Universidade Federal de Goiás (CMEC/EEC/UFG), ds.andrade@hotmail.com; 2 Professor Titular do CMEC/EEC/UFG, epazini@eec.ufg.br



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Transcrição:

CORRELAÇÃO ENTRE A VELOCIDADE DA ONDA ULTRASSÔNICA E A RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO E O MÓDULO DE DEFORMAÇÃO DE TESTEMUNHOS DE CONCRETO EXTRAÍDOS DE UMA ESTRUTURA DE 60 ANOS: ESTUDO DE CASO DO ESTÁDIO MARACANÃ Daniel da Silva ANDRADE 1 ; Enio Pazini FIGUEIREDO 2 2 Mestrando do Curso de Mestrado em Engenharia Civil da Escola de Engenharia Civil da Universidade Federal de Goiás (CMEC/EEC/UFG), ds.andrade@hotmail.com; 2 Professor Titular do CMEC/EEC/UFG, epazini@eec.ufg.br PALAVRAS CHAVES: Concreto, técnicas não-destrutivas, ultrassom. 1 INTRODUÇÃO Este trabalho trata-se de uma correlação entre os resultados do ensaio de ultrassom e os ensaios de resistência à compressão e de módulo de deformação do concreto realizados em testemunhos extraídos das estruturas do Estádio Mário filho (Maracanã) localizado na cidade do Rio de Janeiro-RJ. Os ensaios desta pesquisa foram realizados durante uma criteriosa avaliação a qual passou as estruturas de concreto do Maracanã, em função das obras de reforma para sediar a copa do mundo de futebol a realizar-se em 2014, coordenada pelo Prof. Dr. Enio José Pazini Figueiredo. Estas correlações foram realizadas por meio de modelos matemáticos obtidos através de um tratamento estatístico dos resultados. A técnica de avaliação das estruturas por meio da utilização de ensaios não destrutivos vem crescendo continuamente em todo o mundo, abrangendo vários ensaios. Dentre os ensaios que se destacam, pela praticidade, portabilidade e fácil manuseio, está o ultrassom com sua técnica e princípio de utilização simples, mas quando se trata do concreto, que é um material heterogêneo por causa dos seus componentes de naturezas distintas, surgem situações que exigem cuidados mais abrangentes. A possibilidade de estimar as propriedades mecânicas do concreto das estruturas do estádio Maracanã através do uso do ultrassom tem como objetivo contribuir para a área de avaliação de estruturas através de ensaios não-destrutivos por meio de um estudo de caso em uma estrutura de aproximadamente 60 anos, além de contribuir 1

para estudos comparativos entre correlações estabelecidas por outros pesquisadores com a aplicação destes ensaios em outras estruturas. 2 MATERIAIS E MÉTODOS Devido às grandes dimensões do Estádio Maracanã decidiu-se realizar os ensaios por amostragem. Primeiramente a estrutura de concreto foi dividida nas seguintes partes: (i) Pilares principais, (ii) Cobertura, (iii) Arquibancadas superiores Norte e Sul, (iv) Vigas transversais sobre os pilares da cota 4,5m, (v) Paredes cortinas de sustentação das arquibancadas superiores localizadas na cota 9,0m, (vi) Lajes da cota 23,00m e (vii) Rampas monumentais Leste e Oeste. Após a divisão da estrutura em partes foram escolhidas algumas regiões de maneira aleatória para a realização dos ensaios. Depois de escolher as regiões a serem avaliadas deu-se inicio aos serviços de preparação das áreas a serem ensaiadas retirando a camada de revestimento da estrutura deixando o concreto aparente com a superfície plana e lisa. Após a preparação das superfícies foi efetuada a detecção eletromagnética da armadura, onde foi demarcado com giz estaca uma estimativa das posições das armaduras do concreto, com esse ensaio é diminuída a interferência do aço com relação aos ensaios de ultrassom e extração de corpos-de-prova. Dando continuidade aos ensaios, foi feito o ensaio ultrassônico de acordo com a NBR 8802, para isto primeiramente foi medida a espessura do concreto tirando à medida que será percorrida pela onda ultrassônica e em seguida posicionou-se o emissor e o receptor da onda ultrassônica, um de cada lado do elemento estrutural, ambos no mesmo alinhamento para efetuar a medida da velocidade que a onda ultrassônica leva para atravessar o concreto. Para que os transdutores ficassem completamente em contato com a superfície do concreto foi necessária a utilização de um gel acoplante (vaselina), uma vez que a camada de ar existente entre os transdutores e a superfície pode ocasionar erros de leitura Com a utilização de uma perfuratriz foram extraídos corpos-de-prova de todas as regiões onde foram realizados ensaios com ultrassom, sendo que, para cada corpode-prova extraído foi feita uma medida de velocidade da onda ultrtassônica através do concreto. Os corpos-de-prova extraídos foram devidamente identificados e 2

