CURSO DE ATUALIZAÇÃO. Gestão das Condições de Trabalho e Saúde dos Trabalhadores da Saúde

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Transcrição:

CURSO DE ATUALIZAÇÃO Gestão das Condições de Trabalho e Saúde dos Trabalhadores da Saúde Implantação do Fluograma de conduta pós Acidente com Material Biológico e Perfurocortante nas Unidades de Saúde da Secretaria Municipal de Saúde de Ubá. Terezinha Vieira Porfírio de Souza Ubá Agosto, 2012

1 1. PROBLEMA E JUSTIFICATIVA O risco ocupacional biológico para os trabalhadores da saúde é um assunto muito discutido nas últimas décadas. Entretanto, os registros dos acidentes com material biológico ocorridos nas unidades de saúde não retratam a real situação. A eposição a acidentes biológicos com objetos perfurocortantes representa um risco à saúde dos trabalhadores, principalmente, devido à possibilidade de transmitir patógenos como o vírus da hepatite B (HBV), vírus da hepatite C (HCV) e vírus da imunodeficiência humana (HIV). As conseqüências dessa eposição podem afetar os trabalhadores física e emocionalmente, além de ter repercussões negativas em suas relações familiares e sociais (MARZIALE; RODRIGUES, 2002; MARZIALE, 2003; GODFRE, 2001). No Brasil estima-se que a ocorrência de subnotificação seja ainda maior, pois eistem poucas unidades estruturadas para atendimento e notificação de acidentes profissionais com material biológico e com um programa de educação em serviço com o objetivo de sensibilizar os profissionais da saúde quanto à importância da notificação e acompanhamento dos casos e os riscos a que estão epostos após o acidente. Em casos de eposição por material biológico, o Ministério da Saúde vem desenvolvendo protocolos de atendimento ao profissional eposto ao risco e determinando que os serviços de saúde tenham protocolos escritos com condutas claras em relação a esse tipo de acidente. Deve-se lembrar que o Ministério da Saúde, apenas na década de 1990, por meio da Coordenação Nacional de DST/Aids, preocupado com o aumento desse agravo, apresentou um manual de atendimento que contemplava e orientava condutas frente à eposição a material biológico. No ano de 2006, um novo protocolo foi elaborado pelo Ministério da Saúde (MS) e pela Coordenação Nacional de Saúde do Trabalhador (COSAT), permitindo o atendimento aos profissionais de saúde que sofrem eposição a material biológico com risco de soroconversão HIV, HBV, HCV, estabelecendo um fluo de atendimento, tratamento e notificação de casos. Essa conduta vem ao encontro da implantação da Portaria nº 777/MS, de 28 de abril de 2004, a qual inclui 11 agravos relacionados ao trabalho no Sistema de

2 Informação de Agravos de Notificação (SINAN/NET), incluído entre eles o acidente com material biológico. O conhecimento dos acidentes de trabalho com material biológico de uma determinada área geográfica pode ser o ponto de partida para a priorização do desenho de medidas de correção das condições de trabalho. Reconhece-se que a implantação de protocolos já eistentes e fluogramas para o atendimento adequado desse profissional de saúde, medidas de segurança acessível, política de revisão dos procedimentos/atividades e de educação continuada, planejamento e organização do trabalho são fatores essenciais que devem ser observados com o intuito de reduzir o índice de acidentes com material biológico. Considerando a epressiva falta de registro e notificação dessas ocorrências no Brasil, alguns trabalhos indicam aproimadamente 50% de subnotificações dessas eposições. Esses dados poderão ser avaliados mais fidedignamente a partir de janeiro de 2007 com os registros do SINAN/NET. A implantação em 20 de agosto de 2008 de um Centro de Referência em Saúde do Trabalhador CEREST na Microrregião de Saúde de Ubá, vem contribuindo de forma significativa para a busca da notificação dos acidentes com eposição a material biológico para que se possa estruturar o sistema de informação com a finalidade de retratar a realidade local desta população trabalhadora. Ubá é o município pólo do CEREST, que está habilitado para atender os vinte municípios desta microrregião. Os trabalhadores da saúde da Secretaria Municipal de Saúde de Ubá, atualmente encontram-se desamparados e desprotegidos frente aos acidentes com material biológico e perfuro cortante, por não terem uma normatização referente a este atendimento. O município também não possui um Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA), o que se torna mais um fator complicador neste atendimento, pois os profissionais vítimas destes acidentes são encaminhados para o Hospital de Pronto Socorro (HPS) da cidade de Juiz de Fora, que possui uma estrutura montada com o protocolo de atendimento ao Risco Biológico Ocupacional e Seual (PARBOS) e abrange mais de 100 municípios na região de Juiz de Fora. É importante lembrar aqui que o prazo para início do tratamento com medicamentos nos casos de risco significativo de contaminação pelo HIV, quando indicada, deverá

