ANÁLISE DE ESTABILIDADE DE TALUDE EM MACIÇO ROCHOSO POR ANÁLISE CINEMÁTICA DE DESCONTINUIDADES

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Transcrição:

15º CONGRESSO BRASILEIRO DE GEOLOGIA DE ENGENHARIA E AMBIENTAL ANÁLISE DE ESTABILIDADE DE TALUDE EM MACIÇO ROCHOSO POR ANÁLISE CINEMÁTICA DE DESCONTINUIDADES Guilherme Nunes Fernandez 1 ; Fernando Machado Alves 2 e Edilson Pissato 3. Resumo Frente à necessidade emergencial de um estudo de estabilidade em maciço rochoso explorado por uma pedreira localizada em Santos/SP, foi realizada uma análise cinemática da possibilidade de rupturas no maciço, com base na caracterização geológico-geotécnica e nas análises estruturais. Para esta análise foram coletados dados estruturais do maciço através de três linhas de varredura (scanlines), as quais permitiram a separação das descontinuidades em cinco famílias somadas à foliação. As atitudes médias observadas foram: foliação (138/25), família 1 (351/87), família 2 (016/83), família 3 (247/81), família 4a (093/20), família 4b (111/86) e família 5 (005/35). A análise cinemática aplicada aos taludes do setor sul da pedreira, com atitude média (020/85), indicou a possibilidade de três tipos de ruptura do maciço: tombamento de blocos, ruptura planar e ruptura em cunha. Apenas as estruturas das famílias 1, 2 e 5 apresentam possibilidade de ruptura. Desta maneira, restringiu-se tanto o nível de detalhamento da caracterização geomecânica das descontinuidades das demais famílias de estruturas, quanto o número de cálculos de fatores de segurança. Palavras-Chave Análise de Estabilidade, Análise Cinemática, Caracterização Geológicogeotécnica, Levantamento estrutural em Scanline, Análise Estereográfica. Abstract Facing the urgent need of a stability study in a rock mass explored by a stone quarry located in Santos/SP, a kinematic analysis of the possibilities of rock mass failure was carried out, based on geological and geotechnical characterization and structural analysis. For this evaluation, a collection of structural data was conducted with three scanlines along the rock mass, which allowed to separate the discontinuities into five families that were added to the foliation. Attitudes averages were: foliation (138/25), family 1 (351/87), family 2 (016/83), family 3 (247/81), family 4a (093/20), family 4b (111 / 86) and family 5 (005/35). The kinematic analysis applied to rock slopes in the south part of the stone quarry, attitude average was (020/85), indicated the possibility of three types of failure: toppling failure, planar failure and wedge failure. Only the structures from families 1, 2 and 5 indicate possibility of failure. Therefore, the geomechanical characterization details of the following families were restricted as well as the number of calculations of the factor of safety. Keywords Stability Analysis, Kinematic Analysis, Geological-Geotechnical Characterization, Scanline structural survey, Stereographic Analysis. 1 2 3 Geól., REGEA/PANGEA Geologia e Estudos Ambientais - SP (11) 3735-5172, guilherme@regea.com.br Geól., MSc, REGEA/PANGEA Geologia e Estudos Ambientais - SP (11) 3735-5172, fernando@regea.com.br Prof. Dr., Universidade de São Paulo - SP (11) 3091-8988, pissato@usp.br 15º Congresso Brasileiro de Geologia de Engenharia e Ambiental 1

