CUSTO DE PRODUÇÃO E IMPACTO DA POLÍTICA PÚBLICA NA PISCICULTURA EM TANQUE-REDE NO ESTADO DE SÃO PAULO



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Transcrição:

CUSTO DE PRODUÇÃO E IMPACTO DA POLÍTICA PÚBLICA NA PISCICULTURA EM TANQUE-REDE NO ESTADO DE SÃO PAULO FERNANDA DE PAIVA BADIZ FURLANETO; LUIZ MARQUES DA SILVA AYROZA; DAERCY MARIA MONTEIRO DE REZENDE AYROZA; MARIA INEZ ESPAGNOLI GERALDO MARTINS; APTA MÉDIO PARANAPANEMA E UNESP ASSIS E JABOTICABAL - SP - BRASIL fernandafurlaneto@aptaregional.sp.gov.br PÔSTER ADMINISTRAÇÃO RURAL E GESTÃO DO AGRONEGÓCIO Custo de produção e impacto da política pública na piscicultura em tanque-rede no Estado de São Paulo, Brasil Forma de apresentação: Pôster Grupo de Pesquisa: 2 Autores: Fernanda de Paiva Badiz Furlaneto, Médica Veterinária, Pesquisadora Científica, APTA Médio Paranapanema, Assis/SP. Endereço: Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios APTA Médio Paranapanema. Rod. SP-333 (Assis-Marília) km 397. Caixa Postal: 263. CEP: 19.800-000. Assis/SP. Tel. (18) 3321-2026/ 3321-1663. E-mail: fernandafurlaneto@aptaregional.sp.gov.br. CPF: 257.872.748-14 Luiz Marques da Silva Ayroza, Zootecnista, Doutorando em Aqüicultura, CAUNESP/UNESP, Pesquisador Científico, APTA Médio Paranapanema, Assis/SP Endereço: Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios APTA Médio Paranapanema. Rod. SP-333 (Assis-Marília) km 397. Caixa Postal: 263. CEP: 19.800-1

000. Assis/SP.Tel. (18) 3324-5890/ 3321-2026. E-mail: ayroza@aptaregional.sp.gov.br. CPF: 040.369.238-54 Daercy Maria Monteiro de Rezende Ayroza, Engenheira Agrônoma, Mestre, Pesquisadora Científica, APTA Médio Paranapanema, Assis/SP. Endereço: Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios APTA Médio Paranapanema. Rod. SP-333 (Assis-Marília) km 397. Caixa Postal: 263. CEP: 19.800-000. Assis/SP.Tel. (18) 3324-5890/ 3321-2026. E-mail: dadyroza@aptaregional.sp.gov.br. CPF: 323.563.906-34 Maria Inez Espagnoli Geraldo Martins, Doutora, Professora do Departamento de Economia Rural, FCAV/UNESP, Jaboticabal/SP. Endereço: Departamento de Economia Rural. Via de acesso Paulo Donato Castellane, s/n. CEP: 14.884-900. Jaboticabal/SP. Tel. (16) 3209-2634/ 3209-2600. E-mail: minezesp@fcav.unesp.br. CPF: 748.443.508-20 CUSTO DE PRODUÇÃO E IMPACTO DA POLÍTICA PÚBLICA NA PISCICULTURA EM TANQUE-REDE NO ESTADO DE SÃO PAULO, BRASIL GRUPO DE PESQUISA: 2 FORMA DE APRESENTAÇÃO: Pôster Resumo O presente estudo tem como objetivo analisar o impacto da política pública na piscicultura em tanques-rede no Estado de São Paulo. Para tanto foi feito o custo de produção do cultivo de tilápia (Oreochromis spp) em tanques-rede de pequeno e grande volume (6 e 18 m³), levando em consideração os recursos disponibilizados pela linha de financiamento Piscicultura em tanques-rede do Fundo de Expansão do Agronegócio Paulista o Banco do Agronegócio Familiar (FEAP/BANAGRO), no ano de 2005. Os resultados econômicos mostraram que o programa do Governo do Estado de São Paulo que atende produtores familiares e pescadores artesanais é viável para pisciculturas que utilizam o sistema de tanques-rede de pequeno volume (índice de lucratividade de 22%) durante o período de pagamento do financiamento (05 anos). Palavras-chave: piscicultura intensiva, análise econômica, política pública, Estado de São Paulo, Brasil 2