3 ser iniciado o mais rápido possível, idealmente nas primeiras horas após o acidente, recomendando-se o prazo máimo de 72 horas após o acidente. O município de Ubá fica a uma distância de 100 km, cerca de 2 horas do município de Juiz de Fora. Como estratégia de enfrentamento frente a esses acidentes de trabalho o CEREST Ubá busca neste projeto de intervenção, a construção, adoção e/ou implementação de estratégias, protocolos e condutas para a prevenção e notificação dos acidentes com material biológico, seja por meio de um programa de educação permanente, reuniões e ou por seminários temáticos, a fim de que promovam maior envolvimento de todos os profissionais. 2. OBJETIVOS Propor a normatização do fluo do atendimento dos profissionais de saúde vítimas de acidente com material biológico e perfuro cortante, nas unidades de saúde da Secretaria Municipal de Saúde de Ubá/MG. Sensibilizar os profissionais de saúde sobre o fluograma de conduta pós acidente com material biológico e perfuro cortante, as ações de prevenção destes acidentes, com produção e distribuição de materiais educativos. 3. PLANO DE AÇÃO O presente projeto tem como população-alvo todos os profissionais de saúde das unidades de saúde da Secretaria Municipal de Saúde de Ubá localizadas no município de Ubá, incluindo auiliares de enfermagem, técnicos de enfermagem, enfermeiros, médicos, serviços gerais/serventes, agentes comunitários de saúde, dentistas, auiliares de consultório dentário, assistentes sociais, etc. O estudo será desenvolvido em Ubá/MG, município com 101.519 habitantes (IBGE, 2010). Eistem 18 UBSs no município, 1 policlínica Regional, 1 policlínica odontológica,1 Centro de Atenção Psicossocial (CAPS), 1farmácia municipal,1 Farmácia Popular,1 CEREST, Vigilância Epidemiológica e Ambiental e Vigilância Sanitária, onde atuam aproimadamente 632 servidores, distribuídos em diferentes áreas. O projeto foi uma iniciativa do centro de Referência em Saúde do Trabalhador, que