1 INTRODUÇÃO E OBJETIVOS O estudo foi realizado na pedreira MaxBrita, localizada na área continental do município de Santos/SP, com acesso pelo Km 245,5 da Rodovia Manoel Hypólito do Rego (SP-055 ou Rodovia Rio-Santos), no bairro de Monte Cabrão (figura 2.1). Este empreendimento apresentou a necessidade de estudo de caracterização geológico-geotécnica e estudo de estabilidade, em virtude do acidente geotécnico de grandes proporções, quando no dia 12 de abril de 2011 foi deflagrado um movimento de massa de forma súbita que mobilizou cerca de 500.000 m 3 de rocha, soterrando dois funcionários e respectivos equipamentos (TABUCHI & BANDINI, 2011). Após o acidente, o cenário encontrado foi de uma ruptura de grandes proporções do talude rochoso, que ocorreu junto às suas porções superiores e médias, condicionado por um plano inclinado na face norte, de direção N70E, com mergulho na ordem de 50 para Sudeste. Por este plano o material rochoso se deslocou em direção ao fundo da cava, acumulando-se em uma área aproximada de 40.000 m² (cerca de 200 metros de extensão por 200 metros de comprimento). Neste cenário, o Corpo de Bombeiros esteve à frente das atividades de resgate das vítimas, atividades que duraram quatro meses até o resgate dos corpos. Com o intuito de se estudar a estabilidade dos demais taludes da pedreira e com o objetivo de não comprometer a segurança das equipes de resgate, foram realizadas atividades de estabilização emergencial do compartimento solo, a partir da determinação do grau de risco das porções em solo, e de um estudo detalhado da estabilidade de maciço rochoso para o compartimento em rocha. Desta maneira, para a realização do estudo detalhado de estabilidade do compartimento em rocha, com cálculo de fator de segurança (FS), foi inicialmente realizada a análise cinemática para que apenas as famílias de descontinuidades necessárias para cada atitude de talude tivessem de fato seus FS calculados. Portanto, a adoção de análise cinemática teve o objetivo de direcionar o escopo de caracterização geomecânica de descontinuidades e maciço, assim como a quantidade de cálculos de FS, otimizando os resultados. 2 CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA ESTUDADA 2.1 ASPECTOS GEOLÓGICO-GEOTÉCNICOS REGIONAIS Geomorfologicamente, a área de estudo está associada ao Complexo Costeiro e à dinâmica da Serra do Mar, tal região é constituída predominantemente por escarpas rochosas observadas bastante dissecadas, com topos aguçados e convexos, cuja rede de drenagem apresenta-se adaptada às direções das estruturas relacionadas com falhas, fraturas e contatos litológicos (ROSS & MOROZ, 1997). Devido às altas declividades, predominam solos rasos e pouco desenvolvidos, sendo comuns afloramentos rochosos. De acordo com o Mapa Geológico do Estado de São Paulo (PERROTA et al., 2005), a região que abriga a pedreira é composta por rochas ortoderivadas Neoproterozóicas do Complexo Costeiro, mais especificamente a unidade granito gnáissica migmatítica, composta regionalmente por hornblenda-biotita gnaisse granitoide pórfiroide e augen gnaisse, datados em 647-578 Ma U-Pb (PASSARELI, 2001). O Complexo Costeiro é marcado por importantes estruturas geológicas, com destaque para as de direção NE-SW, principal característica das foliações migmatíticas da área. Após a formação das zonas de cisalhamento, que definem o arcabouço geológico estrutural regional, os eventos geológicos mais relevantes são aqueles vinculados à Reativação Wealdeniana (ALMEIDA, 1967), ou Reativação Sul-Atlantiana (SCHOBBENHAUS et al. 1984). Tais fenômenos levaram à deformação e ruptura do Gondwana, ao desenvolvimento da margem continental passiva e à abertura do Oceano Atlântico. A evolução tectônica e estrutural cenozoica de toda região está relacionada aos esforços envolvidos no Rift Continental do Sudeste do Brasil (RCSB), o qual comportou cinco fases tectônicas distintas. A primeira, Eocênica, distensiva e de direção NNW-SSE, a segunda, Neogênica, com transcorrência sinistral E-W com distensão NW-SE e, localmente, compressão NE-SW, a terceira fase, inserida no intervalo Pleistoceno/Holoceno, teve transcorrência dextral E- 15º Congresso Brasileiro de Geologia de Engenharia e Ambiental 2

W, com compressão NW-SE. A quarta fase tectônica, Holocênica, compreende distensão NW (WNW)-SE (ESE), a quinta e última fase, atuante do Holoceno até hoje, apresenta compressão E- W, caracterizada por juntas conjugadas de direção ENE e WNW (RICCOMINI, 1989). Figura 2.1. Localização e detalhe da área de estudo. Este regime de tensões caracteriza o contexto tectônico estrutural que se insere a pedreira e seus arredores, formando famílias de fraturas que sistematicamente se repetem ao longo de toda a área de estudo, com direções e mergulhos que são respostas aos esforços tectônicos aos quais foram submetidos ao longo de sua evolução. 2.2 CONTEXTO GEOLÓGICO-GEOTÉCNICO LOCAL 2.2.1 Maciço rochoso O maciço rochoso explorado pela Pedreira é composto por rochas de coloração cinza e composição predominantemente granítica, variando porções com cristais pouco até fortemente orientados, formando foliações menos ou mais destacadas. São comuns gnaisses de coloração cinza com pórfiros feldspáticos. Porções migmatizadas e milonitizadas ocorrem em alguns locais da Pedreira (Figuras 2.2 e 2.3). O conjunto se encontra fraturado, apresentando trechos com baixo grau de fraturamento e trechos mais intensamente fraturados. Figura 2.2. Visão geral do maciço rochoso granitoide que compõe a Pedreira. Figura 2.3. Detalhe do granitoide foliado cinza predominante na área da Pedreira 15º Congresso Brasileiro de Geologia de Engenharia e Ambiental 3

