Avaliação Aguda Do Consumo De Oxigênio E Queima De Gordura Em Indivíduos Jovens Do Sexo Masculino Após Sessão De Exercícios Resistidos



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Transcrição:

Avaliação Aguda Do Consumo De Oxigênio E Queima De Gordura Em Indivíduos Jovens Do Sexo Masculino Após Sessão De Exercícios Resistidos Siomara F. M. de Araújo, Nicolle Seroni, Anderson Cruz, Viviane Manoel, Tadeu Baptista, Raphael M. Cunha. LAFEX - Universidade Estadual de Goiás, Goiânia Goiás, Brasil, siomarafma@hotmail.com nic_seronni@hotmail.com prof_acruz@hotmail.com vmsbgyn@yahoo.com.br tadeujrbaptista@yahoo.com.br prof.raphaelcunha@gmail.com Palavras-chave: EPOC, Queima de Gordura, Exercício Resistido. 1. INTRODUÇÃO: A demanda energética durante a recuperação de um exercício mantém-se elevada por um determinado período de tempo, esta elevação é determinada pelo consumo de o2 elevado, o que podemos chamar de consumo excessivo de oxigênio após exercício - EPOC. A magnitude desta demanda varia de acordo com a duração e a intensidade do exercício, além das características individuais tais como: raça, gênero, idade, composição corporal e nível de aptidão física. no treinamento resistido as variáveis: combinações de exercícios, número de séries, intervalo de recuperação, número de repetições, velocidade de execução e carga, podem ser manipuladas de diversas formas a fim de aumentar a magnitude do EPOC. O substrato utilizado durante determinado exercício não parece ser o fator determinante da eficiência dessa atividade na redução da gordura corporal. A abordagem de se verificar qual substrato é mais usado durante uma atividade e utilizar esta informação na prescrição de exercício para a redução de gordura corporal parece muito simplista e pode levar a vários erros. Um destes erros seria ignorar a elevação do metabolismo pós-exercício, visto que exercícios de 1

intensidades elevadas produzem as maiores elevações no gasto energético após seu término (OSTERBERG et al., 2000). Estudos mostram influência positiva de exercícios resistidos na perda de gordura corporal (MEIRELLES: GOMES, 2004). As diferentes combinações das variáveis do treinamento resistido podem influenciar tanto a magnitude quanto a duração no consumo de oxigênio pós exercício, em seus componentes rápido, lento e ultra-lento (MATSUURA et al, 2006). Para Gaesser e Brooks (1984), a base metabólica do consumo de oxigênio pós exercício, pode ser analisada a partir dos fatores que a influenciam, como os níveis de catecolaminas, tiroxinas, glicocorticóides, metabolismo de ácidos graxos e temperatura corporal. Pesquisas que visem elucidar questões relacionadas ao consumo de oxigênio e metabolismo da gordura após a realização de exercícios são importantes, por subsidiarem prescrições de exercícios mais responsivas. Assim, como será o comportamento do consumo de oxigênio e do metabolismo lipídico de jovens saudáveis, após realização de exercícios resistidos? 2. METODOLOGIA Trata-se de uma pesquisa clinica não controlada, de caráter experimental, realizada no Centro Poliesportivo e laboratório de Fisiologia do Exercício (LAFEX) da Escola Superior de Educação Física e Fisioterapia de Goiás. O protocolo foi submetido e aprovado pelo comitê de ética em pesquisa humana e animal do hospital de doenças tropicais de Goiânia. O presente estudo foi realizado com 10 indivíduos jovens do sexo masculino praticantes de musculação (20 ± 1,59 anos) que assinaram o Termo de consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Como critérios de inclusão na pesquisa, o participante deveria ser do sexo masculino; idade entre 18 e 25 anos; estar em treinamento na musculação a pelo menos 3 meses, com intervalo de recuperação passiva máxima de 2 semanas. 2

