DOSES E FONTES DE NITROGÊNIO EM COBERTURA NO MILHO SAFRINHA

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Transcrição:

8 DOSES E FONTES DE NITROGÊNIO EM COBERTURA NO MILHO SAFRINHA Douglas de Castilho Gitti (1), André Luis Faleiros Lourenção (1), José Fernando Jurca Grigolli (1), Alex Marcel Melotto (2) e André Ricardo Bezzera (1) 1. Introdução O manejo técnico adequado das culturas da soja e milho safrinha está contribuindo para o aumento da produção brasileira desses grãos. Aproximadamente, 7% da produção nacional de milho provem desse sistema de cultivo. Em Mato Grosso do Sul, a importância do milho é ainda maior, uma vez que 99% da produção desse cereal é oriunda da safrinha (CONAB, 217). O aumento da produtividade do milho safrinha também pode contribuir com incrementos na cultura da soja. A alta produção de palha, cobertura do solo, redução da incidência de plantas daninhas, ciclagem de nutrientes e melhorias na porosidade ao longo do perfil do solo, entre outros benefícios, tem contribuído para o crescimento dessa sucessão, intensificando ainda mais os benefícios, quando o milho acompanha espécies de braquiária em consórcio simultâneo. O aumento significativo da produtividade do milho está diretamente relacionado ao maior incremento de nitrogênio (N) ao sistema. Em condições de Cerrado, a aplicação de N em cobertura está agregando em produtividade (Kappes et al., 29; Soratto et al., 21; Gitti et al., 216). Os riscos do cultivo na safrinha, devido à redução da precipitação e a ocorrência de geada (algumas regiões), aumentam a necessidade por técnicas rentáveis aos produtores. O manejo de N no sistema de produção é complexo, uma vez que os processos de volatilização/lixiviação estão presentes na maioria das fontes nitrogenadas utilizadas atualmente, e com menor custo por kg de N. Além disso, a definição da dose de N deve estar relacionada ao potencial de produção da cultura, determinado em função do ambiente de produção e da capacidade produtiva do híbrido de milho posicionado. Diante do exposto, é importante a avaliação de doses e fontes de N, para aumento da viabilidade do N aplicado em cobertura do milho safrinha, tendo em vista a redução de perdas desse nutriente que pode ocorrer em função das diferentes fontes de N. (1) Engenheiro(s) Agrônomo(s), Dr., Pesquisador(es), Fundação de Apoio à Pesquisa e Difusão de Tecnologias Agropecuária de Mato Grosso do Sul (Fundação MS), Maracaju - MS. E-mails: douglas@fundacaoms.org.br; andre@fundacaoms.org.br; fernando@fundacaoms.org.br; andrebezerra@fundacaoms.org.br (2) Biólogo, Dr., Pesquisador, Fundação MS, Maracaju - MS. E-mail: diretoriaexecutiva@fundacaoms.org.br

Geada 81 O objetivo deste trabalho foi avaliar doses e fontes de N com aplicação em cobertura do milho safrinha, em sistema de semeadura direta, sobre os componentes de produção da cultura. 2. Material e Métodos O experimento foi conduzido na safrinha 217 em Ivinhema - MS (22 2' S, 53 39' W e 372 m de altitude), em Latossolo Vermelho Distrófico (Embrapa, 26). Foi realizada a análise química e de textura do solo na área experimental, sendo os valores apresentados na Tabela 1. Os valores de precipitação durante o período experimental estão na Figura 1. Tabela 1. Análise química do solo na profundidade de -2 cm da área experimental em Ivinhema - MS (217). ph MO P* S K Ca Mg Al H+Al SB T V Arg. CaCl 2 (g dm -3 ) (mg dm -3 ) ---------------------- cmol c dm -3 ---------------------- ----- % ----- 5,1 2 5,9 2,9 3,1,9 2,8 4,1 6,9 59 29 * P Mehlich 1. Precipitação (mm) 1 9 8 7 6 5 4 3 2 1 jan fev mar abr Figura 1. Precipitação diária registrada durante a condução do experimento (217). mai jun jul ago Foram avaliados 9 tratamentos dispostos em delineamento experimental de blocos ao acaso em esquema fatorial 4 x 2 (doses de N x fontes de N) e 1 tratamento controle (sem N em cobertura), com cinco repetições. As doses de N avaliadas foram: ; 4; 8; 12 e 16 kg ha -1. As fontes nitrogenadas testadas foram a ureia (45% de N) e o Sulfammo (29% de N, 4% de Ca, 8% de S e 2% de Mg). Os fertilizantes nitrogenados foram aplicados a lanço quando as plantas se apresentavam com a terceira folha expandida (V3).

