INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA SUL DE MINAS GERAIS Câmpus Inconfidentes MULTIMÍDIA E CARTOGRAFIA Aula 04 INTRODUÇÃO De acordo com Nogueira (2009) o computador propiciou, num primeiro momento, uma certa perplexidade misturada à curiosidade, ou seja, foi um desafio: será que é possível uma máquina fazer mapas tão bem quanto as mãos humanas? ü Mapas de base com aparência dos mapas analógicos, os quais muitas vezes são impressos para serem utilizados; ü Alguns mapas temáticos, nos quais a marca fundamental é servir um público de especialistas; Uma características desses mapas é que são estáticos e não são pensados para sofrer mudanças na sua aparência ao gosto do usuário. 1
INTRODUÇÃO Na década de 1990, as ideias em relação à disposição de mapas em computadores começaram a apresentar novas alternativas. A animação, por exemplo, trouxe para a cartografia uma maneira diferente de fazer mapas de fluxos. Surgiram os mapas dinâmicos, capazes de mostrar diretamente o movimento e mudanças ocorridas em um determinado lugar. A ideia de permitir que o usuário encontre mais facilmente a informação que procura em um mapa e construa sua próprias visualizações deu origem aos mapas interativos e ao desenvolvimento de softwares de visualização. (Nogueira, 2009) Ø Hipermapa ou Cartografia em multimídia Entende-se por multimídia a interação de múltiplas formas de mídias apoiadas por computador, em que este é ao mesmo tempo uma ferramenta e um meio de multimídia. Hipermídia é um meio de comunicação criado pela convergência do computador e videotecnologias, incluindo o espectro total das novas e interativas mídias atreladas à telecomunicação: TV a cabo interativa; videogames e multimídias. A hipermídia incorpora textos, sons e gráficos, podendo ainda incluir paladar (gosto), odor e sensação tátil (CONKLIN, 1987 apud CARTWRIGHT, 1999 e NOGUEIRA, 2009). Segundo Nogueira (2009), na cartografia a multimídia esta envolvida na apresentação de dados geográficos espaciais em que o processamento desse tipo de informação tem tido seu foco principal nos Sistemas de Informações Geográficas (SIG). 2
O POTENCIAL DA De acordo com Nogueira (2009) o plano geográfico da realidade é composto por níveis de abstração. Nos quais a esfera representa o potencial cartográfico e o meio de controle do usuário, que pode movê-la dentro destes níveis. O potencial cartográfico da esfera é controlado tanto pelo usuário como pelo cartógrafo (produtor dos dados gráficos). ü O usuário pode escolher um método de apresentação de acordo com suas habilidades e melhor entendimento. ü O cartógrafo pode dispor suas preferências, influências e adicionar controles sobre aparências específicas na esfera e ditar algumas atitudes dela e sua relação com o plano geográfico da realidade. Esfera do potencial cartográfico e o plano geográfico da realidade: a cartografia na multimídia corresponde ao movimento da esfera. Fonte: Cartwright e Peterson (1999) apud Nogueira (2009). 3
FUNÇÕES DA MÍDIA NA CARTOGRAFIA Na cartografia em multimídia, a apresentação do mapa tem sido tomada como finalidade, considerando-se que a apresentação depende da escolha da mídia e de sua combinação com outras mídias para: a) Percepção da informação; b) Geração do conhecimento; c) Propósito de comunicação. Demostrar; Fixar informações dentro de contexto amplo; Motivar. Percepção e Cognição Humana Função cognitiva; Função de comunicação; Função de suporte a decisão; Função Social HIPERMAPAS... são sistemas multimídias georreferenciados que podem estruturar componentes individuais um relativamente ao outro e ao mapa. E este conduzirá os usuários a navegarem pelos dados multimídia não somente por temas, mas também espacialmente. Kraak e Driel (2004 apud Nogueira, 2009). O princípio de hipermapas está baseado no princípio do hipertexto e hiperdocumento. Hipertexto é descrito como um conjunto de nós, que tanto podem ser textos como gráficos e que são conectados por links, os quais um usuário pode acessar usando qualquer caminho. O hipermapa introduz o referenciamento espacial para todos os componentes do sistema e permite a navegação espacial e temática por todos os dados (KRAAK; ORMELING, 1996 apud NOGUEIRA, 2009). 4
