"ESPELHO SEM REFLEXO: UMA BREVE ANÁLISE DO JORNALISMO CULTURAL DO RN." Caroline Reis Joseylson Fagner Departamento de Comunicação - UFRN

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Transcrição:

"ESPELHO SEM REFLEXO: UMA BREVE ANÁLISE DO JORNALISMO CULTURAL DO RN." Caroline Reis Joseylson Fagner Departamento de Comunicação - UFRN Resumo: O trabalho tem como objetivo fazer uma breve análise do jornalismo cultural feito na cidade, bem como apontar aspectos negativos, a fim de apontar quais seriam as formas de enriquecê-lo. A pesquisa utiliza cadernos de diferentes jornais dedicados a cultura além da constatação de releases publicados na integra. A base teórica do artigo é o livro digital: O jornalismo Cultural no Brasil, de Luiz Rebinski. Palavras-chave: Jornalismo Cultural; formação; análise; RN

Justificativa O trabalho, ainda em fase de desenvolvimento, surge como um grito de socorro a editoria de cultura que na maior parte dos jornais impressos, existentes na cidade, são sufocados pela divulgação de eventos. Em uma análise superficial aos jornais locais fica clara a restrição dos cadernos culturais principalmente a textos informativos, pouco opinativos, serviços, colunas sociais, fofocas sobre celebridades, horóscopos e programação da TV e dos cinemas. Na maioria dos periódicos apenas uma página fica dedicada a matérias culturais. O trabalho visa, ainda, ressaltar a importância e a falta da disciplina jornalismo cultural nos âmbitos da universidade. Metodologia Análise de conteúdo e estudo de caso. Jornalismo Cultural - Conceito Especialização da profissão jornalística nos fatos relacionados à cultura local, nacional e internacional, em suas diversas manifestações como artes plásticas, música, cinema, teatro, televisão, folclore e afins. MISSÃO Informar e opinar sobre a produção e a circulação de bens culturais na sociedade. O Jornalismo Cultural é um veículo que permite que parte da produção cultural de uma sociedade chegue ao público. - Gêneros Informativos contar ao leitor as novidades e notícias com relação ao âmbito cultural da sociedade; Opinativos apresentar ao leitor a opinião de um jornalista (ou especialista) sobre obra ou evento cultural. Informativos contar ao leitor as novidades e notícias com relação ao âmbito cultural da sociedade; Opinativos apresentar ao leitor a opinião de um jornalista (ou especialista) sobre obra ou evento cultural.

- Breve Histórico 1633 Discussões Mensais Edificantes (Hamburgo, Alemanha) Revista que veiculava poemas junto a artigos de Teologia. 1665 Journal des Savants (França) Revista composta por resumos de livros lançados na Europa, bibliografia de escritores famosos e artigos sobre Literatura, Filosofia e Ciências. 1711 The Spectator (Inglaterra) Revista composta por artigos sobre livros, ópera, música, teatro e política, escritos em tom acessível. 1925 The New Yorker (EUA) Críticas, charges e contos desenvolvidas por Edward Wilson na revista, referenciando o jornalismo literário. Segunda Metade do Século XX Consolidação de espaços de crítica na imprensa geral, com ampla repercussão no meio artístico a opinião de críticos como os do jornal The New York Times inluenciava no sucesso ou fracasso comercial de discos, peças e filmes, ou podia ao menos provocar sérios danos à imagem de alguns artistas. - No Brasil - Os primeiros cadernos culturais começam a aparecer no século XX; - A Aurora Fluminense (1827-1839) os concidadãos enviavam análises de obras interessantes literárias, ou políticas, hinos nacionais, e de todos os fragmentos de literatura, que de ordinário os outros jornais compreendem no artigo Variedades. - Os jornais se destinavam a publicar representações sobre dramas, óperas, notas, crônicas sobre atividades teatrais e, comentários sobre peças. O destaque à crítica variava de jornal para jornal, podendo sair tanto numa seção específica quanto ocupar toda a página. - FOLHETIIM (1808 1899); - SUPLEMENTO (1900 1950); CADERNO (1951 2000). - Crise do Jornalismo Cultural A impressão de um pequeno espaço dedicado à cultura nos cadernos culturais = a utilização do caderno para fins de divulgação de eventos, como uma agenda de entretenimento para o leitor, ao invés de análises, comentários e críticas no que diz respeito às manifestações artísticas e culturais que acontecem na sociedade, como peças