3 METODOLOGIA DE TRABALHO 3.1 ANÁLISE ESTRUTURAL 3.1.1 Levantamentos de dados estruturais (Scanline) A prática das scanlines (linhas de varredura) foi adotada para o levantamento e caracterização estrutural do maciço rochoso granitoide. Assim, foram adotadas três scanlines com diferentes orientações ao longo da pedreira, com o intuito de caracterizar as fraturas contidas no maciço. Cada uma das três scanlines realizadas apresenta 30 metros lineares de análise e altura de 1,5 metros, totalizando 135 m² de análise, esta por sua vez realizada como proposto por Priest (1993). O método de scanlines é um levantamento estrutural comumente utilizado na Geologia de Campo, nele são analisadas, descritas e mensuradas as descontinuidades de um determinado maciço rochoso ao longo de um segmento linear em uma face rochosa. As áreas para varredura de descontinuidades foram escolhidas mediante a representatividade na escala, atitude das descontinuidades e no contexto geométrico do maciço rochoso em questão. A partir da tabulação dos dados obtidos em campo, torna-se possível a separação de conjuntos de descontinuidades com geometrias e características comuns. Estes conjuntos são denominados famílias, devido as suas características geométricas e genéticas. 3.1.2 Levantamentos planialtimétrico O levantamento planialtimétrico da pedreira possibilitou a locação das seções de scanline, e a confecção de perfis para análise. Foi escolhido um perfil representativo para análises referentes à porção Sul da pedreira, para caracterizá-lo geometricamente, levando em consideração parâmetros como direção, mergulho e altura do talude, o mesmo apresentou direção N70W, mergulhando 85 para NE (020/85) e tem altura total de 110 metros. 3.2 TIPOLOGIA DE RUPTURAS Em contextos geotécnicos de taludes de rocha fraturada, como o observado na pedreira, são possíveis tipos distintos de rupturas que oferecem risco e podem trazer danos, a figura 3.1 mostra as características de cada um dos três tipos de ruptura esperados neste contexto. TIPO CONDIÇÕES ESTEREOGRAMA Ruptura Planar 1) Direção da descontinuidade apresentar até 10º de diferença do talude; 2) Descontinuidade apresentar mergulho menor que o do talude; 3) Mergulho da descontinuidade maior que o ângulo de atrito; 4) Extensão lateral da ruptura ser definida por outras descontinuidades ou pela intersecção do plano da estrutura com a forma convexa da encosta. 15º Congresso Brasileiro de Geologia de Engenharia e Ambiental 4

