Lei 13.467, de 13/07/2007 ((Vigência em 11/11/2017). Reforma trabalhista. Seguridade social. Previdenciário. Altera a Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, aprovada pelo Decreto-Lei 5.452, de 01/05/1943, e a Lei 6.019, de 03/01/1974, a Lei 8.036, de 11/05/1990, e a Lei 8.212, de 24/07/1991, a fim de adequar a legislação às novas relações de trabalho. A nova lei além de rever pontos específicos de outras leis e derrubar súmulas do TST que continham interpretações favoráveis aos trabalhadores. Trata-se da mais ampla alteração realizada na CLT de uma só vez.
OS FUNDAMENTOS DA LEI SANCIONADA PELO PRESIDENTE DA REPÚBLICA SÃO: a) revogação do princípio que protege o trabalhador perante o empregador e, segundo o qual, o primeiro é a parte mais fraca na relação de emprego, reduzindo a proteção do Estado aos trabalhadores e aumentando as garantias e a liberdade de ação das empresas nas relações de trabalho; b) prevalência do acordado sobre o legislado nos seguintes pontos: c) ampliação da participação de contratos atípicos e do trabalho autônomo no conjunto das formas de contratação existentes no mercado de trabalho, dando às empresas mais alternativas de promover ajustes nos custos fixos e; d) restrição à atuação e ao poder normativo da Justiça do Trabalho, bem como ao acesso dos trabalhadores ao judiciário trabalhista, criando uma série de condicionantes, limitando a gratuidade e impondo penalidades ao demandante caso perca a ação.
A IMPORTÂNCIA DO SINDICATO PATRONAL NA PREVALÊNCIA DO NEGOCIADO X LEGISLADO Quando sua entidade patronal faz a convocação para discutir a convenção coletiva de trabalho, grande parte das empresas se preocupam com o reajuste salarial e invariavelmente não prestam atenção nas demais cláusulas que poderão trazer economia, produtividade e efetividade no dia a dia da empresa. Com a mudança, o que é negociado passará a valer mais do que alguns pontos que estão definidos em lei.
DAS FUTURAS NEÇOCIAÇÕES COLETIVAS Com a reforma e maior flexibilização na legislação trabalhista haverá muito trabalho para adaptação do empresariado em usufruir os benefícios trazidos, ainda mais pelo fortalecimento da produtividade da mão de obra, assim usar as ferramentas de forma adequada na convenção coletiva de trabalho se tornará imprescindível. Abaixo os pontos de interesse patronal para discussão em norma coletiva: Jornada de trabalho; Banco de horas; Intervalo intrajornada (mínimo de 30 minutos);; Plano de cargos e salários; Regulamento empresarial; Representante dos trabalhadores no local de trabalho; Teletrabalho, regime de sobreaviso e trabalho intermitente; Remuneração por produtividade; Modalidade de registro de jornada de trabalho; Troca do dia de feriado; Identificação dos cargos que demandam a fixação da cota de aprendiz; Enquadramento do grau de insalubridade; Prorrogação de jornada em ambientes insalubres; Prêmios / Participação nos lucros ou resultados da empresa.
GRANDES AVANÇOS PARA RELAÇÕES DE TRABALHO: ACORDO PARA RESCISÃO CONTRATUAL Todos nós conhecemos alguém que pediu para ser mandado embora, fazendo um acordo informal com o empregador. Esse jeitinho, que geralmente envolve a devolução da multa sobre o saldo do FGTS por parte do empregado e configura uma ofensa a legislação brasileira, ACABOU. Com a nova legislação, se o trabalhador quiser sair do emprego, precisa pedir demissão e não tem direito a nenhuma verba de indenização, nem acesso ao FGTS. Entretanto, há possibilidade legal de que empregador e empregado, de comum acordo, possam extinguir o contrato de trabalho, o empregado terá direito a movimentar 80% do saldo do FGTS, mas não receberá o seguro-desemprego, já empresa, por sua vez, precisa pagar metade do aviso prévio e metade da multa sobre o depositado no fundo, ou seja, 20%.
GRANDES AVANÇOS PARA RELAÇÕES DE TRABALHO: JORNADAS DE TRABALHO O trabalhador poderá ter dois novos tipos de jornada de trabalho regulamentada: o teletrabalho (ou home office) e a jornada intermitente (em que o trabalhador recebe por hora e não há jornada fixa). No caso do teletrabalho, a nova lei normatiza os critérios para se trabalhar em casa. A jornada intermitente prevê o pagamento por hora que não será inferior ao valor da hora do salário mínimo ou da categoria além do correspondente ao 13º salário e terço de férias. O empregador também precisa fazer o depósito de FGTS e contribuição previdenciária proporcionais. O funcionário deve ser convocado com antecedência de três dias para o serviço e pode recusar.
