INVESTIR NUM MUNDO LIVRE DE PALUDISMO

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Transcrição:

INVESTIR NUM MUNDO LIVRE DE PALUDISMO Os últimos anos têm registado progressos extraordinários na luta contra o paludismo, mas os benefícios observados são frágeis e distribuídos de forma desigual. A vitória na luta contra o paludismo seria um dos maiores feitos na história da humanidade. Para alcançar os objetivos definidos para 2030 no combate ao paludismo e tornar concretizável a nossa visão por um mundo livre de paludismo, é necessário: COMBINAR FORÇAS PARA ELIMINAR O PALUDISMO e reconhecer o papel importante que as partes interessadas, incluindo setores externos à saúde, desempenham na sua redução e eliminação; A redução do paludismo é essencial para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. APRESENTAR UM PROGRESSO CONTÍNUO E DEMONSTRAR QUE A REDUÇÃO do paludismo é essencial para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS); EXPANDIR PARCERIAS, trabalhar em diversos países e apelar a partes interessadas de todas as áreas para participarem e intensificarem o respetivo compromisso na luta contra o paludismo; ACELERAR ESFORÇOS e adotar medidas urgentes com vista à redução do número de pessoas que sofrem e morrem vítimas desta doença evitável e tratável, e atingir a sua eliminação a nível local, regional e nacional o quanto antes. O trabalho conjunto entre os países afetados pelo paludismo, os doadores, as organizações e as comunidades têm proporcionado intervenções eficazes de luta contra o paludismo a centenas de de pessoas. Em virtude disso, as taxas de mortalidade infantil relativas ao paludismo diminuíram em mais de 50% e mais de 4,3 de mortes por paludismo foram evitadas entre 2001 e 2013. 1 SIGA NOS: O secretariado da Parceria RBM está localizado na Organização Mundial de Saúde (OMS) Avenue Appia 20 1211 Genebra 27 Suiça www.rollbackmalaria.org inforbm@who.int

A AÇÃO E O INVESTIMENTO ESTÃO A REDUZIR O MAPA DO PALUDISMO O mapa do paludismo está a encolher: em áreas fortemente afetadas, a prevalência dos parasitas do paludismo diminuiu drásticamente. No total, 100 países estão livres do paludismo, pelo menos 55 países estão em vias de reduzir as taxas de incidência da doença em 75% até ao final de 2015 e 26 países estão trabalhando no sentido de a eliminar por completo. 1 Mais ainda, foram adotados novos compromissos regionais para eliminar o paludismo em África, nas Américas, na região da Ásia-Pacífico e no Mediterrâneo Oriental. Intervenções eficazes evitaram mais de 4,3 de mortes por paludismo. MORTES POR PALUDISMO EVITADAS 2001 2013 >100,000 1,000 99,999 1 999 Fonte: Mapa modificado do Relatório sobre o paludismo no mundo 2014, OMS MENOS PALUDISMO SIGNIFICA MENOS POBREZA E UMA MELHOR SAÚDE MATERNO-INFANTIL Estima-se que, desde 2000, as vidas salvas do paludismo representem 20% do total da redução de todas as causas de mortalidade infantil na Africa Subsariana (África Subsariana em Português Brasileiro). Somente os esforços adotados para impedir o paludismo durante a gravidez salvaram as vidas de 94 000 recém-nascidos entre 2009 e 2012. 2 As regiões que conseguiram uma diminuição efetiva do paludismo obteram benefícios económicos substanciais, com um crescimento económico superior ao quíntuplo do crescimento observado em regiões endémicas. 3, 4 Em países endémicos, o paludismo pode representar 40% da despesa em saúde pública. 