4 é uma unidade especializada do Sistema Único de Saúde (SUS), que visa atender a questões relativas à saúde dos trabalhadores e tem como principal objetivo a prevenção de acidentes e doenças relacionadas ao trabalho. É composto por uma equipe multidisciplinar (enfermeiro, médico do trabalho, assistente social, fisioterapeuta, psicólogo, e auiliar de enfermagem, dentre outros). Dando início às ações em Saúde do Trabalhador na Microrregião de Saúde de Ubá no ano de 2009, o Centro de Referência em Saúde do Trabalhador de Ubá (CEREST/Ubá), habilitado pela Portaria N 72 do Ministério da Saúde, de 20 de agosto de 2008, priorizou inicialmente desde sua habilitação, buscar junto aos municípios da sua área de abrangência as notificações dos agravos relacionados ao trabalho no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN/NET), dentre entre eles o acidente com material biológico, para obtermos dados dos acidentes e doenças relacionados ao trabalho que ocorrem nesta Microrregião. Após avaliação das notificações do ano de 2008 e 2009, concluiu-se que estes agravos, encontravam-se subregistrados, e sua real magnitude não era bem conhecida. Apesar de termos informações que os acidentes com eposição ao material biológico acontece entre os profissionais de saúde da Secretaria Municipal de saúde de Ubá, não temos a real situação do problema, pois os profissionais acidentados são encaminhados ao HPS do município de Juiz de Fora, a ficha de notificação do SINAN NET é preenchida e digitada neste serviço, e os dados da ficha de notificação ficam no município de Juiz de Fora, ficando o município de Ubá sem acesso ao número de acidentes ocorridos e aos dados epidemiológicos para subsidiar uma ação de intervenção e prevenção relacionadas a estes acidentes. A utilização efetiva dos dados epidemiológicos permite a realização do diagnóstico dinâmico da ocorrência de um evento na população, podendo fornecer subsídios para eplicações causais dos agravos de notificação compulsória, além de vir a indicar riscos aos quais as pessoas estão sujeitas, contribuindo assim, para a identificação da realidade epidemiológica de determinada área geográfica. O seu uso sistemático, de forma descentralizada, contribui para a democratização da informação, permitindo que todos os profissionais de saúde tenham acesso à informação e as tornem disponíveis para a comunidade. É, portanto, um instrumento relevante para auiliar o planejamento da saúde, definir prioridades de

5 intervenção, além de permitir que seja avaliado o impacto das intervenções. As unidades de saúde da Secretaria Municipal de Saúde de Ubá, não possuem protocolos e condutas pós-acidente e nem ações para a prevenção e notificação dos acidentes com material biológico, ficando os profissionais de saúde se sentindo desprotegido e sem orientação de como proceder frente a este acidentes, o que provoca um stress emocional no profissional, associado com o medo, a ansiedade e a preocupação sobre as possíveis consequências de uma eposição. Após reuniões semanais e oficina interna da equipe técnica do CEREST Ubá, analisando as poucas fichas de notificações do acidente com eposição ao material biológico que são encaminhadas ao CEREST, a não eistência de Programa de Atendimento de Acidente Profissional com Material Biológico nas unidades de saúde do município, o desconhecimento dos funcionários das unidades quanto ao fluo de atendimento e as várias demandas de orientações solicitadas pelos profissionais de saúde vítimas destes acidentes e de como proceder frente aos mesmos, identificou-se assim a necessidade da normatização do fluograma de atendimento e de condutas. A partir dos problemas identificados serão elaboradas estratégias de intervenção, tais como a articulação intersetorial entre a gestão do CEREST e da vigilância epidemiológica e ambiental do município, agendando uma reunião com o coordenador deste setor no intuito de estabelecer um plano de ação para a normatização do fluograma e das condutas frente ao acidente com material biológico. Será realizado um contato com os profissionais de saúde lotados na Secretaria Municipal de Saúde, viabilizando colher informações sobre os trabalhadores acidentados através da ficha de investigação do SINAN-NET encaminhadas ao CEREST pela vigilância epidemiológica para investigação, será também listado as dificuldades encontradas referentes ao acidente e encaminhamento do mesmo, as causas do acidente, a assistência recebida e a evolução do caso. Para garantir o fluo e para fins de direitos trabalhistas do servidor municipal, será agendado uma reunião com a gestão de recursos humanos da Prefeitura Municipal de Ubá (PMU), para que seja normatizado uma comunicação interna relatando o acidente com a assinatura da chefia imediata e o parecer do médico perito para registro e guarda na pasta funcional do servidor municipal.

