4.2. Programa de Monitoramento Limnológico e Qualidade da Água. Revisão 00 NOV/2013. PCH Jacaré Plano de Controle Ambiental - PCA PROGRAMAS AMBIENTAIS

Documentos relacionados
4.2. Programa de Monitoramento Limnológico e Qualidade da Água. Revisão 00 NOV/2013

4.2. Programa de Monitoramento Limnológico e Qualidade da Água. Revisão 00 NOV/2013

SUMÁRIO PROGRAMA DE MONITORAMENTO DO MEIO AQUÁTICO - SUBPROGRAMA LIMNOLOGIA E DA QUALIDADE DA ÁGUA

GUANHÃES ENERGIA PCH DORES DE GUANHÃES PLANO DE CONTROLE AMBIENTAL FASE IMPLANTAÇÃO BMA_GEN_GDN_PCA_01

2.1. Projeto de Monitoramento Batimétrico. Revisão 00 NOV/2013. PCH Jacaré Plano de Controle Ambiental - PCA PROGRAMAS AMBIENTAIS

11 a 14 de dezembro de 2012 Campus de Palmas

5.1. Programa de Gerenciamento Ambiental. Revisão 00 NOV/2013. PCH Dores de Guanhães Plano de Controle Ambiental - PCA PROGRAMAS AMBIENTAIS

5.6. Programa de Vigilância Epidemiológica e Atenção a Saúde. Revisão 00 NOV/2013. PCH Jacaré Plano de Controle Ambiental - PCA PROGRAMAS AMBIENTAIS

MONITORAMENTO DA QUALIDADE DA ÁGUA DE ALGUNS AFLUENTES DO RIO IGUAÇU NA REGIÃO METROPOLITANA DE CURITIBA - PARANÁ

MEIO FÍSICO. ÁREA DE INFLUÊNCIA Bacia de Drenagem para o Reservatório O rio Paranaíba

O programa Aliança EcoÁgua Pantanal e sua contribuição para o Pacto em defesa das cabeceiras do Pantanal. Maitê Tambelini Ibraim Fantin da Cruz

4.1. Programa de Valorização da Beleza Cênica e Aspectos Paisagísticos. Revisão 00 NOV/2013

Apêndice E-2a: RECOMENDAÇÕES DO SISEMA

5.10. Projeto de Segurança e Alerta. Revisão 00 NOV/2013. PCH Dores de Guanhães Plano de Controle Ambiental - PCA PROGRAMAS AMBIENTAIS

4.1. Programa de Valorização da Beleza Cênica e Aspectos Paisagísticos. Revisão 00 NOV/2013

MONITORAMENTO E CARACTERIZAÇÃO DA QUALIDADE DA ÁGUA DO RIO BENFICA COM VISTAS À SUA PRESERVAÇÃO

Documento Assinado Digitalmente

AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DA ÁGUA DO RESERVATÓRIO DE PEDRA DO CAVALO BA.

Monitoramento da Qualidade da Água na. Região da UHE Mauá: 4 Trimestre da Fase Reservatório

EFEITO DA URBANIZAÇÃO SOBRE A FAUNA DE INSETOS AQUÁTICOS DE UM RIACHO DE DOURADOS, MATO GROSSO DO SUL

SUMÁRIO PROGRAMA DE MONITORAMENTO HIDROSSEDIMENTOLÓGICO

2.1. Projeto de Monitoramento Batimétrico. Revisão 00 NOV/2013. PCH Dores de Guanhães Plano de Controle Ambiental - PCA PROGRAMAS AMBIENTAIS

2.3. Projeto de Saneamento do Canteiro de Obras. Revisão 00 NOV/2013. PCH Jacaré Plano de Controle Ambiental - PCA PROGRAMAS AMBIENTAIS

SUMÁRIO 1. Considerações iniciais 2. Bacia do rio Macaé 3. Bacia do rio das Ostras 4. Bacia da lagoa de Imboacica 5.

