EDUCAÇÃO E GÊNERO: HOMENS NA DOCÊNCIA DA EDUCAÇÃO INFANTIL

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Katiane Kaline da Silva. UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA Suely Maria Alves de Souza

Transcrição:

EDUCAÇÃO E GÊNERO: HOMENS NA DOCÊNCIA DA EDUCAÇÃO INFANTIL Adriana Maria de Sousa Graduanda em Pedagogia pelo PARFOR da Universidade Federal do Piauí E-mail: blmradry@hotmail.com Maria Dolores dos Santos Vieira Orientadora, Mestra em Educação, Professora do PARFOR da Universidade Federal do Piauí E-mail: doloresvieiraeduc@hotmail.com INTRODUÇÃO Observamos durante os estágios supervisionados ocorridos no Curso de Pedagogia que há um número bem pequeno de educadores do sexo masculino no ensino de crianças, e que esse número é um pouco menor quando se trata, especificamente, da Educação Infantil, em escolas públicas de Picos (PI). Foi a partir desta observação que passamos a nos interessar pela problemática das relações de gênero na docência exercida por homens, o que supomos pode afetar diretamente o interior da escola na perspectiva das visões sobre o ensino de responsabilidade dos homens, motivo pelo qual realizamos essa empreitada investigativa. Para pensar a experiência do ensino ministrado por homens na educação infantil, partimos do pressuposto de que eles são minoria nessa etapa do ensino básico. A questão de homens assumindo turmas de Educação Infantil, não é tão comum o quanto parece, tanto em escolas públicas quanto em escolas privadas, o número de docentes masculinos que está no exercício da profissão é pequeno considerando o número de profissionais homens habilitados. Com base neste fato sentimos a necessidade de investigar o seguinte problema: Que fatores contribuem para a baixa presença de professores homens na Educação Infantil? Para responder a esta pergunta delimitamos como campo de pesquisa a comunidade escolar picoense e, mais especificamente, - A baixa presença de professores homens na Educação Infantil em 5(cinco) escolas municipais da cidade de Picos - PI no ano de 2015. Pesquisamos, analisamos o 190

problema assim, como também pensamos na possibilidade de desconstrução dos possíveis argumentos que procuram justificar o pequeno número de docentes homens atuando na primeira infância. O objetivo deste estudo foi investigar fatores que contribuem para a baixa presença de professores homens na Educação Infantil, procurando conhecer as práticas educativas, esclarecer os desafios e perspectivas encontradas por esses profissionais. METODOLOGIA Esta pesquisa traz uma abordagem qualitativa, por esta razão ela propôs fazer um levantamento mais profundo dos dados do problema pesquisado, procurando facilitar a compreensão e interpretação de determinados comportamentos do público-alvo, como também, o conhecer a opinião e as expectativas dos indivíduos que estiveram diretamente ligados à questão em discussão, os professores do sexo masculino atuantes na Educação Infantil. Trata-se de uma pesquisa explicativa, pois, explica a ocorrência de um fenômeno. Segundo Vergara (2000, p. 47), a investigação explicativa visa, portanto, esclarecer quais fatores contribuem de alguma forma, para a ocorrência de determinado fenômeno. Corroborando com esta classificação, Lakatos e Marconi (2001), afirmam que a pesquisa explicativa registra fatos, analisa-os, interpreta-os e identifica suas causas. Essa prática visa ampliar generalizações, definir leis mais amplas, estruturar e definir modelos teóricos, relacionar hipóteses em uma visão mais unitária do universo. A amostra analisada nesse estudo foi escolhida de forma acidental uma vez que só localizamos 06(seis) professores do sexo masculino ministrando aulas na educação infantil na rede pública de ensino de Picos-Piauí RESULTADOS E DISCUSSÃO Para atender aos objetivos da pesquisa proposta elaboramos três categorias de análise, mas nesse recorte nos deteremos apenas em uma. Com a categoria 191

