São Paulo, maio de 2014

Transcrição

1 São Paulo, maio de 2014 Ao Conselho Federal de Engenharia e Agronomia Confea SEPN 508, Bloco A, 3º andar - Edifício Confea Brasília DF A/C: Eng. Civil José Gilberto Campos - Superintendente de Integração do Sistema C/C: Eng. Civil Arival Cidade - Presidente do IBAPE Nacional Prezado senhor, O IBAPE/SP Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de Engenharia do Estado de São Paulo, entidade sem fins lucrativos e que congregar profissionais nas áreas da Engenharia de Avaliações, Perícias, Vistorias e Inspeções Prediais, através deste documento, apresenta suas sugestões sobre o texto do projeto de lei do Senado que trata da Inspeção Predial Periódica para Edificações, de autoria do Senador Marcelo Crivella. O IBAPE/SP é o primeiro instituto técnico no Brasil a estudar a atividade da Inspeção Predial como forma de avaliação da manutenção executada nas edificações em uso com foco na segurança dos usuários e habitabilidade da edificação. Através de sua Câmara Técnica de Inspeção Predial, fundada no ano de 2000, o IBAPE/SP cumpre papel importante na história dessa atividade profissional. Segue histórico da evolução da Inspeção Predial no Brasil. 1

2 Publicação do livro SAÚDE DOS EDIFÍCIOS IBAPE/SP e CREA/SP (1997) Norma técnica da ABNT NBR 5674: Manutenção dos edifícios procedimentos (1999) Trabalho apresentado no Congresso Brasileiro de Avaliações e Perícias de Engenharia COBREAP, realizado em Porto Alegre, sobre o problema de acidentes prediais e deficiências com a manutenção Obrigatoriedade da Inspeção Predial? (Eng. Tito Lívio F. Gomide (1999) Fundação da Câmara de Inspeção Predial do IBAPE/SP (2000) 1ª Norma de Inspeção Predial do IBAPE/SP Coordenada pelo Eng. Miguel Grossi (2002) 2ª Norma de Inspeção Predial do IBAPE/SP Coordenada pelo Eng. Milton Gomes (2005) Publicação do livro do IBAPE/SP pela Ed. PINI Inspeção Predial: Check up e guia da boa manutenção (1ª edição 2005, 2ª edição 2009 e 3ª edição 2012) Realização pelo IBAPE/SP do Seminário de Inspeção Predial e Manutenção (2005) 3ª Norma de Inspeção Predial do IBAPE/SP Coordenada pelo Eng Milton Gomes (2007) Inspeção Predial em Estádios de Futebol Portaria 124 do Ministério dos Esportes (IBAPE/SP, 2009) 1ª Norma Nacional de Inspeção Predial do IBAPE (2009) Norma de Desempenho ABNT NBR (2009) 4ª Norma de Inspeção Predial do IBAPE/SP Coordenada pelo Eng. Vanderlei Jacob (2011) vigente Revisão da Norma ABNT NBR 5674 (2012) 2ª Norma Nacional de Inspeção Predial do IBAPE (2012) vigente ABNT CE: Inspeção Predial Terminologia e Procedimentos (instalação em 10/04/2013) Grifa- se. 2

3 Assim, O IBAPE/SP apresenta suas sugestões técnicas, identificadas azul e com supressões ao texto original do projeto de lei em referência, considerando as Normas Técnicas da ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas vigentes, as Normas Técnicas do IBAPE/SP e IBAPE Entidade Nacional e, ainda, do projeto de norma da ABNT sobre Inspeção Predial, CE:140 CE- 02: COMISSÃO DE ESTUDO DE INSPEÇÃO PREDIAL. PROJETO DE LEI DO SENADO No, DE 2011 Determina a realização periódica de inspeções prediais em edificações e cria o Laudo de Inspeção Predial Técnica de Edificação (LITE). (LIPE) Art. 1o Esta Lei cria a exigência da inspeção predial prévia e periódica em edificações destinada a para avaliação visual das condições técnicas, de uso, operação, manutenção e funcionalidade dos sistemas construtivos, considerados os requisitos de desempenho previstos para as edificações. as condições de estabilidade, segurança construtiva e manutenção. Art. 2o Para os efeitos desta Lei, edificação é o conjunto formado por qualquer obra de engenharia da construção, concluída e entregue para uso, com seus elementos complementares, como sistemas de ar- condicionado, geradores de energia, elevadores, escada rolante, subestação elétrica, caldeiras, instalações elétricas, monta- cargas, transformadores, entre outros. Art. 3o Toda edificação está sujeita às inspeções prediais periódicas de que trata essa Lei, exceto barragens e estádios de futebol, por estarem abrangidos por legislação específica. 3