teatrais, shows musicais, exposições e apresentações folclóricas, além do espaço reservado à literatura, cinema, televisão e música. O cidadão está se tornando cada vez menos crítico com relação aos produtos culturais = com tal desvalorização do uso do jornalismo cultural pelo jornalismo impresso, os resultados podem implicar na extinção da crítica pela sociedade, resumindo as manifestações culturais da sociedade a meros produtos de consumo de uma indústria cultural de massa. - Panorama Atual Há imagem inicialmente formada sobre a editoria é que tal segmento jornalístico poderia falar apenas do que convencionou-se designar as sete grandes artes: Porém este quadro não corresponde mais à realidade. Os cadernos de cultura cobrem hoje assuntos relacionados à gastronomia, moda, comportamento, fotografia, quadrinhos, games e até computação gráfica. Em muitos jornais, os suplementos femininos ou os cadernos de design são condensados em uma única editoria: a de cultura. O jornalismo cultural brasileiro durante muitas décadas foi feito exclusivamente de (e para) doutores, que utilizavam as páginas dos jornais para falar de suas teses a respeito de determinado autor ou livro. A linguagem acadêmica dos textos, por vezes hermética, era também um fator que afastava o leitor "comum" dos suplementos de cultura, tornando o espaço um nicho exclusivo de letrados. O lançamento do caderno Mais!", em 1992 pela Folha de São Paulo, rompeu com o formato acadêmico dos suplementos. A partir daí a editoria passou a buscar um jornalismo leve, que além de literatura contemplasse outros temas. Tudo isso em textos enxutos quando comparados aos cadernos anteriores que dessem cabo à diversidade de opiniões. Os acadêmicos passaram então a dividir espaço com escritores, repórteres e críticos desvinculados das universidades, tendo que adaptar seus textos a um novo padrão, bem menos denso e mais acessível do ponto de vista da linguagem.

Hoje praticamente tudo é tema de cultura. Qualquer assunto pode ganhar interpretações sociológicas ou antropológicas e ser esmiuçado em uma grande reportagem. Com isso, a exigência de um vasto campo de conhecimento e de uma maior versatilidade dos profissionais faz-se cada vez mais presente. O profissional atende a demandas que não existiam. Jornalismo de Celebridades Vertente do jornalismo cultural e que vem ganhando cada vez mais espaço na imprensa, apesar de muita gente torcer o nariz para ela. Trata-se do chamado jornalismo de celebridades, em que as pessoas famosas do cinema e da TV desfilam seus hábitos, seus casos amorosos, seus corpos sarados, suas casas luxuosas para o deleite de um público numeroso. Como já havia ocorrido em países como os Estados Unidos e a Inglaterra. Na década de 90 o Brasil teve um boom neste tipo de cobertura, quando apareceram mais publicações especializadas e os cadernos culturais dos jornais diários cederam a esta demanda. Tal jornalismo é algo que precisa ser rediscutido, levando-se em consideração se tais informações são mesmo necessárias ou simplesmente constituem-se em puro voyerismo, alimentado por apurações falhas e sensacionalistas que não acrescentam em nada. Porém não se pode deixar de comentar, já que esta também é uma área de atuação do jornalismo cultural. - Panorama Local Em uma análise breve e superficial aos jornais locais fica clara a restrição dos cadernos culturais principalmente a textos informativos, pouco opinativos, serviços, colunas sociais, fofocas sobre celebridades, horóscopos e programação da TV e dos cinemas. Na maioria dos periódicos apenas uma página fica dedicada a matérias culturais. Em alguns jornais como o Correio da Tarde, ás segundas-feiras a editoria simplesmente não é publicada e nem se quer há jornalista exclusivo para cultura. Em outro jornal que funciona em associação com jornais de outros estados, o Diário de Natal, é capaz de se encontrar matérias principais produzidas em outras capitais e sem nem uma relevância para os nossos leitores locais. Outro fato bastante corriqueiro é a publicação de releases de eventos e espetáculos na integra. Para esta constatação fizemos a comparação entre a edição do Correio da Tarde de 19 de Junho de 2009 1 e do Jornal Metropolitano 19 a 25 de junho de 2009 2. Em ambas as publicações, encontramos o mesmo texto. As diferenças se encontram na diagramação e disposição da matéria. 1 Anexo 1 2 Anexo 2

