HORTAS E HORTOS DE PLANTAS MEDICINAIS EM DUAS CRECHES DE DOURADOS



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HORTAS E HORTOS DE PLANTAS MEDICINAIS EM DUAS CRECHES DE DOURADOS Sarah Ribas Fleitas 1 ; Néstor Antonio Heredia Zárate 2 ; Maria do Carmo Vieira 2 ; Elissandra Pacito Torales 3 ; Luciana de Camargo Silva Froio 4 ; Monica Roberta Marin de Medeiros 5 ; Cícero Nunes da Silva 6 1 Bolsista de Extensão da UFGD. 2 Professor da Faculdade de Ciências Agrárias da Universidade Federal da Grande Dourados. Bolsistas de Produtividade em Pesquisa do CNPq. 3Pós-doutoranda. 4 SEMED/UGP/UOP. 5 LAR /UGP/UOP 6 Discente do Curso de Agronomia da UNIGRAN. RESUMO O aumento populacional da Cidade de Dourados tem induzido ao aparecimento de inúmeras crianças que pertencem a famílias de pessoas que precisam trabalhar e não têm com quem deixá-las no tempo que estão no serviço. Por isso, o projeto contempla o oferecimento de Cursos práticos para as crianças do Lar Santa Rita e da Creche da UFGD com os objetivos de: ensinar, às crianças, técnicas de cultivo de hortaliças e de plantas medicinais visando o aumento de áreas produtivas caseiras; Incentivar o trabalho social dos alunos do Curso de Agronomia da UFGD e de melhorar o entrosamento interinstitucional. Nos cursos são ensinadas técnicas para produção de rabanete, beterraba, alface, almeirão, salsinha, chicória, cebolinha e cenoura. O horto de plantas medicinais é composto de espécies mais conhecidas pela medicina popular, dentre elas tansagem, cidró, melissa, erva-cidreira e babosa. As técnicas de cultivo que ensinam-se são: preparo do solo, formação de canteiros, semeadura, plantio, transplante, amontoa, irrigação, capinas e colheita. Conclui-se que o trabalho que se realiza no Lar Santa Rita e na creche da UFGD mostra o valor de um trabalho social e da importância da Universidade, na prestação de serviços, levando à melhoria do bem estar dos cidadãos e a um comprometimento maior dos alunos do Curso de Agronomia, na sua formação pessoal e profissional. Palavras-chave: Hortaliças, Plantas medicinais, Extensão universitária INTRODUÇÃO O aumento populacional da Cidade de Dourados tem induzido ao aparecimento de inúmeras crianças que pertencem a famílias de pessoas que precisam trabalhar e não têm com quem deixá-las no tempo que estão no serviço. Esses fatos conduzem à necessidade de manutenção de locais que permitam que essas crianças tenham cuidados individuais ou em grupos, segundo as idades. Atualmente, o Lar Santa Rita e a creche da UFGD oferecem atendimento a crianças, proporcionando desenvolvimento intelectual, emocional e psicossocial, contribuindo para a formação de suas personalidades, de modo a torná-las adultos preparados para assumirem, com responsabilidade, todos os seus atos.

Como qualquer local habitacional, o Lar Santa Rita e a creche da UFGD têm áreas não aproveitadas e como as pessoas precisam de alguma atividade complementar e relaxante às atividades normais do cotidiano, especialmente no caso das crianças que têm poucos afazeres diários, necessário se faz a procura de uma atividade relaxante e prazerosa. A formação de uma horta, com espécies de maior valor nutritivo e maior uso alimentar, e a formação de um horto de plantas medicinais, permite que as pessoas tenham um contato direto com a terra e o prazer de se sentir útil com ele mesmo e com as pessoas de seu redor (HEREDIA VIEIRA et al., 2011). A UFGD tem programas de extensão para ajudar às diferentes camadas sociais, nas mais variadas áreas de conhecimento e com formas de instrução teórica e/ou prática. A Faculdade de Ciências Agrárias (FCA-UFGD) promove a implantação de hortas e hortos de plantas medicinais, escolares e caseiras, em colaboração com diferentes instituições, mediante o ensinamento de técnicas para a produção de diferentes espécies, principalmente para pessoas de baixa renda. Isto porque, ao produzir hortaliças poderão melhorar a alimentação e a saúde e assim terão energia suficiente para a prevenção natural de doenças e para realizar outros afazeres cotidianos. Os trabalhos de ensino-extensão realizados na FCA pelo Grupo de Olericultura e de Plantas medicinais, cadastrado no CNPq desde o ano1988, procuram promover o aprendizado teórico-prático das técnicas de cultivo de hortaliças e de plantas medicinais e de incentivar o trabalho social dos alunos componentes do grupo, sejam eles de Graduação ou de Pós-graduação. Em função do exposto, os objetivos do trabalho são - Ensinar, às crianças, técnicas de cultivo de hortaliças e de plantas medicinais visando o aumento de áreas produtivas caseiras, - Incentivar o trabalho social dos alunos do Curso de Agronomia da UFGD e - Melhorar o entrosamento interinstitucional METODOLOGIA O projeto contempla o oferecimento de Cursos práticos para algumas crianças da Creche da UFGD, na Unidade 2, nas quartas-feiras entre 9:00 e 11:00 e para algumas crianças do Lar Santa Rita, em Dourados, nas tardes das quartas-feiras, entre 15:00 e 17:00. As hortaliças em produção são, dentre outras, rabanete, beterraba, alface, almeirão, salsinha, chicória, cebolinha e cenoura, seguindo recomendações de Heredia Vieira et al. (2011). O horto de plantas medicinais é composto de espécies mais conhecidas pela medicina popular, dentre elas tansagem, cidró, hortelã, alecrim, carqueja e capim-cidreira. As técnicas de cultivo que ensinam-se são: - Preparo do solo - O solo deve ser movimentado com enxada, com profundidade de 10 a 20 cm, segundo a espécie de hortaliça que se cultivará. Se o solo

