Helem Fernandes Naves Peixoto 1,3 Severino de Paiva Sobrinho 2,3 Mariane de Carvalho Vidal 2,4. Voluntário Iniciação Científica PVIC/UEG



Documentos relacionados
AVALIAÇÃO DO POTENCIAL ALELOPÁTICO DO ADUBO VERDE (CROTALARIA SPECTABILIS) NA PRODUÇÃO DE MUDAS DE TOMATE (LYCOPERSICON ESCULENTUM MILL)

INFLUÊNCIA DE PLANTAS DE COBERTURA DO SOLO NA OCORRÊNCIA DE PLANTAS DANINHAS E NA PRODUTIVIDADE DE GRÃOS DE TRIGO

RESUMO INTRODUÇÃO. 1 Graduando do Curso de Agronomia, UnU Ipameri - UEG. 2 Professor orientador, UnU- Ipameri - UEG

Uso de húmus sólido e diferentes concentrações de húmus líquido em características agronômicas da alface

Doses de adubo para produção de mudas de tomate (Solanum lycopersicum)

RESUMO. Introdução. 1 Acadêmicos PVIC/UEG, graduandos do Curso de Agronomia, UnU Ipameri - UEG.

CULTIVO AGROECOLÓGICO DE TOMATE CEREJA COM ADUBAÇÃO VERDE INTERCALAR 1

DESEMPENHO DE MUDAS CHRYSOPOGON ZIZANIOIDES (VETIVER) EM SUBSTRATO DE ESTÉRIL E DE REJEITO DA MINERAÇÃO DE MINÉRIO DE FERRO

ESTUDOS ALELOPÁTICOS DE PLANTAS MEDICINAIS NA GERMINAÇÃO E CRESCIMENTO INICIAL DE ESPÉCIES CULTIVADAS

CRESCIMENTO DE PLANTAS ORNAMENTAIS EM SOLOS CONTAMINADOS DE ESGOTO NO MUNICÍPIO DE CONCEIÇÃO DO ARAGUAIA/PA.

TITULO DO PROJETO: (Orientador DPPA/CCA). Para que se tenha sucesso em um sistema de plantio direto é imprescindível uma boa cobertura do solo.

PLANTIO DIRETO. Definição JFMELO / AGRUFBA 1

Sistema Hidromodular. Ecotelhado

FONTES E DOSES DE RESÍDUOS ORGÂNICOS NA RECUPERAÇÃO DE SOLO DEGRADADO SOB PASTAGENS DE Brachiaria brizantha cv. MARANDÚ

Sistema Modular Alveolar Leve. Ecotelhado

UTILIZAÇÃO DE RESÍDUOS AGROINDUSTRIAIS COMO SUBSTRATO NA PRODUÇÃO DE MUDAS DE TOMATEIRO

Água e Solução Tampão

AVALIAÇÃO DE MICROALGAS NA ADUBAÇÃO DE MUDAS DE RÚCULA (Eruca sativa, MILLER)

Fertilização em Viveiros para Produção de Mudas

Manual e Especificação Técnica

Propagação de Acessos de Bacurizeiro (Platonia Insignis Mart.) Através da Raiz Primária de Sementes em Início de Germinação.

III PRODUÇÃO DE COMPOSTO ORGÂNICO A PARTIR DE FOLHAS DE CAJUEIRO E MANGUEIRA

PRODUÇÃO DE PORTA-ENXERTO DE MANGUEIRA EM SUBSTRATO COMPOSTO POR RESÍDUOS DA AGROINDÚSTRIA CANAVIEIRA

Sistema Laminar. Ecotelhado

DESEMPENHO PRODUTIVO DE MIRTILEIRO (Vaccinium corymbosum) EM FUNÇÃO DO USO DE TORTA DE MAMONA

IV Congresso Brasileiro de Mamona e I Simpósio Internacional de Oleaginosas Energéticas, João Pessoa, PB 2010 Página 486