6 Como parte das ações voltadas à Saúde do Trabalhador e visando a capacitação de profissionais de saúde lotados na Secretaria Municipal de saúde, a Prefeitura Municipal de Ubá, através do Centro de Referência em Saúde do Trabalhador em parceria com a Vigilância Epidemiológica e Ambiental programará capacitações visando sensibilizar e conscientizar os profissionais de saúde dos setores da Secretaria Municipal de saúde conforme já nomeados anteriormente sobre o fluograma, condutas e ações de prevenção dos acidentes com material biológico onde serão distribuídos os materiais educativos que serão produzidos. Futuramente será iniciada uma conversa junto a rede Fhemig de Ubá e Consórcio Intermunicipal de Saúde de Ubá, sobre a possibilidade da implantação de um CTA para atender a Microrregião de Ubá, garantindo assistência, tratamento e acompanhamento das vítimas, o que traria muitos benefícios aos trabalhadores da saúde desta região. Os recursos necessários utilizados para a capacitação e produção de materiais educativos, serão oriundos do CEREST, pois o serviço recebe recursos financeiros do Fundo Nacional da Saúde, de R$ 30 mil para s para realizar ações de promoção, prevenção, vigilância, assistência e reabilitação em saúde dos trabalhadores urbanos e rurais, independentemente do vínculo empregatício e do tipo de inserção no mercado de trabalho. Estas ações já estão previstas também no planejamento anual de ações em Saúde do Trabalhador do município no eio de ações educativas. 6. CONSIDERAÇÕES Com as ações e resultados a serem alcançados, espera-se a implantação e normatização do fluograma, condutas e ações de prevenção dos acidentes com material biológico nas unidades de saúde do município de Ubá, e a sensibilização destes profissionais através do envolvimento intra e intersetorial das instituições de saúde desde a atenção básica às redes hospitalar e especializada e dos profissionais de saúde de forma interdisciplinar, instigando o desenvolvimento de estudos e pesquisas como também o futuro de uma assistência mais abrangente no aspecto das relações de trabalho, saúde e ambiente. O ambiente laboral deve ser seguro para a atuação de seus profissionais e a eistência de um atendimento rápido frente a um acidente profissional dentro da própria unidade está incluso nas normativas para precauções padrão e

7 Recomendações para Atendimento e Acompanhamento de Eposição Ocupacional a Material Biológico: HIV e Hepatites B e C, instituídas pelos CDC e Ministério da Saúde, proporcionando ao profissional maior segurança e confiança na instituição (CDC, 2003; BRASIL, 2004). Os riscos de acidentes com material biológico eistem em todas as unidades de saúde. É fundamental a participação dos profissionais e alunos em treinamentos para atualização sobre as normas de Biossegurança. O benefício deste projeto de intervenção virá com a implantação do fluograma e a educação continua dos profissionais que trabalham nas unidades de saúde, abordando os riscos inerentes às eposições ocupacionais a materiais biológicos e perfuro cortante. Esse trabalho visa prevenir continuamente, através da educação em saúde, os riscos ocupacionais que acometem o trabalhador da saúde. Almejamos buscar uma melhor qualidade de vida para esses profissionais, estimulando as normas de Biossegurança, o uso dos Equipamentos de Proteção Individual(EPI) que são barreiras fundamentais na prevenção dos acidentes com material biológico, a importância da imunização,que são fatores que irão evitar o acidente por eposição ocupacional assegurando a saúde de todos, comprovando que é melhor prevenir do remediar. 4. CRONOGRAMA 2012 J F M A M J J A S O N D Ações Reunião com o gestor municipal de Saúde para apresentar o Projeto de intervenção. Reunião da equipe do CEREST para avaliar fichas do SINAN de 2008 a 2009(Eposição material biológico) Articulação intersetorial entre a gestão do CEREST e da vigilância epidemiológica do município, para iniciar construção do fluograma, folder e vídeo educativo.