5 A doença coloca assim pressão sobre os sistemas de saúde pública, reduzindo tanto a capacidade humana como financeira. Ao reduzir e eliminar a carga de paludismo, os sistemas nacionais podem funcionar de maneira mais eficaz e responder melhor a qualquer ameaça sanitária que venha a emergir. A diminuição da carga de paludismo implica a redução da mortalidade de recém-nascidos, infantil e materna (Objetivos 4 e 5 dos Objetivos de Desenvolvimento do Milénio), menos dias de ausência da escola e do trabalho, comunidades mais produtivas e economias mais fortes. A eliminação do paludismo é, por isso, essencial para alcançar as metas de desenvolvimento mais abrangentes definidas pelos ODS, permanecendo como uma prioridade chave para a comunidade de desenvolvimento global. APESAR DOS PROGRESSOS DRÁSTICOS, AINDA HÁ MUITO POR FAZER Mais de 3 a de pessoas em todo o mundo continuam em risco de contrair paludismo. Em 2013, estimou-se a existência de 198 de infeções por paludismo a nível global, que acarretaram originaram aproximadamente 584 000 mortes, sobretudo crianças com idades inferiores a 5 anos (aproximadamente 80%). 1 Esta doença evitável e tratável continua a matar uma criança a cada minuto por falta de ferramentas simples e rentáveis, como uma rede mosquiteira impregnada com inseticida ou um simples tratamento. O acesso insuficiente à prevenção, ao diagnóstico e ao tratamento do paludismo conduz à disseminação da doença e à morte, prejudicando famílias, comunidades e países inteiros. 2

EXISTE UMA NOVA ESTRATÉGIA TÉCNICA GLOBAL E UMA NOVA ESTRUTURA DE INVESTIMENTO E AÇÃO Em 2015, a Assembleia Mundial da Saúde endossou a Estratégia Técnica Mundial para o Paludismo 2016-2030 da OMS e a Parceria Fazer Recuar o Paludismo (RBM, sigla em inglês) aprovou o documento Ação e Investimento para vencer o Paludismo 2016-2030 por um mundo livre de paludismo (AIM, sigla em Inglês). b Em conjunto, estes dois documentos definem objectivos e etapas específicas para TABELA 1: OBJETIVOS, ETAPAS E METAS COMUNS PARA 2016-2030 2020 e 2025, no sentido de acelerar o processo rumo a um mundo livre de paludismo A Estratégia Técnica Mundial para o Paludismo 2016-2030 orienta o desenvolvimento de programas nacionais, especificamente concebidos para reduzir de forma drástica o número de casos e mortes por paludismo e acelerar o processo com vista à eliminação da doença. O mesmo sublinha a necessidade de garantir a cobertura universal de intervenções prioritárias no campo do paludismo e identifica áreas em que serão necessárias soluções inovadoras para a concretização dos objetivos definidos. O documento complementa e está interligado com a AIM. Objetivos 1. Redução das taxas globais de mortalidade por paludismo comparativamente a 2015 2. Redução da incidência global de casos de paludismo comparativamente a 2015 3. Eliminação do paludismo de países em que a doença foi transmitida em 2015 Etapas Metas 2020 2025 2030 Pelo menos 40% Pelo menos 75% Pelo menos 90% Pelo menos 40% Pelo menos 75% Pelo menos 90% Pelo menos 10 países Pelo menos 20 países Pelo menos 35 países 4. Evitar o restabelecimento da doença em todos os países livres de paludismo Restabelecimento evitado Restabelecimento evitado Restabelecimento evitado O CUSTO DA REDUÇÃO DO PALUDISMO É ELEVADO, MAS O VALOR DOS BENEFÍCIOS RESULTANTES É LARGAMENTE SUPERIOR Serão necessários pouco mais de 100 de dólares norte-americanos para alcançar as metas definidas para 2030 no campo do paludismo e um montante adicional de 10 de dólares norte-americanos para financiar a investigação e o desenvolvimento de técnicas inovadoras relacionadas, incluindo novos medicamentos e inseticidas. 