82 Foi utilizado o híbrido RB 921 PRO (tipo triplo e ciclo super precoce). A semeadura foi realizada no dia 1/3/217. A adubação de semeadura foi realizada com a aplicação no sulco de 25 kg ha -1 de N e 38 kg ha -1 de P 2O 5 e K 2O via formulado 1-15-15. A colheita ocorreu no dia 31/7/217. As parcelas foram constituídas por cinco linhas de 1, m de comprimento, espaçadas de,5 m, considerando como área útil as três linhas centrais. Na colheita foram avaliados os seguintes parâmetros agronômicos: i) população final de plantas; ii) número de fileiras por espiga; iii) número de grãos por fileira; iv) massa de 1 grãos; e v) produtividade de grãos. A massa de grãos e a produtividade de grãos foram corrigidas para 13% de umidade (base úmida). Os resultados foram submetidos ao teste F da análise de variância, comparando-se as médias de fontes de N pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. Os efeitos de doses de N foram analisados por regressão. 3. Resultados e Discussão As precipitações pluviométricas ocorridas no local do experimento (Figura 1), durante o período de crescimento e desenvolvimento da cultura, foram consideradas boas e contribuíram para o bom desenvolvimento da cultura. A presença de déficit hídrico ocorreu durante o mês de julho, ocasião em que a cultura se encontrava em fase final de enchimento de grãos. As doses de N aplicadas em cobertura influenciaram, isoladamente, a população final de plantas, o número de grãos por fileira e a produtividade de grãos do milho. As fontes de N não influenciaram as características produtivas e não apresentaram interação com as doses de N avaliadas (Tabela 2). Tabela 2. Resumo da análise de variância para população final de plantas (POP), número de fileiras por espiga (NFE), número de grãos por fileira (NGF), massa de 1 grãos (MCG) e produtividade de grãos (PRO) de milho safrinha em função da aplicação de doses e fontes de N em cobertura em Ivinhema - MS (217). Teste F POP NFE NGF MCG PRO Doses (D) 3,19 * 1,81 ns 5,5 ** 1,45 ns 4,72 ** Fontes (F) 2,64 ns 1,22 ns,8 ns,72 ns 1,17 ns DxF,91 ns 1,81 ns,96 ns 1,85 ns,52 ns CV (%) 6,71 9,21 9,74 4,69 8,23 Teste F: **, * e ns significativo a 1% e 5% de probabilidade e não significativo, respectivamente. CV: coeficiente de variação. DMS: diferença mínima significativa.

