ARLS SOLIDARIEDEADE E PROGRESSO 3078

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Transcrição:

ARLS SOLIDARIEDEADE E PROGRESSO 3078 A MÚSICA DAS ESFERAS Ir Basilio Thomé de Freitas Junior CIM: 210887 G O B Grau: Mestre ERACOM 2005-1 E 3 DELEGACIAS

Bibliografia: O Som - Jean-Jacques Matras (Livraria Martins Fontes, 1991) Forma, Som e Cura - Teo Gimbel (Ed. Pensamento) Musica e Psique - R.J.Stwart (Ed. Cultrix) Musica e Simbologia - Roger J.V. Cotte (Ed. Cultrix) Fiat Lux - A Ciência Vai Além do Big-Bang! -Cesar de Souza Machado (SPEC) "No princípio era Brahmâ, com quem estava o Verbo. E o Verbo é Brahmâ". Os vedas "No principio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus" Bíblia Sagrada - Evangelho de São João A palavra MÚSICA, provavelmente se originou do grego mousa, ou musa. Conforme velhas referências, as Musas eram deusas da memória, inspiradoras das artes poéticas, criadoras do canto, e das ciências. Segundo a tradição grega e romana, nove musas foram as mais prestigiadas: Clio, a história; Talia, a comédia; Melpômene, a tragédia; Terpsícora, a dança; Urânia, a astronomia; Érato, a poesia lírica; Polímnia, a retórica; Calíope, a poesia épica; e Euterpe, a música. Na idade média, a formação para as profissões liberais começava com a absorção do que se chamava as artes liberais, que visava a transmitir ao indivíduo, por um lado o senso das proporções, o senso da forma do mundo e por outro lado, os meios de compreensão, expressão e participação na cultura humana. As artes liberais, foram agrupadas, por Boécio (470-525), em "artes das ciências do espírito", conhecidas também por ciências do trivium ou os três caminhos para a eloqüência, que engloba a gramática, retórica e dialética; e em "artes das ciências da natureza", conhecidas também por ciências do quadrivium ou os quatro caminhos para a sabedoria que agrupa a aritmética, geometria, astronomia ou astrologia e música. Modernamente estuda-se a música mais pelo seu lado estético sem a abrangência e profundidade dos tempos antigos. Certamente a grande maioria das pessoas não encontraria motivos para não ser assim. Este trabalho objetiva oferecer estes motivos. Tudo está em vibração e ao mesmo tempo tudo é constituído por vibrações, esse Principio Hermético é a base da existência de tudo quanto há no Mundo Imanente. Por isto os chamados Livros Sagrados usam a expressão "O Verbo" quando citam a estruturação do universo, ou seja, a Força Criadora. Quando daquilo que chamam de criação dos espíritos, ou seja, da individuação da consciência, houve um movimento, a separação. Não pode haver separação sem que haja movimento, e movimento é vibração, é som. Disto decorre que a individuação de cada espirito corresponde a um tom, que é o Tom Primordial de cada um. O ser humano constantemente está em vibração e interagindo mediante ressonância com tudo quanto há. Ao nível de estrutura não vibrar seria não existir como algo. Se toda criação é vibração e se vibração é som, consequentemente podemos dizer que dentro da criação, no Universo Imanente, não pode existir silêncio. Na verdade quando se fala de silêncio neste mundo trata-se apenas de uma condição relativa, é uma vibração condicionada aos limiares de percepções, que no caso do homem vai de 16 a 30000 ciclos. Nestes termos o silêncio eqüivaleria à parada total de tudo, a parada total dos átomos, moléculas células; a cessação de todo movimento, o que por certo seria um desmoronamento pleno, um retorno à não existência física. O Verbo indica vibração, e um efeito básico de toda vibração, ao ser detectada, pode ser considerado um som. Os Vedas já diziam há 4 mil anos passados que o som audível, a luz e o calor são uma mesma coisa, ou seja, a força vibrátil do OM manifestando-se em diferentes freqüências e combinações de freqüências, e a partir daí gerando tudo. Diziam os Vedas: " Através do poder vibratório do OM, Deus criou e sustenta o universo inteiro ". PAGINA 1