6 Todo este investimento permitirá um retorno significativo: quase 3 de casos de paludismo serão evitados 7, 11 e mais de 10 de vidas serão salvas. CUSTOS E BENEFÍCIOS DAS ETAPAS DEFINIDAS PARA 2020 E 2025 E DAS METAS ESTIPULADAS PARA 2030 NA LUTA CONTRA O PALUDISMO 2016 2020 2021 2025 2026 2030 24.5 35.7 41.6 Bill & Melinda Gates Foundation 1.6 de vidas salvas 4.2 de vidas salvas 4.5 de vidas salvas a Ao longo de todo o documento, a expressão significa 1000. A escala curta e longa são dois sistemas usados em todo o mundo para nomenclatura de números grandes. A escala longa é usada por Portugal, todos os países lusófonos (à excepção do Brasil) e a maior parte da Europa continental. A escala curta é usada no Brasil e na maior parte dos países de língua inglesa e árabe. Desta forma: 1000 (Português de Portugal) = 1 bilhão, 1 billion (Português do Brasil, Inglês) 1 bilião (Português de Portugal) = 1 trilhão, 1 trillion (Português do Brasil, Inglês) b Estes documentos novos e essenciais facultam orientações técnicas para reduzirem ainda mais e eliminarem o paludismo, bem como informações mais detalhadas, surgindo assim em defesa do investimento na luta contra a doença. 0.4 de casos evitados 1.3 de casos evitados 1.3 de casos evitados 3

O INVESTIMENTO NA LUTA CONTRA O PALUDISMO CONSTITUI UMA DAS MELHORES REALIZAÇÕES EM TERMOS DE SAÚDE GLOBAL As intervenções contra o paludismo são altamente rentáveis, custando apenas entre 5 e 8 dólares norte-americanos por caso evitado e resultando, por isso, em milhares de em poupanças. 8 A imunização é a única medida de intervenção de saúde pública 9, 10 que tem dados provas de ser mais rentável. Os benefícios aumentam de forma progressiva com a concretização das etapas definidas para 2020 e 2025 e resultarão num retorno 40 vezes superior ao alcançar as metas estipuladas para 2030. 11 Uma desagregação por regiões apresenta um retorno sem precedentes 60 vezes superior para a África Subsariana. Os benefícios incluem a economia de custos, tanto para as famílias como para os sistemas de saúde, e melhores resultados macroeconómicos, criados por uma força de trabalho saudável e produtiva, livre do fardo do paludismo. Durante o período de 2016-2030, pode-se gerar um resultado económico adicional de mais de 4 biliões de US dólares. Para além do retorno financeiro, os investimentos na luta contra o paludismo terão um enorme impacto positivo na agricultura, educação e capacitação das mulheres. 7 Contribuirão ainda de forma significativa para reduzir a pobreza e atenuar a desigualdade. RETORNOS CUMULATIVOS SOBRE O INVESTIMENTO RELATIVOS ÀS ETAPAS DEFINIDAS PARA 2020 E 2025 E ÀS METAS ESTIPULADAS PARA 2030 NA LUTA CONTRA O PALUDISMO 2020 2025 2030 0.7 biliões 2.3 biliões 4.1 biliões 28:1 ROI 38:1 ROI 40:1 ROI Bill & Melinda Gates Foundation UM FINANCIAMENTO SÓLIDO SUSTENTADO, VONTADE POLÍTICA E INOVAÇÃO CIENTÍFICA TRÊS ELEMENTOS IMPERATIVOS Aumento de produtividade no local de trabalho e na escola Sistemas de saúde mais fortes Maior prosperidade por parte das famílias A existência de recursos confiáveis é fundamental. Apesar de o investimento nacional e internacional na luta contra o paludismo ter aumentado quase todos os anos entre 2005 e 2014, as lacunas financeiras permanecem a maior ameaça ao progresso. Nos próximos 15 anos, é necessário que os doadores mantenham o compromisso no controle e na eliminação do paludismo e que os países afetados pela doença dediquem uma maior proporção do financiamento interno ao controle do paludismo. Mais ainda, é necessário continuar a desenvolver novas soluções e estratégias incluindo medicamentos, diagnósticos e vacinas de última geração para acelerar ainda mais os ganhos e mitigar a ameaça de uma eventual resistência aos medicamentos e inseticidas. 4