4 Art. 4o O objetivo da inspeção é efetuar o diagnóstico da edificação por meio de vistoria especializada para emissão de Laudo sobre utilizando- se de laudo para emitir parecer acerca das as condições técnicas, de uso e de manutenção, com identificação de anomalias e/ou falhas de manutenção e uso, classificação de sua prioridade técnica considerado a perde desempenho observada. avaliação do grau de risco à segurança dos usuários. Art. 5o A periodicidade das inspeções nas edificações será determinada em função de seu tempo de construção, e obedecerá ao seguinte parâmetro: a cada cinco anos, para edificações a partir de trinta anos. Parágrafo único. O órgão responsável pela fiscalização e controle das inspeções, estabelecidas no art. 1o desta Lei, determinará os casos em que a periodicidade das inspeções poderá ser ampliada ou reduzida. Art. 6o A inspeção de que trata esta Lei será registrada em Laudo de Inspeção Predial Técnica de Edificação (LITE LIPE), que conterá os seguintes itens, além de outros que serão determinados pelo órgão responsável pela fiscalização e controle das inspeções: I avaliação da conformidade da edificação com a legislação e as normas técnicas pertinentes; II explicitação dos tipos de não conformidade encontrados, do grau de risco a eles associado e da necessidade de interdição, se for o caso; III prescrição para reparo e manutenção, quando houver, da edificação inspecionada; IV assinaturas do(s) inspetor(es) encarregado(s) do LITE e do proprietário ou responsável pela administração da edificação. 1. Identificação do solicitante ou contratante e representante legal 2. Descrição técnica da edificação 3. Data das vistorias 4

5 4. Lista da documentação solicitada pelo profissional e lista da documentação disponibilizada pelo contratante 5. Descrição da Metodologia empregada na Inspeção Predial, conforme normas vigentes 6. Lista dos sistemas, elementos, componentes construtivos e equipamentos inspecionados, e não inspecionados 7. Descrição das anomalias e falhas constatadas nas vistorias e registro fotográfico de cada uma delas 8. Classificação da prioridade das anomalias e falhas de uso, operação e/ou manutenção constatadas nas vistorias 9. Avaliação da manutenção dos sistemas e equipamentos e condições de uso da edificação, com base no disposto na ABNT NBR Recomendações técnicas para as anomalias e falhas de uso, operações e/ou manutenção constatadas, e não conformidades com a documentação analisada. 11. Data do laudo 12. Assinatura do(s) profissional (ais) responsável (eis), acompanhado do nº do CREA ou do CAU 13. Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) ou Registro de Responsabilidade Técnica (RRT) Art. 7o O LITE LIPE será elaborado por profissional competente registrado no Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (CREA) ou Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU), a quem competirá: I preenchê- lo emití- lo em conformidade com as orientações estabelecidas nesta Lei, nas normas da abnt competentes e nas resoluções aplicáveis, facultado o apontamento de recomendações adicionais, se o profissional julgar necessárias; II providenciar a respectiva Anotação de Responsabilidade Técnica Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) ou Registro de Responsabilidade Técnica (RRT); III registrar o LITE junto à administração do Município ou do Distrito Federal, e no respectivo CREA. 5

6 Parágrafo único. A prestação de informações falsas ou a omissão deliberada de informações no LITE LIPE será punível com multa de cinco mil reais, o que não exclui o profissional da incidência das demais penas civis e criminais nos acidentes que decorram da má- fé no preenchimento do LITE LIPE. Art. 8o Caberá ao órgão responsável pela fiscalização e controle das inspeções, o seguinte: I observado o art. 6o, definir conteúdo adicional do LITE, sua operacionalização e os procedimentos para seu registro; II disponibilizar, inclusive pela rede mundial de computadores, os formulários e roteiros necessários à sua elaboração e registro; III manter arquivo dos laudos de que trata esta Lei, disponibilizando- os para acesso de terceiros, nos termos do art. 11. Art. 9o Compete ao proprietário ou responsável pela administração da edificação: I providenciar a elaboração do LITE LIPE, observados os prazos estipulados no art. 5o; II providenciar as ações corretivas apontadas no LITE, LIPE, através da elaboração de um cronograma elaborado pelo responsável técnico pelas ações corretivas designado pelo proprietáriuo ou responsável pela administração da edificação, observada a ABNT NBR 5674 e ABNT NBR 16280; antes da próxima inspeção, ou em prazo inferior, quando justificado por razões de segurança e assim estipulado no LITE. III registrar o LIPE e o cronograma citado no item II deste junto à administração do Município ou do Distrito Federal, conforme legislações e portarias específicas vigentes. Parágrafo único. A ausência das providências previstas nos incisos I, II e III sujeitará o infrator a multa diária cujos valores serão estabelecidos em lei municipal, de acordo com as características da edificação. 6

7 Art. 10. O acesso ao LITE LIPE será livre para os proprietários, os responsáveis pela administração, os moradores e os usuários da edificação, e para os órgãos governamentais de fiscalização. Art. 11. Esta lei entra em vigor cento e oitenta dias após a data de sua publicação. Certos da colaboração nos termos propostos, Atenciosamente, Eng. Civil Flávia Zoéga Andreatta Pujadas Presidente do IBAPE/SP 7