Tecnologia da produção de fumo

Influênciada camadade palha no manejode plantasdaninhas emcanaviais. Marcos Kuva Herbae C. P. AgrícolasLtda

Vantagens e Desvantagens da Utilização da PALHA da Cana. Eng. Agr. Dib Nunes Jr. GRUPO IDEA

EFEITO DA UTILIZAÇÃO DE PRÓBIÓTICOS EM DIETAS PARA BOVINOS NELORE TERMINADOS EM CONFINAMENTO INTRODUÇÃO

Horta do Futuro EE 9 de Julho Sala 7 2ª sessão

PRODUÇÃO DE MUDAS DE TOMATEIRO EM DIFERENTES SUBSTRATOS À BASE DE MATERIAIS REGIONAIS SOB ADUBAÇÃO FOLIAR 1 INTRODUÇÃO

Avaliação da influência de coberturas mortas sobre o desenvolvimento da cultura da alface na região de Fernandópolis- SP.

A Vida no Solo. A vegetação de um local é determinada pelo solo e o clima presentes naquele local;

61º Congresso Nacional de Botânica 05 a 10 Manaus, Amazonas, Brasil

Crescimento, Renovação Celular e Reprodução: da teoria à prática. Coimbra, 2012/2014. Sandra Gamboa Andreia Quaresma Fernando Delgado

CICLOS BIOGEOQUÍMICOS

Avaliação do desempenho de substratos para produção de mudas de alface em agricultura orgânica.

Matéria Orgânica do solo (m.o.s)

Ensaios Mecânicos de Materiais. Aula 12 Ensaio de Impacto. Prof. MSc. Luiz Eduardo Miranda J. Rodrigues

PRODUÇÃO DO ALGODÃO COLORIDO EM FUNÇÃO DA APLICAÇÃO FOLIAR DE N E B

INCIDÊNCIA DE PLANTAS DANINHAS EM LAVOURAS DE ALGODÃO SOB SISTEMAS DE PLANTIO DIRETO E CONVENCIONAL NA CONDIÇÃO DE CERRADO

USO DE COBERTURAS VEGETAIS E MANEJO ORGÂNICO DOS SOLOS EM MUSÁCEA

Os constituintes do solo

COMPOSTAGEM. Produção de adubo a partir de resíduos orgânicos

Avaliação dos Parâmetros Morfológicos de Mudas de Eucalipto Utilizando Zeolita na Composição de Substrato.

COMPONENTES DE CRESCIMENTO DA MAMONEIRA (Ricinus cumunnis L.) CULTIVAR BRS ENERGIA ADUBADA ORGANICAMENTE

Sistema Laminar Alto. Ecotelhado

Lisina, Farelo de Soja e Milho

055-Produção biomassa de adubos verdes no assentamento Paiolzinho, Corumbá, MS

IV Congresso Brasileiro de Mamona e I Simpósio Internacional de Oleaginosas Energéticas, João Pessoa, PB 2010 Página 528

TRANSFERÊNCIA DE CALOR POR RESFRIAMENTO RADIAL EM SUCOS DILUÍDO E CONCENTRADO

Influência do Espaçamento de Plantio de Milho na Produtividade de Silagem.

PRODUTIVIDADE DO FEIJOEIRO COMUM EM FUNÇÃO DA SATURAÇÃO POR BASES DO SOLO E DA GESSAGEM. Acadêmico PVIC/UEG do Curso de Agronomia, UnU Ipameri - UEG.

Eficiência dos Dessecantes Paraquat e Diquat na Antecipação da Colheita do Milho.