Título: Autores: Filiação: ( INTRODUÇÃO

SUMÁRIO PROGRAMA DE MONITORAMENTO CLIMATOLÓGICO

2.3. Projeto de Saneamento do Canteiro de Obras. Revisão 00 NOV/2013. PCH Senhora do Porto Plano de Controle Ambiental - PCA PROGRAMAS AMBIENTAIS

Documento Assinado Digitalmente

QUANTIDADE

Tarefa 2 - Monitorização de nutrientes e atividade trófica na albufeira do Enxoé

Análise Ambiental de Dados Limnológicos Areeiro Rosa do Vale Relatório nº 001/2013

Ciências do Ambiente

AVALIAÇÃO DAS ALTERAÇÕES DA QUALIDADE DE BARRAMENTOS PARA FINS DE GERAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA ESTUDO DE CASO DO RIO POMBA

A Qualidade da Água Superficial e Subterrânea

Documento Assinado Digitalmente

Documento Assinado Digitalmente

Sensoriamento Remoto no Estudo da Água

Ciências do Ambiente

Documento Assinado Digitalmente

I Congresso Baiano de Engenharia Sanitária e Ambiental - COBESA

3.1. Programa de Monitoramento Recuperação e Conservação dos Solos PRAD. Revisão 00 NOV/2013

O rio São Francisco em Sergipe

UTILIZAÇÃO DO ÍNDICE DE CONTAMINAÇÃO POR TÓXICOS PARA AVALIAÇÃO TEMPORAL DAS ÁGUAS DO RESERVATÓRIO DE BARRA BONITA, SP

Documento Assinado Digitalmente

ANÁLISE QUANTITATIVA PRELIMINAR DE ESTUDOS DE MEDIÇÃO DE PARÂMETROS DE QUALIDADE DA ÁGUA NA BACIA DO RIO NEGRO-RS

PCH PARACAMBI LIGHTGER S/A

22º Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental

4.1. Programa de Valorização da Beleza Cênica e Aspectos Paisagísticos. Revisão 00 NOV/2013

Documento Assinado Digitalmente

V INFLUÊNCIA DAS CARACTERÍSTICAS HIDROLÓGICAS NA AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DA ÁGUA DO RESERVATÓRIO DO ARROIO VACACAÍ-MIRIM

MODELAGEM DA QUALIDADE DA ÁGUA SUBTERRÂNEA NA ÁREA DO CAMPUS DA UFMG PROHBEN; AVALIAÇÃO PRELIMINAR.

SUMÁRIO SUBPROGRAMA DE CONTROLE AMBIENTAL

Documento Assinado Digitalmente

AVALIAÇÃO FÍSICA, QUÍMICA E MICROBIOLÓGICA DA QUALIDADE DA AGUA PARA FINS DE PISICULTURA

ANEXO. Termo de Referência para Elaboração do Plano de Monitoramento da Qualidade da Águas Superficiais.

Diagnóstico de Qualidade de Água Assuvap

SUMÁRIO PROGRAMA DE MONITORAMENTO DO LENÇOL FREÁTICO E QUALIDADE DAS ÁGUAS SUBTERRÂNEAS

5.7. Programa de Reestruturação Produtiva e Reativação Econômica. Revisão 00 NOV/2013

Documento Assinado Digitalmente

Documento Assinado Digitalmente

SUMÁRIO PROGRAMA DE RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS

4.6. Programa de Monitoramento de Flora no Trecho de Vazão Reduzida. Revisão 00 NOV/2013

PEA Projeto em Engenharia Ambiental

O Papel da Gestora Ambiental no Empreendimento Rodoviário UFV/DNIT

AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DAS ÁGUAS SUPERFICIAIS DO RIO PARAGUAÇU E AFLUENTES, BAHIA, BRASIL

MONITORAMENTO EDÁFICO HÍDRICO

ALTERAÇÕES ESPACIAIS E TEMPORAIS DE VARIÁVEIS LIMNOLÓGICAS DO RESERVATÓRIO DO MONJOLINHO (S. CARLOS)

RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DA ÁGUA CORRESPONDENTE AO PROGRAMA DE MONITORAMENTO DA QUALIDADE DA ÁGUA SUPERFICIAL UHE MONJOLINHO

4.14. Programa de Acompanhamento e Resgate da Ictiofauna. Revisão 00 NOV/2013. PCH Fortuna II Plano de Controle Ambiental - PCA PROGRAMAS AMBIENTAIS

SUMÁRIO 1 CONSIDERAÇÕES HISTÓRICAS SOBRE A CIÊNCIA LIMNOLOGIA...