Como critérios de exclusão da pesquisa: a utilização de suplementos alimentares, substâncias farmacológicas ergogênicas, participação em outra modalidade de atividade física sistematizada, Obesidade (IMC > 30kg/m 2 ), Diabéticos, Cardiopatas ou portadores de quaisquer limitação que impedisse a realização das atividades programáticas propostas. O estudo ocorreu em dois (2) dias, com intervalo de 48 horas. No primeiro dia foi realizado teste de 10RM para definição de carga da sessão experimental, com os exercícios: leg press máquina, extensão de joelhos (cadeira extensora), puxada pela frente polia alta, rosca bíceps, supino na máquina. No segundo, ocorreu o experimento. A sessão experimental foi composta de três séries, de 8 a 10 repetições, e intervalo de 2 minutos. A medida do consumo de oxigênio e do R(DEFINA), e de variáveis ocorreu antes da sessão de exercícios e após 10 minutos do término. Para realização do teste de análise de gases, A temperatura do ambiente foi ajustada a 22. Para a coleta dos gases, foi utilizado um sistema de espirometria de circuito aberto (Aerosport Teem 100), cujo funcionamento é válido e fidedigno, fornecendo informações gasosas 20 segundos. Foi adotado o período de 10 minutos de análise espirométrica, e a média no pré e no pós. Para processamento dos dados do Espirômetro, foi o utilizado o software Newton (Micromed). Além disso, foi coletada a Freqüência cardíaca por meio de Frequencímetro de marca Polar F4. Os dados coletados foram Frequência Cardíaca (FC), Volume de Oxigênio consumido (VO 2 ), Volume de Gás Carbônico produzido (VCO 2 ), Ventilação Pulmonar(VE), Razão de Troca Respiratória (R), Caloria Total, Caloria de Gordura e Caloria de Carboidrato. Para análise dos dados, foi utilizada a estatística descritiva com Média e Desvio Padrão. Os dados foram tratados estatisticamente utilizando o programa SPSS, utilizando o Teste t-student para amostras pareadas, ao nível de significância de p < 0,05. 3

3. RESULTADOS As características antropométricas da amostra podem ser visualizadas na tabela 1, a seguir: Tabela 1 - Distribuição da média±desvio padrão dos valores estatura, peso, IMC e %Gordura corporal. Estatura 180 ± 4 cm Peso 78,5 ± 11 kg IMC 24,1± 2,3 % Gordura Corporal 13 ± 7,34 % no gráfico 1. Os dados pré e pós avaliação do VO 2, VCO 2 e VE são visualizados s seguir, Gráfico 1 - Comparação do VO 2 ; VCO 2 e VE pré-exercício com o pós-exercício. * diferença significativa e superior em relação ao período pré-exercício (p<0,05) A FC teve aumento significante após a realização dos exercícios resistidos, onde a média pré-exercício foi de 71,86 ± 5,86 bpmn e no pós-exercício uma média de 100,04 ± 13,87bpm (p<0,05). E AÍ A DIFERENÇA ESTATÍSTICA Os resultados do comportamento da queima calórica, expressa em caloria total, caloria de gordura e caloria de carboidrato, podem ser observados no gráfico 2: 4

Gráfico 2 - Comparação da Caloria Total, Gorduras e Carboidratos préexercício com pós-exercício. * diferença significativa e superior em relação ao período pré-exercício (p<0,05) diferença significativa e inferior em relação ao período pré-exercício (p<0,05) 4. DISCUSSÃO: Foi encontrado aumento, no entanto, não significativo no VO 2 após a realização da sessão de exercícios resistidos. Outros estudos encontraram aumento significativo, como Schuenke; Mikat and McBride (2002) que observaram aumento do VO 2 por até 38 horas após realização de sessão de exercício resistido. No estudo de Binzen et. al. (2001), observou-se duas horas após, aumento de 18% do Consumo de Oxigênio pós exercício resistido, o que também é corroborado pelo estudo de Melby et. al. (1993) e Thornton; Potteiger (2002). No entanto, esse aumento não é consenso na literatura (CASTINHEIRAS NETO, FARINATTI, 2009). De acordo com Gaesser; Brooks, (1984), o VO 2 apresenta elevados valores no período pós exercício (recuperação) em comparação ao período préexercício sendo chamado de consumo excessivo de oxigênio pós exercício (EPOC). O Consumo de oxigênio pós exercício decorre de uma combinação de diversas 5