CIÊNCIAS PROVA 4º BIMESTRE 7º ANO PROJETO CIENTISTAS DO AMANHÃ

1. DETERMINAÇÃO DE UMIDADE PELO MÉTODO DO AQUECIMENTO DIRETO- TÉCNICA GRAVIMÉTRICA COM EMPREGO DO CALOR

PERGUNTAS MAIS FREQÜENTES SOBRE VALOR PRESENTE LÍQUIDO (VPL)

Sistema Laminar Médio. Ecotelhado

IV Congresso Brasileiro de Mamona e I Simpósio Internacional de Oleaginosas Energéticas, João Pessoa, PB 2010 Página 455

VIII Semana de Ciência e Tecnologia do IFMG- campus Bambuí VIII Jornada Científica

Matéria e energia nos ecossistemas

098-Efeito alelopático de plantas de cobertura na germinação de sementes de alface

Universidade Federal do Paraná Departamento de Zootecnia Centro de Pesquisa em Forragicultura (CPFOR)

UTILIZAÇÃO DO LODO DE ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE ESGOTO PARA ADUBAÇÃO DO AÇAÍ (Euterpe oleracea)

DESENVOLVIMENTO VEGETATIVO DE MUDAS DE CAFEEIRO SOB DOSES DE CAMA DE FRANGO E ESTERCO BOVINO CURTIDO

MÉTODOS DE CORREÇÃO DO SOLO

RESENHA: Novas perspectivas na luta contra a dependência química provocada pela cocaína.

PRODUÇÃO ORGÂNICA DE HORTALIÇAS!

Avaliação da germinação de sementes de fragmentos florestais receptadas em redes visando recomposição da flora local

Sistemas de manejo do solo

SISTEMAS DE PRODUÇÃO IMPORTÂNCIA PARA CONSERVAÇÃO DOS SOLOS E PRESERVAÇÃO DO MEIO AMBIENTE BAMBUI-MG 09/09/2008

Comportamento e Destino Ambiental de. Produtos Fitossanitários 18/09/2015. Produtos Fitossanitários

MELHORAMENTO DE PLANTAS AUTÓGAMAS POR HIBRIDAÇÃO

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

CUIDADOS TÉCNICOS COM GRAMADOS

EFEITO DE DIFERENTES FONTES E CONCENTRAÇÃO DE MATÉRIA ORGÂNICA NA FORMAÇÃO DE MUDAS DE MORINGA (OLEIFERA L.) EM BANDEJAS.

EXTRATÉGIAS DE MANEJO DE FERTILIDADE E ADUBAÇÃO

PLANTIO DE MILHO COM BRAQUIÁRIA. INTEGRAÇÃO LAVOURA PECUÁRIA - ILP

Ponto de Corte do Milho para Silagem

EFEITO DE DIFERENTES QUANTIDADES DE HÚMUS DE MINHOCA CALIFÓRNIA VERMELHA INCORPORADOS AO SOLO E COM APLICAÇÕES DE BIOFERTILIZANTE NA CULTURA DO FEIJÃO

XIX CONGRESSO DE PÓS-GRADUAÇÃO DA UFLA 27 de setembro a 01 de outubro de 2010

AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO DE CULTURAS IRRIGADAS COM ESGOTO TRATADO

Efeitos Alelopáticos do Azadirachta indica (Nim) na germinação de alface (Lactuca sativa L.)

Agroecologia. Curso Agroecologia e Tecnologia Social um caminho para a sustentabilidade. Módulo 3 Aplicações da Agroecologia

atividade 2 Como ocorre o transporte de água no corpo das plantas Construir explicações a partir de observações

XXIX CONGRESSO NACIONAL DE MILHO E SORGO - Águas de Lindóia - 26 a 30 de Agosto de 2012

RELATÓRIO FINAL. AVALIAÇÃO DO PRODUTO CELLERON-SEEDS e CELLERON-FOLHA NA CULTURA DO MILHO CULTIVADO EM SEGUNDA SAFRA

Manejo de irrigação Parâmetros solo-planta-clima. FEAGRI/UNICAMP - Prof. Roberto Testezlaf

Diferimento de pastagens para animais desmamados

MITOS E VERDADES SOBRE ALIMENTOS E SAÚDE

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

ECOLOGIA GERAL FLUXO DE ENERGIA E MATÉRIA ATRAVÉS DE ECOSSISTEMAS

O MOVIMENTO GAIA BROCHURA NO 8 COMO: CULTIVAR SEU PRÓPRIO FERTILIZANTE E TAMBÉM ADQUIRIR FORRAGEM PARA ANIMAIS E LENHA.

