujo objetivo limita-se às obras públicas de engenharia. Os órgãos do sistema de controle da administração pública brasileira vêm praticando auditoria em obras e serviços de engenharia, há aproximadamente trinta anos no Brasil, principalmente por meio dos profissionais de engenharia que atuam nos tribunais de contas. A atividade, nos últimos dez anos vem sendo, aos poucos, também praticada no âmbito das obras e serviços privados, aumentando a necessidade de se padronizar procedimentos técnicos e métodos de auditoria, aplicáveis às obras e aos serviços de engenharia. Esta norma visa consolidar os conceitos, métodos e procedimentos gerais para os serviços técnicos de auditoria de obras e serviços de engenharia. 1. Objetivo 1.1. Esta Norma fixa as diretrizes, conceitos, critérios e procedimentos relativos às auditorias de obras e serviços de engenharia, quanto a: a) classificação da sua natureza; b) instituição de terminologia, definições, símbolos e abreviaturas; c) descrição das atividades básicas;

NAE 001/2008 2 d) definição da metodologia básica; e) apresentação de relatórios de auditoria de obras e serviços de engenharia. 1.2 Esta norma é exigível em todas as manifestações técnicas escritas vinculadas às atividades de auditoria de engenharia, no âmbito do IAECE. A realização de auditorias de engenharia é de responsabilidade e exclusiva competência dos profissionais legalmente habilitados pelos Conselhos Regionais de Engenharia, Arquitetura e Agronomia - CREA, de acordo com a Lei Federal no 5194/66 e, entre outras, a Resolução n o 1010 e o Código de Ética Profissional do CONFEA. 2. Referências normativas 2.1 Na aplicação desta Norma é necessário consultar e atender os seguintes preceitos legais: Decreto Federal n o 81621, de 03/05/78, que aprova o Quadro Geral de Unidades de Medida Lei Federal n o 5194, de 21/12/66, que regula o exercício das profissões de Engenheiro, Arquiteto e Engenheiro Agrônomo e dá outras providências Lei n o 6496/77, que institui a Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) na prestação de serviços de Engenharia, de Arquitetura e de Agronomia; autoriza a criação pelo CONFEA de uma Mútua Assistência Profissional e dá outras providências. Código de Ética Profissional do CONFEA. Resolução n o 1010/2007 do Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia, e demais resoluções pertinentes, que fixam as atribuições do Engenheiro, Arquiteto e Engenheiro Agrônomo nas diversas modalidades. Esta norma apresenta diretrizes para os procedimentos de excelência relativos ao exercício profissional. NOTA - A Resolução n o 1010/2007 do CONFEA fixa as atribuições profissionais do engenheiro, arquiteto e engenheiro agrônomo nas diversas modalidades, e inclui a auditoria como atribuição dos engenheiros e arquitetos. 2.2. Os trabalhos de auditorias de obras e serviços de engenharia devem ser orientados e obedecer às diretrizes preconizadas pelas normas brasileiras aprovadas pela ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), aplicáveis à natureza e espécie dos objetos das auditorias. 2.3. Os procedimentos desta Norma devem ainda estar em conformidade com os seguintes documentos: a) Constituição Federal; Códigos Civil, de Processo Civil, Penal, Comercial, de Águas, de Defesa do Consumidor; Lei de Contravenções Penais; Lei de Direitos Autorais; bem como legislação complementar pertinente; b) toda Legislação Federal, Estadual e Municipal aplicável aos objetos das auditorias. 3. Definições amostra: Conjunto de dados representativos de uma certa população. amostragem: Procedimento utilizado para selecionar elementos para compor uma amostra. auditor de engenharia: engenheiro ou arquiteto que realiza auditorias em obras e serviços de engenharia. auditoria de engenharia: Conjunto de procedimentos voltados à análise da conformidade técnica e legal de um empreendimento ou serviço de engenharia ou arquitetura, de acordo com normas técnicas e jurídicas vigentes. Tais análises podem relacionar-se no todo ou em parte, ao exame dos estudos e projetos elaborados; à habilitação dos profissionais e empresas envolvidos na execução; aos procedimentos efetuados para a contratação e execução, incluídos os aspectos de qualidade; à adequação das técnicas construtivas e dos materiais empregados; ao impacto do empreendimento ao meio ambiente; aos custos e preços praticados com relação ao mercado e aos resultados advindos para a sociedade. avaliação de bens: Estimação técnicocientífica do valor de um bem, realizada por engenheiro ou arquiteto, bem como de seus custos, frutos e direitos, para determinada finalidade, situação e período.