GRANDES AVANÇOS PARA RELAÇÕES DE TRABALHO: MUDANÇAS NAS JORNADAS QUE JÁ EXISTEM A nova legislação trabalhista também propôs mudanças em regimes que já existem, como o de tempo parcial e a jornada 12 x 36. No caso da jornada 12 x 36 (em que se trabalham 12 horas para descansar por 36 horas), a nova lei consolida algo que já é muito usado em alguns setores, como o da saúde e permitiria até a adoção da jornada por acordo individual. Já o regime de tempo parcial passa por uma modificação. Hoje, só são permitidas as contratações até 25 horas semanais, sem hora extra. Com a mudança, o trabalho neste regime pode ser de 30 horas semanais totais ou 26 horas semanais, com acréscimo de até seis horas extras, além de não limitar quais serão as atividades empresariais que poderão adotar tal jornada.
GRANDES AVANÇOS PARA RELAÇÕES DE TRABALHO: PAUSA PARA O ALMOÇO Hoje em dia, o intervalo intrajornada o popular intervalo para o almoço deve ter duração de no mínimo uma hora. Com a nova lei trabalhista, é possível estabelecer em acordo ou convenção coletiva uma redução nessa pausa, respeitando um limite mínimo de 30 minutos de intervalo. O tempo economizado no intervalo seria descontado no final da jornada de trabalho, permitindo que o trabalhador deixe o serviço mais cedo. HORAS IN ITINERE Antes da reforma, o tempo de deslocamento do trabalhador que usa transporte fretado pela empresa era incorporado à jornada de trabalho. Ou seja: pode gerar o pagamento de hora extra ou compensação em caso de ultrapassar a jornada de trabalho. Com a nova lei, esse período de deslocamento não passa a contar como jornada de trabalho.
GRANDES AVANÇOS PARA RELAÇÕES DE TRABALHO: FATIAMENTO DAS FÉRIAS A nova lei prevê o fatiamento das férias em até três períodos e não apenas dois. Desde que haja concordância entre empresa e empregado, as férias poderão ser fatiadas em até três períodos, sendo que um deles não poderá ser inferior a 14 dias corridos e os demais não poderão ter menos de cinco dias corridos cada um. Além disso, passa a ser vedado o início de férias no período de dois dias que antecede feriado ou dia de repouso semanal remunerado. PRÊMIO - NO SALÁRIO A nova lei permite que o empregador possa premiar o empregado sem que isso seja considerado salário. A nova redação prevê que importâncias, mesmo que habituais, como ajuda de custo, vale-refeição, diárias de viagem, prêmios e abonos, não integram a remuneração do empregado, não se incorporam ao contrato de trabalho e não podem ser base para incidência de encargo trabalhista e previdenciário. O argumento é que, assim, os empregadores poderiam pagar um valor extra, como prêmio, sem que isso incorpore ao salário e seja questionado judicialmente no futuro.
GRANDES AVANÇOS PARA RELAÇÕES DE TRABALHO: LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ A lei antiga não mencionava punições para os casos de litigância de má-fé, usava-se de forma subsidiária o código de processo civil, porém não muito bem quisto nos tribunais trabalhistas tal aplicação. Com a nova lei, foi acrescido os dispositivos sobre a litigância de má-fé. Nesse caso, quem mentir ao longo do processo terá de pagar uma multa, que varia entre 1% a 10% do valor corrigido da causa, para a outra parte, além de arcar com os honorários advocatícios e com todas as despesas que efetuou. Se o valor da causa foi muito baixo, a multa pode ser de até duas vezes o teto da aposentadoria vigente. DA TERCEIRIZAÇÃO REGULAMENTADA Atividades: Reforça o entendimento quanto à possibilidade de terceirização de atividades meio e fim. Normas gerais: Traz disposições gerais sobre a terceirização e prevê que o empregado demitido não poderá prestar serviços para a mesma empresa como prestador de serviços antes do decurso de 18 meses.
GRANDES AVANÇOS PARA RELAÇÕES DE TRABALHO: CUSTOS DE ADVOGADOS Em relação aos chamados honorários de sucumbência, devidos aos advogados da parte vencedora por aquele que perdeu a causa, o substitutivo fixa essa remuneração entre 5% e 15% do valor da sentença. Mais uma vez, se o beneficiário da justiça gratuita tiver obtido créditos suficientes para pagar os honorários, ainda que em outros processos, terá de pagar essa remuneração. Se não tiver, a cobrança ficará suspensa por dois anos, prazo durante o qual o credor poderá tentar demonstrar que o devedor tem recursos para pagar os honorários. Após esse tempo, a obrigação de pagamento será extinta. DEPÓSITO PARA RECURSO A nova lei também diminui os valores do depósito exigido para apresentação de recurso contra decisão da Justiça trabalhista. Para entidades sem fins lucrativos, empregadores domésticos, microempreendedores individuais, microempresas e empresas de pequeno porte, o valor do depósito recursal será reduzido pela metade. Beneficiários da justiça gratuita, as entidades filantrópicas e as empresas em recuperação judicial contarão com isenção desse depósito.