TIPO CONDIÇÕES ESTEREOGRAMA Ruptura em cunha 1) Direção da intersecção dos planos de descontinuidade próxima da direção do mergulho do talude; 2) O mergulho da intersecção menor que o mergulho do talude e maior que o ângulo de atrito. 1) Direção da descontinuidade apresentar até 10º de diferença com a direção do talude; Tombamento de bloco 2) Mergulho da descontinuidade para dentro do talude; 3) Normal ao plano de tombamento com mergulho menor que a inclinação do talude e menor que o ângulo de atrito. Figura 3.1. Principais tipos de ruptura de acordo com a geometria das descontinuidades em maciços rochosos (Adaptado de NORRISH & WYLLIE, 1996). 3.3 ANÁLISE CINEMÁTICA A análise cinemática se refere à movimentação de corpos, sem fazer, entretanto, referência às forças que causam o movimento. Assim, a análise cinemática se mostra como uma ferramenta para avaliação preliminar de estabilidade, identificando potenciais de ruptura apenas analisando o comportamento geométrico das descontinuidades, através das suas projeções em estereogramas. Ao realizar uma análise cinemática, pode-se observar previamente a estabilidade inerente a um bloco, ou a um talude, levando em consideração suas relações angulares. Ao analisar a dispersão das medidas polares das descontinuidades em estereogramas, é possível ainda identificar tipos de rupturas que podem, ou não, ocorrer neste cenário. A análise das representações estereográficas funciona como um indicador de susceptibilidade aos eventos de ruptura, funcionando como fator capaz de eliminar eventos que provavelmente não serão observados no talude em questão. A relação entre a direção sob a qual um bloco pode se movimentar e a orientação do talude deve ser observada nas projeções estereográficas (WYLLIE, 2004). Desta maneira, a análise cinemática é capaz de oferecer uma boa indicação sobre as condições de estabilidade, baseados ma geometria do talude e atitude das descontinuidades e não considerando as forças envolvidas ou fatores externos como a presença de água em fraturas ou perturbações agravadas/geradas por agentes externos como vibrações no maciço. 4 RESULTADOS 4.1 ANÁLISE ESTRUTURAL 4.1.1 Análise das scanlines As três análises de scanlines (MB-01, MB-02 e MB-03) foram realizadas como preconizado na metodologia, analisando as descontinuidades contidas no maciço na forma de fraturas. A figura 4.1 indica a localização e a imagem de cada scanline realizado. 15º Congresso Brasileiro de Geologia de Engenharia e Ambiental 5

Figura 4.1. Localização e detalhe das análises de scanline. As scanlines foram realizadas em três porções distintas da pedreira, sendo a MB-01 na porção noroeste e com orientação N-S, a scanline MB-02 na porção sul e com orientação N70W e a scanline MB-03 na porção leste e com orientação N25E. Com a realização dessa etapa, foram obtidos os dados para a análise estereográfica. 4.1.2 Análises estereográficas A soma entre as observações de campo e análise das scanlines em projeções estereográficas possibilitou a distinção das descontinuidades em famílias, assim, são apresentadas na figura 4.2 as projeções estereográficas, total e discriminadas em foliação e demais famílias identificadas. A análise das projeções de todos os 130 polos de planos de descontinuidades, medidos nas scanlines, indicou a maior concentração de polos que representam as medidas de foliação da rocha gnáissica, uma vez que as descrições de campo para tais medidas remetiam a essa característica genética. Os demais focos de concentração de descontinuidades foram chamados de família 1, família 2, família 3, família 4-a, família 4b e família 5. A seguir estão expostas as projeções estereográficas geradas a partir das seções analisadas: 15º Congresso Brasileiro de Geologia de Engenharia e Ambiental 6

Figura 4.2: Projeções estereográficas das descontinuidades analisadas nos scanlines. a) todas as medidas tomadas; b) medidas relativas à foliação; c) até h) demais famílias identificadas. A tabela 4.1, apresenta as famílias (estabelecidas no item 4.1.2), e sua proporção relativa para cada perfil de scanline (todos subverticais). Tabela 4.1. Apresentação das estruturas classificadas em família para cada perfil, onde N é o número de ocorrência, seguido pela % relativa sobre o total de descontinuidades. Perfil Orientação Scanline Foliação Fam. 1 Fam. 2 Fam. 3 Fam. 4a Fam. 4b Fam. 5 N % N % N % N % N % N % N % MB-01 N-S 27 20,8 14 10,8 9 6,9 13 10,0 0 0,0 0 0,0 3 2,3 MB-02 N70W 8 6,2 1 0,8 15 11,5 12 9,2 0 0,0 0 0,0 0 0,0 MB-03 N25E 6 4,6 0 0,0 0 0,0 10 7,7 5 3,8 7 5,4 0 0,0 TOTAL - 41 31,5 15 11,5 24 18,5 35 26,9 5 3,8 7 5,4 3 2,3 4.2 ANÁLISE CINEMÁTICA Todas as análises aqui expressas levam em consideração a vertente sul da pedreira. Para representar esta vertente, foi analisado um perfil com a seguinte geometria: direção N70W mergulhando 85 para NE e 110 metros de altura. Outro elemento indispensável para a análise é o ângulo de atrito interno (Φ) da rocha, sendo que o ângulo de atrito indicado para rochas granitoides fraturadas, para falhas preenchidas por argila, varia de 24 a 45 (HOEK, 2007), assim, adotou-se conservadoramente o valor médio de Φ=35 para as análises realizadas. 15º Congresso Brasileiro de Geologia de Engenharia e Ambiental 7