5.4. Programa de Comunicação Social. Revisão 00 NOV/2013. PCH Senhora do Porto Plano de Controle Ambiental - PCA PROGRAMAS AMBIENTAIS

5.10. Programa de Segurança e Alerta. Revisão 00 NOV/2013. PCH Jacaré Plano de Controle Ambiental - PCA PROGRAMAS AMBIENTAIS

Linha 45: Rabalais 2003 ou 2002?; Silva et al., 2009 ou 2010? Verificar as referencias bibliográficas. Como há erro em duas, verificar todas!.

PLANEJAMENTO DOS USOS DA ÁGUA NA BACIA HIDROGRÁFICA DO ALTO JACUÍ - ETAPAS A E B

Roteiro Orientativo para Licença Prévia

XIX CONGRESSO DE PÓS-GRADUAÇÃO DA UFLA 27 de setembro a 01 de outubro de 2010

RELATÓRIO EXECUTIVO 01_rev00

3.2. Programa de Monitoramento de Focos Erosivos. Revisão 00 NOV/2013. PCH Dores de Guanhães Plano de Controle Ambiental - PCA PROGRAMAS AMBIENTAIS

ÍNDICE DE QUALIDADE DAS ÁGUAS (IQA) DA BARRAGEM DE SANTA CRUZ APODI/RN

1. Documentos Administrativos (original ou fotocópia autenticada)

DETERMINAÇÃO DO ESTADO DE EUTROFIZAÇÃO DE RESERVATÓRIOS:

ANÁLISE AMBIENTAL DOS AFLUENTES DO RESERVATÓRIO DA UHE BARRA DOS COQUEIROS DO MUNICÍPIO DE CAÇU-GOIÁS

Porto Velho, 03 de Junho de DILIC IBAMA

PROGRAMA DE MONITORAMENTO AMBIENTAL. Fazenda Araucária Mineiros - GO

Documento Assinado Digitalmente

Raoni de Paula Fernandes

PELD-FURG Reunião nr. 4: nov. 2011

Análise da qualidade da água. Parâmetros inorgânicos e físico-químicos. Coleta 4 - dezembro Contrato n

5.2. Programa de Mobilização e Desmobilização da Mão de Obra. Revisão 00 NOV/2013

Sistema de Análise dos Componentes da Qualidade da Água - ACQUA

Procedimentos de licenciamento ambiental para implantação de Empreendimentos Hidrelétricos no Paraná

Ofício 001/2013/LABIOGEOQ Porto Velho, 10 de Janeiro de 2013.

II-173 A FALTA DE SANEAMENTO BÁSICO COMO ORIGEM DA POLUIÇÃO DOS CORPOS RECEPTORES: UM ESTUDO DE CASO.

Documento Assinado Digitalmente

AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DA ÁGUA DO FUTURO PONTO DE CAPTAÇÃO NO RESERVATÓRIO PARA ABASTECIMENTO PÚBLICO RIBEIRÃO JOÃO LEITE

CARACTERIZAÇÃO DE CURSOS DE ÁGUA SITUADOS NA ÁREA INTERNA DE UMA INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR.

Ambientes de água doce. Esses se dividem em ambientes: -Lóticos: água corrente -Lênticos: água parada

Amostragem e monitoramento de corpos d água

PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS ESCOLA DE ENGENHARIA CURSOS DE ENGENHARIA CIVIL E AMBIENTAL HIDROLOGIA APLICADA

Transcrição:

PROGRAMAS AMBIENTAIS 4.2 Programa de Monitoramento Limnológico e Qualidade da Água NOV/2013 CAPA