eleita o processo de análise foi realizado conforme nos recomenda Bardin (2006), que organiza em três momentos o método de análise de conteúdo: 1) a pré-análise, 2) a exploração do material, 3) o tratamento dos resultados, a inferência e a interpretação. Em conformidade com esses critérios analisamos as práticas educativas realizadas por esses professores tentando encontrar explicações para a baixa presença de professores homens na Educação Infantil. Assim apresentamos as impressões dos próprios professores sobre o que fazem. Acordamos identificá-los por substantivos abstratos. Faço sempre atividades ligadas aos cuidados com a higiene e alimentação com aula expositiva e vídeos animados, pois percebo que a maioria das crianças parecem não ser orientadas em casa sobre isso, sei que eles são muito pequenos, mas ensinando de forma correta eles desenvolvem bem os ensinamentos (Professor Afeto, 2015). Não abro mão das atividades de desenhos, pinturas e colagem no livro didático (Professor Alegria, 2015). Gosto muito de atividades lúdicas com uso de brinquedos, brincadeiras e jogos, sempre usando formas, tamanhos, cores e quantidades diferentes (Professor Amor, 2015). Contação de histórias, usando fantoches e fantasias dos personagens das histórias, estimulando o manuseio do livro paradidático, trabalhando os valores como também a oralidade através da reprodução das falas e sons que as histórias apresentam (Professor Compromisso, 2015). Atividades com músicas e dança que trabalha a coordenação psicomotora de forma geral. Procuro músicas que estimulam os movimentos de todas as partes do corpo, também aproveito esse momento como um momento de interação uns com os outros e de autoconhecimento com o próprio corpo (Professor Respeito, 2015). Gosto de investir na decoração da sala de aula, muitas crianças estão na escola pela primeira vez, acho interessante que esse ambiente da escola e especificamente da sala de aula seja agradável, colorido e realmente padronizado para a infância conforme a faixa etária. Na minha sala tem muitas imagens, cartazes e acessórios didáticos voltados pra realidade das crianças, além das atividades que elas produzem em sala e são expostas no mural com intuito de deixar as crianças num ambiente familiar e aconchegante (Professor Virtude, 2015). Percebemos que a diversidade de práticas desenvolvidas pelos professores tem como objetivo final o desenvolvimento e aprendizagem das crianças. Embora 192

cada um possua uma forma individual de desenvolver essas práticas, existe uma rotina seguida por eles, nessa rotina identificamos quais práticas educativas são comuns a todos os professores pesquisados, isso nos permitiu identificar o caráter social e profissional do trabalho docente dos sujeitos pesquisados no âmbito da sala de aula. Nessa vertente inferimos que, essas práticas são norteadoras para que haja um resultado positivo no processo ensino aprendizagem na Educação Infantil, e que o ato de educar e cuidar são indissociáveis, fazendo-se indispensável que haja espaço adequado e respeito aos direitos e às limitações de cada criança. CONSIDERAÇÕES FINAIS De acordo com a definição das relações de gênero, percebemos que há um desequilíbrio estabelecido nas representações referentes aos papeis desempenhados pelos profissionais na modalidade de Educação Infantil. Embora a definição dada para gênero signifique, dentre outras, a distinção entre atributos culturais alocados a cada um dos sexos e à dimensão biológica dos seres (SCOTT, 1995), para muitos, gênero significa a separação de competências e habilidades entre o sexo feminino e masculino. O período inicial da docência na Educação Infantil, dessa forma, se mostra como o momento no qual as relações de gênero, ocorrendo de maneira desigual, são evidenciadas e se tornam um problema a ser superado na carreira dos sujeitos. A abordagem da ausência de homens atuando nessa área nos permitiu uma desnaturalização da noção de Educação Infantil como profissão do gênero feminino. Os sujeitos pesquisados, ao narrarem o ingresso na carreira docente especificamente nessa primeira etapa da Educação Básica, apresentaram situações que sinalizam a persistência, o cuidado, o amor e a competência no cotidiano da Educação Infantil inerente não exatamente ao homem ou à mulher, mas ao profissional habilitado. REFERÊNCIAS 193

BARDIN, L. Análise de conteúdo. Lisboa: Edições Setenta, 1994. Disponível em: <http://ageconsearch.umn.edu/bitstream/44035/2/revista_v7_n1_janabr_2005_6.pdf>. Acesso em: 08 mar. 2016. LAKATOS, E. M.; MARCONI, M. A. Fundamentos metodologia científica. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2001. SCOTT, J. Gênero: uma categoria útil de análise histórica. [Editorial]. Educação & Realidade, v.20, n.2, p. 71-99, julho./dez., 1995. VERGARA, S. C. Projetos e relatórios de pesquisa em administração. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2000. 194