Controle de impactos de edificações sobre o sistema público de drenagem: Vazões pluviais e poluição difusa

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Transcrição:

Controle de impactos de edificações sobre o sistema público de drenagem: Vazões pluviais e poluição difusa

Inovações em Engenharia Engenharia de Sistemas Prediais A INPrediais visa ser um dos principais agentes de melhoria e de uso eficiente da informação de Sistemas Prediais, contribuindo nos processos de produção e gestão de Edifícios. Trajetória de 22 anos atuando no mercado. Eng. Civil - EPUSP Msc. Engenharia Civil - Depto. Construção Civil - EPUSP Professor convidado na Escola Politécnica da USP Associado ABRASIP - Associação Brasileira de Sistemas Prediais Associado ASPE American Society of Plumbing Engineering

Sistema Predial de Água Pluvial NBR 10.844 - Instalações prediais de águas pluviais... recolher e conduzir a Vazão de projeto até locais permitidos pelos dispositivos legais;... permitir a limpeza e desobstrução de qualquer ponto no interior da instalação.

Sistema Predial de Água Pluvial ASPE - Plumbing Engineering Design Handbook Menção a controle de vazões (detenção), recarga de aquíferos (infiltração) e réplica do hidrograma para as condições antes da construção; Preocupação com a proliferação de vetores (tempo de infiltração).

Controle de Vazões Pluviais LEI DAS PISCININHAS (Lei nº13.276/02): lotes com área impermeabilizada acima de 500m 2. Reservatório: 9l/m2 de área impermeabilizada; QUOTA AMBIENTAL (Lei nº16.402/16)

Drenagem A vazão de saída do lote é função das diversas superfícies que compõem o lote e da utilização de estruturas hidráulicas destinadas ao abatimento do pico e/ou da infiltração; Adoção da estrutura hidráulica reservatório de detenção de lote. O sistema de reservação para drenagem deve ter volume definido pela QA, quadro 3B, sendo o mínimo de 6,3 litros/m 2 de área de lote; Outras soluções poderão ser admitidas, desde que se comprove equivalência no desempenho hidráulico-hidrológico; Também é exigência da QA a detenção ou retenção de água de chuva proveniente da cobertura (telhados) destinadas a posterior aproveitamento, sem entretanto, que tais volumes reservados possam diminuir o volume do sistema de reservação de drenagem exigido.

Art. 79. 1º Nos lotes com área superior a 500m² (quinhentos metros quadrados), as condições de dimensionamento, construção, operação e manutenção do lote, em especial das suas estruturas hidráulicas, deverão ser tais que, em ocorrendo chuvas de qualquer duração associadas ao período de retorno de 10 (dez) anos, a vazão de saída do lote em nenhum momento supere a vazão determinada pela seguinte equação: Qmax = {A x 11 [0,38 + (Dp-0,38) x (1-D)]}/10000 sendo: Qmax: vazão máxima, em l/s (litros por segundo); A: área do lote, em m² (metros quadrados); Dp: indicador parcial obtido no cálculo do Quadro 3B desta lei; D: indicador Drenagem obtido no cálculo do Quadro 3B desta lei, adimensional.

Concepção do Produto Imobiliário 8

A indefinição Volume definido pela QA X Volume para garantia de controle de vazão mínima Exemplo para terreno de 1044 m 2 : Lei das Piscininhas: 9,4 m 3 Área = 6,3 m 2 para profundidade da lâmina de água 1,5 m Aprovado na Prefeitura segundo quadro 3B : V (QA) = 8,4 m 3 Área = 5,6 m 2 para profundidade da lâmina de água 1,5 m 9

10

Lei nº16.402/16 art.79 V = 50 m 3 Área = 33,30 m 2 para profundidade da lâmina de água 1,5 m 11

A efetividade da operação Aspecto construtivo limitado Legislação limita a cota do pavimento térreo em relação ao nível da rua; Legislação não permite ser posicionado em área permeável (diminui Ap na aprovação do Projeto); Cota deficiente para deságue livre na sarjeta; Redução de capacidade de vazão; Refluxo de água para sistema predial; Ruptura dos coletores horizontais. 12

A efetividade da operação Novo equipamento para gestão ou abandono" Ter ou não ter manutenção é imperceptível aos usuários; Gerador de custo para o condomínio; Na primeira falha, o condomínio abandona o sistema; Situações de insalubridade para manutenção, confinamento (acesso por alçapões). Água residual parada mau- cheiro. 13

A efetividade da operação Exposição a riscos de segurança do trabalho; Dificuldade para prevenção de deposição de sólidos; Dificuldades para efetiva limpeza e desinfecção; 14

Riscos Dificuldades de Implantação na construção Má gestão dos condomínios em equipamentos de função pública Faltas de alternativas para o empreendedor (contrapartidas ou alternativas para a qualificação ) Ineficiência do sistema quanto a drenagem Incremento da concentração de poluentes Foco de contaminação e proliferação de vetores 15

Oportunidades de Contrapartidas benéficas a todos 16

Posicionamento CBCS (2015) Sobre a Q. A. Identifica fraquezas: dificuldade de entendimento das estratégias ambientais; não alinhamento da QA e as certificações ambientais; custos excessivos; alta dispersão nos resultados; alto risco de falhas na gestão. Propõe: simplificação da lei de uso e ocupação do solo com flexibilidade para novas soluções e tecnologias, incluir fatores socioambientais na qualificação, considerar uso tecnologias para a sustentabilidade (eficiência energética, conservação de água, materiais sustentáveis); incentivos para reutilizar áreas contaminadas. 17

Oportunidades de Contrapartidas benéficas a todos CONCEITO DE DRENAGEM SUSTENTÁVEL Conceito de imitar a drenagem natural : armazenamento de escoamento, gerenciar a água (aproveitamento); liberá-lo lentamente permitindo que a água absorvida pelo solo; Infiltração lenta; transporte de água sobre a superfície; filtrar poluentes, evitar contaminação; permitir que os sedimentos se acomodem ao controlar o escoamento da água.

Coberturas verdes

Reservatórios de Retenção Fonte: ADS-Tigre 20

Retentores públicos (infiltração) 21

Reservatórios de Retenção Tubos de PE ADS TIGRE Storm brics 22

Sistema de Aproveitamento de AP Sistema UQA Tigre ADS 23

Bio-retentores

Drenagem por jardins

Canteiros bio-retentores

Jardins de Chuva

Lagos artificiais

Lagos artificiais não permanentes (grandes praças)

Atlanta

Bairros planejados com abordagem global

Benefícios locais redução das vazões a jusante das MCs Exemplo: Bacia do Anhangabaú Modelagem matemática realizada pela FCTH em 2013 Código sub-bacia Área total (ha) Medida compensatória S_0497 0,212 Pavimento Permeável S_1206 0,121 Jardim de Chuva S_1703 0,127 Poço de infiltração Jardim de chuva

Resultado das MCs no exutório da bacia Exemplo: Bacia do Anhangabaú Modelagem matemática realizada pela FCTH em 2013