enviados para as empresas Falcão Bauer e Concremat em São Paulo para a realização de ensaios de resistência à compressão e módulo de deformação. 3 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS Com os dados obtidos nos ensaios realizados nas estruturas do Maracanã, foram estudadas as correlações entre os valores de velocidade ultrassônica e a resistência à compressão do concreto, e as correlações entre a velocidade ultrassônica e o módulo de deformação do concreto. Por meio de regressão foram estudados os coeficientes de determinação (R²) e o de correlação (r), bem como a equação de regressão aplicável à situação analisada. Neste trabalho optou-se por apresentar as correlações mais fortes dentre o estudo realizado nas partes da estrutura do Maracanã, ou seja, as correlações cujo R² mais se aproxima de 1. Ao correlacionar os resultados de velocidade ultrassônica e a resistência à compressão do concreto a partir de resultados de ensaios realizados nos pilares principais e nos pilares da rampa Oeste, percebe-se que quanto maiores são os resultados de velocidade da onda ultrassônica, maior é a resistência à compressão do concreto, pois quanto maior a compacidade do concreto, mais fácil é o fluxo da onda ultrassônica. Da correlação entre a velocidade da onda ultrassônica e a resistência à compressão do concreto nos pilares principais obtiveram-se R²=0,78 e r=0,88, sendo que esta correlação pode ser representada pela equação: R=0,0000000000003*V 3,922, onde (R) é a resistência à compressão do concreto em MPa e (V) é a velocidade da onda ultrassônica em m/s. Isto significa que 78% da variabilidade dos resultados de resistência à compressão dos pilares principais podem ser explicados por esta equação. Já a correlação entre a velocidade da onda ultrassônica e a resistência à compressão do concreto dos pilares da rampa Oeste apresentou R²=0,75 e r=0,87, sendo que esta correlação pode ser representada pela equação: R=0,002*V 1,171. Isto significa que 75% da variabilidade dos resultados de resistência à compressão dos pilares da rampa Oeste podem ser explicados por esta equação. Com o objetivo de estudar a correlação entre a velocidade da onda ultrassônica e o módulo de deformação do concreto também foram feitos estudos de regressão a partir de ensaios realizados nas arquibancadas Norte e Sul e nas lajes da cota 3

23,00m. Com estes estudos também é possível perceber que quanto maiores são os resultados de velocidade da onda ultrassônica maior é o módulo de deformação do concreto. Da correlação entre a velocidade da onda ultrassônica e o módulo de deformação do concreto das arquibancadas Norte e Sul obtiveram-se R²=0,73 e r=0,85, sendo que esta correlação pode ser representada pela equação: E=0,00000000000003*V 4,188, onde (E) é o módulo de deformação do concreto em GPa e (V) é a velocidade da onda ultrassônica em m/s. Isto significa que 73% da variabilidade dos resultados de módulo de deformação das arquibancadas Norte e Sul podem ser explicados por esta equação. Já a correlação entre a velocidade da onda ultrassônica e o módulo de deformação do concreto das lajes da cota 23,00m apresentou R²=0,70 e r=0,83, sendo que esta correlação pode ser representada pela equação: E=0,0000000000003*V 3,973. Isto significa que 70% da variabilidade dos resultados de módulo de deformação das lajes da cota 23,00m podem ser explicados por esta equação. Os resultados apresentados mostram fortes correlações entre velocidade ultrassônica, resistência à compressão e módulo de deformação do concreto. No presente trabalho optou-se por utilizar equações do tipo função potência, por serem as mais utilizadas de acordo com a literatura, e por melhor representarem os efeitos analisados. No entanto, os coeficientes de determinação e correlação obtidos com outras curvas de regressão não se distanciaram dos obtidos pela função potência. 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS Com as correlações estabelecidas neste trabalho a partir dos resultados dos ensaios realizados em partes das estruturas do estádio Maracanã conclui-se que quanto maiores são os resultados de velocidade da onda ultrassônica maior é a resistência à compressão do concreto, isto se explica pelo fato de que quanto maior a compacidade do concreto, mais fácil é o fluxo da onda ultrassônica. Em relação aos coeficientes de determinação obtidos da correlação entre estas duas variáveis foram obtidos os valores R² = 0,780 e R² = 0,758 para os pilares principais e para os pilares da rampa Oeste respectivamente, isto mostra uma forte correlação entre estas variáveis. 4

À medida que aumentam os resultados de velocidade da onda ultra-sônica também aumenta o módulo de deformação do concreto. Em relação aos coeficientes de determinação obtidos da correlação entre estas duas variáveis foram obtidos os valores R² = 0,731 e R² = 0,699 para as arquibancadas Norte e Sul e as lajes da cota 23,00m respectivamente, isto também mostra uma forte correlação entre estas variáveis. AGRADECIMENTOS Os autores agradecem ao Consórcio Maracanã e à Empresa de Obras Públicas do Rio De Janeiro pelo fundamental apoio recebido durante a realização dos ensaios, e à Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior, CAPES, pelo apoio financeiro. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 7680: Extração, preparo, ensaio e análise de testemunhos de estruturas de concreto: procedimento. Rio de Janeiro, 1983..NBR 8802: Concreto endurecido determinação da velocidade de propagação da onda ultrassônica: método de ensaio. Rio de Janeiro, 1994. FIGUEIREDO, E. J. P. Inspeção e diagnóstico de estruturas de concreto com problemas de resistência, fissuras e deformações. Cap. 33. In: CONCRETO, PESQUISA, ENSINO E REALIZAÇÕES, 2005, São Paulo: IBRACON, 2005. MEHTA, P. K.;MONTEIRO, P. J M. Concreto: Microestrutura, propriedades e materiais. São Paulo: Pini, 2008. PRADO, A. L. Módulo de deformação estático do concreto de alta e baixa relação a/c pelo método ultrassônico. 2006. Dissertação de Mestrado Curso de Mestrado em Engenharia Civil, Universidade Federal de Goiás, Goiânia, 2006. RODRIGUES, G. S.S. Módulo de deformação estático do concreto pelo método ultrassônico: Estudo da correlação e fatores influentes. 2003. Dissertação de Mestrado Curso de Mestrado em Engenharia Civil, Universidade Federal de Goiás, Goiânia, 2003. 5