COST PRODUCTION AND IMPACT OF THE PUBLIC POLITICS IN CAGE FISH CULTURE IN THE STATE OF SÃO PAULO, BRAZIL Abstract The present study has as objective to analyze the impact of the public politics on cage fish culture in the State of São Paulo. For so much production cost of the tilápia cultivation (Oreochromis spp) was calculated in cages of small and large volume (6 and 18 m³), taking in consideration the resources of the credit line "Cage fish culture" of the Fund of Expansion of Agribusiness from São Paulo - The Bank of Family Agribusiness (FEAP/BANAGRO), in the year of 2005. The economic results showed that the program of the government of the State of São Paulo that assists family producers and artisanal fishermen is viable for fish culture that use the small volume (index of profitability of 22%) during the period of payment of the financing (05 years). Key-words: intensive fish culture, economic analysis, public politics, State of São Paulo, Brazil 1 - Introdução Os programas de políticas públicas voltados para o setor rural têm como objetivo impulsionar o desenvolvimento do agronegócio, gerar riqueza, emprego e ganho significativo na economia regional, além de melhorar a qualidade de vida da população e preservar o meio ambiente (REZENDE, 1989). De acordo com Gasques e Verde (1990), os principais incentivos públicos que se destacam no segmento agropecuário são: o benefício fiscal; o Sistema Nacional de Crédito Rural (SNCR); o desembolso de crédito do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e; recentemente, o Programa Nacional de Fortalecimento à Agricultura Familiar (PRONAF) e o Fundo de Expansão do Agronegócio Paulista (FEAP/SP). No Brasil, o benefício fiscal foi bastante utilizado pelo governo federal, após os anos 50, como política orientada para o desenvolvimento regional e setorial. Segundo Bacha (1995), o benefício fiscal é uma dedução do imposto de renda devido, o qual consiste na redução da arrecadação potencial do tributo, que é aplicado em algumas atividades determinadas pelo governo. O crédito rural privilegiado do SNCR, que existe atualmente, iniciou no ano de 1965 e refere-se à concessão de empréstimos às atividades específicas definidas pelo poder público. Os empréstimos são feitos na fase de implantação dos projetos, sendo os recursos financiados a taxas de juros nominais inferiores às taxas existentes no mercado. De acordo com Santos (1988), o crédito do SNCR é direcionado para três segmentos: crédito rural para custeio (empréstimo para pagamento a curto prazo em média 01 ano); crédito rural para investimento (empréstimo para pagamento a longo prazo 3

em média 02 a 05 anos) e, crédito rural para comercialização (empréstimo para pagamento a curto prazo em média 06 meses). O financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), instituído em 1952, teve como objetivo financiar o desenvolvimento do setor de infra-estrutura para a industrialização do país, através do financiamento tecnológico (máquinas e equipamentos). A partir da década de noventa, além dos setores de infraestrutura, o BNDES preocupou-se com o crescimento do setor de serviços, da agropecuária, da exportação e dos projetos de impacto social (ALÉM,1998). No ano de 1996 foi criado o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (PRONAF) visando o financiamento dos produtos explorados pelos produtores rurais, incluindo atividades e serviços agropecuários. O PRONAF busca a profissionalização do agricultor familiar por meio de estabelecimentos de políticas públicas para o setor através do financiamento da produção e infra-estrutura (ABRAMOVAY & VEIGA, 1998). Os recursos do PRONAF são repassados pelo BNDES às instituições financeiras credenciadas (Banco do Brasil), que são responsáveis pela operacionalização das linhas de financiamento. As linhas disponíveis para a aqüicultura e pesca são: a) Agricultura Familiar: Pronaf Grupos, Pronaf Mulher, Proger Rural; b) Agricultura Empresarial: Custeio Pecuário Tradicional; FCO Rural (Programa Desenvolvimento Rural, Pescart e Proaqua), e FCO Convir; BNDES (Prodeagro); FINAME (Linha Especial); BB CPR; Desconto de NPR/DR; Produtos Agropecuários de Produção Própria; Crédito Agroindustrial e; Proger Exportação. O Fundo de Expansão do Agronegócio Paulista o Banco do Agronegócio Familiar FEAP/BANAGRO, regulamento pelo Decreto Lei nº 47.804, de 30/04/2003, está vinculado à Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo que através da sua infra-estrutura, atende todos os municípios e divulga ao homem do campo as linhas de crédito, procurando abrir caminho para o desenvolvimento tecnológico e financeiro dos pequenos e médios produtores, além do agronegócio familiar. O agente financeiro oficial do FEAP/BANAGRO é o Banco Nossa Caixa S.A. que, através de sua rede de agências disponibiliza os recursos aos proponentes que se enquadram nas normas do Fundo. O FEAP/BANAGRO disponibiliza aos aqüicultores paulistas a linha de crédito Piscicultura em tanques-rede que será analisada no presente artigo com o objetivo de determinar o impacto da política pública estadual no desenvolvimento da aqüicultura em tanques-rede, de modo a fornecer maiores informações técnicas e econômicas sobre o efeito do crédito rural no setor piscícola do Estado de São Paulo. Segundo dados do FEAP/BANAGRO (2005), desde dezembro de 2001 a dezembro de 2005, foram autorizados no Estado de São Paulo cerca de 81 contratos referentes à linha de financiamento Piscicultura em tanques-rede, sendo beneficiados produtores de 11 municípios (Buritama, Caconde, Cajobi, Garça, Ilha Solteira, Juquiá, Paranapanema, Paulicéia, Salto de Pirapora, Sete Barras e Zacarias). Destacam-se os municípios de Zacarias, Ilha Solteira e Buritama que respondem respectivamente por 60%, 18% e 9% do total do número de contratos. O valor total financiado foi de R$ 2.137.852,60. Importa dizer que o teto de financiamento era de 4