8 Contato com os profissionais de saúde lotados nas unidades de saúde da SMS/Ubá, para buscar informações sobre os acidentes de trabalho com material biológico e perfuro cortante. 2013 J F M A M J J A S O N D Ações Reunião com a gestão de recursos humanos da Prefeitura Municipal de Ubá (PMU), para que seja normatizada uma comunicação interna relatando o acidente ocorrido. Reunião com o médico perito da PMU, orientando sobre o fluograma e atendimento ao trabalhador da saúde acidentado. Reunião com a Comunicação & Marketing da PMU para produção da arte dos materiais educativos (banners e folders). Capacitações dos médicos e enfermeiros da ESF, visando sensibilizar e conscientizar sobre o fluograma, condutas e ações de prevenção. Capacitações dos Técnicos de enfermagem e ACS da ESF, E profissionais de saúde da Policlínica Regional, visando sensibilizar e conscientizar sobre o fluograma, condutas e ações de prevenção. Capacitações dos dentistas da Policlínica Odontológica, visando sensibilizar e conscientizar os profissionais sobre o fluograma, condutas e ações de prevenção. Capacitações dos profissionais da Farmácia Municipal, visando sensibilizar e conscientizar os profissionais sobre o fluograma, condutas e ações de prevenção. Capacitações dos profissionais do CAPS, visando sensibilizar e conscientizar os profissionais sobre o fluograma, condutas e ações de prevenção.

9 Apresentação do fluograma de conduta pós-acidente com material biológico e perfuro cortante nas unidades de saúde da SMS/Ubá, para as Referências Técnicas em Saúde do Trabalhador da Microrregião de Saúde de Ubá e representantes dos Hospitais de Ubá. Entrega do banner do fluograma nas unidades de saúde de Ubá, com parceria da Vigilância Epidemiológica do município, onde será realizado todas as orientações do Fluograma. Reunião com Rede Fhemig de Ubá e Consórcio Municipal de Saúde de Ubá para iniciar conversa sobre a possibilidade de implantar um cta no município de ubá.

10 5. INVESTIMENTO Especificação Valor unitário Valor total 250 lanches para todas capacitações R$6,50 R$1.625,00 250 sucos de sabores diversos R$1,50 R$ 375,00 Total: R$ 2.000,00 Materiais Educativos 30 banners R$98,00 R$2940,00 5000 folders R$0,76 R$3800,00 1 vídeo educativo R$30,00 R$30,00 Total: R$6.770 Material Permanente 2 Computadores R$2.500,00 R$5.000,00 1 netbook R$1.000,00 R$1.000,00 1 Filmadora R$3.000,00 R$ 3.000,00 Tela para projeção (com tripé) R$ 450,00 R$ 450,00 Projetor data show R$1600,00 R$1600,00 Câmera digital R$ 500,00 R$ 500,00 1 mini gravador digital R$ 350,00 R$ 350,00 1 Pendrive 8G R$ 50,00 R$ 50,00 1 Impressora a laser HP 1015 R$ 999,00 R$ 999,00 Total: R$12.949,00 Material de consumo Papel A4 (05 pcts com 500 folhas) R$11,00 R$55,00 Cartuchos (02 unidades) R$75,00 R$150,00 Envelopes (01 c 200) R$0,11 R$ 22,00 Pastas com abas e elástico(250 unid) R$2,49 R$ 622,50 caneta esferográfica (5 cs c/50) R$22,90 R$114,50 CD (02 c com 25 unid) R$27,99 R$ 55,98 DVD (01 c c/ 10 unid) R$27,96 R$ 55,92 Despesas eventuais (diversas) R$ 1.000,00 R$ 1.000,00 Total: R$2.075,90 Total Geral: R$ R$ 23.794,90

