CARTA ECONÔMICA Nº 05/2016 Senhores Conselheiros, Gestores e Membros do Comitê de Investimentos, POLÍTICA Um pouco de política no mês de maio: mudou o comando do poder executivo com o afastamento temporário da presidente Dilma e, como consequência, o vice-presidente passando a ocupar o posto de Presidente da República Federativa do Brasil de forma interina. Sublinhamos acima palavras que evidenciam aspectos de incerteza e que se refletem no mercado financeiro. Adicionalmente, ainda no campo político, nos primeiros 15 dias desta interinidade 2 ministros foram substituídos em função de ligações com a Operação Lava Jato, o que ajudou a elevar as incertezas e dúvidas dos agentes do mercado. assim continuaremos a proceder. Entretanto, nesta, faremos também a apresentação de um pequeno quadro resumo com o objetivo e evidenciar a que destacamos no item anterior: Índices ABRIL MAIO IBOVESPA + 7,7-10,09 DOLAR - 4,43 + 5,10 IMA -B + 3,93-0,10 IMA GERAL + 2,89 + 0,42 Enquanto tais aspecto não se tornarem definitivos as incertezas, as volatilidades de curto prazo se farão presentes nos preços dos ativos e nos indicadores mais utilizados como benchmarks. MERCADOS Em nossas cartas econômicas sempre colocamos, em seu final, um quadro com as rentabilidades dos principais ativos e indexadores (benchmarks) e Queremos assim destacar que o mês de maio trouxe curtas volatilidades que também se refletiram nas cotas dos fundos de investimentos que passaram os dias deste mês alternando cotas positivas e cotas negativas. Acreditamos que assim elas seguirão ao logo de, pelo menos, mais dois meses...
SETOR PÚBLICO A desorganização e desequilíbrios das contas públicas mereceu grande atenção da boa equipe econômica do Governo Interino que elegeu o seu equacionamento como principal prioridade. As primeiras medidas foram também encaminhadas ao Congresso já tendo sido aprovadas a meta fiscal para 2016 com um déficit de R$ 170,5 bilhões, o controle do limite dos gastos públicos ao fixar as despesas a igual valor do ano anterior acrescido do percentual da inflação e a DRU Desvinculação das Receitas da União, o que podem ser ações que evitem remédios mais amargos, como o aumento de impostos, para cobrir rombos no orçamento deixados pela gestão afastada. Adicionalmente, estas medidas contribuem para a redução das incertezas dos agentes econômicos. Imagem1: Situação do déficit fiscal no período de 2010 a 2016. O controle dos gastos tem como objetivo final a obtenção de superávits primários (receitas menos despesas) e fazer com que a política fiscal ajude a política monetária no cumprimento da meta de inflação (IPCA).
INFLAÇÃO Alimentos e serviços tem exercido pressões contrárias na inflação do Brasil. Os alimentos continuam sem dar trégua sob os efeitos climáticos pressionando para cima a taxa. Os alimentos contribuíram com quase a metade do índice de abril. Já os preços dos serviços vêm subindo menos e indicando a, cada vez mais, o enfraquecimento da demanda decorrente da recessão que atravessamos. A inflação oficial medida pelo IPCA encerrou o mês de abril em 0,61%; foi a menor taxa para este mês desde 2013. Entretanto, a taxa é maior que a de março que ficou em 0,43%. Nos 12 meses encerrados em abril a taxa acumulada ficou em 9,28%. Repare no quadro abaixo: Imagem 2: Variação do IPCA Comparativo 2015-2016.
INVESTIMENTOS Como assinalamos o mês de maio foi decisivo no quadro político e nos primeiros passos da nova equipe econômica o que se refletiu nos índices e determinando que não há uma tendência clara para sua evolução nos próximos meses. Imagem 3 e 4: Variação dos índices no mês de abril/2016.
Imagem4:
PIB Produto Interno Bruto A economia brasileira reduziu seu ritmo de queda no início de 2016 e se retraiu apenas 0,3% no primeiro trimestre. Com esse dado temos que a economia brasileira está há 2 anos em recessão, em 8 trimestres seguidos sem crescimento do seu PIB. Imagem 4: Variação do PIB Entretanto, o resultado foi de surpresa positiva já que era esperada queda de 0,60% pelos principais analistas de mercado com relação a este importante índice.
A sugestão, destes mesmos analistas, é de que a economia do Brasil ainda está recuando, mas em menor velocidade. Para eles, a desaceleração mais suave, a aprovação inicial de medidas de ajuste fiscal e o início da superação da crise política em curso sugerem uma mudança de rumo para a recuperação da economia e reversão dos principais índices. Vamos acompanhar para que assim seja. Até lá! Ronaldo Borges da Fonseca Economista CORECON nº 1639-1 19ª Região/RN Paulina Costa Marques Medeiros Economista CORECON nº 2002 14ª Região/MT