ÍNDICE GERAL 1 INTRODUÇÃO... 1 1.1 AÇÕES JÁ REALIZADAS... 2 2 JUSTIFICATIVA... 5 3 OBJETIVOS... 5 4 ÁREA DE ABRANGÊNCIA... 6 5 METODOLOGIA... 6 5.1 PONTOS DE MONITORAMENTO... 6 5.2 PARÂMETROS ANALISADOS E PROCEDIMENTOS DE AMOSTRAGEM... 7 5.3 FREQUÊNCIA DE AMOSTRAGEM... 9 5.4 ANÁLISE DOS RESULTADOS... 9 6 PRODUTOS A SEREM GERADOS... 10 7 EQUIPE TÉCNICA... 11 8 CRONOGRAMA... 12 9 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS... 14 10 ART... 14 1

ÍNDICE DAS LEGENDAS Quadro 5-1 Pontos de Monitoramento Limnológico e de Qualidade da Água.... 7 1

1 Introdução A biodiversidade das águas continentais brasileiras apresenta enorme significado global para Algae (25% das espécies do mundo), Porifera (Demonspongiae, 33%), Rotifera (25%), Cladocera (Brachiopoda, 20%) e peixes (21%). Dentre as principais ameaças à biodiversidade aquática, podemos citar a poluição e eutrofização dos ambientes aquáticos continentais, além do assoreamento e construção de barragens em rios. No Brasil existem mais de 600 barragens construídas, principalmente para produzir eletricidade, as quais interrompem os movimentos de peixes migratórios e afetam a diversidade e abundância desta comunidade (AGOSTINHO et al. 2005). A biodiversidade aquática é também afetada à montante das barragens principalmente pela formação de um ambiente lêntico e a jusante, pela alteração no regime de cheias. No entanto, a geração de energia elétrica é um dos principais impulsionadores do desenvolvimento econômico. Dentre as diferentes matrizes energéticas existentes, a hidroeletricidade é uma das formas menos impactantes de geração de energia, principalmente quando comparada a geração por combustíveis fósseis. Assim, faz-se necessário conciliar os custos e benefícios da geração de energia, tanto econômicos quanto ambientais. Nesse contexto, surgem as Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCH s), que são caracterizadas por produzirem até 30MW de energia e apresentarem reservatórios relativamente pequenos (até 3 km²). Sendo a formação de reservatórios e alagamento de grandes áreas um dos principais impactos da hidroeletricidade, as PCH s apresentam impactos ambientais menores que os da construção de grandes usinas hidrelétricas e, consequentemente, pode-se dizer que são menos prejudiciais à biodiversidade aquática. Ainda assim, é indispensável a identificação e monitoramento dos impactos ambientais decorrentes da instalação e operação desses empreendimentos para minimizar os danos e viabilizar ações eficientes de manejo da biodiversidade. 1

O monitoramento dos impactos ambientais é feito através de programas ambientais de responsabilidade do empreendedor, os quais devem contemplar medidas mitigatórias e compensatórias dos impactos identificados. Um programa de monitoramento ecológico pode ser definido como a tentativa de identificar mudanças nas variáveis bióticas e abióticas de maneira a gerar propostas de manejo para viabilizar o uso futuro dos recursos existentes (BARBOSA, 1994). Assim, um Programa de Monitoramento Limnológico e de Qualidade das Águas será responsável por acompanhar as alterações na biodiversidade aquática e nos fatores abióticos em decorrência da construção da PCH. Desde setembro de 2012 está em instalação no rio Guanhães, em Minas Gerais, a PCH Jacaré. Como parte dos programas ambientais de monitoramento, de responsabilidade do empreendedor, desde janeiro de 2010 estão sendo realizadas campanhas de monitoramento limnológico e da qualidade das águas na área de influência da PCH Jacaré. Estes trabalhos levantaram uma vasta gama de informações acerca das condições físicas e químicas do rio Guanhães neste trecho e também da biodiversidade aquática, como abundância e composição de fitoplâncton, zooplâncton, macroinvertebrados bentônicos e peixes. Saber a diversidade de espécies numa área é fundamental para a compreensão da natureza e, por extensão, para aperfeiçoar o gerenciamento da área em relação a atividades de exploração de baixo impacto, conservação de recursos naturais ou recuperação de ecossistemas degradados. Desta forma, a análise da biodiversidade aquática no rio Guanhães pode fornecer informações sobre os efeitos da construção desta usina e, por consequência, subsidiar medidas de manejo dos recursos hídricos para minimizar os impactos gerados. 1.1 Ações já realizadas Durante o processo de instalação da PCH Jacaré, o escopo do Programa de Monitoramento Limnológico e de Qualidade da Água foi ampliado, visando abordar 2