NAE 001/2008 3 bem: Coisa que possui valor ou que pode ser objeto de direito, que integra um patrimônio. Benefícios e Despesas Indiretas (BDI): Taxa calculada / estimada por profissionais de engenharia, que, ao ser multiplicada pelo total dos custos diretos de uma obra ou serviço de engenharia, permite a estimação do seu preço global, para fins de orçamento ou de avaliação. No seu cálculo, são considerados os custos indiretos, os tributos e o lucro. campo de arbítrio: Intervalo de variação em torno do valor pontual estimado e adotado na avaliação, dentro do qual podese arbitrar o valor do bem, desde que justificado pela existência de características próprias não contempladas no modelo. conformidade: Constatação relativa ao cumprimento de obrigações determinadas em uma ou mais normas em vigor. custo: Total das despesas diretas e indiretas necessárias à produção, manutenção ou aquisição de um bem, num determinado período e situação. custo direto: Total das despesas com insumos, inclusive mão-de-obra, necessários à produção de um bem ou à realização de um serviço. custo indireto: Total das despesas administrativas e financeiras, benefícios e demais ônus e encargos necessários à produção de um bem ou à realização de um serviço. critérios da auditoria: normas jurídicas, normas técnicas, contratos, editais manuais, ou quaisquer outros documentos normativos ou prescritivos que fundamentaram as conclusões da auditoria. desconformidade: Constatação relativa ao descumprimento de obrigações determinadas em uma ou mais normas em vigor. eficácia: Ação de atingir ou cumprir objetivos e metas. eficiência: Execução de tarefas e ações com a utilização dos melhores métodos. encargos sociais e trabalhistas: somatório dos percentuais determinados pelas leis sociais e trabalhistas em vigor, a incidir no custo da mão-de-obra. irregularidade: ver desconformidade. laudo: Peça escrita, na qual o profissional habilitado relata o que observou, dá as suas conclusões e/ou avalia fundamentadamente o valor de coisas ou direitos. objetivo da auditoria: Finalidade ou conjunto de finalidades principais do trabalho de uma auditoria. obra: toda realização de construção, reforma, fabricação, recuperação ou ampliação de bens materiais destinados ao atendimento de interesses públicos ou privados, e cujos serviços inerentes sejam de competência legal restrita aos profissionais de engenharia. orçamento: Planilha com a qual se calcula o valor financeiro necessário para a produção / realização de um bem ou serviço. organização auditada: Empresa, entidade ou órgão público ou privado responsável pela execução das obras auditadas. organização auditora: Empresa, entidade ou órgão público ou privado responsável pela auditoria das obras auditadas. pagamento indevido: Pagamento de serviços documentados, porém não realizados, total ou parcialmente. papéis de trabalho: documentos que registram os serviços executados pelos auditores, contendo os métodos e procedimentos por eles adotados, os testes que efetuaram, as informações que obtiveram e as conclusões relativas ao seu exame. parecer técnico: Opinião, conselho ou esclarecimento técnico emitido por um profissional legalmente habilitado sobre assunto de sua especialidade. preço avaliado: Valor final resultante da reconstituição do orçamento de uma obra ou serviço, feita pelos auditores. preço de mercado: média dos preços praticados em determinado mercado, em certo período. preço executivo: Preço global do contrato de uma obra, resultante do orçamento

NAE 001/2008 4 proposto pela empresa construtora que executa ou executou a obra. preço global: Valor total de um orçamento de engenharia, resultante do somatório dos preços unitários de todos os seus itens, já incluído o BDI. preço referencial: preço adotado pelos auditores como padrão representativo do preço de mercado para determinado serviço de engenharia, obtido por composição de custos. reconstituição orçamentária: Processo pericial / avaliatório pelo qual os auditores reelaboram o orçamento de uma obra, substituindo os preços unitários praticados pela empresa construtora, pelos preços referenciais. relatório: Peça escrita, na qual o profissional habilitado relata o que observou, dá as suas conclusões e emite recomendações. serviço de engenharia: toda atividade, cuja execução seja de competência restrita aos profissionais de engenharia. subfaturamento: Oferecimento de preço ou custo de um bem ou serviço por valor situado abaixo do valor médio observado em determinado mercado, em certo período. superfaturamento: oferecimento de preço ou custo de um bem ou serviço por valor situado acima do valor médio observado em determinado mercado, em certo período. vistoria: Observação presencial criteriosa de um bem e nos elementos e condições que o constituem. 