ALELOPATIA COM EXTRATO DE FALSO BOLDO (Plectranthus barbatus) EM MILHO (Zea mays L.).

MEMORIAL DESCRITIVO PAISAGISMO

&(67$%É6,&$62%((0&$3,7$,6

REDUÇÃO DA TAXA DE POUPANÇA E AS EMPRESAS NÃO FINANCEIRAS:

¹CPTL/UFMS, Três Lagoas, MS,Brasil, ²CPTL/UFMS, Três Lagoas, MS, Brasil.

Transcrição:

1 AVALIAÇÃO DO POTENCIAL ALELOPÁTICO DO ADUBO VERDE (CROTALARIA SPECTABILIS) SOBRE O DESENVOLVIMENTO DE TOMATE (LYCOPERSICON ESCULENTUM MILL) E POSTERIOR DESENVOLVIMENTO EM CAMPO Helem Fernandes Naves Peixoto 1,3 Severino de Paiva Sobrinho 2,3 Mariane de Carvalho Vidal 2,4 1 Voluntário Iniciação Científica PVIC/UEG 2 Pesquisador orientador 3 Curso de Ciências Biológicas, Unidade Universitária de Porangatu, UEG 4 Pesquisador Embrapa Hortaliças Resumo Teve por objetivo avaliar o potencial alelopático de C. spectabilis na cultura de tomate (Lycopersicon esculentum) nos primeiros 45 dias em campo, quando as mudas são produzidas utilizando substrato com diferentes porcentagens de C. spectabilis. Em campo as mudas foram distribuídas no espaçamento 0,6m x 1,0 m e os tratamentos em blocos inteiramente casualizados. Após 45 dias em campo os parâmetros avaliados foram: número de folhas por planta; altura de planta; diâmetro do caule e matéria seca. Os dados obtidos foram submetidos a analise regressão polinomial. O número de folhas não sofreu variação significativa em função da quantidade de C. spectabilis, já a altura e o diâmetro das plantas de tomate foram favorecidos pela elevação na quantidade de C. spectabilis no substrato para a produção de mudas. A matéria seca atinge seu valor máximo quando se utiliza uma porcentagem de 20,50% de C. spectabilis na composição do substrato. Palavras Chave: Alelopatia, Crotalaria spectabilis, tomateiro. Introdução Rice (1984) definiu o termo alelopatia como o efeito prejudicial e/ou benéfico entre plantas através de interações químicas, incluindo os microrganismos. Os compostos químicos que possuem atividade alelopática são produtos do metabolismo secundário produzido pelas plantas, chamados de aleloquímicos, substâncias alelopáticas, fitotoxinas ou apenas produtos ou