Ação e Investimento para vencer o Paludismo 2016-2030 (AIM) O COMPROMISSO COMUNITÁRIO É FUNDAMENTAL PARA UM PROGRESSO CONTÍNUO VENCER ESTA LUTA PERMITIRÁ ÀS COMUNIDADES PROSPERAREM DE UMA FORMA NUNCA ANTES VISTA Para garantir que ninguém seja negligenciado, é necessário alocar pessoas para o centro da nossa resposta através de um compromisso comunitário mais eficaz, uma melhor comunicação da necessidade de mudança social e comportamental e da disponibilização de intervenções contra o paludismo junto às populações mais vulneráveis. Para ser bem-sucedida, a nossa resposta a nível mundial terá de ser tão resistente e adaptável como o próprio parasita do paludismo. Se trabalharmos em conjunto, podemos pôr fim a todo este sofrimento desnecessário e reforçar o potencial de indivíduos, comunidades e países para alcançarmos o nosso principal objetivo um mundo livre de paludismo. O CUSTO DA INAÇÃO SERÁ DEVASTAÇÃO E MORTE A experiência diz-nos que quaisquer ganhos na luta contra o paludismo são frágeis e dependem de um investimento suficiente e sustentado. Desde a década de 30, foram registados 75 casos de reaparecimento de paludismo em 61 países, sendo a maioria destes casos associada a uma redução ou interrupção do financiamento destinado ao controlo e à prevenção do paludismo.12 O reaparecimento da doença é particularmente letal nas comunidades em que uma ampla cobertura com medidas de intervenção de prevenção ao paludismo conduziu a um grau de imunidade reduzido. Esta situação pode resultar em níveis devastadores da enfermidade, sofrimento e morte em pessoas de todas as faixas etárias.13 Apesar da argumentação convincente em prol do investimento na luta contra o paludismo, os níveis de financiamento apenas aumentaram de 2,3 de dólares norte-americanos em 2010 para 2,7 de dólares norte-americanos em 2013. Em 2013, apenas 52% dos 5,1 de dólares norte-americanos necessários à escala global para alcançar os objetivos do primeiro Plano de ação mundial contra o paludismo 2008 2015 foram garantidos.14 Para alcançarmos a nossa primeira etapa na redução da mortalidade por paludismo e das taxas de incidência da doença em pelo menos 40%, necessitamos de angariar, todos os anos, 6,5 de dólares norte-americanos até 2020. O incumprimento dos marcos definidos a nível global e das metas estipuladas para 2030 será catastrófico; tanto em termos de vidas perdidas como em termos financeiros. Os recursos necessários à eliminação do paludismo são insignificantes em comparação com o que será necessário em caso de reaparecimento da doença, em especial no contexto de resistência aos medicamentos e inseticidas. Os custos, as vidas perdidas e os encargos económicos associados serão suportados pelos países, pelas economias, pelas empresas, pelos sistemas de saúde e pelas famílias. Como é habitual, as pessoas mais vulneráveis, mulheres grávidas, crianças com idades inferiores a 5 anos e as famílias mais pobres, serão também as mais afetadas. Esse retrocesso prejudicaria de forma determinante e sem precedentes o investimento disponibilizado desde 1998. Em termos globais, todas as pessoas estão em risco de infeção, independentemente do estado económico, conforme demonstram os 10 000 casos anualmente importados e os reaparecimentos confirmados em países como a Grécia. A SUPRESSÃO DE MEDIDAS DE CONTROLO LEVA AO REAPARECIMENTO, COM NÍVEIS DE PREVALÊNCIA FREQUENTEMENTE SUPERIORES AOS NÍVEIS ANTERIORMENTE VERIFICADOS DEVIDO À DIMINUIÇÃO DA IMUNIDADE DA POPULAÇÃO 14% 