A EXPERIMENTAÇÃO NO COTIDIANO DA ESCOLA PLENA DE TEMPO INTEGRAL NILO PÓVOAS EM CUIABÁ-MT Amanda Katiélly Souza Silva amandaquimica2014@gmail.com Isabela Camacho Silveira silveiraisabelacamacho@gmail.com Gahelyka Aghta Pantano Souza gahelyka@outlook.com Resumo: Este trabalho aborda a experimentação no ensino de Ciências e Química, e suas contribuições para a formação cidadã dos estudantes da Escola Estadual em Tempo Integral Nilo Póvoas em Cuiabá-MT. Pois a experimentação tem se constituído como uma ferramenta importante e auxiliar ao trabalho docente, de maneira a atrair e incentivar a participação dos estudantes do Ensino Médio nas aulas de Química. O objetivo é desenvolver atividades experimentais contextualizadas no ensino de Química durante as aulas de Prática Experimental nos primeiros anos do Ensino Médio. Nesse sentido, a questão norteadora é: Como utilizar atividades experimentais cotidianas de forma a contextualizar os conceitos químicos trabalhados? Para elucidar a questão norteadora, foram desenvolvidas atividades no laboratório de Ciências durante as aulas da disciplina de prática experimental, que está na estrutura curricular diversificada das Escolas em Tempo Integral no Estado de Mato Grosso, aplicando aos estudantes questionários no intuito de verificar as contribuições dessas práticas experimentais na compreensão dos conteúdos e conceitos de Química. Pretende-se, portanto, com os resultados obtidos nessa pesquisa orientar e contribuir com debates envolvendo atividades experimentais, contextualização e o ensino de Química, e consequentemente a melhorar o Ensino de Química no Estado de Mato Grosso e no país. Palavras-chave: Atividades Experimentais. Contextualização. Ensino de Química. 1 Introdução De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), quando se fala na aprendizagem de Química, geralmente expressa-se nas formas de apropriação e construção de sistemas de pensamento mais abstratos, que a trate como processo cumulativo de saber e de ruptura de consensos e pressupostos metodológicos. O ensino da Química, possibilita aos estudantes a aproximação com o trabalho de investigação científica e tecnológica, como atividades institucionalizadas de produção de conhecimentos, bens e serviços. A Química tem sido ensinada como uma ciência metódica e previsível, impossibilitando ao aluno o seu reconhecimento como atividade em constante desenvolvimento (ZULIANI e ÂNGELO, 2010, p. 70). Nesse contexto, ensinar Química tem se tornado cada vez mais desafiador, fazendo-se necessário que os professores desenvolvam ações que contribuam para formar cidadãos que tenham uma efetiva consciência da importância do componente curricular Química, aliado a uma capacidade crítica.
A experimentação vem sendo utilizada no Ensino de Ciências (Química, Física, Biologia) com o intuito de melhorar a aprendizagem do conteúdo científico. No Ensino de Química em especial, elatem se destacado como um desdobramento importante, principalmente para estudantes de Ensino Médio, por contribuiro processo de ensino aprendizagem dos conteúdos ministrados, proporcionando melhor compreensão dos fenômenos químicos, facilitando a aprendizagem de conceitos e suas relações, leis e princípios, aumentar hábitos investigativos, técnicas e manuseio de aparelhos. Dessa forma, Zuliani e Ângelo acreditam que a realização das aulas práticas: [...] priorizem o estabelecimento de atividades centradas nos processos criativos e cognitivos, privilegiando a ação do aluno enquanto construtor de seu próprio conhecimento, e fundamentadas no modelo construtivista de aprendizagem (2010, p. 70). As aulas experimentais vinculam-se a proposição de experimentos associados aos conteúdos estudados nas aulas teóricas de Química, de modo a exemplificar por meio do uso de materiais comunssituações cotidianas. Normalmente são aulas práticas elaboradas com o intuito de despertar o interesse dos estudantes para a investigação científica. Para Merçon, A contextualização das atividades práticas possibilita a correlação entre os conteúdos da Química e o cotidiano dos alunos, contribuindo para a formação da cidadania. Estas atividades demonstraram-se um importante fator na motivação dos alunos para o ensino de Química (2003, p. 1) O ensino da Química deve ser útil ao estudante de modo a prepara-lo para a vida, para tanto sustenta-se a ideia de que é necessário contextualizar o ensino de Química, com situações relacionadas as vivências dos estudantes. Santos e Schnetzler (2000), afirmam que a participação direta e ativa dos estudantes nas atividades práticas, promove o desenvolvimento de habilidades básicas para a formação cidadã dos mesmos. Diante deste contexto, o presente trabalho pretende abordar aspectos da experimentação, e suas contribuições nas aulas de Química realizadas na escola de tempo Integral da rede estadual Nilo Póvoas no município de Cuiabá-MT. Por meio da participação direta e ativa dos estudantes nas atividades propostas. 2 Procedimentos Metodológicos