2 metabólitos secundários. Estas substâncias estão presentes em todos os tecidos das plantas, incluindo folhas, flores, frutos, raízes, rizomas, caules e sementes (Putnan & Tang 1986). Para Friedman (1995), todos os órgãos da planta têm potencial para armazenar aleloquímicos, mas a quantidade e o caminho pelos quais são emitidos difere de espécie para espécie. Os compostos alelopáticos podem ser liberado através da exudação radicular, volatização, decomposição de resíduos vegetais, lixiviação através da chuva, neblina ou orvalho (Rodrigues et al., 1992). Com a intenção de avaliar o potencial alelopático de adubos verdes, Peixoto et al (2004) testaram diferentes concentrações de extratos utilizando a parte aérea em sementes de tomate, averiguaram que o extrato de Crotalaria spectabilis e Canavalia brasiliensis a 8%, e a concentração 4% e 8% de C. spectabilis e Mucuna aterrimum foram os maiores inibidores. Erasmo et al. (2002) observaram os efeitos da matéria verde dos adubos verdes no crescimento das culturas de alface e da planta daninha capim-colchão (Digitaria horizontallis), verificou que as espécies de feijão de porco e Crotalaria spectabilis proporcionaram maiores reduções na matéria seca da parte aérea na cultura da alface enquanto o sorgo proporcionou maior redução de crescimento da planta daninha. Pouco se sabe sobre efeitos alelopáticos de leguminosas no estabelecimento de culturas hortículas, portanto é importante a realização de pesquisas nesse campo para se conhecer as relações alelopáticas entre espécies. Este trabalho teve como objetivo avaliar o potencial alelopático de C. spectabilis na cultura de tomate (Lycopersicon esculentum) nos primeiros 45 dias em campo, quando as mudas são produzidas utilizando substrato com diferentes porcentagens de C. spectabilis. Matérias e Métodos O trabalho foi desenvolvido na UEG, Unidade de Porangatu, no período de Abril a junho de 2005. Para obtenção do extrato de C. spectabilis foram colhidas plantas na Embrapa de Hortaliças, em seguida separada a parte aérea e posta para secar e depois triturada. As mudas foram produzidas em bandejas de isopor de 128 células com substrato composto de extrato de C. spectabilis e plantmax. Os tratamentos utilizados na produção das mudas foram: a testemunha que continha apenas plantmax; substrato com 10% de C. spectabilis; substrato com 20% de C. spectabilis e substrato com 40% de C. spectabilis.

3 Após o semeio as bandejas foram irrigadas duas vezes ao dia e após 31 dias as mudas foram levadas para o campo quando tinham de 3 a 4 pares de folhas definitivas. Em campo o espaçamento adotado foi de 0,60 m entre plantas e 1,0 m entre linhas, e os tratamentos foram distribuídos em blocos inteiramente casualizados (DBC), sendo que o ensaio continha 3 blocos e cada tratamento no bloco tinha cinco plantas. As plantas permaneceram em campo por 45 dias, sendo irrigadas diariamente, durante este período foram realizadas duas capinas, e não foram adubadas, pois a análise de solo não recomendava adubação. Os parâmetros avaliados foram: número de folhas por planta aos 45 dias; altura de planta aos 45 dias; diâmetro do caule aos 45 dias e matéria seca da parte aérea aos 45 dias. Os dados obtidos foram submetidos a análise de regressão polinomial. Resultados e Discussão O número de folhas por planta não se ajustou a nenhum modelo de regressão polinomial, observando-se a figura 1 verifica-se uma ligeira queda no número de folhas por planta em função de uma maior porcentagem de C. spectabilis, porém esta queda não foi detectada pela análise de regressão. 15 N de folhas aa 14 13 12 porcentagem de C. spectabilis Figura 1. Número de folhas por planta de tomate em função da porcentagem de C. spectabilis no substrato das mudas. UUP UEG, Porangatu, 2005.

4 Entretanto, este parâmetro pode não revelar efeitos tóxicos produzidos pela planta, pois a planta pode mesmo sob efeito alelopático produzir um número de folhas semelhantes aquele das plantas da testemunha, porém menores e mais próximas. As plantas produzidas com 40% de C. spectabilis na composição do substrato para a produção das mudas apresentaram as maiores alturas (Figura 2). É provável que este resultado tenha ocorrido em virtude da irrigação do substrato durante o período em que as mudas estiveram nas bandejas tenha provocado uma lixiviação dos compostos alelopáticos. Então esta maior quantidade de C. spectabilis passou a fazer o papel da matéria orgânica fornecendo nitrogênio e, portanto a planta atinge uma maior altura. 49 y = 0,0021x 2-0,0346x + 46,509 R 2 = 0,9118 Altura (cm) 48 47 46 45 Porcentagem de C. spectabili Figura 2. Altura de planta de tomate em função da porcentagem de C. spectabilis no substrato das mudas. UUP UEG, Porangatu, 2005. O diâmetro do caule também apresentou o maior valor para as plantas produzidas com substrato composto por 40% de C. spectabilis. O substrato se mostrou um promotor de crescimento, uma vez que um aumento na quantidade de C. spectabilis na composição do substrato fez com que provocasse um aumento no diâmetro da planta de tomate (Figura 3). Porém este resultado é o inverso do esperado, isso porque algumas literaturas citam a C. spectabilis como uma espécie com grande poder alelopático, entretanto isto não se verificou para o tomateiro nos primeiros 45 dias em campo.