também o monitoramento do mexilhão dourado e de planorbídeos vetores da esquistossomose. O monitoramento do mexilhão dourado (Limnoperma fortunei) tem por objetivo propor ações para a prevenção, controle e manejo do mexilhão dourado, a partir da demarcação da rede de amostragem, coleta e análise de amostras planctônicas, bentônicas e de sedimentos, além do monitoramento das instalações da PCH Jacaré. Acredita-se que dificilmente ocorra a infestação do mexilhão dourado no reservatório desta PCH, entretanto durante as campanhas de monitoramento da qualidade da água na fase de implantação estão sendo realizadas coletas e observações com atenção à referida espécie de crustáceo. Importante ressaltar que até o momento não foram verificados indivíduos de Limnoperrna fortunei, tanto em campo como nas análises zoobentônicas. O monitoramento de planorbídeos vetores da esquistossomose previa a realização de levantamento de planorbídeos pelo menos em duas amostragens durante o período de estiagem, antes do início da obra, para verificação da ocorrência de vetores da esquistossomose. As ações relacionadas ao subprograma estão sendo realizadas durante a execução das campanhas de monitoramento da qualidade da água, sendo verificada também a presença de insetos vetores (mosquitos) de doenças. Importante ressaltar que não foram verificados planorbídeos do gênero Biomphalaria, hospedeiro intermediário do parasita causador da esquistossomose, embora se tenha conhecimento de que a região seja endêmica para esta parasitose. Até o momento foram executadas dez campanhas de monitoramento, conforme descrição a seguir: 1ª campanha:... janeiro de 2010 2ª campanha:... julho de 2010 3ª campanha:... janeiro de 2011 3

4ª campanha:... julho de 2011 5ª campanha:... março de 2012 6ª campanha:... julho de 2012 7ª campanha:... outubro de 2012 8ª campanha:... janeiro de 2013 9ª campanha:... abril de 2013 10ª campanha:... julho de 2013 Os resultados obtidos indicam que o rio Guanhães, em geral, possui águas ligeiramente alcalinas e com baixos teores de acidez, alcalinidade e dureza total. Foram registrados teores usuais de turbidez e sólidos em geral, sendo estes influenciados pela incidência de chuvas nos dias que antecederam a realização das coletas. Em março/2012, em razão da alta incidência de chuvas, foram registrados altos teores de matéria orgânica verificados em todos os pontos monitorados e uma tendência de piora da qualidade da água a partir do ponto DDG-E2, devido à presença de metais totais, sólidos e parâmetros microbiológicos. Em janeiro/2013 registrou-se uma elevação nos teores de fósforo total e nitrogênio amoniacal, o que provavelmente foi também influenciado pela incidência de chuvas na região. A mesma tendência foi verificada para os metais monitorados, os quais apresentaram elevação na campanha realizada em abril/2013. Em relação à comunidade fitoplanctônica, esta foi representada até o momento por classes comumente observadas em ambientes tropicais de águas doces naturais. Já as comunidades zooplanctônicas e zoobentônicas apresentaram até o momento riquezas reduzidas e/ou nulas em determinados pontos. 4

Conforme o documento de Informações Complementares ao PCA, indicado pela FEAM, foi solicitada a inclusão de três subprogramas no monitoramento de limnológico e qualidade da água, sendo eles: Monitoramento e Controle de Espécies Vetores de Doenças de Veiculação Hídrica; Monitoramento e Controle de Macrófitas Aquáticas (etapa de operação); Monitoramento do Mexilhão Dourado (Limnoperna fortunei). Os dados dos subprogramas citados foram incorporados nos relatórios de monitoramento limnológico e qualidade da água, sendo que até o momento não foram registradas a presença de espécies vetores de doenças, macrófitas aquáticas ou mexilhão dourado. Todas as ações já realizadas estão constantes em detalhes no Relatório de Consolidação das Ações Realizadas e Planejamento das Ações Futuras do Plano de Controle Ambiental da PCH Jacaré, protocolado nessa SUPRAM em 11 de setembro de 2013 sob n o 1913122/2013. 2 Justificativa A adoção das ações contidas no programa de monitoramento possibilitará um diagnóstico preventivo das mudanças no ecossistema aquático uma vez que serão avaliadas as modificações na qualidade da água e em parâmetros hidrobiológicos advindos da transformação dos ambientes lóticos em lênticos e suas consequências nas comunidades aquáticas. Além disto, o programa poderá contribuir para o estabelecimento de diretrizes básicas referentes à proteção da bacia do reservatório quanto às potencialidades de interferências nas águas do sistema hídrico. 3 Objetivos O programa tem como objetivos: 5