83 O número de fileiras por espiga e a massa de 1 grãos não foram influenciados pelas doses e fontes de N aplicadas em cobertura do milho safrinha. Para a população final de plantas e produtividade de grãos, o aumento das doses de N proporcionou incremento linear nessas características (Figuras 2a e 2c). Quanto ao número de grãos por fileira (Figura 2b), o aumento das doses de N proporcionou ajuste quadrático, ou seja, a estimativa da dose de 76 kg ha -1 de N pode proporcionar maior número de grãos por fileira (34). POP (plantas ha -1 ) 6. 5. 4. 3. 2. 1. y = 51.5,14 + 3,83 ** R² =,9 (a) 4 8 12 16 NGF 4 35 3 25 2 15 1 5 y = 3,1738 +,91x -,6x 2 ** R² =,8 (b) 4 8 12 16 Doses de N (kg ha -1 ) Doses de N (kg ha -1 ) PROD (kg ha -1 ) 8. 6. 4. 2. y = 6.243,42 + 5,4125x ** R² =,82 (c) 4 8 12 16 Doses de N (kg ha -1 ) Figura 2. População final de plantas - POP (a), número de grãos por fileira - NGF (b) e produtividade de grãos PROD (c) de milho safrinha em função de doses de N em cobertura, em Ivinhema - MS (217). Teste F: ** significativo a 1% de probabilidade. Avaliando épocas de aplicação e fontes de N (ureia, sulfato de amônio e Entec ), Kappes et al. (29) não obtiveram interação entre os fatores avaliados para o número de grãos por espiga, massa de 1 grãos e produtividade de grãos do milho safrinha, como também, Souza & Soratto (26) obtiveram resultados semelhantes avaliando fontes (ureia e Entec ) e doses de N (, 3, 6 e 12 kg ha -1 ) no milho safrinha, sendo que ambos os autores não constataram interação destes fatores avaliados para número de grãos por espiga, massa de 1 grãos e produtividade de grãos.

84 O efeito das doses de N no incremento da população final de plantas e o número de grãos por fileira refletiram positivamente no incremento da produtividade de grãos do milho safrinha. O incremento do número de grãos por espiga e da produtividade de grãos pelo aumento das doses de N também foram observados por Soratto et al., (21) avaliando fontes (Entec, sulfato de amônio, amiréia e ureia) e doses de N (, 3, 6, 9 e 12 kg ha -1 de N) no milho safrinha, em sucessão a cultura da soja, como também, a ausência de influência das fontes de N nessas características avaliadas, semelhante ao presente trabalho. 4. Conclusões Não houve influência das fontes nitrogenadas, ureia e Sulfammo, na população final de plantas, número de fileiras por espiga, número de grãos por fileira e produtividade de grãos do milho safrinha. O aumento das doses de N aplicadas em cobertura, no estádio de desenvolvimento V3 do milho safrinha, incrementou linearmente a população final de plantas e a produtividade de grãos, independente da fonte nitrogenada avaliada. Referências CONAB - Companhia Nacional de Abastecimento. Acompanhamento da safra brasileira: grãos décimo segundo levantamento, setembro 217. Brasília, DF: Conab, 217. Disponível em: http://www.conab.gov.br/olalacms/uploads/arquivos/17_9_12_1_14_36_boletim_graos_s etembro_217.pdf. Acesso em: 21 set. 217. EMBRAPA Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Sistema brasileiro de classificação de solos. 2.ed. Brasília: Embrapa-SPI; Rio de Janeiro: Embrapa Solos, 26. 36p. GITTI, D.G.; LOURENÇÃO, A.F.; GRIGOLLI, J.F.J.; MELOTTO, A.M.; ROSCOE, R. Doses e épocas de aplicação do nitrogênio no milho safrinha. In: CONGRESSO NACIONAL DE MILHO E SORGO, 31, 216. Bento Gonçalves. Anais... Disponível em: http://www.abms.org.br/cnms216/anais/anais_congresso_nacional_de_milho_e_sorgo_2 16.pdf. Acesso em: 2 set. 217.

85 KAPPES, C.; CARVALHO, M.A.C.; YAMASHITA, O.M.; SILVA, J.A.N. Influência do nitrogênio no desempenho produtivo do milho cultivado na segunda safra em sucessão à soja. Pesquisa Agropecuária Tropical, Goiânia, v.39, n.3, p.251-259, 29. SORATTO, R.P.; PEREIRA, M.; COSTA, T.A.M.; LAMPERT, V.N. Fontes alternativas e doses de nitrogênio no milho safrinha em sucessão à soja. Revista Ciência Agronômica, Fortaleza, v.41, n.4, p.511-518, 21. SOUZA, E.F.C.; SORATTO, R.P. Efeito de fontes e doses de nitrogênio em cobertura, no milho safrinha, em plantio direto. Revista Brasileira de Milho e Sorgo, Sete Lagoas, v.5, n.3, p.395-45, 26.