11 6. AVALIAÇÃO A avaliação é um procedimento que deve ocorrer durante a realização do projeto, permitindo desta forma o monitoramento das atividades e o re-direcionamento das ações, quando necessário. O referido projeto levará em consideração na avaliação, a sensibilização dos profissionais, as ideias, a recepção, e o interesse de cada participante. O processo de avaliação irá focar a percepção dos participantes sobre as atividades desenvolvidas, utilizando como instrumento técnico: Diálogo como forma dinâmica de alcançar o consenso do grupo com relação às atividades desenvolvidas; Nível de satisfação quanto à condução dos trabalhos; Melhoramento no desenvolvimento da interação e envolvimento dos profissionais. A avaliação dar-se-á de forma bi-mensalmente através de visitas técnicas as unidades de saúde, a fim de verificar o nível de satisfação, de aprendizado e se os objetivos estão sendo atingidos. Ao final do projeto, será realizado um relatório estruturado descrevendo as atividades realizadas apontando pontos positivos e negativos e sugerindo a continuidade, modificação ou ampliação do projeto. O relatório será encaminhado a Secretaria Municipal de Saúde.

12 7. REFERÊNCIAS Atendimento ao acidentado com material biológico. Coordenadoria Estadual de DST/Aids.Diretoria de Normalização da Atenção à Saúde Superintendência de Atenção à Saúde. Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais.Belo Horizonte, outubro de 2004 Brasil. Lei nº. 8.213, de 24 de julho de 1991. Dispõe sobre o Plano de Benefícios da Previdência Social e dá outras providências. Brasil. Ministério da Saúde. PORTARIA Nº 777/GM Em 28 de abril de 2004.Dispõe sobre os procedimentos técnicos para a notificação compulsória de agravos à saúde do trabalhador em rede de serviços sentinela específica, no Sistema Único de Saúde - SUS.Brasília,2004 Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas.Eposição a materiais biológicos / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Brasília : Editora do Ministério da Saúde, 2006.76 p.:il. (Série A. Normas e Manuais Técnicos) (Saúde do Trabalhador ; 3. Protocolos de Compleidade Diferenciada) ISBN 85-334-1142-1 Brasil. Ministério da Saúde. Portaria 2437/GM, de 7 de dezembro de 2005.Dispõe sobre a ampliação e o fortalecimento da Rede Nacionalde Atenção Integral à Saúde do Trabalhador - Renast- no Sistema Único de Saúde - SUS. Brasília, 2005 BRASIL, Ministério da Saúde. Recomendações para Atendimento e Acompanhamento de Eposição Ocupacional a Material Biológico: HIV e Hepatites B e C. Brasília, DF, 2004. 56p. http://www.aids.gov.br/final/biblioteca/manual_eposicao/manual_acidentes.doc. Acesso em 27 de julho de 2012. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Notificação de acidentes do trabalho fatais, graves e com crianças e adolescentes. Brasília: Editora do Ministério da Saúde, 2006. 28p. CDC - Centers for Disease Control and Prevention. Tramission of Hepatitis B and C Viruses in Outpatient Settings, New York, Oklahoma, and Nebraska, 2000-2002. MMWR. v. 52, nº 38, p. 901-906, 2003. http://www.cdc.gov./mmwr/preview/mm. Acesso em 21 de julho de 2012. Manual de Condutas: Eposição Ocupacional a Material Biológico: Hepatite e HIV. Brasília: PN-DST/AIDS, 1999c. Recomendações para atendimento e acompanhamento de eposição ocupacional a material biológico: HIV e Hepatite B e C. Brasília: PN-DST/AIDS, 1999c. MARZIALE, M. H. P.; RODRIGUES, C. M. A produção científica sobre os acidentes de trabalho com material perfurocortante entre trabalhadores de enfermagem.

13 Revista Latino-Americana de Enfermagem, v. 10, p.571-577, GODFRE, K. Sharp practice. Nursing Times, v. 97, p.22-24, 2001. 2002. Rapparini, Cristiane. Manual de implementação: programa de prevenção de acidentes com materiais perfurocortantes em serviços de saúde / Cristiane Rapparini ; Érica Lui Reinhardt. - São Paulo: Fundacentro, 2010.161 p. ; 30 cm.