14% 14% 12% 12% 12% 10% 10% 10% Financiamento Financiamento Financiamento retirado retirado retirado TAILÂNDIA Cálculo da positividade Cálculo da positividade Cálculo da positividade Prevalência do parasita Prevalência do parasita Prevalência do parasita SUDÃO Cálculo da positividade Cálculo da positividade Cálculo da positividade ÍNDIA 9% 9%9% 8% 8%8% 35% 35% 35% 7% 7%7% 30% 30% 30% 6% 6%6% 5% 5%5% 25% 25% 25% seguidoseguido por seguido porpor falta defalta IRSfalta de IRS de IRS Fim do Fim Fim dodo programa programa programa 6%6% 15% 15% 15% 3% 3%3% 4% 4%4% 10% 10% 10% 2% 2%2% 2% 2%2% 5% 5%5% 1% 1%1% 0% 0%0% 0% 0%0% 0% 0%0% Exemplos históricos da Índia, do Sudão e da Tailândia.12 5 6% 4%4% 1989 1991 1989 1989 1993 1991 1991 1993 1993 4% 20% 20% 20% 1963 1961 1961 1963 1963 8%8% 1961 8% Fim Fim Fim da fase dada fase fase de ataque dede ataque ataque

CUSTOS HUMANOS E ECONÓMICOS PARA O PERÍODO 2016-2030 SE A ATUAL COBERTURA DE INTERVENÇÕES CONTRA A MALÁRIA REVERTESSE PARA NÍVEIS DE 2007 Deloitte Development 2015 Swiss Malaria Group /Daniel Bridges biliões de dólares norte-americanos 1.2 DE RESULTADOS ECONÓMICOS PERDIDOS DE CASOS DE 2PALUDISMO ADICIONAIS Swiss Malaria Group /Indonesia Malaria Care Foundation Swiss Malaria Group/Anne Heslop DE DÓLARES NORTE- AMERICANOS EM CUSTOS DIRETOS PARA OS SISTEMAS DE SAÚDE E 5.2PARA AS FAMÍLIAS Os custos de um eventual incumprimento serão catastróficos e infinitamente superiores ao montante necessário para alcançar as metas estipuladas para 2030 no combate contra o paludismo. DE DIAS DE TRABALHO 1PERDIDOS POR ANO Swiss Malaria Group /Benjamin Moldenhauer 18 DE CASOS ADICIONAIS QUE REQUEREM HOSPITALIZAÇÃO DE MORTES 3.7ADICIONAIS Cálculos efetuados com base em níveis de cobertura de intervenções contra o paludismo para 2016-2020 revertidos para níveis de 2007. 7 Swiss Malaria Group/Jenn Warren 1 Organização Mundial da Saúde. Relatório sobre o paludismo no mundo 2014. 2 Roll Back Malaria Partnership. The contribution of malaria control to maternal and newborn health (2014). 3 McCarthy, F. D., Wolf, H. & Wu, Y. Malaria and Growth. World Bank Policy Research Working Paper 2303 (2000). 4 Gallup, J. L. & Sachs, J. D. The economic burden of malaria. Am. J. Trop. Med. Hyg. 64, 85-96 (2001). 5 Narasimhan, V. & Attaran, A. Roll back malaria? The scarcity of international aid for malaria control. Malar. J. 2, 8 (2003). 6 Organização Mundial da Saúde. Estratégia Técnica Mundial para o Paludismo 2016 2030 (2015). 7 Parceria Fazer Recuar o Paludismo (RBM). Ação e Investimento para vencer o Paludismo 2016-2030 (AIM) - por um mundo livre de paludismo (2015). 8 ALMA, E2Pi & Clinton Health Access Initiative. Maintaining the gains in malaria control (2011). 9 McLaughlin, C., Levy, J., Noonan, K. & Rosqueta, K. Lifting the burden of malaria: an investment guide for impact-driven philanthropy (2009). 10 Lazminaravan, R. et al. Advancement of global health: key messages from the Disease Control Priorities Project. Lancet 367, 1193-1208 (2006). 11 OMS GMP e RBM/SwissTPH. Trabalho conduzido para o desenvolvimento da Estratégia Técnica Mundial para o Paludismo 2016 2030 da OMS e Ação e Investimento para vencer o Paludismo 2016-2030 (AIM) por um mundo livre de paludismo da RBM (2015). 12 Cohen, J. M. et al. Malaria resurgence: a systematic review and assessment of its causes. Malar. J. 11, 122 (2012). 13 Lubell, Y. et al. Artemisinin resistance modelling the potential human and economic costs. Malar. J. 13, 452 (2014). 14 Roll Back Malaria Partnership. Global Malaria Action Plan: for a malaria-free world (2008). 6