26.000,00 por produtor e a partir de fevereiro de 2005, esse valor passou a ser de 35.400,00 por produtor. 2 - Materiais e Métodos Os dados técnicos utilizados no presente artigo foram coletados através da aplicação de questionários junto aos piscicultores do Médio Paranapanema, Estado de São Paulo, no período de agosto de 2005 a fevereiro de 2006. A definição das amostras intencionais de produtores foi orientada pelos técnicos do Instituto de Pesca (Agência Paulista de Desenvolvimento Tecnológico APTA), Casa da Agricultura e Programa SAI/SEBRAE (Sistema Agroindustrial Integrado) e as áreas aqüícolas selecionadas localizam-se em águas de domínio da União (usinas hidrelétricas). A linha de crédito analisada é a Piscicultura em tanque-rede oferecida pelo FEAP/BANAGRO, que financia as operações de investimento e custeio da criação de peixes em tanques-rede. O valor financiado corresponde a 80% do saldo total do projeto, sendo o produtor rural responsável pelo risco da parcela do saldo devedor não assegurada pelo empréstimo rural (20%). Os itens financiáveis são: tanques-rede, cuja capacidade ou cubagem total, não poderá ultrapassar 108m³; barco e equipamentos; alevinos e ração para o primeiro povoamento. Os beneficiários podem ser: produtores rurais com renda bruta agropecuária anual de até R$ 185.000,00; produtores rurais organizados como pessoa jurídica, com renda bruta anual de até R$ 1.000.000,00 e; associações e cooperativas de produtores rurais, constituídas majoritariamente de pequenos produtores rurais, com renda bruta anual de até R$ 3.000.000,00. O teto do financiamento é de até R$ 35.400,00 por produtor, sendo de até R$ 15.300,00 para aquisição de tanques-rede; até R$ 2.400,00 para aquisição de barco e acessórios ou aeradores; até R$ 1.950,00 destinados para aquisição de alevinos para o primeiro povoamento e até R$ 15.750,00 para aquisição de ração. O prazo de pagamento é de até 5 anos, incluindo a carência de 18 meses, sendo os encargos financeiros de 4% ao ano. Para fins de análise da viabilidade econômica do cultivo de peixes em tanques-rede, com utilização dos recursos financeiros disponibilizado pelo FEAP/BANAGRO, foi considerado o sistema de criação de tilápia (Oreochromis spp.) em tanques-rede de 6m³ e 18m³. Os valores técnicos considerados no estudo econômico foram: a) ciclo de produção: 160 dias (2 ciclos/ano); b) densidade: 160 peixes/m³ (tanque-rede pequeno volume) e 78 peixes/m³ (tanque-rede grande volume); d) produtividade: 13 t/ciclo (tanque-rede pequeno volume) e 6,73 t/ciclo (tanque-rede grande volume); e) taxa de mortalidade: 15% (tanquerede pequeno volume) e 20% (tanque-rede grande volume); f) taxa de conversão alimentar: 1:1,5 (tanque-rede pequeno volume) e 1:1,7 (tanque-rede grande volume); g) peso médio de venda: 800g/unidade; h) preço médio de venda: 2,40/kg de tilápia; i) despesca por ciclo: 5