5 Diâmetro (mm) aa 8,5 8,4 8,3 8,2 8,1 8 7,9 7,8 y = 0,0004x 2-0,0007x + 7,8779 R 2 = 0,9965 Porcentagem de C. spectabilis Figura 3. Diâmetro do caule do tomateiro em função da porcentagem de C. spectabilis no substrato das mudas. UUP UEG, Porangatu, 2005. Por outro lado esta maior quantidade de substrato pode servir como fonte de nitrogênio, e assim ao contrario do que se esperava o substrato apresentou efeito positivo sobre o crescimento das mudas em campo. O peso da matéria seca da parte área de plantas de tomate foi influenciado pela porcentagem de C. spectabilis no substrato para a produção de mudas do tomateiro. O peso máximo de matéria seca da parte aérea aos 45 dias foi estimado através da derivada da equação de regressão, onde a produção máxima de matéria seca foi de 10,84 g/planta quando se utilizou 20,50% de C. spectabilis na composição do substrato para as mudas (Figura 4). Peso da MS (g) 14 12 10 8 6 4 2 0 y = -0,0063x 2 + 0,2589x + 8,1789 R 2 = 0,78 Porcentagem de C. spectabilis Figura 4. Peso da matéria seca do tomateiro em função da porcentagem de C. spectabilis no substrato das mudas. UUP UEG, Porangatu, 2005.

6 A matéria seca é um excelente parâmetro para observar ação de elementos sobre a planta, uma vez que esta relacionada com a capacidade da planta na produção de biomassa e observamos que acima de 20,50% de C. spectabilis na composição do substrato para as mudas de tomate, passa a ocorrer uma redução na quantidade de biomassa produzida, isto pode provocar uma redução na produção e produtividade do tomateiro. Conclusão As diferentes concentrações de C. spectabilis na composição do substrato para a produção de mudas não influenciou o número de folhas do tomateiro. O diâmetro do caule e altura de plantas apresentarem seus maiores resultados para as maiores concentrações de C. spectabilis na composição do substrato. A matéria seca da parte aérea apresentou seu maior valor para uma contração máxima de 20,50% de C. spectabilis na composição do substrato. Bibliografia ERASMO, A. L.; ALVES, P. L.; AZEVEDO, R. W.; CAVALCANTE, G. Efeito da fitomassa de alguns adubos verdes e sorgo forrageiro sobre o crescimento da cultura de alface e Digitaria horizotallis. In: Anais XXIII CONGRESSO BRASILEIRO DA CIÊNCIA DAS PLANTAS DANINHAS, Gramado, 2002. Gramado, 2002. p. 69. PEIXOTO, H.F.N.; DINIZ, B. M.; VIDAL, M. C. Ação alelopatica da parte aérea de espécies de adubos verdes na germinação da alface. In: Anais do LV CONGRESSO NACIONAL DE BOTÂNICA, Viçosa, 2004. Viçosa, 2004. RODRIGUES, L. R. de A.; RODRIGUES, T. de J. D.;REIS, R. A. A alelopatia em plantas forrageiras. Jaboticabal:Universidade Estadual Paulista, 1992. RICE, E.L. 1984. Allelopathy. Academic Press, London. PUTNAN, A.R. & TANG, C.S. 1986. Pp. 1-19. In: A.R. PUTNAN & C.S. PUTNAN. The science of allelopathy. John Wiley & Sons, New York. FRIEDMAN, J. 1995. Allelopathy, autotoxicity, and germination. Pp. 629-644. In: J. KEGEL & GALILI, G. (eds.). Seed development and germination. Marcel Dekker Inc., New York.