Divisão de Planeamento e Gestão Urbanística. ÁREA DE REABILITAÇÃO URBANA 3: Núcleo antigo de Terroso. Memória descritiva e justificativa

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Transcrição:

ÁREA DE REABILITAÇÃO URBANA 3: Núcleo antigo de Terroso Memória descritiva e justificativa 1. Enquadramento 1.1 Enquadramento legal A delimitação de Áreas de Reabilitação Urbana (ARU) encontra-se prevista pelo Regime Jurídico da Reabilitação Urbana (RJRU), aprovado pelo DL nº 307/2009, de 23 de outubro, alterado e republicado pela Lei nº 32/2012, de 14 de agosto. De acordo com o referido diploma legal, uma ARU consiste numa área territorialmente delimitada que, em virtude da insuficiência, degradação ou obsolescência dos edifícios, das infraestruturas, dos equipamentos de utilização coletiva e dos espaços urbanos e verdes de utilização coletiva, designadamente no que se refere às suas condições de uso, solidez, segurança, estética ou salubridade, justifique uma intervenção integrada, através de uma operação de reabilitação urbana aprovada em instrumento próprio ou em plano de pormenor de reabilitação urbana. 1.2 Enquadramento histórico-territorial A importância de Terroso remonta à Pré-História, sendo as ruínas castrejas da Cividade de Terroso, de origem num povoamento galaico-romano datado dos finais da Idade do Ferro (séc. I a.c. a I d.c.), o exemplo máximo desses vestígios. Com a romanização, os seus habitantes foram ocupando as regiões mais baixas, praticando a agricultura e dando origem às unidades agrárias medievais as villas. Já no séc. XI, a Paróquia de Santa Maria de Terroso vem mencionada num censual. No séc. XVIII, foi construído o aqueduto que conduzia a água da Fonte do Pinheiro, perto da Cividade, até ao Convento de Santa Clara, em Vila do Conde. A proposta para a reabilitação urbana compreende a sua zona central, localizada a meio da encosta do monte de Terroso, ao longo do alargamento arborizado do espaço público, com vistas sobre o vale e a cidade, e onde se localiza a igreja paroquial, com o respetivo adro, bem como o centro paroquial.

Junto a este núcleo central encontram-se outros equipamentos de carácter local (centro cultural e desportivo, capela e escola do 1º ciclo) e várias unidades de comércio local. Esta área prolonga-se para norte, onde se situam outros equipamentos como a junta de freguesia, a escola do 1º ciclo e termina no cemitério. A nascente do centro, situada no cume do monte, localiza-se a cividade de Terroso. O núcleo central de Terroso caracteriza-se a nascente, essencialmente, por edificações em banda contínua, alternando com os muros de vedação das propriedades, implantadas ao longo da Rua da Igreja, da Praça do Cruzeiro e da Rampa do Cruzeiro, a poente por uma ampla abertura ao mar, funcionando como um miradouro sobre a cidade e a paisagem. É constituído, essencialmente, por habitações unifamiliares de 2 pisos, normalmente, construídas em xisto ou granito, sendo a maioria rebocada. A função residencial coexiste com a função terciária, correspondente ao pequeno comércio local e equipamentos. Na encosta do monte de Terroso, encontra-se uma estrutura organicista de ocupação do solo. Trata-se de habitações unifamiliares com dois pisos, alternada com muros de vedação, apoiados nos caminhos rurais existentes. 1.3 Enquadramento estratégico A Póvoa de Varzim tem-se afirmado como um polo de atratividade turística, essencialmente de turismo balnear devido à ampla praia da Póvoa. No entanto, cada vez mais se sente a importância que a cultura e a história, que o concelho proporciona, apresentam no interesse dos turistas que a visitam. Ora, tendo em conta a importância da cividade de Terroso, a sua relevância história, bem como as características morfotipológicas deste conjunto urbano, considera-se de maior importância intervir neste local no sentido da sua reabilitação urbana, requalificação de equipamentos e de espaços públicos, tornando-os acessíveis, duráveis e convidativos. Por esse motivo, pretende-se definir para este espaço um quadro de medidas e princípios de incentivo à regeneração urbana que importe na valorização do património (edificado e espaço público) existente, potenciando as suas caraterísticas históricas, tornando-a um núcleo de atratividade turística sob o ponto de vista da história deste lugar. Deste modo, a delimitação de uma ARU, com a respetiva definição de medidas de intervenção integrada, potenciará a criação de um ambiente favorável à atração de investimento e fomento da atividade económica.