Este mesmo ensinamento é traduzido em linguagem mais moderna pelos Hindus: "Descendo a vibração dos raios do puro espírito para arena do tempo e do espaço, o OM molda e organiza a matéria-energia primordial de maneira que provoca a coalescência dos átomos, revelando-se, dessa forma, a matéria física.". Em todos os documentos dos primeiros séculos do Cristianismo existem diversas menções ao poder dos sons. Segundo Hipólito, o primeiro Pai da Igreja, Marcos, recebeu a revelação de que:... "cada um dos sete céus... fazia soar uma vogal, e todas, combinadas, formavam uma doxologia... cujo SOM, transportado para a Terra, veio a ser o criador e pai de todas as coisas que estão na Terra". O Pistis Sophia, um evangelho gnóstico anterior ao Apocalipse, refere que o próprio Jesus mencionou os sete Tons principais, e também os sete subtons de cada um dos sete Tons principais: "Estais à procura de MISTÉRIOS? Nenhum mistério é mais excelente... exceto apenas O MISTÉRIO das sete vogais e dos seus QUARENTA E NOVE PODERES; e nenhum nome é mais excelente do que todas essa vogais. Um nome em que estão contidos todos os nomes, todas as Luzes e todos os poderes; conhecendo-o, se alguém deixar o seu corpo de matéria não haverá fumaça, nem escuridão, e nem Regente da Esfera capaz de reter a alma que conheça esse nome... Se ele o pronunciar para o fogo, a treva fugirá"... Em resumo estes conceitos revelam que assim como a luz branca pura se diferencia nas cores do arco-íris, também a Vibração Fundamental diferencia-se em imenso número de vibrações constituindo as variações de freqüências do OM os Tons Cósmicos que estão presentes em diferentes combinações por todo o universo. Estão presentes em todas as substâncias e formas em distintas combinações vibratórias e constituem as próprias substâncias e formas. Segundo a combinação dos Tons Cósmicos presentes em determinada área assim é a natureza da substância naquele determinado espaço. Não podemos deixar de confrontar estes antiquíssimos conceitos com aquilo que os mais recentes postulados da física sugerem, na denominada teoria das supercordas, que propõem que cada partícula existente é na realidade uma corda de ínfimo comprimento e que sua freqüência de vibração determina como ela se apresenta, assumindo a aparência de uma determinada partícula. A teoria das supercordas propõem um modelo para explicar todos os fenômenos existentes, proporcionando a tão sonhada unificação de todas as forças e explicando toda a estrutura do universo. Neste modelo, é necessário que se assuma a existência de mais dimensões do que as quatro atualmente aceitas as três dimensões físicas mais o tempo, pela necessidade de se harmonizar as complexas equações matemáticas que a compõem. A mais recente interpretação da teoria, propõe uma estrutura de 12 dimensões, 11 espaciais mais o tempo para explicar o universo, ou melhor, o multiverso (a propósito 12 também são os tons possíveis da escala musical). Nesse multiverso poderiam existir várias espécies de objetos, versões multidimensionais das cordas denominados Branas, um termo derivado da palavra membrana. Uma corda seria uma Brana com apenas uma dimensão. O nosso universo, nesse contexto, seria uma Brana com 3 dimensões espaciais perceptíveis de um total de 11 dimensões existentes no multiverso. A melhor representação de um desses universos seria uma membrana cujas superfícies ondulam como as ondas no mar. Além do nosso universo, haveriam outras Branas ou universos paralelos, cuja distância para o nosso universo seria de ordem subatômica. Apesar de incrivelmente próximo, não seria possível percebermos esse outro universo, porém cada Brana poderia sofrer algum tipo de influência das outras Branas, como por exemplo a da gravidade das massas contidas em cada uma das Branas. As Branas se comportariam como se estivessem unidas por uma mola (a 11 a dimensão) que ora puxaria, ora separaria os universos, num processo vibratório ou poderíamos dizer, sonoro. Dentre os filósofos que desde a muito tempo relacionam a música com as manifestações da criação, destacamos Pitágoras (século VI a.c) e a idéia da Música das Esferas, ou Harmonia das Esferas, introduzida por ele no ocidente, possivelmente incorporado PAGINA 2