12 tanques-rede de pequeno volume e 4 tanques-rede de grande volume; j) vida útil dos equipamentos utilizados durante o sistema produtivo: 5 anos. O cálculo do custo de produção utilizado foi o descrito por Matsunaga et al. (1976) e as estruturas do custo baseada nos componentes citados em Martin et al. (1998) que compreendem: 1) Custo operacional efetivo (COE): constitui o somatório dos custos com a utilização de mão-de-obra, máquinas, equipamentos e insumos; 2) Custo operacional total (COT): resulta do somatório do custo operacional efetivo (COE) e dos custos indiretos monetários ou não monetários, tais como: a) depreciação da dos tanques-rede, equipamentos, barco e benfeitorias; b) encargos diretos: 33% sobre a mão-de-obra permanente; c) contribuição de seguridade social (CESSR): 2,3% sobre a receita bruta; d) encargos financeiros do investimento e custeio do primeiro ciclo: 8,75% a.a. sobre 50% do COE; e) juros do financiamento: taxa de juros de 4% ao ano sobre o valor financiado. O valor correspondente à taxa de juros a ser paga anualmente foi dividido por ciclo de produção (02 ciclos por ano); f) despesas com assistência técnica: 2% sobre o COE. A rentabilidade da piscicultura foi analisada através dos seguintes indicadores econômicos: a) receita bruta (produção pelo preço médio de venda); b) lucro operacional (receita bruta menos o custo operacional total); c) índice de lucratividade (lucro operacional dividido pela receita bruta) e; d) ponto de nivelamento (custo operacional total sobre o preço de venda). 3 - Resultados e discussão O custo para aquisição dos tanques-rede e equipamentos é estimado em R$ 17.700,00 no projeto de tanque-rede de pequeno volume (17 unidades) e R$ 12.900,00 para a implantação de tanques-rede de grande volume (06 unidades), conforme a tabela 1. A diferença entre os valores dos custos de implantação dos tanques-rede de pequeno e grande volume deve-se ao preço unitário do tanque-rede que é de R$ 900,00/unidade e R$ 1.750,00/unidade respectivamente, sendo as demais despesas equivalentes nos dois sistemas. O financiamento do FEAP estipula o limite máximo de cubagem ou capacidade dos tanques-rede em 108 m³, daí a restrição em utilizar o valor total que é disponibilizado pelo financiamento nos projetos de tanques-rede de grande volume. A contrapartida do produtor é de R$ 7.080,00 e corresponde a 20% do valor do empréstimo. Esse recurso subsidiará parte da alimentação e o povoamento dos tanquesrede a partir do segundo ciclo de produção. A opção pela instalação de tanques-rede de grande volume deve-se ao fato do menor valor do investimento na fase de implantação do sistema produtivo, que corresponde a redução de R$ 4.800,00. A escolha pelos tanques-rede de pequeno volume leva em consideração: melhor desempenho dos peixes, maior capacidade de sustentação de biomassa por unidade de volume de água, renovação de água mais rápida (maior concentração de oxigênio dissolvido na água), menor acúmulo de matéria orgânica dentro 6

