SÍNTESE SINÓTICA FEVEREIRO DE Dr. Gustavo Carlos Juan Escobar Grupo de Previsão de Tempo CPTEC/INPE

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1 SÍNTESE SINÓTICA FEVEREIRO DE 2015 Dr. Gustavo Carlos Juan Escobar Grupo de Previsão de Tempo CPTEC/INPE

2 1. DESTAQUE DO MÊS 2. FRENTES 3. ANOMALIAS DE PRECIPITAÇÃO 4. ANOMALIAS DE TEMPERATURAS 5. CIRCULAÇÃO ATMOSFÉRICA

3 1. DESTAQUE DO MÊS 1. Fim do Bloqueio sobre o Sudeste do Brasil devido à normalização da circulação atmosférica sobre o continente sul-americano. 2. Retorno de eventos de ZCAS e re-estabelecimento do período chuvoso sobre parte da Região Sudeste do Brasil, incluindo a área crítica da Serra da Cantareira. 3. Chuvas anômalas extremas no Peru e na Bolívia provocam enchente no Rio Branco (AC) com fortes impactos na população.

4 2. FRENTES Durante o mês de fevereiro de 2015 houve quatro sistemas frontais que atingiram o litoral entre Bahia Blanca (Argentina) e Florianópolis (SC), sendo que apenas dois deles (2 e 4) atingiram o Brasil e o resto ficou restrito à Argentina e à Uruguai. Episódios de ZCAS/ZCOU 04/02 08/02 : ZCAS 08/02 10/02: ZCOU 15/02 18/02: ZCAS 18/02 19/02 : ZCOU 26/02 28/02 : ZCOU Entre os dias 05/02 e 08/02 formou-se um ciclone subtropical ( BAPO ).

5 3. ANOMALIAS DE PRECIPITAÇÃO Durante o mês de fevereiro (Figura esquerda) observou-se um amplo predomínio de anomalias negativas de chuva sobre o Brasil, que se concentraram sobre grande parte das Regiões Norte, Nordeste e Sul. Os valores ultrapassaram os 100 mm em algumas localidades do AM, PA, AP e MA. As anomalias positivas atuaram principalmente sobre o Sudeste e em parte do Centro-Oeste, Sul e Nordeste. MG, SP, GO, MS e PR foram os Estados mais castigados pelos eventos extremos de chuva. Os valores anômalos de chuva oscilaram em torno dos 50 mm. Observou-se algumas variações ao longo das duas quinzenas (Figuras abaixo). Sobre SP, PR, MS e GO, as chuvas atuaram ao longo dos dois períodos, no entanto sobre o Estado de MG e em grande parte do Nordeste as chuvas apresentaram variações significativas. No segundo período (Figura abaixo direita), as chuvas na BA e nas demais áreas do Nordeste foram frovocadas pela atuação de um Vórtice Ciclônico de Altos Níveis (VCAN).

6 4. ANOMALIAS DE TEMPERATURAS As temperaturas mínimas (Figuras acima) apresentaram uma distribuição bastante heterogênea ao longo do mês, porém com um maior predomínio de valores positivos. As Regiões Norte e Nordeste mostraram as anomalias positivas mais significativas que oscilaram em torno dos 3 C. As temperaturas máximas (Figuras abaixo), mostraram anomalias positivas mais significativas sobre o Norte e Nordeste do Brasil, devido principalmente à falta de chuva. No interior nordestino os valores superaram os 4 C sobre algumas localidades. As anomalias negativas estiveram associadas diretamente com a ocorrência de chuva.

7 5. CIRCULAÇÃO ATMOSFÉRICA 250 hpa Durante o mês de fevereiro (Figura esquerda) observou-se um padrão de circulação típico para esta estação. Tanto a Alta da Bolívia (AB) quanto o Vórtice do Nordeste (VNE) ficaram localizados na posição climatológica. Na primeira quinzena a AB adentrou mais sobre o continente em função da amplificação de um cavado baroclínico sobre o Atlântico que deu origem a um episódio de ZCAS. Neste período, o cavado do Nordeste se estendeu em direção ao norte do continente, inibindo a formação de chuvas sobre este setor. Na segunda quinzena (Figura abaixo direita) a AB se posicionou um pouco mais ao norte e o VNE um pouco mais a leste, em relação ao primeiro período. O VNE contribuiu para a formação de chuvas anômalas sobre o Nordeste. O Jato Polar, representado pelas anomalias positivas da componente zonal do vento, ficou restrito ao sul do paralelo 55 S.

8 500 hpa Durante o mês de fevereiro (Figura esquerda) observou-se dois máximos positivos de anomalia de altura geopotencial; um localizado no Pacífico entre 40 S e 60 S e outro sobre o Atlântico, entre 45 S e 55 S. A lsete da Região Sul, sobre o oceano, observou-se um cavado baroclínico anômalo que atuou durante a primeira quinzena (Figura abaixo esquerda) e que deu suporte dinâmico a um episódio de ZCAS. Este sistema de baixa pressão também esteve associado com a ocorrência de um ciclone subtropical (BAPO). Durante o segundo período (Figura abaixo direita) um cavado sobre o Pacífico próximo do norte do Chile e do sul do Peru, contribuiu para provocar chuvas extremas entre o norte da Bolívia e o sul do Peru. Esses eventos extremos de chuva foram responsáveis das enchentes observadas sobre o Estado do Acre.

9 850 hpa Durante o mês de fevereiro, o escoamento em 850 hpa (Figura esquerda) apresentou um comportamento climatológico. A convergência de umidade vinda da região amazônica ficou direcionada para o norte da Região Sul e parte do Sudeste e Centro- Oeste, favorecendo a ocorrência de chuvas. Este comportamento foi mais evidente durante a primeira quinzena do mês (Figuras abaixo esquerda), quando registrou-se um episódio de ZCAS. Durante a segunda quinzena (Figura abaixo direita) o escomanto anômalo de quadrante norte (tons azuis) esteve restrito à porção oeste e norte do continente, afetando principalmente os Estados de MT, MS, TO, sul do PA e sul do AM. Já sobre o Sudeste, observou-se a influência do Anticiclone Subtropical do Atlântico Sul (ASAS) que ajudou a inibir a ocorrência de chuvas, principalmente sobre o Estados de MG, ES e RJ.

10 superfície O campo médio de pressão correspondente ao mês de fevereiro (Figura esquerda) mostrou um padrão de circulação típico de verão, com seus principais sistemas dinâmicos e térmicos localizados aproximadamante na posição climatológica. Observou-se também um cavado invertido se estendendo desde o norte da Argentina em direção ao Atlântico. Este sistema de baixa pressão relativo praticamente atuou durante o mês todo (Figuras abaixo), sendo que no segundo período ficou um pouco mais ao norte. O fluxo resultante desa configuração de pressão foi do quadrante norte, favorecendo a advecção de ar quente e úmido da região amazônica para o interior do Sul e do Sudeste. Ao sul do paralelo 45 S observou um fluxo altamente baroclínico representando os Oestes. Desta maneira, os transientes tiveram um deslocamento preferencialmente zonal sem conseguir atingir latitudes mais baixas.