for de Cerrado, que geralmente é ácido e pobre em nutrientes, deve a ele ser misturado calcário natural e estercos de galinha ou de gado ou materiais vegetais bem decompostos. - Escolha da espécie a ser cultivada - A escolha da espécie e, especialmente, a cultivar, deve ser de acordo com a época de cultivo. Ex: alface de folhas lisas para a época fria e alface de folhas crespas para a época quente. Qualquer variedade não serve para ser cultivada em qualquer época. - Forma de cultivo - Nas hortas caseiras, a maioria cultiva as hortaliças como espécies solteiras (separadas) com 4 fileiras no canteiro. Mas, há recomendações para que algumas espécies sejam cultivadas juntas (associadas ou consorciadas), como cebolinha (4 fileiras) e salsinha (3 fileiras), cenoura (4 fileiras) e alface(3 fileiras), beterraba (4 fileiras) e alface (3 fileiras), dentre outras, visando o melhor uso da área e da água, a diminuição da infestação com plantas daninhas e até o aparecimento de alguns insetos. - Forma de propagação - Deve ser feita a semeadura (uso de sementes) ou o plantio (uso de partes vegetativas, como o broto da couve) de forma direta e, em alguns casos, utilizando o transplante (preparo das mudas em bandejas ou de forma densa em parte do canteiro). Para a semeadura se recomenda abrir sulcos de 2 cm de largura e 1 cm de profundidade onde são colocadas 3 a 4 sementes, que devem ser cobertas com a terra extraída ou com esterco semidecomposto, que ajudará a manter o solo mais úmido e evitará a formação de crosta sobre as sementes. Uma semana após a emergência fazer o desbaste e deixar uma planta/cova. Irrigação - As hortaliças, na sua maioria, precisam ser cultivadas em solos com bastante umidade. As irrigações devem ser feitas bem cedo (6:00 a 8:00 h) ou, preferencialmente, à tardezinha (16:00 a 17:00), com regador com bico que tenha os furos pequenos, para simular uma chuva leve ou utilizar uma mangueira de ¾, que se adapta para simular aspersão, pelo fechamento parcial da área condutora de água, utilizando o dedo indicador. Capinas - O controle de plantas infestantes ou plantas daninhas deve ser feito manualmente dentro do canteiro (Figura 3) e com auxílio da enxada entre os canteiros, quando essas plantas tenham no máximo 5 cm de altura. As plantas de hortaliças, até seu completo crescimento, não toleram a competição com as plantas infestantes. - Controle de Doenças - Se a escolha da cultivar for bem feita, a irrigação estiver dentro do necessário e os espaçamentos corretos, o perigo de aparecimento de doenças é mínimo. Em alguns casos, deve-se eliminar folhas ou plantas doentes. Dependendo da gravidade dos sintomas deve-se procurar um especialista para que recomende o produto e a forma de uso. - Controle de pragas - Como a horta é caseira, não se deve utilizar produtos químicos. Há alguns produtos naturais que podem ser utilizados para controle de algumas pragas mas com eficiência que depende da forma de preparo e de pulverização. Pode ser utilizado extrato de alho ou de Nim para