da Tradição do antigo Egito quando de sua passagem por lá e em outras regiões do Oriente Médio, antes de dar início à sua Escola em Crotona. Pitágoras ensinava que cada um dos sete planetas conhecidos na antigüidade (Mercúrio, Vênus, Marte, Jupter, Saturno, Sol, Lua) produzia uma nota particular de acordo com sua distancia orbital do centro imóvel que era a Terra. A distancia em cada caso é parecida com subdivisões tonais. Alias Pitágoras descreveu a composição da escala musical e suas proporções matemáticas. Constatou que a altura de uma nota depende do comprimento da corda que a produz e isto lhe permitiu correlatar os intervalos da escala musical com relações numéricas simples. Quando um musico aperta uma corda a meia distancia de seu comprimento, uma oitava é produzida expressa na relação de freqüência de 1:2. As sete notas musicais Dó, Ré, Mi, Fá, Sol, La, Si, além das notas acidentadas por bemóis (b) e sustenidos (#), perfazendo um numero de doze seqüências harmônicas possíveis: Dó, Dó#, Ré, Ré#, Mi, Fá, Fá#, Sol, Sol#, La, La# e Si, progredindo em intervalos de uma oitava. Notas separadas em intervalos de uma quinta perfeita (relação 2:3), ou tônica, e uma quarta (relação 3:4), ou dominante, sempre foram as mais importantes consonância na musica ocidental. Pitágoras tinha descoberto a base matemática da harmonia musical além de corroborar seu Tetrakys sagrado com os intervalos 1:2:3:4. Além destas relações descobriu também que dividindo a corda em seu quinto, obtinha o intervalo da terça que da a característica de maior ou menor do acorde ou da composição musical. Através de um insight, Pitágoras tinha também inventado a ciência ocidental, associando medidas de duração com tons musicais ele fez a primeira redução conhecida de uma qualidade (som) em uma quantidade (duração e relação). Mas Pitágoras também reconhece que a oitava musical é a expressão mais simples e mais profunda entre espirito e matéria. O Milagre da Oitava é que mesmo que dividida em duas partes audíveis e distinguíveis, permanecendo contudo reconhecível como a mesma nota musical, uma manifestação tangível da máxima hermética: assim como é em cima é em baixo. Os ideais de harmonia de Pitágoras também contempladas por Platão, Plínio, Cícero e Ptolomeu, inspiraram mais tarde o próprio Copérnico (1473-1543) que percebeu que um sistema planetário centrado no Sol não só propiciava melhores predições do movimento celestial, mas também podia se expressar através de uma geometria mais elegante para maior glória do Criador. À mesma sensação de idealismo deveu-se o entusiasmo de Kleper (1572) com o sistema de Copérnico. A primeira lei de Kleper diz que os planetas se movem em elipses e que o Sol não esta no centro exato de suas orbitas. Cada planeta se move entre um perifélio (mais próximo do sol) e um afélio (mais distante do sol). A segunda lei diz que os planetas se movem mais rapidamente a perifelio do que a afélio. Kleper medindo as velocidades angulares nestes extremos logrou expressar esta relação em um intervalo musical. Exemplo, Saturno move-se a uma velocidade de 106 por dia em afélio e 135 em perifélio na relação 4:5 equivalente ao intervalo da terça maior. Quando Kleper comparou os extremos combinados de pares de planetas os resultados foram mais surpreendentes e se ajustam aos intervalos de uma escala completa. Assim a relação entre a velocidade máxima de Jupter com a mínima de Marte, corresponde a uma Terça menor, a relação entre Terra e Vênus a uma Sexta menor. Outros filósofos e cientistas que professaram o conceito das correspondências matemáticas das escalas musicais não só no céu, mas também no mundo natural e no corpo humano, entre eles destacamos o hermetista inglês Robert Fludd (1574-1637) e o jesuíta alemão Athanasius Kircher (1602-1680), este um grande estudioso da acústica e da óptica, autor de uma extensa teoria sobre acústica intitulada Magia Phonocamptica. Sendo os sons audíveis reflexos dos Tons Cósmicos que por integrarem diretamente o OM, fonte da própria Criação, detém uma enorme força criativa, preservativa e destrutiva. As organizações pitagóricas preparam os seus discípulos a fim de melhor compreenderem o PAGINA 3