4.2.1 Rupturas planares Valendo-se da rotina proposta, foi realizada a análise cinemática para a possibilidade de ocorrência de rupturas planares. Criou-se através de software um estereograma contendo as projeções polares obtidas nas análises de scanlines, e nele foi inserida a janela de potencial instabilidade para rupturas planares. A janela leva em consideração a direção e o mergulho da vertente, ângulo de atrito, ângulo de mergulho menor que o da vertente e uma variação de 20 a partir no rumo de máximo mergulho da vertente, como visto na figura 4.3. Dentre as 16 medidas polares contidas na janela, 14 correspondem à família 2 e duas à família 5. Da análise cinemática, é possível concluir que na vertente em questão, a foliação não gera risco de ruptura planar, bem como as famílias de descontinuidades 1, 3, 4a, e 4b. Os trabalhos a serem desenvolvidos nessa vertente deverão levar em consideração o risco de rupturas planares no caso de interceptação do talude com fraturas das famílias 2 e 5. Figura 4.3: janela de instabilidade para risco de ruptura planar. Atitude referência para as medidas contidas na janela: 201/20 4.2.2 Rupturas em cunha Para a análise cinemática de rupturas em cunha, foi inserido individualmente o conjunto de polos das famílias, selecionando as que apresentaram no mínimo uma medida polar no campo de possibilidade de interceptar outra estrutura planar. Dentro das condições citadas na metodologia, essa rotina possibilitou a exclusão das famílias 3, 4b e a foliação. A partir disso, foi traçada a vertente, o cone de atrito e as medidas dos grandes círculos para as famílias selecionadas, com intuito de visualizar quais cruzamentos entre as famílias se interceptam dentro do cone de atrito, a favor do mergulho da vertente, gerando a figura 4.4. A partir da figura 4.4, foi possível também excluir a família 4a, a qual apresenta mergulho menor que o ângulo de atrito, além disso, indica duas interceptações a serem avaliadas na análise de estabilidade: o cruzamento entre as famílias 2 e 5 e o cruzamento entre as famílias 1 e 2, este último aparentemente mais suscetível à ruptura. Figura 4.4: famílias possivelmente formadoras de cunha na vertente. 15º Congresso Brasileiro de Geologia de Engenharia e Ambiental 8

4.2.3 Tombamento de blocos A partir do método apresentado, foi realizada a análise cinemática para tombamento de blocos. Foi elaborado um estereograma contendo todos os polos de descontinuidades obtidos nas scanlines, e nele inseridas duas janelas de potencial instabilidade para tombamento de blocos. As janelas levam em consideração a direção e mergulho da vertente, ângulo de atrito e uma variação de 10 a partir no rumo de máximo mergulho da vertente. Assim, criou-se a figura 4.5. Sob uma perspectiva cautelosa, existe uma combinação passível de risco, entre uma medida de foliação discrepante do seu comportamento regular e uma medida relativa à família 5. Ainda que seja pouco provável a ocorrência de tombamento de blocos, a existência de uma combinação de risco não descarta a possibilidade de que ocorra um tombamento de bloco. Desta maneira, recomenda-se que os taludes dessa orientação sejam verificados quanto a presença de estruturas da família 5. As scanlines MB-01 e 03 são perpendiculares à vertente, e nelas a família 5 tem frequência de ocorrência pequena, como observado na tabela 4.1. Figura 4.5: janelas de instabilidade para risco de tombamento de blocos. 5 CONCLUSÕES Verificou-se que nos taludes da porção mais a Sul da pedreira, com direção N110 mergulhando 85 para NE, existe a possibilidade de ocorrência de rupturas em rocha gerando risco ao setor, o qual pode ser minimizado com o aumento do gerenciamento do risco que, por sua vez, será mais efetivo quanto maior for o conhecimento geotécnico sobre a área. Para esta porção da pedreira, constatou-se o risco de ruptura planar, gerado pelas descontinuidades das famílias 2 e 5. O risco de ruptura por formação de cunhas ocorre nos conjuntos formados pelas famílias 1 e 2, e com menor risco no conjunto formado pelas famílias 2 e 5. Quanto ao tombamento de blocos, existe risco gerado pela combinação entre a foliação e família 5. Para o avanço da lavra nestes taludes, no sentido Sul, recomendada-se que seja continuamente verificada a ocorrência e a frequência destas famílias de descontinuidades, assim como as suas combinações necessárias para que ocorram novas rupturas. A mesma rotina desenvolvida para esta porção pode ser utilizada para as demais direções de avanço no maciço rochoso, aumentando consideravelmente o conhecimento e o gerenciamento do risco inerente à atividade de mineração. A análise cinemática, baseada na geometria dos taludes e das descontinuidades, mostra-se um método de execução rápida e oferece uma confiável caracterização preliminar. Esta pode ainda direcionar os esforços futuros de análise e caracterização geológico-geotécnica e de estabilidade, reduzindo custos e riscos envolvidos. A análise cinemática pode definir antecipadamente atitudes seguras para taludes após o desmonte de rocha. 15º Congresso Brasileiro de Geologia de Engenharia e Ambiental 9