4. Símbolos, abreviaturas e notações Os símbolos, abreviaturas e notações adotados pelos auditores de engenharia devem ser devidamente explicitados no relatório. Os profissionais devem também indicar as suas respectivas unidades de medida, de acordo com o Decreto Federal n o 81.621 de 03/05/78. 5. Classificação das obras e serviços de engenharia As obras de engenharia, para efeito desta norma, são: edificações; instalações; obras de infra-estrutura; obras d art; obras hídricas; obras de saneamento; obras de terra; sistemas urbanos. Os serviços de engenharia, para efeito desta norma, são: a) planejamento ou projeto, em geral de regiões, zonas, cidades, obras, estruturas, transportes, explorações de recursos naturais e desenvolvimento da produção industrial e agropecuária; b) estudos, análises, consultorias, avaliações, vistorias, perícias, pareceres, e divulgação técnica; c) pesquisa, ensino, experimentação e ensaios; d) auditoria e fiscalização de obras e serviços técnicos; e) direção / gerência de obras e serviços técnicos; f) produção técnica especializada, industrial ou agropecuária. 6. Procedimentos de excelência profissional O auditor de engenharia deve adotar os procedimentos descritos em 6.1 a 6.8. 6.1 Quanto à capacitação e habilitação profissional Manter-se atualizado quanto ao estado da arte e somente aceitar encargo para o qual esteja especificamente habilitado e capacitado, assessorando-se de especialistas, quando necessário. 6.2 Quanto ao sigilo Considerar como confidencial o resultado do trabalho realizado e toda informação técnica, financeira ou de outra natureza, recebida do auditado ou de quem solicitou ou determinou a auditoria. 6.3 Quanto à propriedade intelectual Jamais reproduzir trabalhos alheios publicados sem a necessária citação. No caso de trabalhos não publicados, obter autorização para reproduzi-lo. Ao reproduzir, fazê-lo sem truncamentos, de modo a expressar corretamente o sentido das teses desenvolvidas.

NAE 001/2008 5 6.4 Quanto ao conflito de interesses Declinar da sua contratação e informar as razões ao cliente, se houver motivo de impedimento ou suspeição em decorrência de conflito de interesse. 6.5 Quanto à independência na atuação profissional Informar com independência a quem solicitou a auditoria, com o objetivo de expressar a realidade. 6.6 Quanto à competitividade Evitar a participação em competições que aviltem honorários profissionais. 6.7 Quanto à difusão do conhecimento técnico Envidar esforços na difusão de conhecimentos para a melhor e mais correta compreensão dos aspectos técnicos e assuntos relativos ao exercício profissional. Expressar-se publicamente sobre assuntos técnicos somente quando devidamente capacitado para tal. 6.8. Quanto aos demais princípios gerais / internacionais de auditoria 6.8.1. trabalho em equipe: As auditorias não devem ser realizadas por um só profissional. 6.8.2. evidência de desconformidades: Os auditores devem apontar, no relatório, as desconformidades porventura detectadas na auditoria. 6.8.3. avaliação do controle interno da organização auditada: os auditores devem explicitar suas conclusões acerca dos sistemas de controle internos adotados pela organização auditada, quanto à sua eficácia e eficiência. 6.8.4. oportunidade: o relatório deve ser entregue em tempo oportuno, a quem o solicitou. 7. Atividades essenciais (metodologia aplicável) 7.1 Requisição da documentação Cabe aos auditores solicitar ao contratante ou interessado o fornecimento de toda a documentação relativa ao objeto da auditoria, necessária à realização do trabalho. 7.2. Estudo e análise prévia da documentação Os auditores, de posse da documentação das obras e serviços auditados, e de acordo com os objetivos da auditoria, devem proceder às seguintes análises: 7.2.1. Habilitação e capacitação profissional de projetistas e executantes; 7.2.2. Adequação técnica, integralidade e segurança do projeto; 7.2.3. Regularidade dos procedimentos legais contratuais, contábeis e de incorporação; 7.2.4. Compatibilidade de custos e preços, com o mercado local; 7.3. Definição de critérios A equipe auditora deve elencar as normas e documentos que servirão como critérios fundamentais para as conclusões apresentadas no relatório. 7.4. Avaliação do sistema de controle interno (fiscalização) da organização auditada Os auditores de engenharia devem avaliar a existência, legalidade e organização dos departamentos, setores e serviços de fiscalização de obras mantidos / realizados pela organização auditada. 7.5. Preparação de listas de verificação A equipe auditora deve preparar, com antecedência, as listas de verificação (check-lists), formulários, bem como todos os papéis de trabalho que serão preenchidos durante as vistorias. 7.6. Realização de inspeções e vistorias in loco É obrigatória, nas auditorias de engenharia, a realização de inspeções e vistorias nas obras e serviços auditados. Nas vistorias, os auditores coletarão todos os dados relativos às obras e serviços de engenharia auditados, relevantes aos objetivos do trabalho em pauta.