universo através dos números, da geometria e da música. O discípulo pitagórico aprende o valor vibratório de cada som, de cada harmonia, e de todos os elementos que integram a arte musical, e assim ele desenvolve habilidades para que a pessoa venha saber sentir e assim trabalhar a música da maneira que lhe convier. O insigne Professor Henrique José de Souza, fundador da Sociedade Brasileira de Eubiose, disse a respeito da palavra sagrada OM, o seguinte:... para não nos estendermos muito sobre um assunto que nos levaria muito longe, o que de maneira alguma corresponderia à nossa intenção presente, lembraremos apenas que segundo a tradição hindu, os universos são produzidos pelo OM, a palavra sagrada formada de três letras sânscritas: ah, oh e ma ou aum, e que, segundo o Mundakya Upanishad, é o nome mais precioso do Espírito Eterno, Onipresente e Universal. Os Vedas davam grande ênfase ao som audível, pois consideravam a manifestação do próprio Som Cósmico. No sânscrito - língua falada pelos Vedas - existem duas denominações para fazerem distinção entre o Som Audível e o Som Cósmico. Para designar o primeiro existe a palavra ahata e para denominar o segundo o vocábulo anahata. Ahata, o som audível, percebido por meio do ouvido, ao passo que anahata, só pode ser escutado pelo ser humano em elevado estado de contemplação. O som audível - ahata - na verdade é a manifestação do anahata, ou seja, manifestação do OM pelo que a música também tem um sentido sagrado para os Brâmanes por conter um certo poder oriundo da palavra de Deus. Os hindus, tanto quanto os chineses, consideram o som audível como algo capaz não só de influenciar a mente e as sensações do homem, mas também de moldar e alterar os efeitos físicos que têm lugar no mundo. De todas as formas de som audível os dotados de maior capacidade de exercer efeitos são a voz por ter dupla capacidade. Uma diz respeito às propriedades do som em si, dele poder ser inteligentemente controlado, ser adequadamente modulado. A segunda é a capacidade de veiculação da mensagem inteligível. A par dessa capacidade o homem tem a capacidade de construir instrumentos sonoros que podem ser direcionados especificamente para muitas finalidades. "Os sons entoados faziam parte da complicada estrutura das oferendas e sacrifícios védicos. Isto era uma decorrência do poder dos sons. Palavras pronunciadas com a entoação correta determinam a eficiência dos ritos, por isso um engano pode destruir tudo, pois os sons sustentam a ordem da sociedade humana e mantém a estabilidade do universo. Segundo a doutrina védica, por meio de cerimônias e de cânticos bem dirigidas à pessoa pode ter sobre muitos deuses e esse poder transmite-se pela palavra". Experiências com kirliangrafia tem demostrado que sons vocálicos em geral, e as palavras em especial, influem de forma marcante o campo energético da pessoa. Testados um número estatisticamente representativo de cânticos ritualísticos e os sons vocálicos usados em doutrinas iniciaticas, e também sons musicais comuns, sobre pessoas, assim como sobre vegetais. No estudo observou-se que os sons vocálicos alteram os padrões energéticos do corpo bioplasmático. Na realidade quase todos os sons provocam alterações no campo, sendo deveras intenso as silabas consideradas sagradas por diversas doutrinas e pelos mantras. Há sons que somente por escuta-los já ocorrem modificações na aura e outros que só há efeitos apreciáveis quando são emitidos pela própria pessoa. Com relação ao som OM observa-se que esta palavra amplia de forma marcante a aura energética, igualmente o AUM. O som de RA amplia o campo energético masculino, enquanto que MA amplia o feminino. Evidenciamos também que ocorrem variações conforme a entonação, a intensidade, e o ritmo. Vale salientar que os mais diversos trabalhos efetivadas por inúmeros pesquisadores mostram que ocorrem alterações acentuadamente significativas no que diz respeito às emoções, existindo padrões correspondentes à dor física, à tristeza, ao ciúme, à alegria e assim por diante, enfim existe o padrão característico de cada tipo de emoção. Também PAGINA 4

verificamos que o campo energético afetado por um tipo de emoção pode ser modificado, um determinado padrão pode ser anulado, ampliando, ou atenuado por sons, e isto está em concordância com o que dizem as religiões sobre as influências dos sons sobre as emoções e sentimentos em geral. Sabendo-se do papel que os sons em geral, e a música em particular, exerce sobre os seres, em especial sobre a pessoa humana, é de grande importância se ter um mínimo de conhecimento a respeito do assunto a fim de que evitem-se danos e colham-se benefícios. Valem as palavras do grande musicólogo Mazilli: "A música é a voz harmoniosa da criação; um eco do mundo invisível; uma nota de divina concórdia que o universo inteiro, um dia, está destinado a soar ". Mas se tudo que existe no universo advém das vibrações sonoras produzidas por este som sagrado então cabe a pergunta, ao pronunciar OM, estaríamos criando coisas? É aqui que surge diante de todos nós uma das chaves principais do Processo Iniciático: a ciência dos sons. Para entendê-la, cada um deverá dominá-la por meio de um árduo trabalho interno de iniciação, adquirindo o poder de pronunciar corretamente o som, de tal forma que ele possa criar algo. PAGINA 5