variáveis do treinamento, como o número de séries, intensidade dos exercícios, tempo de intervalo de recuperação entre séries e exercícios, método de treinamento, velocidade de execução do movimento ou ordem dos exercícios (MEIRELLES; GOMES, 2004) Segundo Gaesser e Brooks (1984) os primeiros dez minutos do EPOC, está em seu componente rápido, pois nesse período há um reabastecimento dos estoques de oxiemoglobina e oximioglobina, restauração dos fosfagênios e a energia necessária para a reconversão do lactato em glicogênio alem dos fatores que o influenciam como catecolaminas, tiroxinas, glicocorticóides, metabolismo de ácidos graxos e temperatura corporal. Já os valores de VCO 2 pós exercício foram insignificantes (p=0,66) e obtiveram um leve decrescimo (de 6,52 ± 1,57 para 6,29 ± 1,36) em relação aos valores pré exercício. Nos valores de VE pós exercício houve um aumento significativo (p= 0,0156) quando comparado com a média dos valores pré-exercício (13,25 ± 2,27) e pós exercício (15,81 ± 2,69). De forma similar aos resultados de nosso estudo, algumas pesquisas apresentaram valores elevados de VE pós-exercício (LYONS et. al., 2006; OLIVEIRA, 2007). Para Bangsbo & Hellsten (1998) apud Oliveira (2007), o aumento do transporte de oxigênio necessário para a ressíntese de reservas corporais, associado com outras alterações metabólicas, como temperatura corporal elevada e elevado distúrbio iônico, são refletidos indiretamente através de uma aumentada ventilação e freqüência cardíaca no período de recuperação do exercício resistido. O comportamento FC no pós exercício permanece significativamente acima dos valores pré-exercício (p < 0,05) durante os 10 minutos avaliados, com medida pré de 71,86 ± 5,86 batimento/minuto, e no pós-exercício 100,04 ± 13,87 batimentos/minuto. Diversos autores reportaram elevados valores da FC durante o período pós exercício, como citado no estudo de Ferreira (2007). O comportamento dos valores médios da variável R pré e pós exercício com seus respectivos valores de desvio padrão... Podemos observar um efeito 6

significativo sobre o R (p<0,05) nos 10 minutos após exercício: 0,88 ± 0,092 para 0,76 ± 0,099. Podemos observar aumento significativo (p= 0,0168) no gasto calórico de gordura nos 10 minutos após o exercicio resistido com uma média de 1,14 ± 0,78 pré exercício para 2,16 ± 0,99 pós exercício. No estudo de Ormsbee et. al. (2007), foi observado que após a realização de protocolo de exercício resistido semelhantes... ao presente estudo, o gasto calórico foi elevado durante 45 minutos pós exercício e o R menor comparado grupo controle. O R no grupo exercício foi de 0,71±0,004 e no grupo controle 0,85±0,03 (diferença de 16%, P=0,004), assim como no estudo de Binzen et. al. (2001) no qual o R no grupo exercício foi de 0,75±0,01 e no grupo controle de 0,85±0,01, valores semelhantes ao presente estudo. Segundo Short e Sedlock (1997) apud Oliveira (2007), a diminuição no valor do R, logo após o exercício físico ocorre devido à uma elevada liberação de CO 2 consequente de uma ventilação aumentada nesse período. Para Osterberg e Melby (2000) apud Oliveria (2007), a rapida redução dos valores de R após pelo menos uma hora da execução de um exercício de elevada intensidade, é considerado um indicador de retenção de CO 2 para restabelecimento das reservas de bicarbonato, sendo este ultimo utilizado para tamponar o acido lactico acumulado durante o exercício. Sobre o comportamento do gasto calórico total, pode-se verificar que os valores pós exercício não foram significativamente maiores que os valores préexercício (p > 0,05) durante os 10 minutos. A média do gasto calórico pré-exercício foi de 2,71 ± 0,42 e após exercício foi de 2,87 ± 0,53. Binzen et. al. (2001) também não encontraram significativa diferença no gasto calórico total (35 vs 33 kcal) 30 minutos após o exercício comparando com o grupo controle. Já no estudo de Ormsbee et. al.(2007) foi observado um aumento significativo (p=0,03) de 10%, 40 minutos após exercício resistido. Já no estudo de Melanson et. al. (2002), foi observado aumento do gasto calórico após sessão de exercícios resistidos 24 horas após o término da sessão. O principal substrato energético utilizado no esforço pós exercício comparando com o que estava sendo utilizado no pré-exercício, era o carboidrato 7