controlar várias pragas. Às vezes, o controle manual, na fase inicial, como no caso do ataque de lagartas, é efetivo e evita a proliferação das pragas. - Colheita - A época de efetuar a colheita da parte comestível das hortaliças é determinada, normalmente, por vários indicativos de colheita, característicos para cada espécie e/ou cultivar, como por exemplo perda de brilho das folhas no caso das verduras (Figura 1) e de frutos consumidos verdes, coloração vermelha no tomate, som oco na melancia e outros. Figura 1. Colheita de hortaliças. Fonte: Autores RESULTADOS Desde o início do trabalho, no ano 2007 no Lar santa Rita e em 2012 na creche da UFGD, tenta-se ensinar as técnicas de cultivo de hortaliças e de plantas medicinais às crianças mas, como são do pré-escolar, existe uma grande dificuldade em fazer que se interessem por todas as atividades e, por isso, obriga seus instrutores-amigos a um processo contínuo de aprendizado e de ensinamento de algumas formas básicas de cuidados para alcançar a produção das plantas cultivadas. Analisando os benefícios do trabalho voluntário, também denominado solidário ou altruísta, chega-se à conclusão que três lados são afetados positivamente: o de quem realiza a ação, conseguindo através desse trabalho se socializar, conhecer pessoas, se relacionar e sentir-se útil; o de quem aceita a ação, retribuindo dando ênfase e valor a essa atividade e abrindo portas para outras pessoas; e a localidade, que se beneficia através das possíveis mudanças alcançadas no ambiente onde há algum tipo de atividade solidária, na escola, na creche, no bairro, no clube, ou seja, a reciprocidade de benefícios é notória (BARROS, 2010). Segundo Corullón (2010), muitas organizações sem fins lucrativos ainda citam: Nós não remuneramos os voluntários, portanto não podemos exigir nada deles... Hoje se faz necessária uma mudança de atitude: Os voluntários precisam obter muito mais satisfação de suas realizações,

exatamente porque não recebem nenhuma remuneração... A constante transformação do voluntário, de amador bem-intencionado a membro não remunerado da equipe, profissional e treinado, é o progresso mais significativo no setor sem fins lucrativos. A priori, as pessoas não são voluntárias em si... A instituição que as acolhe tem que transformá-las em voluntários, aprimorando e desenvolvendo seu impulso solidário para transformá-lo em compromisso. É fundamental considerar o bem-estar do voluntário, sua gratificação, satisfação, felicidade e prazer ao realizar o trabalho solicitado, assim como o potencial de desenvolvimento pessoal (profissional e emocional), e sobretudo, as motivações que o levaram até a instituição. Na relação entidades/voluntários, o espaço para a ação tem que ser um sistema motivador. Deve existir uma política definida, conceito e objetivos claros sobre o trabalho voluntário; objetivos específicos: resultados e metas claramente definidos para o trabalho voluntário; sistemas de capacitação, aperfeiçoamento, avaliação, e motivações constantes; e um sistema de informação, com indicadores de resultado, para dar retorno da ação, como uma espécie de prestação de contas dos resultados atingidos pelo esforço comum. A maior frustração de um voluntário é a falta de organização da entidade. O prestígio decorrente da prestação do serviço de solidariedade voluntária não vai para o indivíduo que o realiza, mas para a organização que o patrocina. Não é suficiente para a organização dirigir e controlar o tempo de seu funcionário/empregado/colaborador no ambiente de trabalho, é preciso fazê-lo também contribuir para o prestígio e a imagem da organização, colaborando igualmente em suas horas de folga, justo aquelas em que ele antes se dedicava voluntariamente às organizações comunitárias de solidariedade. O voluntariado forçado é uma combinação contraditória de palavras. O funcionário-cidadão já não mais dispõe de tempo adicional para dedicar às organizações comunitárias, como fazia anteriormente. A sua necessidade de participação solidária passa a ser também preenchida por sua organização empregadora, diga-se de passagem, muitas vezes de forma bem mais vantajosa e competente, pois se realiza através de gestão estritamente profissionalizada. Ademais, a participação voluntária em atividades de solidariedade social através de associações comunitárias se esgota em si, diferentemente da participação semelhante promovida pela empresa, em que recompensas tangíveis e intangíveis são indissoluvelmente vinculadas à carreira de cada um (SIQUEIRA, 2010). CONCLUSÕES O trabalho que se realiza no Lar Santa Rita e na creche da UFGD mostra o valor de um trabalho social e da importância da Universidade, na prestação de serviços, levando à melhoria do

bem estar dos cidadãos e a um comprometimento maior dos alunos do Curso de Agronomia, na sua formação pessoal e profissional. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BARROS, K. O Valor do Trabalho Voluntário. Disponível em <http://www.assema.org.br/artigos2.php?id_artigo=7 > Acessado em 7-5-2010. CORULLÓN, M. O Trabalho Voluntário. Disponível em <http://www.portaldoespirito.com.br/portal/artigos/diversos/assistencia/o-trabalho-voluntario.html > Acessado em 7-5-2010. HEREDIA VIEIRA, D. A.; HEREDIA ZÁRATE, N. A.; VIEIRA, M. C. Horta caseira. Premissas: UFGD, ed. 3, p. 64-68, 2011. SIQUEIRA, W. Voluntariado Solidário e Responsabilidade Social. Disponível em <http://administradores.com.br/informe-se/artigos/voluntariado-solidario-e-responsabilidadesocial/44738/ > Acessado em 7-5-2010.