CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO CIVIL. Responsabilidade no Código de Defesa do Consumidor.

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Transcrição:

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO CIVIL. Aula Ministrada pelo Prof. Fábio Cáceres (Aula 05/12/2017). Responsabilidade no Código de Defesa do Consumidor. Responsabilidade por vício do produto ou serviço. Vício é um problema de qualidade ou quantidade. Quando o problema tornar o bem ou serviço impróprio ao fim que se destina. Qualidade Quando o problema gerar diminuição do valor do bem ou serviço. Exemplo, compra um carro e o motor não funciona (vício de qualidade), não é possível utilizar, logo é impróprio ao fim que se destina. Outro exemplo, o carro está com problema na suspensão (vício de qualidade), mas só lhe diminui o valor. Vício de quantidade se caracteriza pela divergência do conteúdo com informação no rotulo; mensagem publicitária, etc. Precisa tomar cuidado com a variação decorrente da sua natureza, neste caso não configura vício, conforme descreve o artigo 18 do CDC como segue: Art. 18. Os fornecedores de produtos de consumo duráveis ou não duráveis respondem solidariamente pelos vícios de qualidade ou quantidade que os tornem impróprios ou inadequados ao consumo a 1

que se destinam ou lhes diminuam o valor, assim como por aqueles decorrentes da disparidade, com a indicações constantes do recipiente, da embalagem, rotulagem ou mensagem publicitária, respeitadas as variações decorrentes de sua natureza, podendo o consumidor exigir a substituição das partes viciadas. (Grifo nosso). 1 Não sendo o vício sanado no prazo máximo de trinta dias, pode o consumidor exigir, alternativamente e à sua escolha: I - a substituição do produto por outro da mesma espécie, em perfeitas condições de uso; II - a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e danos; III - o abatimento proporcional do preço. 2 Poderão as partes convencionar a redução ou ampliação do prazo previsto no parágrafo anterior, não podendo ser inferior a sete nem superior a cento e oitenta dias. Nos contratos de adesão, a cláusula de prazo deverá ser convencionada em separado, por meio de manifestação expressa do consumidor. 3 O consumidor poderá fazer uso imediato das alternativas do 1 deste artigo sempre que, em razão da extensão do vício, a substituição das partes viciadas puder comprometer a qualidade ou características do produto, diminuir-lhe o valor ou se tratar de produto essencial. 4 Tendo o consumidor optado pela alternativa do inciso I do 1 deste artigo, e não sendo possível a substituição do bem, poderá haver substituição por outro de espécie, marca ou modelo diversos, mediante complementação ou restituição de eventual diferença de preço, sem prejuízo do disposto nos incisos II e III do 1 deste artigo. 5 No caso de fornecimento de produtos in natura, será responsável perante o consumidor o fornecedor imediato, exceto quando identificado claramente seu produtor. 6 São impróprios ao uso e consumo: 2

I - os produtos cujos prazos de validade estejam vencidos; II - os produtos deteriorados, alterados, adulterados, avariados, falsificados, corrompidos, fraudados, nocivos à vida ou à saúde, perigosos ou, ainda, aqueles em desacordo com as normas regulamentares de fabricação, distribuição ou apresentação; III - os produtos que, por qualquer motivo, se revelem inadequados ao fim a que se destinam. Vício no produto. O artigo 18 traz expressamente os fornecedores, logo, todos respondem de forma solidaria e objetivamente pelo vício de produto, toda a cadeia. O consumidor tem o direito de reclamar do vício do produto e o fornecedor tem até 30 dias para sanar o vício, se este não sanar o problema em 30 dias, quem escolhe como pretende ver o problema resolvido é o consumidor, conforme o 1º do artigo 18, dentre as alternativas ao consumidor temos: Restituição do valor; Abatimento proporcional do preço ou Substituição do produto. O prazo de 30 dias para sanar o vício pode ser reduzido ou majorado, desde que o consumidor concorde. Diminuído nunca inferior a 7 dias e majorado no máximo em 180 dias. 3

O prazo para reclamar começa a contar: Em 90 dias para bens duráveis. Em 30 dias para bens não duráveis. Estes prazos são decadenciais. Vício aparente serviço. Vício oculto o prazo começa a contar do recebimento ou do termino do quando ficar evidenciado o vício. Dica: quando houver litígio de quando surgiu o vício e necessitar de perícia, é recomendável ir para justiça comum pela complexidade da ação, pois, no JEC são causas cíveis de menor complexidade. Quando reclama do produto e vai para garantia, interrompe o prazo da garantia e está volta a contar do início. A garantia contratual não excluí a garantia legal, exemplo, se for concedida garantia contratual de 1 ano, será está mais os 90 dias da garantia legal. Vício no serviço. O artigo 20 do CDC deixa claro que quem responde pelo vício é o fornecedor de serviços, e objetiva alternativas para cliente quando o vício ocorre, in verbis: Art. 20. O fornecedor de serviços responde pelos vícios de qualidade que os tornem impróprios ao consumo ou lhes diminuam o valor, assim como por aqueles decorrentes da disparidade com as indicações constantes da oferta ou mensagem publicitária, podendo o consumidor exigir, alternativamente e à sua escolha: I - a reexecução dos serviços, sem custo adicional e quando cabível; II - a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e danos; III - o abatimento proporcional do preço. 4

1 A reexecução dos serviços poderá ser confiada a terceiros devidamente capacitados, por conta e risco do fornecedor. 2 São impróprios os serviços que se mostrem inadequados para os fins que razoavelmente deles se esperam, bem como aqueles que não atendam as normas regulamentares de prestabilidade. Responsabilidade pelo fato do produto ou serviço. Fato é defeito, e este está estruturado pelo vício mais um elemento externo danoso (Rizzato Nunes). Cabe indenização por todos os desdobramentos que defeito gerou, exemplo, um carro com defeito na suspensão causa um acidente e além dos danos matérias no próprio carro gera danos no carro de outrem, bem como vitimiza outras pessoas, a responsabilidade será pelo carro defeituoso, pelas vítimas e outras despesas geradas. Defeito no produto. O artigo 12 do CDC traz os sujeitos que respondem solidária e objetivamente pelo fato danoso, e diferente do vício elenca quem responde: Fabricante; Importador; Construtor nacional ou estrangeiro; Produtor. 5

Em regra o comerciante não responde pelo defeito, exceto quando: Não constar no produto a identificação do fabricante; Quando a informação do fabricante não for clara; Quando o comerciante não conservar adequadamente os produtos perecíveis. O comerciante responde subsidiária e objetivamente. Defeito de serviço. Quem responde é o prestador do serviço objetivamente, artigo 14 CDC, in verbis: Art. 14. O fornecedor de serviços responde, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos. (g.n.). 1 O serviço é defeituoso quando não fornece a segurança que o consumidor dele pode esperar, levando-se em consideração as circunstâncias relevantes, entre as quais: I - o modo de seu fornecimento; II - o resultado e os riscos que razoavelmente dele se esperam; III - a época em que foi fornecido. 2º O serviço não é considerado defeituoso pela adoção de novas técnicas. 3 O fornecedor de serviços só não será responsabilizado quando provar: I - que, tendo prestado o serviço, o defeito inexiste; II - a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro. 6

4 A responsabilidade pessoal dos profissionais liberais será apurada mediante a verificação de culpa. Venda a contento exemplo compra pela internet. pode se arrepender da compra em até 07 dias, Quando faz uma compra na loja e na etiqueta está dizendo que a troca é em até 7 dias, não é venda a contento e sim contratual. Bons Estudos!!! Prof.ª. Adriana Aparecida Duarte. 7