HIPERMAPAS De modo geral, um hipermapa é usado da seguinte maneira: Ao se definir uma janela com o mouse sobre o mapa, são disponibilizadas todas as informações do sistema, com relação a área escolhida. Essas informações tem muitos formatos, tais como: ü Mapas detalhados; ü Fotografias; ü Imagens orbitais; ü Videos; ü Documentos em texto; ü Gráficos e sons, etc. Todos estes dados também têm ligações uns com os outros, além de poderem ser ligados a elementos do mapa fora da área de pesquisa. Links espaciais e temáticos são fortes candidatos a ponto de partida para a pesquisa (KRAAK; DRIEL, 2004 apud NOGUEIRA, 2009). HIPERMAPAS principais funções Segundo Kraak e Driel (2004) apud Nogueira (2009), as principais funções de um hipermapa são: 1. Dar acesso a documentos por navegação no hipermapa; i. Clicar em algum lugar do mapa; ii. Selecionar um símbolo no mapa; iii. Definir uma área de interesse; iv. Providenciar localizações. 2. Dar acesso a documentos pela navegação temática no hipermapa. 5
PRODUTOS CARTOGRÁFICOS EM MULTIMÍDIA Quando se pretende desenvolver um produto cartográfico em multimídia, surge de imediato os questionamentos: para quem?; para que? e como será disponibilizado? Neste sentido, são distintos dois grupos: 1. Para produzir um produto completo com função de multimídia neste contexto, os mapas poderão funcionar como organizadores espaciais ou ferramentas de navegação, ou como uma interface para os dados geográficos estocados na base que contém o produto; 2. Para permitir ao usuário interagir de maneira relevante com o mapa neste caso, os usuários podem adaptar o mapa de acordo com suas necessidades, gerar imagens cartográficas, manipular o mapa de forma a obter novas entradas e, assim, outras oportunidades de visualizações (mapas como ferramentas de visualização científica). Vantagens e Desvantagens de um Atlas em Multimídia Velocidade de pesquisa Mudanças de escala VANTAGENS Facilidade de transferência do usuário de um lugar para o outro no espaço geográfico em foco Liberdade de escolha de visualização Não existir limitação ao formato apresentado (folhas padrão) Possibilidade de utilizar mapas dinâmicos para observar conteúdos dinâmicos Funcionalidades de SIG Integração de produtos (videos, sons, etc.) DESVANTAGENS Qualidade gráfica das representações cartográficas Geralmente, as classificações de rodovias são insuficientes Algoritmos para localização automática de títulos ainda são imperfeitos Acesso restrito ao público que não possui computador Dificuldades de uso de softwares de SIG (falta de cultura) Falta de dados cartográficos e especializados e aumento dos custos de construção dos mapas Ausência de profissionais especializados em representações cartográficas com conhecimento em mídia e comunicação A falta de visão do mapa como um poderoso meio de comunicação da informação (falta de cultura) 6
O FUTURO DA A natureza e qualidade dos dados: ü Uso de sons durante a apresentação dos dados; ü Transferência de cores entre as classes mapeadas; ü Utilização de símbolos; Novas áreas de aplicação da Cartografia em multimídia: ü Atlas digitais e apresentação 3-D de paisagens urbanas; ü Demanda em outras áreas do conhecimento: Planejamento regional e urbano; Telecomunicações; Organismos de proteção ambiental, etc. ü Expandir a aplicação do mapeamento temático: Levantamento e representação do espaço interno do corpo humano; Mapeamento do espaço musical em duas e três dimensões; Realidade virtual, etc. DÚVIDAS? e-mail: luciano.barbosa@ifsuldeminas.edu.br Fonte: BOLSTAD P., 2012. 7