do tanque-rede (redução dos efeitos tóxicos da amônia) e facilidade de manejo e despesca (SCHIMITTOU, 1997). Tabela 1 Estimativa de custo de implantação de projeto de produção de tilápia em tanques-rede de 6m³ e 18m³, região do Médio Paranapanema, Estado de São Paulo, safra 2005/2006 (em real de fevereiro de 2006) Itens Tanque-rede 6m³ Tanque-rede 18m³ Financiamento FEAP ( 17 unidades) ( 6 unidades) (até 108m³ de tanque-rede) Barco e equipamentos (remo, salva-vidas, cordas e poita) R$ 2.400,00 R$ 2.400,00 R$ 2.400,00 Tanques-rede R$ 15.300,00 R$ 10.500,00 15.300,00 Total R$ 17.700,00 R$ 12.900,00 R$ 17.700,00 Itens Recurso Financiado FEAP (aquisição de tanques-rede: até R$ 15.300,00; aquisição de barco e acessórios: até R$ 2.400,00; aquisição de alevinos: até R$ 1.950,00; aquisição de ração: até R$ 15.750,00) Tanque-rede 6m³ Tanque-rede 18m³ (15 unidades) (6 unidades) Fonte do recurso do projeto R$ 35.400,00 R$ 35.400,00 80% Recurso Próprio (alimentação e povoamento a partir do 2º ciclo de produção) R$ 7.080,00 R$ 7.080,00 20% Total R$ 42.480,00 R$ 42.480,00 100% Fonte: Dados de pesquisa, 2006 O sistema produtivo de tilápia em tanques-rede no Médio Paranapanema compreende 3 estágios de desenvolvimento: a) Fase 1: juvenil (30 a 70g); b) Fase 2: crescimento (acima de 70g a 350g); c) Fase 3: engorda ou terminação (acima de 350g a 800g). O percentual médio de tanques-rede destinados para as fases 1 e 2 é de 15% do número total de tanques da piscicultura sendo, portanto, a maioria dos tanques-rede destinados para a fase de terminação ou engorda. Cada tanque-rede de engorda é povoado por peixes com tamanho uniforme e são encontrados tanques-rede com peixes de engorda em vários estágios de desenvolvimento visando à oferta escalonada de produção para o mercado consumidor. O arraçoamento é feito, em média, 5 vezes ao dia na fase 1 e 3 vezes ao dia nas fases 2 e 3, sendo oferecida ração específica para cada estágio de desenvolvimento dos peixes. O uso de ração de boa qualidade e alta digestibilidade, aliado a um programa alimentar eficiente contribui para o bom desempenho e saúde dos animais, além de reduzir a poluição do meio ambiente. A obtenção de uma alta taxa de conversão alimentar é fundamental para que o sistema intensivo de criação de tilápia seja economicamente viável. Essa taxa de conversão alimentar varia de acordo com diversos fatores como: sistema de criação, forma do alimento, freqüência da alimentação, forma de distribuição do alimento, ambiente de criação, tamanho e sexo dos peixes, densidade de estocagem, qualidade e temperatura da água (HENRY, 1990). 7

A biometria e o povoamento (incluindo a classificação e redistribuição dos peixes) são realizados 5 vezes durante o ciclo produtivo e estas operações utilizam a mão-de-obra de duas pessoas. O coeficiente técnico encontrado nos tanques-rede de 6 m ³ foi maior em decorrência da maior biomassa/m³ verificada nos tanques-rede de pequeno volume (tanque-rede 6m³: 160 peixes/m³ e, no caso do tanque-rede 18m³: 78 peixes/m³), de acordo com a tabela 2. A despesca é feita no final do ciclo produtivo e envolve, em média, 4 pessoas. O período estimado para despesca de 1 tanque-rede é de ½ hora e cada caminhão de transporte carrega por volta de 4 toneladas de peixes por viagem (destino indústria). A manutenção dos tanques-rede compreende a retirada do excesso de alimento e peixes mortos, limpeza, reparo das telas e dos flutuantes, pintura das estruturas metálicas dos tanques-rede e conservação dos equipamentos, do barco e da balsa. A quantidade de peixes juvenis foi calculada levando em conta a taxa de mortalidade de cada sistema produtivo: a) tanque-rede 6m³ (taxa de mortalidade Fase 1-10% e Fases 2 e 3-5%), b) tanque-rede de 18m³ (taxa de mortalidade Fase 1 10% e Fases 2 e 3 10%) e, a quantidade de ração baseada na taxa de conversão alimentar: a) 1:1,5 para tanques-rede 6m³ e b) 1:1,7 para tanques-rede de 18m³. Tabela 2 Coeficientes técnicos da produção de tilápia em tanque-rede de 6m³ e 18m³, por ciclo, região do Médio Paranapanema, Estado de São Paulo - safra 2005/2006 (Horas de serviço/ciclo) Mão-de-obra Equipamentos Item Permanente Diarista Barco Puçá 6 m³ 18 m³ 6 m³ 18 m³ 6 m³ 18 m³ 6 m³ 18 m³ 1 Operação Arraçoamento 400,00 400,00 265,00 265,00 Biometria/ Povoamento 5,00 3,00 5,00 3,00 4,00 2,00 5,00 3,00 Despesca (final da safra) 6,00 2,00 12,00 4,00 3,00 1,00 3,00 1,00 Manutenção 24,00 24,00 12,00 12,00 Total de Horas 435,00 429,00 17,00 7,00 284,00 280,00 8,00 4,00 2 - Material consumido Especif. Quant. Unid. 6m³ 18m³ Juvenil 30 g 18,76 10,10 mil Ração extrusada 19,50 11,39 t Produtos para manejo sanitário saco 25,00 25,00 kg Fonte: Dados de pesquisa, 2006 8