GRANDES AVANÇOS PARA RELAÇÕES DE TRABALHO: REVELIA MITIGADA A falta de comparecimento do reclamante, geralmente trabalhador, em audiência da Justiça trabalhista provocará o pagamento dos custos, mesmo para o beneficiário de justiça gratuita, salvo se ele comprovar, em 15 dias, motivo legalmente justificável para a ausência. Se o reclamado faltar, a CLT determina a condenação à revelia. Já o projeto especifica que ela não acontecerá se o litígio for sobre direitos indisponíveis, se as alegações formuladas pelo reclamante forem inverossímeis ou se a petição não for acompanhada por documento que a lei considere indispensável à prova do fato. De qualquer modo, ainda que ausente o reclamado, serão aceitos a contestação e os documentos apresentados por seu advogado.
DEMAIS DISPOSTIVOS ALTERADOS: Sindicato. Fim da ultratividade da norma coletiva. (CLT art. 614) Súmulas e enunciados de jurisprudência. O TST e os TRT s ao editar súmulas e outros enunciados não poderão restringir direitos legalmente previstos nem criar obrigações que não estejam previstas em lei (CLT, art. 8º, 2º) Dano processual (CLT, art. 793-A, e ss.) Dano moral. Dano extrapatrimonial, com critérios de fixação e valores (CLT, art. 223-A, e ss.) Uniformes de trabalho (CLT, art. 456-A) Comissão de representação dos empregados (CLT, art. 510-A, e ss.) Transação. Processo de Jurisdição Voluntária para Homologação de Acordo Extrajudicial (CLT, art. 855-B, e ss.)
DEMAIS DISPOSTIVOS ALTERADOS: Decisão judicial. Protesto e inscrição nos órgãos de proteção de crédito (CLT, art. 883-A) Acordo coletivo ou convenção coletiva. Princípio da intervenção mínima. Tribunal. Exceção de incompetência territorial. 5 dias para manifestação / não precisa aguardar audiência acordo extrajudicial petição conjunta, cada qual com seu advogado; 15 dias para homologação ou designação de audiência Preposto não precisa ser empregado (CLT, art. 843, 3º) / Audiência - Algumas novas disposições (CLT, art. 844) Prazo igual CPC
DEMAIS DISPOSTIVOS ALTERADOS: - Quitação anual de obrigações trabalhistas: Faculta aos empregados e empregadores firmarem termo de quitação anual de obrigações trabalhistas, com a participação do Sindicato da Categoria. - Compensação de jornada: Permite o regime de compensação de jornada por acordo individual, tácito ou escrito, para compensações no mesmo mês. As horas extras habituais não descaracterizam o acordo de compensação de jornada. - Intervalo suprimido: Em caso de concessão parcial, será devido o pagamento apenas do período suprimido. - Serviço Extraordinário da Mulher: Revoga o art. 384 da CLT que obriga as empresas à concessão do intervalo de 15 (quinze) minutos no mínimo, antes do início do período extraordinário do trabalho - Prescrição intercorrente Art. 11-A CLT. - Art. 384 da CLT revogado (descanso de 15 minutos às mulheres, após a 8ª hora). - sócio retirante - demissão plúrima (departamento) ou coletiva (massa) / negociação revogada e não intervenção sindical. -
A RELEVÂNCIA DE USAR SUA ENTIDADE PATRONAL COMO ESCUDO E PARCEIRO A nova lei manteve a natureza jurídica das entidades sindicais, suas principais prerrogativas são: representação, judicial e administrativa, dos interesses gerais e individuais da categoria representada; celebração de acordo ou convenção coletiva de Trabalho; eleger seus representantes; colaborar com o Estado, com órgãos técnicos e consultivos, em temas relacionados a categoria representada. Em virtude do momento em que estamos enfrentando na economia do país, torna-se importante o fortalecimento das entidades sindicais patronais, na representação do direito coletivo, ainda mais por consideramos que as empresas terão suas comissões internas de trabalhadores e serão cada vez mais procuradas pelas entidades profissionais para provarem sua existência e representação, ou seja, usar sua entidade patronal como forma de blindagem será vital para a harmonia na relação de trabalho, além do que, a entidade patronal conhece os problemas do seu segmento e consegue interferir para melhorar as condições das empresas. Uma categoria unida, mantém um sindicato forte na defesa nas negociações com as comissões e entidades profissionais.
A RELEVÂNCIA DE USAR SUA ENTIDADE PATRONAL COMO ESCUDO E PARCEIRO COMPROVANTE DE PAGAMENTO (termo de quitação anual) REGIME PARCIAL (30 horas) JORNADA 12 POR 36 (inserir) PRÊMIOS ou BONIFICAÇÃO POR PRODUTIVIDADE (flexibilidade) AUTORIZAÇÃO PARA DESCONTO EM FOLHA DE PAGAMENTO (multas) COTA PNE / APRENDIZ (somente % para setor administrativo) JORNADA EXTERNA (HOMEOFFICE) FERIADOS (trocas) BANCO DE HORAS (seis meses) HIGIENIZAÇÃO DE UNIFORMES E ROUPAS DE TRABALHO (custo do empregado)
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