15 Junho de 2011 Sumário BOLETIM DIÁRIO DO TEMPO... 2 Boletim do Tempo para 15 de junho (CHUVA)... 2 Boletim Técnico CPTEC... 8 Nível 250 hpa... 8 Nível 500 hpa... 8 Nível 850 hpa... 8 Superfície... 9 1
BOLETIM DIÁRIO DO TEMPO Boletim do Tempo para 15 de junho (CHUVA) As imagens de satélite do dia 15 de junho (Figura 01) mostraram pouca nebulosidade na costa do Pará por todo o dia. Apenas a região mais ao sul do Estado apresentou céu praticamente limpo, com apenas algumas nuvens rasas em baixos níveis. As 18:00 GMT, se observava a presença de nuvens rasas e estratiformes ao longo da parte norte do estado. Na imagem das 21:00 GMT (Figura 02), observou-se pouca nebulosidade ao longo da costa norte do Brasil. Observou-se também, a zona de convergência intertropical estava em sua posição mais ao norte e a presença de nebulosidade na costa leste do nordeste brasileiro. Através da Figura 03, que mostra os sistemas convectivos as 21:00 GMT, é possível verificar que as células convectivas estavam em fase de crescimento e maduras, porém com sua maioria em estágio de dissipação. O acumulado de precipitação entre as 12:00 GMT de 15 e as 12:00 GMT de 16 de junho (Figura 04) mostra a precipitação associada com a nebulosidade mostrada acima. Sobre Bélem, o acumulado ultrapassou os 20 mm/dia. Quando se observa a intensidade de precipitação medida pelos disdrômetros parsivel e joss (Figura 05), instalados no sítio Outeiro, entre os horários das 23:05 e 23:23 GMT, tem-se um pico as 23:08 GMT de 22,7 mm/h. Os pluviômetros registraram informações semelhantes. O CAPPI do radar meteorológico (Figura 06) Banda X instalado em Belém mostra a refletividade da linha de instabilidade a 2 km, no momento em que passou sobre a região as 23:04 GMT. A refletividade do sistema atingiu o 40 dbz, o que equivale a mais de 15 mm/h de intensidade de chuva. O RHI (Figura 07) no azimute de Outeiro revela a estrutura vertical do sistema. A refletividade da célula mostrada ultrapassou 20 dbz as 23:00 GMT. Por fim, os dados coletados na torre meteorológica instalada no sítio Outeiro revelam as variações de temperatura, umidade, velocidade e direção do vento antes e após a ocorrência da precipitação (Figura 08). A temperatura variou em torno de 0,7 C. Observou-se uma diminuição da umidade, seguida de um aumento. Nestes instantes, a variação foi de 2,5%. Quanto a velocidade do vento, observou-se um pico as 23:09 GMT de 5,5 ms -1. Na direção, percebe-se que o vento foi predominantemente de sudeste-sul. 2
(a) (b) (c) (d) Figura 1. Imagens do Satélite GOES-12 às (a) 00:00 GMT, (b) 06:00 GMT, (c) 12:00 GMT e (d) 18:00 GMT do dia 15 de junho de 2011 recortadas para o Estado do Pará. 3
Figura 2. Imagem do Satélite GOES-12/METEOSAT às 21:00 GMT do dia 15 de junho de 2011. Figura 3. Sistemas convectivos observados na imagem das 21:00 GMT do satélite GOES determinado pelo sistema FORTRACC (CPTEC/DSA) no dia 15 de junho de 2011 e sua fase no ciclo de vida (amarelo-crescimento, vermelho-maturação, verde-dissipação). Fonte: DSA/INPE. 4
Figura 4. Precipitação diária (mm) estimada por satélite sobre o Estado do Pará entre as 12h do dia 15 de junho de 2011 e as 12h do dia 16 de junho de 2011. Fonte: DSA/INPE. Figura 5. Taxa de precipitação estimada pelos disdrômetro parsivel, disdrômetro joss e por dois pluviômetros instalados no sítio Outeiro para evento observado no dia 15 de junho de 2011. 5
Figura 6. Radar meteorológicoo Banda x das 23:04 GMT do dia 15 de junho de 2011. Figura 7. RHI (Range Height Indicator) do sistema observado sobre Belém no dia 15 de junho de 2011 às 23:00 GMT. 6