Com os dados da tabela 3, pode-se verificar que o custo operacional efetivo para produção de tilápia em tanque-rede de 6m³ (R$ 21.306,60/ciclo) foi 38% superior ao COE de criação de peixe em tanque-rede 18m³ (R$ 13.152,42/ciclo). Essa diferença foi observada, principalmente, pela despesa com arraçoamento que foi de R$ 17.160,00/ciclo em tanque-rede de 6m³ e R$ 10.023,20/ciclo em tanque-rede de 18m³, de acordo com a tabela 3. O COE representou 88% do COT no tanque-rede de 6m³ e 85% no tanque-rede de 18m³. Os itens mais representativos foram: a) tanque-rede de 6m³ - ração: 71% do COT e juvenil: 9% do COT; b) tanque-rede de 18m³ - ração: 65% do COT e juvenil: 7% do COT. Os encargos sociais diretos e indiretos, financeiros, juros do financiamento e demais despesas responderam por 11% do COT nos tanques-rede de 6m³ e 13% nos tanques-rede de18m³. O maior custo foi decorrente dos juros do financiamento (3% do COT nos tanques-rede de 6m³ e 4% nos tanques-rede de 18m³). Apesar do COT ser maior no tanque-rede de 6m³ (tanque-rede de 6m³: R$ 24.260,68/ciclo e tanque-rede de 18m³: R$ 15.424,48/ciclo), o custo por quilo no tanquerede de 6m³ foi menor do que no tanque-rede de 18m³ (tanque-rede de 6m³: R$ 1,86/kg e tanque-rede de 18m³: 2,29/kg) em decorrência da produtividade/m³ obtida no final do ciclo de produção (tanque-rede de 6m³: 13 t/ciclo e tanque-rede de 18m³: 6,73 t/ciclo). Tabela 3 Estimativa do custo operacional da produção de tilápia em 17 tanques-rede de 6m³ e 6 tanques-rede de 18m³, por ciclo, região do Médio Paranapanema, Estado de São Paulo safra 2005/2006 9

(em real de fevereiro de 2006) Item Tanque-rede 6 m³ Tanque-rede 18 m³ Mão-de-Obra 1.536,80 1.480,30 Juvenil 2.063,60 1.111,00 Ração 17.160,00 10.023,20 Produtos para manejo sanitário 8,00 8,00 Manutenção da infra-estrutura 538,20 529,92 Custo operacional efetivo (COE) 21.306,60 13.152,42 Depreciação da infra-estrutura 179,40 176,64 Encargos sociais diretos 488,07 481,33 CESSR 686,40 355,34 Assistência técnica 426,13 263,05 Encargos financeiros 466,08 287,70 Juros do financiamento (R$/ciclo) 708,00 708,00 Custo operacional total (COT) 24.260,68 15.424,48 Custo operacional por unidade (R$/kg) 1,86 2,29 Fonte: Dados de pesquisa, 2006 A rentabilidade da produção de tilápia em tanque-rede, na região do Médio Paranapanema mostrou que no sistema de cultivo de peixe em tanque-rede de pequeno volume a lucratividade é de 22,24% e no sistema de tanque-rede de 18m³, em decorrência da taxa de conversão alimentar e da taxa de densidade de peixe/m³, a lucratividade é de apenas 4,50%. O lucro operacional gerado no tanque-rede de 6m3 foi de R$ 68,03/m³ e no tanquerede de 18m³ R$ 6,73/m³, nas condições de produtividade e de preços analisados (preço de venda para indústrias de filetagem) e durante o período de pagamento do financiamento que é de 5 anos. A quantidade mínima a ser produzida para viabilidade da atividade é de 99,10 kg/m³ em tanque-rede de 6m³ e 59,50 kg/m³ em tanque-rede de 18m³, conforme a tabela 4. Tabela 4 Rentabilidade da produção de tilápia em tanque-rede, por ciclo, região do Médio Paranapanema, Estado de São Paulo - safra 2005/2006 Indicador Tanque-rede 6m³ Tanque-rede 18m³ 17 unidades 6 unidades Produtividade (kg/m³) 127,45 62,31 Receita bruta (R$/m³) 305,88 149,55 Lucro operacional (R$/m³) 68,03 6,73 Índice de lucratividade (%) 22,24 4,50 Ponto de nivelamento (kg/m³) 99,10 59,50 Fonte: Dados de pesquisa, 2006 4 - Considerações finais Os resultados obtidos no estudo sobre o custo de produção e o impacto da política pública na piscicultura em tanques-rede no Estado de São Paulo indicam que o crédito do 10