(72%) e após, o substrato predominante passou a ser a gordura (75%) com um aumento de quase três vezes de sua utilização pré-exercício. Ormsbee et. al. (2007) pesquisou a queima de gordura após ER, em 45 minutos, e observou aumento significante após a realização do mesmo, assim como Binzen et. al. (2001), dados que corroboram com os valores encontrados também neste estudo. 4. CONCLUSÃO Os dados da presente pesquisa indicam que o consumo de oxigênio pós exercício aumenta, no entanto, não significativamente. No entanto, a queima de gordura aumentou de forma expressiva quando comparada ao pré exercício. Tais dados fortalecem os indícios de que exercícios de caráter anaeróbico, que não oxidam gordura de forma predominante durante o exercício, aumentam esta oxidação no pós exercício. Aumentando assim, o gasto calórico advindos da gordura. A pesquisa apresentou dados interessantes no que tange o comportamento do Consumo de oxigênio pós-exercício e queima de gordura após exercício resistido. No entanto, mais estudos necessitam ser realizados com metodologias semelhantes, e com n maior, para maiores conclusões sobre o tema. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BINZEN, Carol A.; SWAN, Pamela D.; MANORE, Melinda M.. Póstexercise oxygen consumption and substrate use after resistance exercise in women. Med. Sci. Sports Exerc., v 33, p. 932-939. CASTINHEIRAS NETO, Antonio Gil; FARINATTI, Paulo de Tarso Veras. Consumo de oxigênio após exercício resistido: uma abordagem crítica sobre os fatores 8

determinantes de sua magnitude e duração. Brazilian Journal of Biomotriciy, v. 3, n. 2, p. 96-110, 2009. FERREIRA, Alan de Carvalho dias et al. Musculação: aspectos fisiológicos, neurais, metodológicos e nutricionais. XI Encontro de Iniciação à Docência. UFPB, s.d. GAESSER G.A.; BROOKS, G.A. Metabolic bases of excess post-exercise oxygen consumption: a review. Med. Sci. Sports Exerc. 1984;16(1):29-43. LYONS, S.; RICHARDSON, M.; BISHOP, P.; SMITH, J.; HEALTH, H.; GIESEN, J. Excess post-exercise oxygen consumption in untrained males: effects of intermittent durations of arm ergometry. Appl. Physiol. Nutr. Metab., v. 31, n. 3, 2006, p. 196-201, MATSUURA C; MEIRELLES C. M.; GOMES, P. S. C. Gasto energético e consumo de oxigênio pós-exercício contra resistência. Rev. Nutr. Campinas. 2006; 19(6): 729-40. MELANSON, E. L., T. A. SHARP, H. M. SEAGLE, W. T. DONAHOO, G. K. GRUNWALD, J. C. PETERS, J. T. HAMILTON, and J. O. HILL. Resistance and aerobic exercise have similar effects on 24-h nutrient oxidation. Med. Sci. Sports Exerc., Vol. 34, No. 11, pp. 1793 1800, 2002. MELBY, CHRISTOPHER, CYNTHIA SCHOLL, GLENDA EDWARDS, AND RICHARD BULLOUGH. Effectofacute resistanceexercise on postexercise energy expenditure and resting metabolic rate. J. Appl. Physiol. 75(4): 1847-1853, 1993. OLIVEIRA, Norton Luiz. Avaliação do impacto da ordem de diferentes modos de exercício na magnitude e duração do consumo excessivo de oxigênio pós-exercício. 2007. 166f. Dissertação de mestrado em Fisiologia do Exercício. Faculdade de Desporto Universidade do Porto, Portugal. ORMSBEE, Michael J.; THYFAULT, John P.; JOHNSON, Emily A.; KRAUS, Raymond M.; CHOI, Myung Dong; HICKNER, Robert C. Fat metabolism and acute resistance exercise in trained men. J. Appl. Physiol., v. 102, p. 1767-1772, 2007. 9

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