NAE 001/2008 6 As vistorias e inspeções devem ser devidamente registradas em documentos, assinados por pessoas da organização auditada. 7.7. Análises conclusivas Com a finalidade de consolidar as conclusões da auditoria, depois das vistorias e inspeções, a equipe deve realizar análises conclusivas, com relação a: 7.7.1. Habilitação e capacitação profissional de projetistas e executantes; 7.7.2. Adequação técnica, integralidade e segurança do projeto; 7.7.3. Regularidade dos procedimentos legais contratuais, contábeis e de incorporação; 7.7.4. Compatibilidade entre as quantidades executadas e as constantes no respectivo projeto; 7.7.5. Qualidade de materiais e equipamentos utilizados; 7.7.6. Cumprimento de prazos contratuais; 7.7.7. Compatibilidade de custos e preços, com o mercado local; 7.7.8. Cronograma físico-financeiro; 7.7.9. Conformidade do empreendimento às leis e normas técnicas ambientais, principalmente no tocante a: ar; água, solo, bem como ao tratamento e disposição de resíduos. 8. Apresentação do relatório de auditoria 8.1 A apresentação do relatório de auditoria de obras e serviços de engenharia deve obedecer às prescrições desta Norma. 8.2. Na apresentação do relatório de auditorias de obras e serviços de engenharia deve constar, obrigatoriamente, o seguinte: 8.2.1. Introdução, contendo: a) os objetivos da auditoria; d) a indicação dos representantes da organização auditada que acompanharam as vistorias e inspeções; e) o resumo dos procedimentos realizados na auditoria (metodologia); f) a indicação (relação) das normas e documentos adotados como critérios da auditoria. 8.2.2. Relação e descrição sucinta das obras e / ou serviços auditados, incluindo fotografias, indicação e descrição do método de amostragem, caso tenha sido realizado. 8.2.3. Apresentação das conformidades e desconformidades constatadas, de acordo com os objetivos da auditoria, para cada obra e / ou serviço analisado no relatório, relativos a: a) constatação de existência física; b) itens de 7.7.1 a 7.7.9 desta norma. NOTA: para cada desconformidade apontada, indicar o critério da auditoria que foi infringido. 8.2.4. Conclusões e recomendações gerais Os auditores devem finalizar o relatório apresentando resumidamente as conclusões gerais obtidas a partir das análises realizadas, bem como as recomendações para correção ou mitigação das desconformidades apontadas. 8.2.5. Anexos, contendo documentos, memórias de cálculo, fotografias, plantas, croquis, resultados de ensaios e outros papéis de trabalho que serviram como evidências das conclusões da auditoria. 8.2.5. Nomes, assinaturas, números de registro no CREA e credenciais dos profissionais de engenharia responsáveis pelo relatório. 8.3. As auditorias de obras e serviços de engenharia devem ser acompanhadas da ART (Anotação de Responsabilidade Técnica), conforme estabelece a Lei nº 6496/77. b) o período e local da auditoria; c) os nomes dos auditores;