A quantidade de colunas sociais nos jornais regionais também merece destaque. Em alguns cadernos ele ocupa a metade do numero de páginas destinada à editoria. Sempre voltados para uma cultura que segrega parcela da população, voltada às classes mais altas, letradas e com maior poder aquisitivo, pois o grande público, que não possui condições para adquirir esses produtos e nem mesmo para compreender os conteúdos veiculados por essas mídias será afastada. Esse comportamento revela que cada vez mais os assuntos de nossas editorias são escolhidos acordo com critérios de mercado. Os cadernos hoje estão muito mais preocupados em indicar para o consumo do que em discutir ou polemizar sobre assuntos pontuais. - Considerações Finais Uma das dificuldades do fazer Jornalismo Cultural está na formação do profissional, por não ser uma disciplina curricular na maioria das faculdades de Comunicação Social no Brasil. Essa falta de formação nos leva a um jornalismo cultural frágil e sem compromisso. As principais premissas da editoria se perdem. O incentivo a reflexão, o espaço para críticas, a colocação de obras de arte em debate e não apenas se retingindo a descrição do seu conteúdo. Para uma melhora no Jornalismo Cultural é necessária uma ampliação para além das notinhas de shows e agendas sobre os espetáculos diários. E ainda, se dar a devida importância intrínseca ao Jornalismo cultural, que por muitos é visto como informação secundária. Esta área de cobertura constitui o patrimônio maior de um jornal e compreende, igualmente, o corpo principal da cultura e seus bens. Renegar isso a uma posição coadjuvante é não entender o processo pelo qual se dá a comunicação. A cultura é representativa de um povo e seus mais caros valores. Quando a imprensa não dá a devida atenção a tais manifestações, ela se afasta de seu público, negligencia o que deveria ser o mais importante: o leitor. Segundo Piza, a imprensa cultural tem o dever do senso crítico, da avaliação de cada obra cultural e das tendências que o mercado valoriza por seus interesses, e o dever de olhar para as induções simbólicas e morais que o cidadão recebe (PIZA, 2004: 45).

Bibliografia REBINSKI, Luiz. O jornalismo cultural no Brasil. Disponível em: ><ht/tp://www.digestivocultural.com/colunistas/coluna.asp?codigo=2439 Acessado em 10/02/2010. PIZA, Daniel. Jornalismo Cultural. São Paulo: Contexto, 2004. Lydianne de paula ribeiro gonzalez, Jornalismo Cultural: Interfaces entre cultura e entretenimento, Centro Universitário de Votuporanga UNIFEV. Apresentado no Intercom Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação XIV Congresso de Ciências da Comunicação na Região Sudeste Rio de Janeiro 7 a 9 de maio de 2009. GOMES, Fábio. Jornalismo Cultural. Rio Grande do Sul, 2009. Disponível em: http://www.jornalismocultural.com.br/livroseletronicos.html. Acessado em 10/02/2010. Sente-se estréia na casa da Ribeira. Correio da tarde, Natal e Mossoró, p. 22.18 de jun. de 2009. O espetáculo teatral Sente-se estréia hoje na Casa da Ribeira. Jornal Metropolitano, Parnamirim, p. 6 complemento Cultura & ETC..., 19 a 25 de junho de 2009

Anexos Anexo 1 Correio da Tarde -19 de Junho de 2009

Anexo 2 Jornal Metropolitano 19 a 25 de junho de 2009