Caracterização do corpo d água no trecho de interesse em termos de suas características físicas, químicas, bacteriológicas e hidrobiológicas; Identificação de tendências e avaliação de riscos para a qualidade das águas; Acompanhamento da evolução do corpo d água; Sugestão de ações para o controle e prevenção da poluição. 4 Área de abrangência A área de abrangência compreende ao rio Guanhães, no trecho de instalação da PCH Jacaré, a qual se localiza no município de Dores de Guanhães/MG e atualmente está em processo de implantação. O curso d água principal é o rio Guanhães, afluente da margem esquerda do rio Santo Antônio, que, por sua vez, é afluente da margem esquerda do Rio Doce. Os principais afluentes do rio Guanhães inseridos na referida área de drenagem são: o ribeirão do Lucas, pela margem direita; e os ribeirões Cipó, Correntinho, do Maia e córregos Corrente e Barreira, pela margem esquerda. 5 Metodologia 5.1 Pontos de Monitoramento Estão sendo monitorados quatro pontos no rio Guanhães, conforme apresentado no 6

Quadro 5-1. 7

Quadro 5-1 Pontos de Monitoramento Limnológico e de Qualidade da Água. Código Coordenadas E N JAC-E1 715.988 7.897.574 JAC-E2 715.049 7.898.364 JAC-E3 713.121 7.898.816 JAC-E4 716.408 7.987.227 (Vide mapa de pontos amostrais a limnologia) 5.2 Parâmetros Analisados e Procedimentos de Amostragem Os métodos de coleta, preservação e análises seguidos são os estabelecidos no STANDARD METHODS for the Examination of Water and Wastewater, 20th edition 1998. Em todos os pontos de amostragem estão sendo analisados os seguintes parâmetros: Físicos e Químicos: Temperatura do Ar, Temperatura da Água, ph (in loco), Turbidez, Condutividade Elétrica, Sólidos Sedimentáveis, Sólidos Totais, Sólidos Totais Dissolvidos, Sólidos em Suspensão, Acidez Total em CaCO3, Alcalinidade Total em CaCO3, Dureza Total CaCO3, Oxigênio Dissolvido, Demanda Bioquímica de Oxigênio, Demanda Química de Oxigênio, Nitrogênio Amoniacal em N, Nitratos em N, Nitrogênio Total em N, Óleos e Graxas, Índice de Fenóis, Ortofosfato Total em P, Fosfato Total em P, Fósforo Solúvel, Sulfetos, Sulfatos, Ferro Solúvel, Ferro Total, Manganês Total; Bacteriológicos: Coliformes totais, termotolerantes e Estreptococos fecais; Hidrobiológicos: Análises quali-quantitativas do fito e zooplâncton e zoobênton, incluindo as análises de índices de diversidade, riqueza e dominância. Destaca-se que nas amostras de fitoplâncton deverá ser avaliada a presença e densidade de cianobactérias. 8