2. Delimitação da ARU 3 2.1 Competência A delimitação das ARU é da competência da Assembleia Municipal, sob proposta da Câmara Municipal, sendo o ato de aprovação publicado em Diário da República. 2.2 Objetivos A definição da ARU3 tem os seguintes objetivos: a) Assegurar a reabilitação do património edificado, do espaço público e das respetivas infraestruturas urbanas; b) Garantir a proteção e promover a valorização do património cultural; c) Recuperar espaços urbanos funcionalmente obsoletos, promovendo o seu potencial para atrair funções urbanas, designadamente de natureza turística; d) Dar acesso aos proprietários e titulares de outros direitos, ónus e encargos sobre os edifícios ou frações a um conjunto de incentivos disponíveis para a reabilitação urbana. 2.3 Efeitos A delimitação da ARU produz os seguintes efeitos: a) Obriga à definição pelo município de benefícios fiscais associados aos impostos municipais, nomeadamente o imposto municipal sobre imóveis (IMI) e o imposto municipal sobre as transmissões onerosas de imóveis (IMT); b) Confere aos proprietários e titulares de outros direitos, ónus e encargos sobre os edifícios ou frações nela compreendidos o direito de acesso aos apoios e incentivos fiscais e financeiros à reabilitação urbana, nomeadamente em sede de Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA), Imposto sobre o Rendimento de pessoas Singulares (IRS) e Imposto sobre o Rendimento de pessoas Coletivas (IRC); c) Compromete o município a aprovar uma operação de reabilitação urbana (ORU) para esta área num prazo máximo de três anos, sob pena de caducidade da ARU. 2.4 Concretização da proposta 2.4.1 Para os efeitos referidos na alínea a), do ponto 2.3., no âmbito do estabelecido no estatuto dos benefícios fiscais associados aos impostos municipais, propõe-se os seguintes benefícios:

a) Isenção de IMI Poderão ser isentos de IMI por um período de cinco (5) anos os prédios urbanos objeto de ações de reabilitação, contados a partir do ano, inclusive, da conclusão dessa reabilitação. Esta isenção pode ser renovada por um período adicional de cinco (5) anos, mediante deliberação da Assembleia Municipal, que define o seu âmbito e alcance, nos termos do n.º 2 do artigo 12.º da Lei das Finanças Locais; b) Isenção de IMT Poderão ser isentas as aquisições de prédios urbanos ou de frações de prédios urbanos destinados exclusivamente a habitação própria e permanente na primeira transmissão onerosa do prédio reabilitado. Esta isenção está dependente de deliberação da Assembleia Municipal, que define o seu âmbito e alcance, nos termos do n.º 2 do artigo 12.º da Lei das Finanças Locais. 2.4.2 Propõe-se, como medida adicional de incentivo, a redução em 50% das taxas municipais inerentes às operações urbanísticas (definidas nas secções I e II do RMUE), cobradas no âmbito dos processos relativos a obras de reabilitação, nos termos definidos no RJRU. 2.4.3 No âmbito da aprovação de uma operação de reabilitação urbana Após a aprovação da ORU referida na alínea c) do ponto 2.3, as possibilidades de atuação do município no sentido de uma promoção efetiva da reabilitação urbana são substancialmente reforçadas através de instrumentos de execução específicos previstos pelo RJRU, nomeadamente: a) Obrigação de reabilitar e obras coercivas; b) Empreitada única; c) Demolição de edifícios; d) Direito de preferência; e) Arrendamento forçado; f) Servidões; g) Expropriação; h) Venda forçada; i) Reestruturação da propriedade.