(a) (b) Figura 8. (a) Temperatura ( C) e umidade relativa (%) e (b) direção ( ) e velocidade (m/s) do vento entre as 23:00 e as 23:30 do dia 15 de junho de 2011 no sítio Outeiro. Por Clênia R. Alcântara 7
Boletim Técnico CPTEC Nível 250 hpa Na análise da carta sinótica de altitude (250 hpa) da 00Z do dia 15/06, nota-se a presença de uma circulação ciclônica no leste do Brasil. Este sistema provoca nebulosidade baixa principalmente na faixa leste, onde é mais próximo do oceano e há um suporte termodinâmico mais favorável. No litoral há uma condição de chuva fraca. Mais ao sul nota-se a presença de um cavado frontal, contornado pelo Jato Subtropical (JST) e ramos norte e sul do Jato Polar (JPN e JPS, respectivamente). No Pacífico observa-se outro cavado frontal, contornado pelo JST e JPN. Pelo centro da Argentina observa-se a atuação do JPN, com núcleo intenso maior do que 100 kt. Este sistema causa instabilidade que pode ser vista na imagem de satélite. No extremo norte da Região Norte observa-se uma circulação anticiclônica, que provoca divergência neste nível, e juntamente com o suporte termodinâmico favorece instabilidade neste setor. Nível 500 hpa Na análise da carta sinótica de nível médio (500 hpa) da 00Z do dia 15/06, observa-se uma circulação anticiclônica, com centro entre o norte do MS e sul de GO. Este sistema influencia o tempo no interior do país, de forma a inibir a instabilidade, além de favorecer os baixos valores de umidade relativa. Observa-se o reflexo do cavado frontal no Atlântico, estendendo um cavado para MG. Associado a este cavado frontal no oceano se observam ventos fortes, acima de 90 kts e gradiente de altura geopotencial, o que indica significativa baroclinia. No Pacífico também se observa o reflexo do cavado frontal, inclusive já com reflexo na Argentina, onde há a atuação do JPN em altitude. Nível 850 hpa Na análise da carta sinótica de nível baixo (850 hpa) da 00Z do dia 15/06 nota-se o reflexo do sistema baroclínico no oceano Atlântico, aproximadamente ao sul de 30S. Observa-se uma circulação anticiclônica, associada ao anticiclone migratório que já toma características subtropicais. Este sistema favorece ventos de leste/sudeste na faixa leste do país e dá suporte termodinâmico a instabilidade fraca neste setor. Já no centro-sul do país este escoamento favorece ventos de norte em direção a Argentina, Paraguai e Uruguai. Este padrão favorece o transporte de ar mais quente para estas áreas. 8
Superfície Na análise da carta sinótica de superfície das 00Z do dia 15/06, observa-se um sistema frontal cujo ciclone extratropical de 976 hpa está centrado em torno de 47S/28W. O ramo frio associado a este sistema estende-se em direção ao continente chegando às proximidades do litoral norte de RJ e litoral sul do ES de forma estacionária, porém, sem atingir o continente. A passagem deste sistema, mesmo que pelo oceano influenciou o litoral entre SC e PR pela manhã, litoral de SP, do RJ e do ES à tarde. O anticiclone de 1027 hpa atua centrado em torno de 30S/45W. Este sistema já adquire características do Anticiclone Subtropical do Atlântico Sul (ASAS) e sua circulação já domina boa parte do centro-sul e leste do Brasil como comentado acima. Sistemas frontais transientes atuam sobre o Pacífico, próximo ao litoral do Chile. A Alta Subtropical do Pacífico Sul (ASPS) tem núcleo de 1033 hpa, centrada em 38S/115W. A Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) oscila em torno de 4N e 9N sobre o oceano Pacífico e, sobre o Atlântico, este sistema oscila em torno de 3N e 8N. 9