Perfis verticais: especificamente no ponto logo à montante da barragem, local que apresentará a maior profundidade do futuro reservatório, deverão ser realizadas medições a cada 10 cm de profundidade, com o auxílio de sonda multiparâmetros, dos seguintes parâmetros: temperatura da água, ph, oxigênio dissolvido, condutividade e turbidez na coluna d água. O monitoramento do mexilhão dourado (Limnoperma fortunei) deve ser realizado através de vistoria em substratos naturais, tais como rochas, galhos e vegetação submersa, em todos os pontos de coleta. As vistorias objetivam localizar possíveis colônias de mexilhão dourado nos trechos de rio de interesse. O monitoramento dos planorbídeos vetores da esquistossomose mansônica deverá ser realizado através de vistorias em ambientes propícios ao desenvolvimento dessa comunidade próximo aos pontos pré-estabelecidos de amostragem. Macrófitas aquáticas: após o enchimento do reservatório, as campanhas de monitoramento limnológico e de qualidade da água deverão incluir a amostragem de macrófitas aquáticas. Durante as coletas, deverão ser identificados os trechos de ocorrência de macrófitas próximos a cada ponto de amostragem. Nos trechos em que houver presença de macrófitas, a área dos estandes de macrófitas aquáticas será mensurada por meio de telêmetro ou determinada por estimativa visual. Em cada estande, as macrófitas serão amostradas por meio de três quadrados de 1 m² de área (1 m x 1 m) e as macrófitas coletadas em cada quadrado serão recolhidas para posterior triagem, identificação e secagem para determinação do peso. Nos pontos de amostragem serão mensuradas: composição das comunidades de macrófitas flutuantes e submersas, cobertura, biomassa de cada espécie presente na comunidade, riqueza e dominância. 9

5.3 Frequência de Amostragem As campanhas do monitoramento limnológico e da qualidade das águas da fase de instalação devem continuar sendo realizadas com periodicidade trimestral até, no mínimo, um ano após o enchimento do reservatório. Importante destacar que deverá haver uma campanha imediatamente antes e outra imediatamente após o enchimento do reservatório, de maneira a ser possível consolidar as análises ambientais de cada fase do empreendimento (instalação e operação). A campanha a ser realizada após o enchimento será considerada a primeira campanha da fase de operação da PCH. Após esta campanha, o monitoramento deverá se estender por, pelo menos, mais um ano com a mesma periodicidade (trimestrais). É importante acompanhar o ciclo hidrológico local e também manter a periodicidade das campanhas que vêm sendo realizadas para que a avaliação das condições limnológicas e de qualidade da água, antes e após a operação da PCH permitam identificar os impactos e alterações que o empreendimento poderá causar sobre o ambiente. Após o primeiro ano de monitoramento de operação, deverá ser avaliada a periodicidade do programa, a malha amostral proposta, o conjunto de parâmetros e a continuidade do monitoramento. 5.4 Análise dos Resultados Os resultados das campanhas de monitoramento deverão ser avaliados considerando os padrões de qualidade da água existentes na legislação ambiental brasileira, em especial a Resolução CONAMA Nº 357/2005 e Resolução CONAMA Nº 344/2004. Além disso, a análise deverá buscar identificar padrões temporais e espaciais nas características limnológicas e da qualidade da água na área de influência da PCH, identificar a ocorrência de estratificação térmica próximo ao barramento, prognosticar 10

qualitativamente possíveis alterações ecológicas decorrentes da transição do ecossistema aquático de lótico para lêntico e subsidiar a gestão da qualidade da água do futuro reservatório, propiciando a adoção de ações preventivas. Propõe-se ainda que os resultados existentes e aqueles a serem gerados sejam avaliados numérica e qualitativamente, utilizando-se índices de qualidade da água (IQA) e de estado trófico (IET), e comparando-os com os resultados disponibilizados pelo IGAM (Monitoramento Águas de Minas ) e com os resultados dos programas de monitoramento da PCH Dores de Guanhães e da PCH Senhora do Porto (ambas a jusante). Estas duas PCH s estão sendo instaladas paralelamente pelo mesmo empreendedor da PCH Jacaré no rio Guanhães e a análise conjunta dos resultados irá permitir a avaliação da sinergia e cumulatividade destes empreendimentos. 6 Produtos a serem gerados Após cada campanha de monitoramento deverá ser produzido um relatório descritivo e analítico contendo os resultados da campanha realizada. Ao final da fase de instalação deverá ser elaborado um relatório final consolidando os resultados do período de obras e, após 01 ano de operação, deverá ser elaborado um relatório consolidado do Programa, contendo avaliação objetiva dos resultados do monitoramento e proposição de continuidade, incluindo, se necessário, alterações na frequência e malha amostral. Considerando as atividades a serem realizadas neste programa, após a realização das campanhas correspondentes, prevê-se os seguintes produtos: 08 (oito) relatórios trimestrais, até 60 dias após a realização das campanhas; 01 (um) relatório consolidado da fase de instalação, até 60 dias após a obtenção da licença de operação. 11