Governo do Estado de São Paulo disponibilizado através do FEAP/BANAGRO para os produtores familiares e pescadores artesanais impulsiona o desenvolvimento da atividade visto que o limite do recurso disponível para aquisição de alevinos e ração é suficiente para o primeiro povoamento, mas os itens financiáveis (tanques-rede com capacidade total de 108m³, barco, remo, salva-vidas ou aeradores) e o teto do financiamento (R$ 35.400,00) são limitados e restritivos. Considera-se como primordial para o desenvolvimento da atividade alguns requisitos como: elaboração do projeto e regularização da área aqüícola (pagamento das taxas do Departamento Estadual de Proteção de Recursos Naturais- DEPRN, da Secretaria Estadual do Meio Ambiente SEMA, da Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca da Presidência da República - SEAP/PR, da Capitania dos Portos da Marinha, da Agência Nacional de Águas - ANA, da Secretaria de Patrimônio da União do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão - SPU/MP, da Concessionária e o Registro de Aqüicultor), além de recursos financeiros para compra da balsa, balança para pesagem, camburão de 50 litros, balde e puçá que totalizam um valor estimado em R$ 6.600,00. Portanto, o valor do teto do financiamento deveria contemplar também esses itens (proposta para o valor mínimo do financiamento: R$ 42.000,00). O limite estabelecido pela linha crédito no que se refere ao teto de financiamento para a compra de tanques-rede, com capacidade total de até 108m³, limitou a utilização do valor disponível para aquisições de tanque-rede de 18 m³ (valor utilizado: R$10.500,00; valor disponível para financiamento: R$ 15.300,00), em conseqüência disto restringiu também o uso do valor total disponível para a compra de alevinos (valor utilizado: R$ 1.111,00; valor disponível para financiamento: R$ 1.950,00) e para a aquisição de ração (valor utilizado: R$ 10.023,20; valor disponível para financiamento: R$ 15.750,00). Deste modo, vê-se que considerando o valor do teto de financiamento ao invés da capacidade total dos tanques-rede (108m³), o produtor conseguirá utilizar de maneira mais eficaz os recursos disponibilizados pelo FEAP/BANAGRO. As condições atuais propostas na linha de crédito Piscicultura em tanque-rede comprometem a utilização de tanques-rede de grande volume, que no caso deste estudo, apresentou lucro operacional de R$ 121,25 mensais e viabilizam o cultivo de peixes em tanques-rede de pequeno volume (lucro operacional de R$ 1.156,55 mensais). 5 - Bibliografia ABRAMOVAY, R. & VEIGA, J. E. Novas Instituições para o Desenvolvimento Rural: o caso do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (PRONAF). Texto para discussão n. 641. IPEA. Brasília. 1998. Disponível em: <http://www.ipea.gov.br>. Acesso em: 10 out. 2005. ALÉM, A. C. O Desempenho do BNDES no período recente e as metas da política econômica. Texto para discussão nº 65. Rio de Janeiro: BNDES, jul. 1998. Disponível em: <http://www.bndes.gov.br>. Acesso em: 20 out. 2005. BACHA, C. J. C. Análise custo-benefício dos programas federais de incentivo no Brasil. Congresso Brasileiro de Economia e Sociologia Rural. Anais do XXXIII Congresso Brasileiro de Economia e Sociologia Rural. Curitiba, v.2. 1995. p. 1007-1030. 11

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