6 AGRADECIMENTOS Os autores agradecem ao corpo técnico e administrativo do Grupo Regea Pangea Geologia e Estudos Ambientais pelo apoio destinado à realização deste trabalho, bem como aos profissionais da Pedreira MaxBrita envolvidos na realização do mesmo. 7 BIBLIOGRAFIA ALMEIDA, F.F.M. (1967). Origem e evolução da plataforma brasileira. Rio de Janeiro: DNPM, Boi. Div. Geol. Min. 241: 1-36. BARTON, N. & CHOUBEY, Y. (1977).The shear strength of rock joints in theory and practice - Rock Mechanics, v. 10. FIORI, A.P. & CARMIGNANI, L. (2011) Fundamentos de mecânica dos solos e das rochas aplicações na estabilidade de taludes. 2ªed., Curitiba. GUIDICCINI, G. & NIEBLE, C.M. (1976). Estabilidade de taludes naturais e de escavação. São Paulo HOEK, E. (2007). Pratical rock engineering. Hampshire, Reino Unido. ISRM INTERNATIONAL SOCIETY OF ROCK MECHANICS. (1988). Métodos para descrição quantitativa de descontinuidades em maciços rochosos. Tradução: ABGE Comitê Brasileiro de Mecânica de Rochas, São Paulo. NORRISH, N.I. & WYLLIE, D.C., (1996). Rock Slope Stability Analysis. In: Turner A.T. &. Schuster R.L. [eds.] Landslides - Investigation and Mitigation. Transportation Research Board Special Report No. 247, National Academy Press, Washington DC, p.:391-424. PASSARELLI, C.R., (2001). Caracterização estrutural e geocronológica dos Domínios tectônicos da porção sul-oriental do Estado de São Paulo. São Paulo, Tese de Doutorado, Instituto de Geociências, USP. PERROTA, M.M.; SALVADOR. E.D.; LOPES, R.C.; D AGOSTINHO, L.Z.; PERUFFO, N.; GOMES, S.D.; SACHS, L.L.B.; MIEIRA, V.T.; GARCIA, M.G.M.; LACERDA FILHO, J.V. (2005). Mapa geológico do Estado de São Paulo, escala 1:750.000. Programa Geologia do Brasil PGB, CPRM, São Paulo. PRIEST, S.D. (1993). Discontinuity analysis for rock engineering. Londres. RICCOMINI, C. (1989). O Rift Continental do Sudeste do Brasil. São Paulo, Tese de Doutorado, Instituto de Geociências, USP. ROSS, J.L.S.; MOROZ, I.C. (1997) Mapa geomorfológico do Estado de São Paulo. São Paulo, SP: FFLCH/USP e IPT/FAPESP, Mapas e Relatório. SCHOBBENHAUS,C.; CAMPOS,D.A, DERZE,G.R.; ASMUS,H.E.(1984) Geologia do Brasil, DNPM, Brasília: Ministério das Minas e Energia, 1984. 501 p. TABUCHI, E.K. & BANDINI, M.P., (2011). A Atuação da Defesa Civil no atendimento a acidente em mineração O caso da pedreira Santa Tereza Santos-SP. In: Anais do Congresso Brasileiro de Geologia de Engenharia. WYLLIE, D.C. & MAH, C.W. (2004) Rock slope engineering Civil and mining. 4 a. ed. Nova Iorque. 15º Congresso Brasileiro de Geologia de Engenharia e Ambiental 10