01 (um) relatório consolidado da fase de operação (01 ano), até 60 dias após completar um ano de enchimento do reservatório. Destaca-se que todos os relatórios deverão conter os certificados de análises e a discussão dos resultados de maneira que seja possível identificar a ocorrência de impactos e realizar a proposição de medidas mitigadoras sempre que necessário. 7 Equipe técnica Este programa deverá ser coordenado por um profissional especialista em limnologia e a equipe executora deverá conter profissionais com experiência em química ambiental, comunidades fitoplânctonicas, zooplanctônicas e macroinvertebrados bentônicos, além de técnicos especialistas em coletas e logística de campo. 12

8 Cronograma Etapa Obtenção da LP Obtenção da LI Assinatura do Contrato CCPG Início das obras civis da estruturas (instalação do canteiro) Início das escavações das estruturas civis Desvio do rio Início da concretagem da casa de força Início da concretagem do vertedouro Início da montagem eletromecânica das UGs Início das obras da LT 34,5 kv Término do comissionamento da LT 34,5 kv Solicitação da LO Obtenção da LO Início do enchimento do reservatório Início do comissionamento das UG01 Início do comissionamento das UG02 Início da operação comercial da UG01 Início da operação comercial da UG02 PCH JACARÉ Data prevista 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 MÊS 1 MÊS 2 MÊS 3 MÊS 4 MÊS 5 MÊS 6 MÊS 7 MÊS 8 MÊS 9 MÊS 10 MÊS 11 MÊS 12 MÊS 1 MÊS 2 MÊS 3 MÊS 4 MÊS 5 MÊS 6 MÊS 7 MÊS 8 MÊS 9 MÊS 10 MÊS 11 MÊS 12 nov-06 abr-10 set-12 set-12 mar-13 set-13 set-13 out-13 jul-14 jun-14 out-14 mai-14 set-14 set-14 out-14 nov-14 nov-14 dez-14 13

PCH JACARÉ 2010 2011 2012 1 2 3 4 5 6 2013 2014 2015 7 8 9 10 11 12 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 1ª campanha pré-obras realizada 2ª campanha pré-obras realizada 3ª campanha pré-obras realizada 4ª campanha pré-obras realizada 5ª campanha pré-obras realizada 6ª campanha pré-obras realizada 7ª campanha fase de instalação realizada 8ª campanha fase de instalação realizada 9ª campanha fase de instalação realizada 10ª campanha fase de instalação realizada 11ª campanha fase de instalação 12ª campanha fase de instalação 13ª campanha fase de instalação 14ª campanha fase de instalação 15ª campanha fase de instalação Relatório da Fase de Instalação 16ª campanha fase de operação (enchimento) 17ª campanha fase de operação 18ª campanha fase de operação 19ª campanha fase de operação 20ª campanha fase de operação Relatório Final Consolidado / Avaliação 14

9 Referências Bibliográficas AGOSTINHO, A., THOMAZ, S., GOMES, L. 2005. Conservação da biodiversidade em águas continentais do Brasil. Megadiversidade, v.1, n.1., 70:78. AMERICAN PUBLIC HEALTH ASSOCIATION. Standard methods for the examination of water and wastewater. 20 ed. Washington: APHA/WEF/AWWA, 1998. BARBOSA F. A. R. 1994. Programa brasileiro para conservação e manejo de águas interiores: síntese das discussões. Acta Limnologica Brasiliensia, Botucatu, v.5, n.1, 211:222. 10 ART Este programa foi adaptado do programa elaborado para o PCA da PCH Jacaré e atualizado a partir do relatório consolidado da LIMIAR Ambiental com, a colaboração do biólogo Ricardo Penna de Magalhães Barbalho, CRBio 57211/04-D. 15