Na parte metodológica, assume-se os pressupostos da pesquisa qualitativa. E para os registros de informações, aplicou-se um questionário aos estudantes das turmas do 1º ano do Ensino Médio, da Escola Estadual Nilo Povoas, situada no município de Cuiabá-MT. A escola conta com cinco (05) turmas do 1º ano do Ensino Médio com aproximadamente trinta (30) estudantes cada e, dessas turmas participaram da pesquisa um total de vinte e cinco (25) estudantes. O questionário foi aplicado aos estudantes que aceitaram participar da pesquisa, resguardando o seu anonimato. Adiante, apresenta-se os textos de pesquisa da pesquisa empreendida. 3 Análise e Discussões O questionário aplicado foi dividido em dois blocos, o primeiro de identificação eo segundo blocoacerca das dificuldades encontradas pelos alunos nos conceitos da Química e a parte experimental com abordagem cotidiana e de maneira geral os resultados do primeiro bloco indicaram que os 25 estudantes participantes desta pesquisa, apresentam faixa etária entre os 15 e 18 anos. Os resultados da segunda parte indicam limitações enfrentadas pelos estudantes na compreensão dos conceitos relacionados aos conteúdos do componente curricular Química.Dentre as limitações enfatizadas pelos estudantes estão as dificuldades com cálculos matemáticos, aplicados na Química, contudo, há estudantes que relatam não terem dificuldades na compreensão dos conceitos, quando estão sempre em contato com a professora. Ao serem questionados sobre qual a diferença entre as aulas teóricas e experimentais, os estudantes foram unanimes em dizer que sim, há diferenças entre as duas aulas, como diz o estudante A: Sim, pois na aula experimental podemos aprender como fazer, e na aula teórica sabemos como são feitos (Estudante A). Assim como o Estudante A, os demais colaboradores da pesquisam, argumentam que para eles as duas aulas são diferentes e, que as aulas experimentais são aulas que ilustram o que eles aprendem nas aulas teóricas. Segundo eles as aulas ficam bem mais dinâmicas (Estudante B). Em seguida eles foram questionados sobre como as experimentações tem contribuído na assimilação dos conceitos químicos quando contextualizados com situações cotidianas,
segundo os estudantes colaboradores da pesquisa, as aulas têm ajudado na compreensão dos conceitos trabalhados em sala, e nas relações que eles constroem com o cotidiano. O Estudante C, diz que: Compreendo melhor as substâncias que usamos no dia-a-dia (Estudante C). Foi solicitado também, que os Estudantes listassem as atividades experimentais cotidianas das quais haviam participado durante esse ano, dentre as atividades realizadas os estudantes destacaram a Química do Bolo, atividade experimental que contextualiza reações químicas e estequiometria de reação a partir da produção de um bolo simples. Foi citada também, a Química da Cebola, que trata da formação de compostos sulfonados chuva ácida; Química da Maionese, que aborda conceitos sobre misturas homogêneas, misturas heterogêneas, agente emulsificante, emulsão, coloides e Química do Chocolate, a partir da abordagem de conceitos como lipídeos, substâncias químicas, compostos orgânicos e, alimentação balanceada. De maneira geral todos os estudantes que participaram da pesquisa, apontaram as contribuições, e as limitações vivenciadas com aulas teóricas e práticas, contudo suas respostas indicam que apesar das limitações, como a falta de reagentes, vidrarias, e até mesmo a própria estrutura física do laboratórioque têm as aulas, as mesmas contribuem para a aplicação prática dos conhecimentos químicos no cotidiano. 4 Considerações Finais Conforme explicitado neste trabalho, a experimentação pode propiciar grande contribuição no processo de ensino-aprendizagem de Ciências e Química. O uso dessa ferramenta no ensino deve ser escolha dos próprios professores com intuito de promover o aprendizado de novos conceitos e procedimentos.conclui-se, portanto, que a experimentação se mostra como uma forma de melhorar a compreensão dos alunos sobre os fenômenos, que muitas vezes, se explicados em aula convencional, não resulta o mesmo processo de aprendizagem. Pois a aprendizagem de conteúdos conceituais, e procedimentais são enriquecidos por meio de atividades experimentais cotidianas, fazendo com que os estudantes se tornem protagonistas na construção do seu conhecimento.
5 Referências BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN). Ensino Médio. Ciências da Natureza Matemática e suas Tecnologias. MERÇON, F. A Experimentação no Ensino de Química. In: IV Encontro Nacional de Pesquisa em Educação em Ciências, 2003, Bauru. Disponível em:<http://fep.if.usp.br/~profis/arquivos/ivenpec/arquivos/painel/pnl016.pdf>. Acesso em 24 de junho de 2017. SANTOS, W. L. P.; SCHNETZLER, R. P. Educação em Química: compromisso com a cidadania, 2º Ed.; Ijuí, Editora Unijuí, 2000. ZULIANI, S. R. Q. A.; ÂNGELO, A. C. D. A Utilização de Metodologias Alternativas: o método investigativo e a aprendizagem de Química. In: NARDI, R. (Orgs.). Educação em Ciências: da Pesquisa à Prática Docente. 4 ed. São Paulo: Escrituras Editora, 2010.