ÁREA DE REABILITAÇÃO URBANA 3: Núcleo antigo de Terroso Quadro dos benefícios fiscais 1. No âmbito do estabelecido no estatuto dos benefícios fiscais associados aos impostos municipais: a) Isenção de IMI por um período de cinco (5) anos os prédios urbanos objeto de ações de reabilitação, contados a partir do ano, inclusive, da conclusão dessa reabilitação. Esta isenção pode ser renovada por um período adicional de cinco (5) anos, mediante deliberação da Assembleia Municipal, que define o seu âmbito e alcance, nos termos do n.º 2 do artigo 12.º da Lei das Finanças Locais; b) Isenção de IMT isentas as aquisições de prédios urbanos ou de frações de prédios urbanos destinados exclusivamente a habitação própria e permanente na primeira transmissão onerosa do prédio reabilitado. Esta isenção está dependente de deliberação da Assembleia Municipal, que define o seu âmbito e alcance, nos termos do n.º 2 do artigo 12.º da Lei das Finanças Locais. 2. No âmbito do direito de acesso aos apoios e incentivos fiscais e financeiros à reabilitação urbana (benefícios consagrados no Estatuto dos Benefícios Fiscais e no Código do IVA): a) IVA à taxa reduzida (6%) para as empreitadas de reabilitação urbana realizadas em imóveis ou em espaços públicos; b) Isenção de IRC para os rendimentos obtidos com fundos de investimento imobiliário, desde que tenham sido constituídos entre 1 de Janeiro de 2008 e 31 de Dezembro de 2013 e pelo menos 75% dos seus ativos sejam bens imóveis sujeitos a ações de reabilitação; c) Dedução à coleta para efeitos de liquidação de IRS até ao limite de 500 de 30% dos encargos suportados pelo proprietário relacionados com a reabilitação dos imóveis; d) Tributação de IRS à taxa autónoma de 5% de mais-valias decorrentes da alienação de imóveis reabilitados; e) Tributação de IRS à taxa autónoma de 5% de rendimentos prediais decorrentes do arrendamento de imóveis reabilitados. 3. Como medida adicional de incentivo, ao abrigo do disposto no Regime Jurídico da Reabilitação Urbana, é proposta a redução em 50% das taxas municipais inerentes às

operações urbanísticas (definidas nas secções I e II do RMUE), cobradas no âmbito dos processos relativos a obras de reabilitação. 4. No âmbito do acesso facilitado a apoios financeiros a) As entidades gestoras podem contrair empréstimos, os quais, desde que autorizados por despacho do ministro responsável pela área das finanças, não relevam para efeitos do montante da dívida do município; b) As entidades públicas e privadas têm acesso facilitado a programas específicos de reabilitação. 5. Certificação de obras de reabilitação a) Para efeitos do disposto nos números anteriores, a comprovação do início e da conclusão das ações de reabilitação realizadas nos imóveis localizados na ARU é da competência do Município, incumbindo-lhe certificar o estado dos imóveis, antes e após as obras compreendidas na ação de reabilitação. b) O estado de conservação é determinado pelos serviços municipais, em vistoria realizada para o efeito, nos termos previstos no regime de determinação do nível de conservação dos prédios urbanos (estabelecido pelo Decreto-Lei n.º 266-B/2012, de 31 de Dezembro). c) O interessado deve solicitar, junto do Município, a atribuição do estado de conservação do edifício, para efeitos de aplicação dos incentivos à reabilitação urbana previstos no EBF. d) Do relatório a enviar ao interessado, constará o nível de conservação atribuído ao edifício e, bem assim, a descrição das obras a efetuar para se atingir nível superior. e) No final da obra, deve o interessado requerer nova atribuição do estado de conservação. f) Para o interessado poder usufruir dos incentivos à reabilitação referidos nos pontos 1., 2. e 3. o estado de conservação do edifício deverá subir 2 níveis após a realização da ação de reabilitação (EBF artigo 71, n.º 22). g) Os níveis acima referidos são expostos no quadro seguinte: NÍVEL ESTADO DE CONSERVAÇÃO 5 Excelente 4 Bom 3 Médio 2 Mau 1 Péssimo